Confusões, Decepções, Descobri



“Potter, podemos conversar?”, perguntou Malfoy, entrando no quarto que Harry dividia com Rony. Surpreso, Harry pegou sua varinha, colocou-a no bolso sem Malfoy perceber e saiu do quarto. Os dois foram até um corredor e pararam. Malfoy suspirou. “Eu sei que você e Gina estavam namorando. E eu sei que é estranho me ver aqui, principalmente com ela. Mas, eu vim aqui para continuar vivo, e não arranjar mais encrenca. E eu gosto dela, de verdade.”, Harry se perguntou o que Malfoy queria. “Eu acho que está na hora de amadurecermos e pararmos com a nossa rivalidade boba. Eu sei que fui eu que comecei ela, para começo de conversa, mas... Não podemos perder tempo, Voldemort está cada vez mais forte, Potter.”, terminou o loiro. Harry pensou por um instante e suspirou.

“Pode me chamar de Harry.”, falou ele, estendendo a mão a Malfoy, que pareceu surpreso, mas retribui o gesto, sorrindo genuinamente feliz.

“Pode me chamar de Draco.”, os dois se despediram e Harry voltou para seu quarto, sentindo-se estranhamente aliviado. Ele tinha acabado de aceitar Draco Malfoy como aliado. Não era algo que ele podia se ver fazendo. Dumbledore provavelmente ficaria orgulhoso se pudesse saber daquilo. Com um peso no coração, Harry lembrou-se da morte de Dumbledore e, subitamente, uma idéia veio em sua mente.

“Hermione.”, disse Harry, entrando no quarto que Hermione e Gina dividiam. Mas, assim que se viu dentro do quarto, ele teve vontade de sair correndo o mais rápido possível.

“Importa-se de sair?”, perguntou Rony, irritado. Ele tinha os olhos vermelhos como os cabelos, o rosto molhado e estava segurando Hermione pelas vestes, enquanto ela estava despenteada e fazia força para se soltar.

“Está tudo bem?”, perguntou Harry. A cena era realmente perturbadora. Rony largou Hermione e foi em direção ao amigo.

“Tudo ótimo, agora saia!”, gritou o ruivo, empurrando Harry.

“Harry, ele está louco!”, foi tudo que ele ouviu após Rony fechar a porta em sua cara. Preocupado, Harry pensou no que poderia fazer.

“O que está acontecendo?”, perguntou Gina, chegando com Malfoy.

“Rony e Hermione...” começou Harry, mas a ruiva não deixou ele terminar.

“Ele está doente de ciúmes e não consegue entender que Hermione não gosta dele como ele acha que gosta dela?”

“Como assim?”, Harry sentia-se cada vez mais confuso e perturbado. O que Rony poderia estar fazendo com Hermione naquele instante era algo que ele tentava não imaginar.

“Rony não a ama como ele acha que ama. Ela é só alguém que... Bem... É melhor que ele, se você me entende... Ela vem de uma família rica,”, Harry percebeu que Malfoy pegou a mão de Gina e abaixou a cabeça de um jeito levemente envergonhado. “é inteligente e ele... Não. Ela é de um nível maior que ele e meu irmão ficou fascinado por ela, e agora, obcecado... Não estou dizendo que ele não se importe com ela. Só não é como ele acha que é.”, agradecendo aos céus pela explicação, Harry congelou de medo.

“O que nós vamos fazer?”, perguntou ele, ouvindo um grito abafado vindo do quarto. Malfoy, no entanto, já estava na frente de Harry.

“No três, vamos arrombar a porta.”, disse o loiro. Harry pensou o quão bizarra era a cena. Ele, Harry Potter, e Draco Malfoy trabalhando juntos para salvar Hermione Granger de seu melhor amigo, Rony Weasley. Aquilo sim era chocante. “Um, dois, três!”

Os dois colidiram com a porta com tamanha força que, felizmente, conseguiram o que queriam. Rony estava em cima de Hermione e os dois estavam na cama. Hermione tinha o rosto vermelho e lágrimas descendo pelo rosto, enquanto Rony fazia força para segurá-la.

“Rony, acalme-se! Você não é assim!”, gritou Harry, antes de puxar Rony. O ruivo caiu no chão e pareceu abismado com tudo.

“O que eu estava fazendo?”, perguntou ele, com um olhar perdido. “Mione...”, disse ele, levantando-se. Hermione, porém, foi atrás de Harry. Ele percebeu que ela tremia. Rony olhou para o espelho e fez uma expressão de nojo para si mesmo. “Eu... Eu sinto muito... Eu... Não sei... Eu não quero te perder, Mione... Eu te amo...”

“Não, não desse jeito. Você pode não enxergar, mas nós não nos amamos como amantes... Você nunca me teve, assim como eu nunca te tive, Rony. Você não está me perdendo. Nossa relação é melhor como amigos.”, respondeu Hermione, ainda tremendo, com uma mão no ombro direito de Harry. Rony começou a chorar. Gina foi até o irmão e o puxou para fora do quarto. Malfoy ficou parado por um tempo, até que decidiu seguir a namorada.

“Está tudo bem, Mione.”, disse Harry, abraçando a amiga. Hermione chorava aos soluços. “Eu estou com você agora.”

“Mesmo? Não me deixe, Harry...”, falou ela, com a voz embargada.O amigo beijou-lhe a testa e a levou para a cama. Deitou Hermione e sentou-se no chão.

“Eu vou ficar aqui a noite toda.”, foi tudo que ele respondeu. Hermione demorou a dormir e acordou muitas vezes durante a noite, mas, fiel à sua palavra, Harry ficou ao lado da cama da amiga até o sol nascer e a hora do café da manhã chegar. Gina não voltou para o quarto, algo que simplesmente escapou dos pensamentos de Harry. A única coisa que ocupava a mente dele era a imagem de Rony forçando Hermione ficar com ele. Seu amigo era uma boa pessoa e Harry sabia que aquilo havia sido um erro de julgamento. Mas, não era bem aquilo que estava atormentando-o. Era o rosto de Hermione, a expressão de desespero da amiga. Aquilo o machucava. Que sorte que eu estava passando por aqui..., pensou Harry. Logo, veio em sua cabeça a razão que ele tinha ido ao quarto de Hermione. A sua teoria. Ao virar-se para ver a amiga, porém, decidiu que falaria com ela amanhã.

“Bom dia.”, disse Hermione ao abrir os olhos e ver Harry acordado, sentado ao lado da sua cama.

“Olá, Mione. Está melhor?”, perguntou Harry, levantando-se. A amiga confirmou que sim. “Ótimo... Então, eu vou para o banheiro lavar o rosto e te encontro para o café da manhã.”

“Harry.”, cumprimentou Benjamin, que já estava na cozinha.

“Bom dia, Ben.”, respondeu Harry, antes de bocejar. “Teve uma boa noite?”

“Sim e você?”, o rapaz simplesmente concordou com a cabeça, sem ânimo para falar sobre os acontecimentos da noite passada. “Tenho que voltar para o quarto, minha mãe amanheceu mal.”

“Oi, Cicatriz.”, cumprimentou Malfoy. Harry levantou as sobrancelhas diante do apelido.

“Oi.”, respondeu, ainda sem certeza se Malfoy estava tentando ser engraçado.

“Como está a Granger?”

“Bem.”, falou Harry, oferecendo café a Malfoy.

“Obrigado.”, ele pegou outra xícara e colocou café nela também. “Tenho que ir, Gina está com fome. Mais tarde nos vemos por aí, Cicatriz.”, subindo, Malfoy lançou um sorriso amigável a Harry.

“Cicatriz?”, perguntou Hermione, chegando na cozinha. Harry simplesmente levantou os ombros, sem saber o que falar.

“Café?”, ofereceu ele. Hermione aceitou e logo os dois já conversavam sobre como seria o último ano em Hogwarts. “Mione... Mais tarde eu preciso falar com você sobre... Bem... Sobre algo muito importante.”

“Certo, só espere-me tomar um banho e colocar uma roupa decente, certo?”, Harry concordou e decidiu fazer o mesmo. Meia hora mais tarde os dois se encontraram.

“Então... É algo muito importante... E eu sei que talvez você ache que eu sou louco... Se alguém me dissesse isso um ano atrás, eu acharia loucura... Mas, o fato é que isso não sai da minha cabeça e eu preciso saber o que você pensa sobre isso.”, falou Harry, sem encarar a amiga.

“Harry... Eu não tinha a menor idéia de que você se sentia assim...”, respondeu Hermione. Ele ficou confuso. “Harry... Eu terminei com o Rony ontem.... Não acha que é melhor nós esperarmos um pouco?”

“Ah, não! Mione, não era isso que eu ia falar...”, Harry tentou dizer, sem sucesso.

“Mas, já que eu descobri, pode falar.”, Hermione ficou quieta, esperando. Mesmo querendo dizer que eles eram apenas bons amigos, Harry não conseguia colocar as palavras na boca. Por que ele não conseguia falar? “Está tudo bem, Harry... Eu também... Eu também gosto...”

“Hermione, eu acho que Dumbledore pediu a Snape para que ele o matasse.”, despejou Harry, antes que Hermione terminasse a frase dela, em desespero. A morena ficou confusa por uns instantes.

“O que te faz pensar isso, Harry?”, perguntou ela, finalmente.

“Porque essa era a tarefa de Malfoy. Mas, se Malfoy matasse Dumbledore, ele seria obrigado a ficar como Comensal da Morte até o final da guerra. Dumbledore sempre quis que as Casas de Hogwarts se juntassem, e assim, Malfoy ainda pôde se juntar a nós.”, terminou ele, olhando ansioso para a amiga, esperando que ela dissesse que ele deveria dormir, pois já estava delirando.

“Agora que você falou isso, Harry... Faz sentido...”, falou ela, pensativa.

“E eu acho que... Talvez... Você esteja certa.”, disse Harry, aproximando-se de Hermione. Ela fez uma expressão confusa. “Talvez, eu goste de você... Mas eu nunca pensei nisso...”

“Pense agora, então.”, respondeu Hermione, aproximando-se do amigo.

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