Primeiro de Setembro
“Ah, desculpe.”, disse Gina, ao entrar no quarto. Harry e Hermione estavam a menos de um centímetro um do outro, mas logo se afastaram.
“Não, tudo bem...”, respondeu Hermione, indo para o outro lado do quarto, enquanto Harry murmurava algo como ver Rony e saía do quarto.
“Rony? Você está aí?”
“Sim... Harry, como ela está? Ela me odeia?”, perguntou o ruivo, desesperado.
“Hermione está ótima, ela não te odeia...”, Harry respirou profundamente. “Mas, nós dois precisamos conversar sobre uma coisa.”
“Claro, diga, amigo.”
“Eu gosto dela.”, falou Harry, rapidamente. “E ela gosta de mim.”, Harry ficou preparado para uma explosão de xingamentos e socos, que nunca vieram.
“Eu já esperava por isso. Sempre esperei.”, respondeu Rony. “Vocês se merecem, de verdade.”
“Sério? Você não está bravo?”, estava sendo fácil demais, Harry pensou.
“Bravo, não, jamais. Estou triste, mas como eu disse, eu esperava por isso. E, depois de ontem à noite, não é como eu tivesse muitas chances de continuar com ela...”, falou Rony. Harry respirou aliviado.
“Então, eu posso pedir a Hermione em namoro?”
“Se você prometer não estragar tudo como eu estraguei...”, Harry sorriu e abraçou o amigo.
“Obrigado, Rony. Isso significa muito para mim.”
“Claro, amigo. Mais tarde, eu vou ao Beco Diagonal comprar o material para esse ano e ver Fred e Jorge. Quer ir comigo?”
“Acho que eu não estou autorizado a sair...”, disse Harry, triste.
“Ah, sim... Nesse caso, eu te trago tudo.”, respondeu Rony, dando um sorriso encorajador a Harry.
As férias passaram rapidamente, e logo já era o dia que todos esperavam. O dia de voltar para Hogwarts. Harry e Hermione estavam felizes juntos, Draco e Gina pareciam cada vez mais próximos e Rony não tinha tido mais nenhum ataque assustador.
A senhora Weasley chorava muito ao deixar seus dois filhos mais novos no trem. Draco e Hermione eram os monitores-chefe daquele ano, Harry continuava como capitão do time de quadribol da Grifinória e Benjamin estava cada vez mais ansioso.
“Mais tarde eu te vejo.”, disse Hermione, dando um beijo rápido em Harry. Ela, Rony e Draco seguiram para a cabine dos monitores.
“Vamos?”, perguntou Harry. Gina e Benjamin o seguiram. O trem e a estação 9 ¾ estavam muito vazios, Harry percebeu. Muitos alunos não tinham voltado ou sequer ido pela primeira vez para Hogwarts. Ele lembrou-se que McGonagall tinha dito que aquilo provavelmente aconteceria.
“Harry!”, chamou uma voz.
“Neville!”, cumprimentou Harry, entrando na cabine onde Neville Longbottom e Luna Lovegood estavam. “Podemos ficar aqui?”
“Claro, entrem!”, convidou ele.
“Oi, Luna.”, disse Harry. Ela estava olhando para fora, com uma expressão sonhadora.
“Harry. Gina. Desconhecido.”, cumprimentou ela. Harry e Gina abafaram as risadas.
“Luna, esse é Benjamin Black, filho de Sirius Black.”, apresentou Harry, ainda tentando não rir. “Ben, essa é Luna Lovegood.”
“Prazer.”, disse Benjamin. Luna pareceu levemente interessada nele.
“Sirius Black? O padrinho dele?”, perguntou ela, apontando para Harry. Benjamin confirmou com um aceno de cabeça. “Eu sinto muito pela morte dele. Onde está seu irmão, Gina?”
“Ah... Reunião de monitoria.”, respondeu Gina, tentando não rir de Benjamin, que parecia confuso pela repentina mudança de assunto. “Acostume-se.”, sussurrou ela para ele.
Mais tarde, Hermione, Rony e Draco chegaram na cabine. Neville e Luna pareceram chocados com o fato de Draco Malfoy entrar na cabine deles sem dizer nada ofensivo, apesar de que Draco também pareceu chocado com o fato de Luna ter notado que ele estava lá.
“Black, Benjamin!”, chamou o pequenino professor Flitwick, com sua voz estridente. O rapaz foi até o banquinho e sentou-se, obviamente aterrorizado.
“Lufa-Lufa!”, anunciou o Chapéu Seletor. Harry e seus amigos bateram palmas, apesar de terem ficado um pouco desapontados. Esperavam que Benjamin ficasse na Grifinória com eles.
“Então, Rony...”, começou Gina, com um sorriso bobo no rosto. “A Luna parecia interessada em você hoje...”
“Milagres acontecem. Uma hora ou outra ela tinha que sair do mundo dela.”, respondeu Rony, impaciente. Luna tinha até flertado com ele no trem.
“Não seja malvado, Rony... Ela não é feia... Ela só tem uma boa imaginação...”, continuou Gina, enquanto Harry e Hermione tentavam ignorar a expressão hilária de vergonha do ruivo.
“Você quer que eu a chame para sair?”, perguntou Rony, irritado.
“Não...”, respondeu Gina, inocentemente. “Só quero que você a chame para a sala vazia mais próxima e a beije.”, terminou ela, sorrindo maliciosamente e indo de encontro a Draco. Harry e Hermione se beijaram para não rir de Rony.
“Esse ano vai ser diferente.”, falou Hermione, sorrindo ao ver Rony puxando Luna para fora do Salão Comunal. Harry sorriu também.
“Só me diga quando nós tivemos um ano normal em Hogwarts.”
“Faz parte do charme da escola.”, respondeu Hermione, beijando Harry novamente.
“Senhor Potter. Senhorita Granger.”, interrompeu McGonagall.
“Professora.”, falaram os dois, rapidamente, vermelhos.
“Potter, preciso falar com você. Venha ao meu escritório, por favor.”, ordenou ela. Harry mirou Hermione tristemente, levantou-se e seguiu a nova diretora de Hogwarts. “Alguma sorte com as Horcruxes?”, perguntou ela, assim que Harry sentou-se.
“Como você sabe?”, perguntou Harry, abobado. McGonagall sorriu fracamente e apontou para cima. O retrato de Alvo Dumbledore estava ali, acenando alegremente para Harry. “Professor!”
“Harry... Tudo bem?”
“Sim. Deixe-me perguntar uma coisa. Snape. Era tudo combinado?”, falou Harry, rapidamente, animação explodindo em seu peito. Dumbledore ainda poderia ajudá-lo!
“Como você chegou a essa conclusão, Harry?”, perguntou Dumbledore, com um sorriso orgulhoso.
“Quando eu e Draco finalmente nos acertamos, eu percebi que era isso que você sempre quis, mas se ele tivesse te matado, isso nunca teria acontecido...”
“Calma, meu rapaz... Respire...”, cortou Dumbledore, ainda sorrindo. Harry sorriu também. “A professora McGonagall e Remo Lupin te auxiliarão a se preparar para os perigos envolvendo a captura e a destruição da próxima Horcrux. Lupin, Moody e Harris, um antigo amigo meu, irão com você, daqui a dois meses. Entendeu?”
“Sim, professor.”, respondeu Harry. Percebendo que já era hora de ir embora, ele levantou-se e quando já estava de saída, ouviu a voz de Dumbledore.
“Harry.”, chamou o antigo diretor. O rapaz virou-se para encarar o retrato. “Meus parabéns por ter finalmente se acertado com o jovem Malfoy. E obrigado.”
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