Vingança IV: Vingança Final



CAPÍTULO XXX. VINGANÇA IV: VINGANÇA FINAL

O caminho até o País de Gales foi longo e tortuoso para aqueles que queriam encontrar logo a sua vingança.

Os rios, a natureza... Tudo seria como uma linda lua de mel, não estivessem eles caminhando para a vingança final; para a única coisa que poderia libertar a alma de Amélia e de Severo.

Antes de começar a viagem, passaram pela Travessa do Tranco e compraram certos materiais que tirariam o fôlego de qualquer um que visse: eram antigos instrumentos de tortura trouxa, que Amélia comprara com o pretexto de começar uma pequena coleção.

Dentro de uma mochila, esses instrumentos pesados e na sua maioria de metal tilintavam numa melodia doce... Tão doce que Amélia já sabia que não usaria mágica na morte da sua amiga Bella... Tudo seria muito cruel e sangrento.

Logo eles chegaram à casa que Snape, muitos anos atrás, ganhara de herança e jamais sequer visitara.

O morro em subida íngreme foi escalado durante o pôr do sol. A vegetação não estava mais tão verde e ervas daninhas tomavam conta do acesso que antes era apenas feito da mais verde grama.

A noite já reinava e a lua cheia era a única expectadora dos acontecimentos sangrentos que se sucederiam naquela noite. Amélia e Snape tinham acabado de chegar ao portão da Mansão.

O portão, antes tão belo e suntuoso, não resistiu à ação do tempo, e agora era velho, enferrujado, quebrado em várias partes e cheio de ervas sujando-o.

Não foi preciso empurrá-lo, pois já estava bem aberto.

Amélia olhou para Snape, que entrou primeiro e examinou o que tinha ao lado de fora, antes de permitir a entrada de Amélia. A visão dos jardins daquela casa era tão grotesca que, temendo alguma criatura apropriada para aquele cenário aparecesse, Snape empunhou a sua varinha – gesto seguido por Amélia assim que ela colocou os pés naquele lugar.

Mato e flores mortas enfeitavam os canteiros.

E um barulho foi ouvido... Vinha de perto de uma frondosa árvore à esquerda dos dois.

Era barulho de lenha sendo cortada.

Amélia deu um passo cauteloso – mas não impediu o ruído que fez um galho se partindo aos seus pés de chamar atenção de quem estivera cortando lenha.

As machadadas pararam.

- Quem está ai?

Snape deu um passo para trás, de modo a ficar fora do ângulo de visão do homem cuja voz foi imediatamente reconhecida: tratava-se de Rodolphus, o marido de Bella, que, provavelmente, estivera trabalhado para que a mulher ficasse confortavelmente deitada em algum lugar daquela casa que estava caindo aos pedaços.

- Quem está aí?

Ele repetiu, mais alto. Então, deu um sonoro suspiro e o barulho das machadadas voltaram.

- Eu vou.

Snape sussurrou, caminhando em passos felinos para onde se encontrava Rodolphus.

E, então, gritos abafados.

Amélia confiava o suficiente nas qualidades de Snape para saber que ele venceria a luta facilmente...

E, logo, a voz ofegante do seu marido dizia.

- Venha.

Com passos confiantes ela se encaminhou para ver o seu marido segurando com uma mão o machado e com a outra a varinha – ambos em posição ameaçadora para a integridade física de Lestrange.

Amélia deu um meio sorriso.

- O nosso assunto é com a sua mulher. Onde ela está?

O homem a olhou bravamente, pronto para resistir.

- Eu não direi nada sobre Bella! Vocês não vão encontrá-la!

Mais uma vez, o sorriso sádico de Amélia iluminou o seu rosto, enquanto ela guardava a sua varinha e pegava de Snape o machado.

- Só queremos ter uma conversinha com ela! Coisa de amigo.

- Eu jamais--- ARGH!

Antes que ele terminasse a frase, Amélia já tinha encravado o machado em sua barriga, causando um ferimento certamente mortal.

O seu sorriso sádico morreu assim que o sangue espirrou em seu rosto e em sua blusa branca.

Olhou para o seu marido.

- Daqui para frente é comigo.

Ele assentiu, afastando-se da cena enquanto Amélia arrastava o homem que gemia e gritava até a porta.

- Abra!

Mais uma vez, ele se recusou.

Sem pensar duas vezes, Ela o soltou – sem forças para se sustentar, Rodolphus caiu no chão, fazendo uma enorme poça de sangue na porta de entrada da casa.

Friamente, ela desencravou o machado da carne do homem – fazendo-o sagrar mais – e começou a, com toda a sua força, destruir a porta.

Minutos depois, ela adentrou na casa, arrastando o corpo quase sem vida do seu antigo amigo.

Ao chegar ao pé da escada, parou, soltando o corpo mais uma vez e fazendo outra grande poça de sangue.

- Bella! – ela gritou. – Bella, minha amiga! Apareça! Isso não é maneira e receber visitas!

Silencio.

Amélia bufou, pegando Lestrange pelo colarinho, cabeça para o chão, arrastando a sua ferida profunda, e subiu com dificuldades a escada.

Os quadros que lá tinham sido colocados pela mãe de Snape quando era viva começaram a cochichar entre si sobre a terrível que cena acontecia.

- Onde ela está? Digam-me onde ela está, ou eu juro que apagarei vocês, um por um!

Sem muita escolha, os quadros apontaram para um quartinho que ficava logo ao fim do corredor.

E foi para lá que Amélia arrastou o cadáver de Rodolphus Lestrange.

A mulher deu um chute na porta, escancarando-a. E se sobressaltou quando o rosto enlouquecido de Bellatrix voou para cima dela, com uma faca não mão.

- VOCÊ NÃO VAI ME MATAR!

Amélia segurou a mão dela, desequilibrou-se e caiu no chão – os objetos que estavam na sua bolsa se quebraram e perfuraram as suas costas.

Se esforçando para segurar o braço de Bellatrix com uma mão só, Amélia segurou a sua varinha e, com um simples feitiço, jogou-a para a parede oposta do quarto.

Levantou-se rapidamente.

- Incarcerous!

E cordas envolveram os braços e as pernas de Bellatrix.

Amélia Segurou-a pelos longos cabelos negros e a levantou. Jogou-a numa cadeira e refez o feitiço, de modo que à ela a mulher fosse atada.

Para abafar os gritos e protestos, Amélia amordaçou-a.

E, finalmente, ofegou, caindo no chão.

- Você... eu lhe ofereci amizade e você ma paga com ódio.

Com um menear da varinha, ela ergueu o cadáver de Rodolphus no ar e o jogou pela janela, quebrando ainda mais os seus vidros. Caminhou lentamente até ela, para ver o seu marido olhando para o corpo.

- Enterre-o, por favor.

Ela gritou e, assim que Snape assentiu, voltou-se para Bellatrix.

- Bella, Bella, Bella...

A mulher agitou-se na cadeira, tentando falar através das mordaças.

- Quieta... fique bem quietinha, porque hoje você vai pagar por tudo que me fez!

O conteúdo da mochila que estava em suas costas foi derramado numa mesinha no fundo da sala.

- Agora, por qual devemos começar...?

Amélia dedilhou os artefatos de ferro, até tomar em suas mãos Aranhas Espanholas (1).

- Vamos com essas!

Os suplícios naquela casa passaram alheios aos cidadãos que, tranqüilos, dormiam em suas casas a pouco mais de um quilômetro dali.

XxXxXxX

Reviews, por favor.

Como sempre, ficam registrados meus agradecimentos à Shey, que teve a paciência de betar essa fic. Às poucas pessoas que revisaram, meu mais profundos e sinceros agradecimentos: Wanda Heyl, Lo1s.Lane e Lara.


(1) As Aranhas Espanholas eram ganchos de quatro pontas unidas em forma de tenaz, e constituíam ferramentas básicas no arsenal dos antigos carrascos. Serviam, frias ou quentes, para prender e/ou erguer a vítima pelos pulsos, nádegas, ventre, seios ou tornozelos, enquanto as pontas enterravam-se lentamente na carne. (FONTE: www . geocities . com / adtenebras / compendio . htm )

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