Pedido de Casamento... Negado.
CAPÍTULO XXVII. PEDIDO DE CASAMENTO... NEGADO
Eles não se falaram pelo resto do dia.
E nem na intimidade do enorme aposento, embora tivessem, de fato, passado a noite juntos.
Uma noite longa, onde as batidas aceleradas do seu coração não deixavam Amélia dormir...
Estava doendo.
E não era para estar doendo tanto.
Ela o amava!
‘Eu estou muito emotiva! Eu não sou assim!’
Lentamente, o dia amanheceu.
Ele despertou, ela fingiu que dormia...
Abrindo os olhos assim que ouviu a porta do quarto fechar-se.
Suspirou pesadamente.
'O desgraçado nem tenta me manter com ele...'
Amélia olhou ao redor do quarto. Silêncio. Só então prestou atenção no teto: lembrava muito as vidraças de algumas igrejas trouxas: tinha uns mosaicos no teto... Umas figuras bem estranhas – porém belas – se formavam. As cores variavam do verde para o vermelho... A luz do sol entrava em raios coloridos... Era... estonteante.
Mas nada mais parecia ser tão bonito, desde a conversa do dia anterior.
‘Eu não posso demonstrar estar abalada...’
Ela se levantou e se vestiu rapidamente. Passou os dedos pelo cabelo para ajeitá-los. Começou a descer as escadas... E a caminhar pelos corredores do primeiro andar, sem rumo, apenas olhando de perto como uma mansão trouxa era.
De vez em quando abria uma porta ou outra, para achar, se não grandes salões, quartos ricamente – ostentadoramente – decorados.
Então ela finalmente achou a escadaria.
Não tinha descido sequer dois degraus quando ouviu vozes que vinham de uma porta entreaberta. Subiu de novo. Começou a espiar. Eram Severo, os irmãos e o advogado da família que conversavam.
O advogado dizia:
- ...propriedades serão distribuídas da seguinte forma: a mansão da Escócia ficará com Serene; A da Irlanda do Norte com Sérvolo; Severo ficará com a usina. E, por fim, deixo toda a fortuna que se encontra, parte no Banco de Londres, parte em aplicações e ações, dividida da seguinte maneira: Quatro nonos para a minha filha Serene. Quatro nonos para o meu filho Sérvolo. E um nono para Severo.
"Lembro que a parte da fortuna que cabia à minha falecida esposa já foi dividida, segundo o testamento dela, em partes iguais para os três filhos. Esse dinheiro já se encontra dividido em contas nominais, no banco de Gringotts, que eles conhecem, e eu infelizmente tomei conhecimento.
"Lembro também, para os outros parentes, que porventura estejam presentes no momento da leitura desse testamento, que eu nunca gostei de vocês, mesmo. Vocês não vão levar nada do meu dinheiro, não importa os laços de sangue que, infelizmente, nos ligam. Tenho certeza que, agora, vocês já não estão mais tão felizes com a notícia da minha morte.
"Por fim, lembro que, segundo a tradição da minha família, a mansão principal, a Mansão Snape, que contém, além de tudo, o cemitério onde eu espero ser enterrado ao lado da minha esposa, não pode ter destinação ditada por mim. O primeiro homem da família – sinto muito, Serene, minha querida, mas você, ao casar, perderá o nome Snape – que estiver casado e gerando descendentes ficará com a propriedade.
"Isso é tudo. Espero ver logo todos vocês."
O advogado enrolou o pergaminho que vinha lendo. Os dois filhos olhavam para ele, meio desconsolados. Severo olhou para a porta e viu Amélia. Saiu.
Ela percebeu no olhar dele que estava irritado.
Ela falou baixo.
- Ele não te deixou nem a mansão nem uma quantia considerável...?
Ele suspirou e segurou o braço dela levemente, quase numa carícia.
- Ele me deixou um monte de nada.
Ele fechou a porta atrás dele, escapando dos olhares curiosos dos irmãos e do advogado.
- Mas você ganhou usina.
- Ah, isso! As mansões devem valer mais que isso. A usina está falindo. Desde que ele envelheceu, não cuida mais dos negócios, deixou tudo ao deus-dará. Não quis fechar porque era antiga, manteve com o dinheiro da família. E não sou eu que vou administrar um negócio de trouxa! Vou fechar o lugar e demitir todos. Mas não tem problemas. Você vai me ajudar a conseguir essa mansão.
Ela recordou as palavras do advogado...
- O que? – Sussurrou.
- O QUE! – um grito veio por trás dela. Era o irmão de Severo – Você nunca pensou em casar com ela, e agora vai fazer isso pra conseguir a minha mansão?
Ele soltou Amélia, que nem teve tempo de protestar. Virou-se violentamente para o irmão e rosnou
- Sua mansão? Por que sua? Eu sou o primogênito. Eu sou quem vai casar. Eu sou quem vai ter filhos. Eu sou o que trabalha. Eu sou o responsável! Por que você pensa ter algum direito sobre essa casa?
Sérvolo sorriu maldosamente.
- Por que nosso pai o odiava.
- Se esse for o caso, ele só gostava verdadeiramente de Serene. Eu...
- PAREM OS DOIS! – Amélia gritou.
- Você não faz parte dessa família – O irmão de Severo respondeu – NÃO VENHA NOS DIZER O QUE FAZER!
- NÃO FALE ASSIM COM ELA!
'Até ontem esse homem nem queria falar em casamento...'
Todos se calaram. Amélia olhou para Severo e segurou na mão dele.
- Acho que nós precisamos conversar.
- Certamente
Os dois foram para uma salinha que ficava quase imediatamente ao lado do escritório. Eles mal entraram, ele já foi falando:
- É o meu sonho sendo realizado! Amélia, já pensou? Morar nessa casa? Nós vamos fazer isso!
- Eu pensei que você tinha que ser casado e ter filhos para poder dizer isso.
Ele meramente deu de ombros.
- Eu sei. O casamento deve sair em... quanto tempo? Duas semanas? Nada de cerimônias grandes. Você pode cuidar de tudo. Aí você para de tomar as poções contraceptivas, engravida e a mansão é nossa!
Amélia fechou os olhos. Passou a mão na testa.
- E o que te faz pensar que eu concordo com isso?
Ele a olhou, quase zangado.
- Não é isso que você quer? Casar? Eu estou te dando a oport...
E ela se zangou.
- Me dando a oportunidade! Não! Você está se dando a oportunidade de ter a casa que sempre sonhou! Eu sou apenas... o estepe!
- Você sabe que não! Se lembre que moramos juntos por anos!
- E daí! Há dois dias você disse que eu não era a sua mulher! Você disse que eu não fazia parte da sua família! Como você quer que eu me sinta? De repente a casa é sua e você me quer de novo? Sinto muito, meu bem, mas a cláusula não especifica que você tem que ser casado comigo, mas sim com qualquer mulher! Eu disse que ia embora hoje, e irei!
Ele a olhava com ódio. Ela respirou fundo.
- Depois do almoço eu volto para o seu apartamento e pego todas as minhas coisas. Vou para qualquer uma das mansões que papai me deixou. Eu realmente espero que você encontre uma mulher que queira aceitar ser uma peça de contrato. Espero que ela possa te fazer feliz. E que ela te dê muitos filhos. Eu não quero mais te ver, Severo.
Dizendo isso ela começou a caminhar para a saída. Antes que ela pudesse abrir a porta, ele segurou o braço dela. Ela se virou.
- Por favor, Mia, case-se comigo. Seja a mãe dos meus filhos. Seja a senhora Snape.
- Me desculpe, meu amor, mas não dá pra passar a vida inteira pensando que eu fui o meio, e não o fim.
Ela então saiu. Desceu as escadas para tomar o desjejum com os irmãos de severo, que ficou em cima.
XxXxXxX
Ela deixou claro que não casaria. Tanto para ele, quanto para os irmãos dele. E também disse que faria muito gosto que ele casasse única e exclusivamente para conseguir a casa... Ela parecia estar bem.
Mas a verdade era outra.
Amélia sentia como se tivesse se esfacelando por dentro. Como tinha se decepcionado! Ela, realmente pensou que ele poderia ter chegado a amá-la, nem que fosse só um pouquinho... Mas não... Tudo tinha sido uma grande ilusão. Ele gostava muito mais da mansão do que dela. Ela se enganara. Jamais seria feliz com Severo.
"Você não é a minha mulher"
Isso ficava martelando na cabeça dela.
Sentindo uma náusea terrível, Amélia se levantou da mesa e correu. Mas, quando ela chegou ao topo da primeira escada, a mesma porta entreaberta e os mesmos ruídos chamaram novamente a sua atenção. Ela se escondeu bem e começou a escutar o que o advogado e Snape conversavam. O advogado falava.
-...rtamente que não é nada certo que você não fique com a mansão. Severo, sejamos justos: você é o primogênito! E, provavelmente o único que vai conseguir colocar o nome dos Snapes a diante, como o falecido Tobias queria!
- Mas eu tenho que casar.
- E o que foi que eu disse no funeral? Agarre a moça bonita e leve-a para o altar! Tão simples! Vocês parecem se gostar tanto... Não seria sacrifício nenhum passar a eternidade ao lado dela, não é?
- Não, não seria.
- Então?
- Ela não quis.
- O que?
- Ela não quis se casar comigo. Ela me rejeitou. Pensou que fosse só um meio de chegar à mansão.
O advogado riu.
- E não seria?
Ele passou um tempo em silêncio, como se considerasse. O coração de Amélia estava aos pulos.
- Acho que... não.
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