Mundo Novo



Lílian mal podia esperar para fazer as compras. Hermione contava coisas que Lílian achava impossíveis de acontecer, como a diretora da escola podia se transformar num gato quando quisesse. Contou também algumas aventuras de seu pai na escola. Como tinha vencido um bruxo das trevas várias vezes, ou como teve que lutar com um dragão e contra uma cobra gigantesca, que vinha de uma junção de ovo de galinha chocado por rã. A professora disse também que seu pai era famoso e que ela provavelmente seria igualmente reconhecida, carregar o nome Potter não era tarefa fácil.
Era tudo um mundo novo para a menina. Claro, ela sempre gostou de ler livros sobre pessoas que faziam magias e assistir a filmes sobre isso. Mas a idéia de ela mesma fazer todas aquelas coisas assustou-a um pouco. E também ela teria que ficar na escola, apenas se falando com a mãe e o avô por cartas, só os veria nas férias. Mas Lílian queria ir, não apenas para aprender magia como também para descobrir um pouco de seu pai. Sua mãe só sabia dizer seu nome, e Hermione esquivava-se das perguntas sobre ele. Alguma coisa na história dele estava sendo acobertada. Mas a garota era decidida, e se quisesse descobrir a história do pai, ninguém a impediria.
-Então, vamos? – disse Hermione quando as três acabaram de comer. – Ficará tarde se não formos logo.
-Claro. Vamos – respondeu Diana. – Mas como vamos?
-Eu trousse meu carro. Vamos com ele até a minha casa – respondeu. – Esqueci de perguntar se vocês se incomodariam se eu levasse maus sobrinhos conosco...?
-Problema nenhum – disse a mulher.
-Será bom para mim – disse Lílian entrando na conversa. – Posso conhecer pessoas que estudam em Hogwarts. Que anos eles estão?
-A menina, Linn, irá para o primeiro ano, como você, e o menino, Christian, irá para o segundo ano.
-Legal! Uma menina da minha idade! – animou-se Lílian. – Vamos? Não quero demorar, estou louca para conhecer esse mundo novo que me espera.

As três entraram no carro de Hermione. Por fora parecia um pouco velho, mas por dentro era suntuoso. Lílian achou magnífico. “Fiz isso com um pouco de magia” disse a dona do carro ao ver o rosto espantado da garota. Elas andaram por ruas e mais ruas. Lílian viu muitas coisas (várias já tinha visto, outras nunca reparara). Mas ela queria mesmo era saber onde estavam indo. Esse centro de compras o seja lá o que for tinha que ficar em algum lugar. Andaram mais um pouco até cegarem ao centro de Londres.
-Aqui é minha casa – disse Hermione ao estacionar em frente a uma casa linda, com um quintal florido com uma escadinha que dava para a porta. Tinha uma janela de cada lado da porta. – Chamarei meus sobrinhos e meu marido. Vamos a pé daqui. É muito perto. Vocês querem entrar?
-Não, obrigada esperamos aqui fora – respondeu Diana antes que Lílian dissesse que sim, queria ver se a casa também seria impressionante por dentro como o carro.
-Okay. Volto já.
Passaram-se uns cinco minutos. Lílian queria ver como seriam os sobrinhos de Hermione, afinal eles conheciam magia desde que nasceram. Após dez minutos que a mulher entrara na casa ela saiu com um homem alto, tinha cabelos lisos e ruivos, seus olhos eram azul penetrante. A menina que segurava sua mão tinha cabelos curtos, na altura do queixo, a cor dos cabelos e dos olhos era igual ao do homem, era a mais baixa dos quatro. O menino era alto e se parecia muito com o homem, não aparentava ter apenas doze anos. Lílian se demorou ao olhar o menino e este lhe deu um sorriso, um sorriso lindo.
- Desculpe-nos a demora, eles não estavam completamente prontos – desculpou-se Hermione trazendo Lílian de volta ao mundo físico. – Este é o Christian – apontou o menino – esta a Linn – indicou a menina – e este, Rony – colocou a mão no ombro do homem – meu marido.
-Oi, eu sou a Lílian e esta é a minha mãe, Diana - cumprimentou.
-Oi – respondeu Linn.
-Oi, pode me chamar de Chris – disse o garoto exibindo novamente aquele sorriso.
-Vamos? – disse Rony. – Por aqui, é só seguir em frente.
Todos começaram a caminhar na direção que fora apontada por ele. Lílian conversava com Linn e Christian, que pareciam não só saber mais sobre magia como também sobre seu pai. “Seu pai era bonito. Mione me mostrou uma foto dele.” Dizia Linn. “Rony fala que ele foi um grande homem. Eles eram os melhores amigos de seu pai” completou Christian apontando para Rony e Hermione. Conversaram e andaram durante uns quinze minutos – para Lílian pareceu bem menos – até que chegaram a um lugar com nome de “O caldeirão furado”. As pessoas pareciam não presenciar o lugar quando passavam. Era realmente uma portinha. Hermione entrou e fez sinal para que entrassem também.
- Por que estamos aqui? – quis saber Diana olhando o lugar.
- A porta para o Beco Diagonal é lá nos fundos. – respondeu aquela que os chamara para dentro.
-Beco diagonal? – perguntou Lílian.
-É onde compraremos o material de vocês – respondeu Rony.
Eles entraram, algumas pessoas olhavam nos olhos de Lílian e se demoravam a parar de encará-la. A menina notou que parecia que eram todos bruxos. Chegaram a uma porta que dava a um lugar com apenas uma lata de lixo. Lílian foi a última a atravessar a porta e quando se juntou aos outros viu Hermione bater algumas vezes na parede e quando se deu conta do que estava acontecendo ficou abismada. Da onde a bruxa tinha batido os blocos que formavam a parede começaram a se afastar e formar um portal, com uma placa escrita “Beco Diagonal”, suficientemente grande pra passarem todos juntos. Do outro lado do arco tinha uma rua estreita de paralelepípedo com muitas pessoas e, de cada lado da rua, tinha o que aparentava ser um monte de lojinhas. Eles andaram até o fim da rua que era estreita e bem comprida. Ao fim dela havia um casarão que não perecia nem de longe uma loja. Tinha um letreiro escrito “Gringotes” e abaixo dele um “Duende?” perguntou-se Lílian.
-É um duende – disse Hermione como se lesse seus pensamentos.
Atrás do duende duas portas de prata onde havia gravado as palavras:

“Entrem, estranhos, mas prestem atenção
Ao que espera o pecado da ambição,
Porque os que não ganharam
Terão é que pagar muito caro,
Assim, se procuram sob nosso chão
Um tesouro que nunca enterraram,
Ladrão, você foi avisado, cuidado,
Pois vai encontrar muito mais do que procurou.”

-Dizem que têm dragões aí – disse Christian em tom misterioso.
Quando atravessaram os portões se depararam com um saguão de mármore, muitos, muitos duendes trabalhavam ali, pesavam moedas, verificavam jóias e mais duendes saíam de intermináveis portas acompanhando pessoas. Todos se dirigiam a um balcão com um duende desocupado.
-Você faz as compras do Chris e eu as da Linn, depois acertamos com seu irmão, okay? – disse Hermione para Rony.
-Okay - respondeu.
-Em que posso ajudá-los? – perguntou o duende.
-Vamos sacar dinheiro do cofre da Srta. Potter e do cofre dos Granger Weasley - disse o ruivo.
-Está com as chaves?
-Mione, as chaves de Lílian, por favor? – pediu colocando uma chave em cima do balcão.
-Aqui – disse a mulher tirando uma outra chave da bolsa.
O duende examinou-as.
-Ótimo. Vou mandar alguém leva-los aos dois cofres. Grampo!
Um duende apareceu e encaminhou-os para uma das portas. Lílian tinha visto tanto mármore naquele saguão que esperava que atrás também fosse do mesmo material, mas atrás dela tinha uma parede estreita de mármore e um trilho de trem em uma ladeira.
-Acho que não caberão todos na vagonete. Vamos eu, Chris, Lílian e Diana – disse Rony. – Está bem?
-Claro – respondeu Hermione.
Grampo assobiou e a vagonete disparou e parou na frente deles. Os quatro entraram. Dispararam entre curvas em tal velocidade que Lílian achou que não precisava nem de dragões, era impossível saber onde estavam indo. Um vento frio e tão rápido que cegava. Enfim pararam. Á frente deles uma portinha. Pularam da vagonete, Grampo abriu o cofre dos Granger Weasley. Rony se dirigiu a portinha e pegou ouro. Lílian pensava se o cofre dela teria tanto ouro como aquele.
Entraram novamente na vagonete e dispararam ao cofre de Lílian. Mais curvas, mais vento gelado. Param novamente enfrente à uma portinha. Grampo abriu-a.
-Lembro-me de trazer seu pai aqui há alguns anos... – disse Grampo.
Rony chamou Lílian com um gesto como se não tivesse ouvido nada.
-Você não se importaria se eu pegasse o dinheiro para você, se importaria? Acho que você não sabe lhe dar com o nosso dinheiro – perguntou ele.
-Não, claro que não me importo. Não sei mesmo lhe dar com dinheiro dos bruxos...
Quando o homem abriu seu cofre, Lílian assustou-se com a quantidade de ouro que havia ali dentro. Seu pai era rico antes de morrer e, agora, era tudo dela. Rony pegou um pouco de tudo que havia ali e lhe entregou.
-Acho que isso dá para as compras.
-Mas, pai, não é melhor pegar um pouco pra ela poder gastar em “besteiras”? – disse Christian pela primeira vez.
-Você tem razão – respondeu. – Tudo bem para você, né?
-Claro! – disse a menina.
Eles fizeram a viagem de volta. Lílian já estava começando a ficar enjoada quando eles pararam.
Encontraram com Hermione e Linn. Dirigiram-se até os portões e saíram.
-Rony, por favor, leve Chris e Lílian para a loja da Madame Malkin. Ele está precisando deixar as vestes mais compridas e Lílian precisa de roupas – falou Hermione. – Diana se importaria de me ajudar a comprar os livros com Linn?
-Não, claro que não – respondeu.
-Nos encontramos daqui a meia hora na Floreios e Borrões então? – perguntou Rony.
-Okay – confirmou sua mulher.
Lílian seguiu Rony acompanhada de Christian. Os três desceram a rua até uma loja chamada “Madame Malkins – roupas de todos os tipos”. Eles entraram. Uma mulher gorda olhou-os e deu um sorriso.
-Oi Rony, oi Chris. Vieram aumentar suas vestes? Você cresceu muito! – disse a senhora.
-É. E também temos uma aluna nova em Hogwarts: Lílian Potter - respondeu o garoto som simpatia.
-Potter!? – perguntou à senhora espantada. – Filha de Harry Potter?
-Sim, sou eu – respondeu a garota corando.
-Seu pai foi um grande homem. Ainda lembro quando ele vinha aqui arrumar suas vestes. Venha cá – disse ela levando a menina para um banquinho e enfiando-lhe uma das vestes que Lílian tinha visto num manequim.
A moça começou a apertar, soltar, encurtar aqui e alongar ali. A menina que se sentia um manequim, gostou das vestes, eram muito bonitas, se este era o uniforme ela realmente iria gostar mais ainda de usá-lo. Ao seu lado Christian também estava com vestes e também mexiam nas dele.
Acabaram de arrumar suas vestes. Eles saíram da loja com as roupas.
Foram em direção da “Floreios e Borrões” que Lílian imaginava ser uma papelaria. Chegando à loja ela percebeu que tinha razão. Tinha livros sobre assuntos que ela imaginava que não existia. Livros como “Poções para iniciantes que querem conquistar alguém” ou “Como cuidar da sua vassoura”.
-Já compraram tudo? – perguntou Rony quando encontrou Hermione.
-Sim está tudo aqui – e mostrou os livros e outros materiais que estava carregando e os que Linn e Diana carregavam.
-Ótimo! Então vamos visitar meus irmãos e depois vamos embora – disse Rony.
-Talvez você gaste seu dinheiro com meu pai – comentou Christian.
-Por quê? – quis saber Lílian.
-Porque ele tem uma loja de logros. Artigos mágicos para pregar peças e coisas do tipo. Acho que vai gostar.
Eles desceram um pouco mais a rua e entraram numa loja chamada “Geminilidades Weasley”. Um homem ruivo, parecido com Rony, mas um pouco mais baixo.
-Oi irmãzinho! E como vão meus filhos? – perguntou.
-Oi Fred! Já compramos os livros e arrumamos as vestes do Chris – respondeu Rony.
-Oi pai! Essa é a Lílian. Filha do Harry Potter! – disse Linn animada, a loja inteira olhou Lílian.
A menina olhou assustada para todos. Ouvia cochichos das pessoas dizendo coisas como “A filha o Potter!” ou “Ele teve uma filha?” e até “Por que nunca anunciaram isso no Profeta Diário?”. “Meu pai era realmente bem famoso” pensou ela.

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