Interrogatório Interrompido
CAPÍTULO IX. INTERROGATÓRIO INTERROMPIDO
A correria no Ministério da Magia era a cicatriz do caos que estava se instalando naquela tarde. Amélia precisava encontrar o ministro... Aquela grande carta não tinha sido muito funcional no quesito explicativo...
Ela simplesmente não tinha idéia do que estava acontecendo.
Para o seu alívio, cercado de aurores, ela encontrou o ministro Clive Basile.
- Senhor Basile! O que está acontecendo aqui?
- Finalmente você chegou, Lair! Reúna a sua equipe! O beco diagonal está sendo atacado!
- Merlin!
O tempo que ela dispunha era muito pouco!
Correu até a sua sala, onde os aurores já esperavam ansiosos pela sua chegada. Ela não se deu ao trabalho de ser polida. Já chegou atirando.
- Vamos para o campo! Não quero nenhuma morte até que os comensais sejam trazidos! Quero interrogar um por um! Não posso interrogar cadáveres, certo?
"CERTO!"
Os aurores disseram todos de uma vez. Amélia continuou a dar as instruções.
- Não hesitem em usar o cruciatus. Isso fará os inimigos sucumbirem. Se forem estuporar, certifiquem-se de usar o feitiço corretamente. Se eles começarem a apelar pro Avada, quero que os matem também. Eu não sei onde exatamente o ataque está acontecendo, mas nós estamos perdendo um tempo precioso. Nós somos quinze. Quero que vocês façam duas filas, uma na frente da outra. Dez de um lado, quatro de outro.
Os aurores obedeceram, formando logo duas filas.
Amélia foi para a extrema esquerda da fila de dez pessoas. Para cada auror, ela dava o nome de um lugar do Beco Diagonal:
- Sr. Olivaras, loja de trajes de segunda mão, Gambol & Japes, Animais Mágicos, Gringotes, Madame Malkin, Floreios e borrões, papelaria, loja de quadribol e a farmácia.
Agora se voltou para a outra fila, de quatro pessoas. Fez o mesmo, começando da extrema direita.
- Brechó, sorveteria, loja de corujas e loja de caldeirões.
Todos calados.
- Vocês vão aparatar na porta das lojas que eu disse. E aparatarei na entrada da Travessa do Tranco, ficarei no centro da batalha, ditando instruções. FUI CLARA?
"SIM SENHORA!"
- Então vamos. AGORA!
Ela fez como combinado. Logo estava aparatando bem em frente ao bequinho que levava à Travessa do Tranco.
O lugar estava um caos. Pessoas correndo de um lado para o outro e, espalhados por todos os lugares, estavam homens encapuzados que trajavam uma máscara branca.
'Filhos de uma puta.'
Ela ficou um tempo olhando ao redor. Sentiu uma sombra passar por trás dela. Imediatamente, se virou e gritou.
- ESTUPEFAÇA!
O homem encapuzado caiu no chão imediatamente. O grito chamou a atenção de vários outros comensais, que vieram ao encontro dela. E a chuva de feitiços começou. Raios a atingiam de raspão por todos os lados, mas ela não se importava. Quanto mais sangrava, mais queria tirar sangue.
Logo os aurores estavam saindo das lojas. Os comensais se viram encurralados.
- ESTUPOREM-NOS!
Jatos de luzes vermelhas e verdes se cruzaram no ar.
Depois de meros minutos de luta, já podia se ver um cenário diferente: as pessoas que nada tinham a ver com a luta, se esconderam, fugiram. E, pelo chão, fora as marcas de sangue, podia-se ver corpos... Talvez alguns mortos, muitos estuporados.
Agora poucos continuavam na luta... Uma luta de jatos vermelhos.
E um jato verde que atingiu diretamente o peito de um auror, e fez com que a Marca Negra fosse conjurada no céu e que os remanescentes comensais desaparatassem.
Amélia fechou os olhos pesadamente, vendo o corpo inerte de um dos membros da sua equipe. Apressou o passo até lá.
Os aurores circulavam o corpo do amigo, como se zelassem o seu sono eterno.
Amélia apenas dispôs de toda a sua frieza pra se ajoelhar ao lado do corpo e, sem demonstrar qualquer emoção, perguntar:
- Então?
Frank falou, com a voz alterada.
- Morreu.
Amélia se levantou.
- Não foi em vão. Agora se levante. Nós ainda temos trabalho para ser feito.
Frank pareceu ficar indignado com a atitude dela. Levantou-se e começou a falar. O tom de voz estava forte, agressivo. Os outros aurores apenas assistiram.
- Ainda temos trabalho a fazer! O meu melhor amigo acabou de ser assassinado e nós temos trabalho a fazer! Eu não tenho! O meu trabalho é ir até a casa da mulher dele e dizer que o marido morreu! Eu acabei de perder o meu...
- Melhor amigo – Amélia disse, sem se alterar. – Você já disse isso. O seu amigo morreu, mas a sua vida continua. E a sua vida agora é trabalhar. Estamos quase ganhando o jog--
- JOGO? Você chama isso de jogo? PESSOAS MORREM, AMÉLIA, VOCÊ NÃO PERCEBEU ISSO?
- Abaixe o seu tom de voz.
- Eu não vou segui as suas ordens!
E a paciência se esgotou.
- É MELHOR SEGUIR! Lembre-se que eu ainda sou sua superiora! Você me deve obediência. Agora pegue as porras dos comensais e leve-os para a porra do ministério! – Ela se virou, encarando os outros aurores, que agora formavam um círculo. – Isso serve para todos vocês! AGORA!
Imediatamente eles se moveram... e logo não existia nem sombra de comensais.
Ela suspirou e massageou a têmpora. Foi até a sorveteria.
A porta da lanchonete estava arrombada. Linda, a filha do dono do local, esquivou-se quando a viu. Amélia olhou-se no espelho e entendeu: Tinha um corte imenso no meio do rosto. Suas vestes estavam rasgadas e ensangüentadas.
Ela suspirou.
Com, a varinha, concertou o corte do rosto, deixando-o perfeito novamente. Depois se encaminhou para a garota, que tinha quinze anos no máximo.
- É melhor deixar as cicatrizes de combates para os mais velhos, feios e tolos, não? Se eu não tivesse aprendido a fechar cortes bem, já estaria um monstro.
À medida que Amélia se aproximava, a garota se esquivava mais.
- Não precisa ter muito medo de mim. Eu estou do lado dos bonzinhos. E não vou te machucar... Isso é se você me der uma bebida.
Ela se aproximou devagar.
- Não é permitido vender bebidas fortes em dias comuns á essa hora. Só sorvete.
Amélia se sentou em frente ao bar.
Sorriu,
sarcástica.
- Isso parece ser um dia comum? Olha aqui, garota, um subordinado meu acabou de morrer numa missão onde eu era a encarregada. Outro subordinado se revoltou contra a minha autoridade. Eu vou, em questão de minutos, torturar e matar um monte de gente. E, pra terminar o meu dia, eu vou ter que brigar com toda a minha equipe! Eu necessito de um pouco de álcool. Agora me dê a bebida mais forte que você dispor, ou eu juro que vou te matar.
Assustada a garota pegou uma garrafa de whisky a colocou na frente de Amélia, junto com um copo. Ela se serviu de duas generosas doses, que bebeu de uma vez só. Suspirou e passou a mão pelos cabelos. Tirou do bolso algumas moedas e as jogou junto da garrafa. Desaparatou.
XxXxXxX
Aparatou na sua sala, no ministério da magia.
Quase gritou.
Não estava sozinha.
Uma multidão de repórteres a esperava... E quase a atacaram quando a viram chegar.
- Como foi a batalha?
- Vocês perderam um auror. Foi um erro seu ou foi inevitável?
- Srta. Lair, como você explica uma morte?
- quantas prisões foram feitas?
- É verdade que você mata qualquer comensal depois do interrogatório?
Amélia se recompôs do susto inicial. Gritou:
- CALEM-SE! – Todos se calaram e esperaram uma declaração dela. – A missão acabou, mas o meu trabalho está longe disso! Agora eu preciso fazer jus ao meu pagamento, e vocês, invadindo a minha sala, não estão ajudando! Agora me façam um favor e VÃO SE FODER! SAIAM!
As perguntas recomeçaram. Sem pensar, Amélia executou um feitiço silenciador em três deles.
Falou, ameaçadoramente.
- Eu disse, saiam.
Inconformados, os repórteres deixaram a sala. Amélia suspirou. Ainda tinha trabalho a ser executado.
Ela foi até a sala de interrogatório.
Na ante-sala, onde se tinha uma bela visão de um auror investigando uma bela moça, estavam o Ministro, dois aurores e Dumbledore.
Ela se encaminhou até o velho.
- Professor Dumbledore. – Cumprimentou.
- Amélia. Eu soube que você está fazendo um ótimo trabalho aqui. Não posso esperar para ver seus métodos.
Ela sorriu, sarcástica.
- Eu aposto que o senhor não quer ver, professor.
O ministro foi até Amélia, felicíssimo.
- Lair! O seu desempenho foi divino! Eu não podia esperar nada melhor!
O sorriso morreu.
- Deveria. Perdemos um!
- Foi a menor perda dos últimos tempos!
- Que poderia ter sido evitada se seus aurores não fossem tão bonzinhos! Porra! Eles foderam com o meu trabalho! Apavoraram-se quando os comensais começaram a soltar avadas! Isso não pode acontecer!... Quem é a vagabunda?
- Véronique Bordeaux.
‘Bordeaux... Onde eu já---? Ah!’
- A francesa de Sirius. – Ela olhou pelo vidro. O auror estava fazendo perguntas para ela, que ficava calada o tempo inteiro. – O que aqueles imbecis estão fazendo? Argh! Eu vou entrar!
Bufando, ela irrompeu na sala. Era a chance perfeita para desestressar. Ela foi até onde a mulher estava sendo interrogada. Ordenou aos aurores.
- Levantem-na.
Eles obedeceram imediatamente.
- Saiam daqui e leve a cadeira.
Os dois hesitaram um pouco, mas cederam ao ver o olhar inquisidor de Amélia. Ao sair, fecharam a porta.
A mulher não ousava se mover. Amélia a rodeou, até as costas dela. Chutou violentamente a sua perna. A mulher gritou e caiu gemendo. Amélia fitou com entusiasmo a ponta branca do osso que saía pelo machucado que tinha acabado de causar.
Sem piedade, chutou a boca do estômago dela. A mulher cuspiu sangue. Com o pé, Amélia a virou.
- Quais são os planos do seu mentor?
A mulher não respondeu, apenas choramingou. Amélia pisou no osso quebrado dela.
- Me.diga.agora.
- Ele vai atacar em dois dias. – Ela soluçou – Em Hogsmeade. De nove da noite, quando estará acontecendo um festival. Isso é tudo que eu sei.
Choro na sala.
Amélia pisou mais fundo fazendo as duas partes do osso de Véronique se encontrarem e roçarem um no outro. Ela soltou um grito agoniado.
- Eu sinto que tem mais.
- Ele... Um grupo de doze comensais... Vamos fazer uma limpeza geral no festival... Matar todos...
Ela empurrou mais o pé. A comensal gritou desesperada. Quando ela ia fazer mais um pergunta, a porta da sala de interrogatório se abriu.
- Já chega, Amélia!
Ela se virou raivosamente e encarou Dumbledore, que não tinha nada de velhinho sereno.
XxXxXxX
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