A carta



Diana esperou a reação de sua filha, que não foi espanto nem surpresa, foi curiosidade.
-Suficientemente grande? Por quê? É grave, mamãe? – perguntou Lílian.
-Não filha, não é grave – tranqüilizou a mãe. – Só que uma criança de seis anos não entenderia.
-Então fale logo mamãe. Estou ficando cada vez mais curiosa! – disse apressando Diana.
-Lílian, - começou. – seu pai me mandou aquelas cartas todas, menos uma. Ele mandava por uma coruja branca, eu achava estranho, mas ela era linda. Eu o conheci lá na praça.
-Aquela que você vai todas as noites e volta com os olhos vermelhos? – quis saber aquela que ouvia atentamente.
-É filha, eu sempre choro lá, já explico o porquê. Conheci seu pai, sabia que ele morava aqui no Largo Grimmauld, mas nunca soube em qual casa. No instante que nos vimos nós nos apaixonamos, ele tinha dezessete anos e eu, dezoito. Namoramos, fomos felizes, vivemos muito felizes mesmo durante um ano. Descobri que estava grávida de você. Após um mês, seu pai teve que fazer uma viagem. Ele mandou cartas durante um mês, na última disse que faltavam mais ou menos duas semanas para que ele voltasse, mas antes de voltar ou mesmo de receber outra carta dele, uma coruja marrom trouxe uma péssima notícia, dizia que seu pai era um homem de grande coragem, honra e fibra moral, e que tinha morrido - nesse instante caíram lágrimas dos olhos de Diana, e sua filha com espanto levou as mãos à boca -, morrido muito bravamente e que tinha conseguido cumprir o que lhe foi mandado – agora não caiam apenas lágrimas dos olhos de Diana, ela estava realmente chorando.
-Mãe, não chore, pense pelo menos que papai foi um homem corajoso, que cumpriu o que precisava cumprir, que ajudou a quem lhe pediu e que, principalmente, te amou mais que tudo – quando terminou de dizer isso, Lílian parecia ser bem mais velha naquele momento, seus olhos se encheram de lágrimas, mas ela apenas as secou e abraçou a mãe. – Mãe, não quero fazê-la chorar mais, mas qual era o nome do meu pai?
A mãe não respondeu, apenas soluçou e voltou a chorar. Depôs disso Lílian não disse mais nada, apenas tentou acalmar a mãe.
Quando Diana parou de chorar, foi tomar banho, enquanto Lílian foi dormir.


Depois da aula, Lílian voltou para casa. Achou melhor não perguntar à mãe o nome de seu pai, perguntaria amanhã, era melhor. Lílian quis ler as cartas, mas quando estava tentando derrubar a caixa olhando-a como fazia sempre (mesmo achando estranho) Diana passou e ela resolveu não mexer.
Os pensamentos de Lílian rodavam em três coisas: qual era o nome de seu pai? O que ele fazia? O que o levara à sua morte?
De tarde a menina resolveu ir aonde sua mãe sempre ia, resolveu ir à Praça da Rua Largo Grimmauld. Ela nunca tinha reparado como a praça era linda. Era redonda com lustres Fazendo um círculo na praça, no centro uma árvore bem alta com muitas flores coloridas em volta, a praça tinha quatro bancos. Ela sentou-se no banco paralelo à calçada. Olhou em volta e viu que era realmente um lugar de se apaixonar, era bonito, confortável e muito romântico. Ficou ali até escurecer. A praça ficava ainda mais bonita com as luzes acesas. Ela se impressionou de como o tempo passara rápido ali. Pensou no pai e na mãe a tarde toda. Imaginava os dois juntos. Uma seta horas ela se levantou e foi para casa jantar.
Depois de jantar (a mesa estava muito silenciosa), Lílian tomou banho e ficou no quarto até o sono vir, e ele, dormir.

Lá estava Lílian, sentada no sofá da sala vendo televisão, quando a mãe avisa que tem uma carta para ela, a menina estranha, mas logo levanta para ver a tal carta. Ela pegou a carta, leu seu nome, mas se assustou ao ver que a carta estava dizendo exatamente onde era seu quarto. O envelope era grosso e pesado, feito de pergaminho (o que fez ela se espantar novamente, era do mesmo material das cartas enviadas à mãe), a letra era à tinta verde-esmeralda, Lílian estava virando para ver quem era o remetente.

-Vamos tomar café, já passa do meio dia – escutou a voz de sua mãe atrapalhando seu sonho. – Vamos! Acorde!
-Ta bom mãe, já estou levantando – respondeu resmungando. – Estava sonhando sabia?

A mãe desceu e logo em seguida Lílian desceu também.

-Bom dia, bela adormecida! – disse Sr. Strongh.
-Bom dia, vovô – respondeu.
-Disse que estava sonhando – disse a mãe. – Sonhava com o que?
-Sonhei que recebi uma carta, parecida com as suas, só que era mais pesada, a letra era verde e o remetente sabia exatamente onde eu dormia – respondeu pensativa.
-Nossa! O que estava escrito? Quem mandou? – quis saber Diana.
-Não sei. Quando fui olhar quem havia mandado e o que estava escrito, você me acordou!
-Vamos comer agora? Estou morrendo de fome! – disse Will.

O café da manhã estava muito mais animado do que o jantar do dia anterior.

Lílian não fazia idéia de como a carta viria a ser importante em dois anos.

Lá estava a pequena menina, agora não tão pequena, já tinha onze anos, estava dormindo numa manhã de julho, quando a mãe a acordou
-Filha! – gritou. – A carta! A carta que você sonhou todas as noites dos últimos dois anos! Ela chegou!
-Que? – assustou-se.

Lílian levantou num salto. Sentiu muita emoção ao olhar a carta, ao pega-la. Viu que era idêntica à carta dos sonhos. Ela resolveu virar a o envelope, seu coração batia mais rápido, não sabia por que, mas sabia que a carta era importante. Sua mão estava trêmula. Virou e viu um lacre de cera púrpura, com um símbolo que tinha um leão, uma águia, um texugo e uma cobra circulando uma grande letra “H”. Os olhos da menina se arregalaram ao ver o lacre.
-“Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts”? – leu em tom se espanto.
-O que? – perguntou a mãe.
- O remetente, Hogwarts, uma escola de magia... – respondeu Lílian, mais nervosa ainda.
“uma escola de magia e bruxaria” pensou. “Só pode ser brincadeira”.
Resolveu abrir a carta, rompeu o acre, não eram apenas as mãos que tremiam agora, ela toda estava tremendo, retirou a carta, eram dois papéis, o primeiro dizia:

"ESCOLA DE MAGIA E BRUXARIA DE HOGWARTS
Diretor:Minerva McGonagall
(Ordem de Merlin, Primeira classe)
Prezada Srta. Potter,
Temos o prazer de informar que V.Sa. tem uma vaga na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Estamos anexando uma lista dos livros e equipamentos necessários.
O ano letivo Começa em 1º de setembro. Aguardamos sua coruja até 31 de julho, no mais tardar.

Atenciosamente,

Hermione Granger
Diretora Substituta"

A cabeça de Lílian estava rodando. Não entendia porque uma escola de magia – se é que realmente existia – teria vaga para ela. Estava realmente confusa.
-Diz que tenho vaga nessa escola – anunciou com voz trêmula. – Tem uma lista de materiais e eles estão esperando a minha coruja até o dia 31...
-Quê? Me deixa ver – disse Diana pegando a carta da mão de Lílian. Leu, olhou o segundo papel:


"ESCOLA DE MAGIA E BRUXARIA DE HOGWARTS

Uniforme
Os estudantes do primeiro ano precisam de:
1.Três conjuntos de vestes comuns de trabalho (pretas)
2.Um chapéu pontudo preto simples (preto) para uso diário
3.Um par de luvas protetoras (couro de dragão ou similar)
4.Uma capa de inverno (pretas com fechos prateados)Asroupas do aluno devem ter etiquetas com seu nome.

Livros
Os alunos devem conter um exemplar de cada um dos seguintes:
Livro padrão de feitiços (1ª série) de Miranda Goshawk
História da magia de Batilda Bagshot
Teoria da magia de Adalberto Waffling
Guia de transfiguração para iniciantes de Emerico Switch
Mil ervas e fungos mágicos de Fílida Spore
Bebidas e poções mágicas de Arsênio Jigger
Animais fantásticos e seu hábitat de Newton Scamander

Outros equipamentos
1 varinha mágica
1 caldeirão (estanho, tamanho padrão 2)
1 conjunto de frascos
1 telescópio
1 balança de latão
Os alunos podem ainda trazer uma coruja OU um gato OU um sapo.

LEMBRAMOS OS PAI QUE OS ALUNOS DO PRIMEIRO ANO NÃO PODEM USAR VASSOURAS PESOAIS."

-Impossível achar isto em Londres! – pensou alto.
-Achar o que? – perguntou a filha.
-Achar uma varinha, um caldeirão...

Antes que terminasse de dizer o que mais tinha na lista de matérias, alguém tocou a campainha.
Diana desceu com Lílian logo atrás. A mãe abriu a porta e quem estava esperando do lado de fora era uma mulher magra, de cabelos um pouco rebeldes e castanhos, assim como os olhos.
-Olá, prazer, meu nome é Hermione Granger – apresentou-se.
-Oi... Meu nome é Diana Strongh – falou assustada.
Você deve estar se perguntando quem sou eu ou o que faço aqui. Eu fui mandada por Hogwarts, acho que já receberam a carta da Srta. Potter... – disse Hermione.
-Sim, mas você foi mandada para que? – quis saber.
-Acho que vocês não sabem nada sobre Hogwarts, muito menos sobre bruxaria, certo? – respondeu.
-Certo... Quer dizer que bruxaria realmente existe? – assustou-se Diana.
-Claro! Onde está Srta. Potter? – perguntou Hermione olhando para dentro da casa.
-Estou aqui – disse Lílian. – Entre.
Hermione entrou, olhou a menina e deu um grande sorriso. Seus olhos encheram de lágrimas.
-Nossa! Você é igual à Diana, mas tem os olhos do seu pai! – disse abraçando-a.
Lílian se assustou.
-Você conheceu meu pai? – perguntou ainda no abraço.
-Sim – afastou-se da menina para olhá-la nos olhos. – Ele era meu melhor amigo – Já estava chorando. Secou as lágrimas e continuou. – Então, creio que vocês não saibam onde comprar tudo. Estou certa?
-Está – disse Diana estanhando tudo que acontecera ali.
-Então vamos às compras! – disse Granger animada.
-Mas não tem varinhas ou caldeirões em Londres! – disse Lílian.
-Não tem para quem não é bruxo – respondeu.
-Também não tenho dinheiro algum – continuou a menina.
-Você acha que seu pai não deixou herança? – disse Hermione com um sorriso. – Suponho que seja a mãe dela. Sim Sra. Strongh?
-Sou sim – respodeu.
-Se estiver tudo bem para você, podemos ir hoje mesmo, depois do almoço. Então durante o caminho eu poderia explicar o mundo mágico para vocês.
-Claro. Podemos não é mãe? – perguntou Lílian em tom questionador.
-Claro que podemos. Gostaria de almoçar conosco? Assim você já pode ir adiantando a história – disse Diana.
-Adoraria – respondeu Hermione.

As três foram para a cozinha. Durante o almoço Hermione contou uma parte da história da magia, contou de Hogwarts e que era professora de Defesa Contra as Artes das Trevas e que era Subdiretora, como estava escrito na carta da escola. Enquanto contava Lílian não parava de imaginar como seria divertido ter uma varinha e praticar magia com ela.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.