Novos Aliados
Harry sentiu que estava num sonho. McGonagall havia dito Black? Não fazia sentido algum. Suando frio, Harry viu a porta da cozinha abrir-se. Um rapaz de cabelos pretos lisos e olhos azuis mirava Harry com profundo interesse.
“Harry Potter.”, disse ele.
“Potter, este é Benjamin Black. Sua mãe é Hayley Flinn. Ela e Sirius Black namoravam antes da queda de Voldemort. Black nunca ficou sabendo do filho.”, falou McGonagall. Era incrível. O rapaz era igual ao Sirius que Harry havia visto na Penseira de Snape.
“Então... Você é filho de Sirius?”, foi tudo que Harry conseguiu dizer, antes de abrir um largo sorriso. Benjamin também sorriu.
“Sim.”, respondeu ele.
“Muito bem. Black, sua mãe está te chamando no quarto dela.”, Benjamin ficou sério, abriu a porta da cozinha e saiu. McGonagall virou-se para Harry, com um olhar preocupado. “Potter, eu lhe imploro... Eu sei o quanto ele é parecido com Sirius, mas ele não é seu padrinho. Eu espero que você tenha consciência disso.”, foi tudo que ela disse, antes de se despedir e ir embora.
“Hermione, isso é incrível! Sirius teve um filho. Benjamin parece um rapaz legal, não é? Você já conversou com ele?”, falava Harry, animado, enquanto ele e Hermione voltavam para o quarto.
“Eu não cheguei a falar com ele. Ele está sempre com a mãe. Parece que ela está muito doente...”, respondeu Hermione.
“Já voltaram? Não querem ir passear mais um pouco?”, perguntou Rony, assim que Harry e Hermione entraram no quarto.
“Rony, o que está acontecendo com você?”
“Nada.”, respondeu o ruivo, antes de sair do quarto. Harry virou-se para Hermione, confuso. Ela simplesmente suspirou.
“Rony tem ciúmes de você. Ele acha que você gosta de mim.”, falou Hermione, balançando negativamente a cabeça.
“Ah...”, disse Harry, ainda mais confuso. Hermione era simplesmente sua amiga. “Se quiser, eu falo com ele...”
“Não. Eu não quero... Ele está muito irritante. E eu sinto que eu jamais deveria ter ficado com ele...”, terminou Hermione, sentando-se na cama.
“Você vai terminar com ele?”, perguntou Harry, alarmado. Rony não aceitaria muito bem a decisão de Hermione.
“No nosso último ano letivo, eu estava muito enciumada do relacionamento dele com a Lilá, Harry. Mas, agora que estamos juntos... Eu não sinto aquele sentimento que eu sei que eu deveria sentir...”, falou Hermione, triste.
“E qual sentimento que você não sente mas que deveria sentir?”, perguntou Harry, tomando o cuidado de não se enroscar nas palavras.
“Harry... Eu não acho que seja certo eu falar disso com você...”
“Você não pode falar com a Gina sobre isso, ela é irmã do Rony. Você não pode falar com o Malfoy porque... Ele é o Malfoy...” disse Harry, fazendo uma careta. “Você não pode falar com o Benjamin porque você nem o conhece... Com quem você vai falar se não falar comigo?”
Hermione ponderou por um tempo. Esperando que suas palavras dessem certo, Harry simplesmente sentou-se ao lado da amiga. Ela levantou-se, fechou a porta e voltou ao seu lugar.
“Eu não me sinto atraída pelo Rony.”, falou ela, sem encarar Harry nos olhos. “Eu o amo, mas sinto que talvez...”, Hermione respirou lentamente. “Talvez eu o ame mais como um irmão...”
“Ah... Puxa, Mione... Isso vai ser um grande problema...”, disse Harry, colocando a mão no ombro da amiga. Ela sorriu.
“Obrigada pelo apoio e pelas palavras encorajadoras, Harry.”, respondeu Hermione, com um riso tímido.
“Desculpe.”, falou ele, com um sorriso no rosto. “Mas não é nada que não possa ser resolvido.”
“Eu sei... Obrigada, Harry...”, Hermione o abraçou.
“Não foi nada, Mione.”, Harry respondeu o abraço da amiga. Assim que ouviram batidas na porta, porém, separaram-se rapidamente, trocando olhares culpados.
“Hora do jantar.” Disse Malfoy, abrindo a porta e colocando a cabeça loira para dentro do quarto. Harry e Hermione se olharam de novo, levantaram-se e seguiram Malfoy até a mesa.
“Olá, Potter.”, falou Benjamin. Harry sorriu.
“Pode me chamar de Harry.”, respondeu o rapaz. Benjamin também sorriu.
“Nesse caso, pode me chamar de Ben.” Malfoy fez uma careta.
“E, caso não se importem, eu gostaria de continuar sendo chamado de Malfoy.”
“Eu realmente não me importo.”, disse Harry, desgostoso. “Afinal, como você veio parar aqui?”
“Eu nunca quis trabalhar para Voldemort. Não de verdade.”, Malfoy suspirou. “Minha família sempre esperou que eu fosse como meu pai. E por um bom tempo eu pensei que eu também quisesse isso, ser um Comensal... Mas, quando chegou a hora de matar Dumbledore... Eu percebi que não era isso que eu queria. Fugi assim que tive chance, fui para o Caldeirão Furado e esperei ver alguém que eu sabia que poderia me ajudar.”
“Quem te ajudou?”, perguntou Harry. Malfoy parecia dizer a verdade.
“Hagrid.”, Gina colocou sua mão na de Malfoy, que estava em cima da mesa. Os dois sorriram um para o outro.
“Harry querido!”, gritou Molly, entrando no aposento. Harry levantou-se a recebeu um apertado abraço da mãe dos Weasleys. “Os trouxas te trataram bem? Merlin, você está tão magro! Sente-se e continue comendo, querido!”, terminou ela, jogando Harry na cadeira e indo para seu quarto, não sem antes fazer uma careta de desgosto para Malfoy e Gina, que continuaram de mãos dadas.
“Ela me odeia.”, murmurou Malfoy.
“Não odeia... Ela odeia sua família e ainda não teve tempo de te conhecer...”, respondeu Gina.
“Harry, como é Hogwarts? Todos dizem que é incrível... Estou ansioso...”, falou Benjamin.
“Você vai para Hogwarts esse ano?”, perguntou Harry animado.
“Sim. Eu estudei em Durmstrang até esse ano, agora vou para Hogwarts. Eu sempre usei o sobrenome da minha mãe, pois eu tinha vergonha de ter um pai preso e depois refugiado. Eu não sabia que ele era inocente, nem minha mãe. Então, quando o Profeta falou a verdade, eu finalmente me senti livre para ser um Black e vir para Hogwarts... Então, minha mãe ficou doente e eu decidi ficar mais um ano onde nós estávamos para ver se ela melhorava, mas ela piorou. Nessas férias, ela disse que eu tenho o direito de ir para Hogwarts e ela mandou uma carta para McGonagall explicando tudo.”, terminou Benjamin. “Desculpe se falei demais, mas eu sei que você ia acabar perguntando tudo isso, resolvi que seria mais rápido.”
“Não tem problema, você está certo, eu ia perguntar mesmo. Você está no sétimo ano?”
“Não, estou indo para o quinto.”, respondeu ele. Harry parou para fazer as contas. Sirius havia sido preso quando ele, Harry, tinha um ano. Após nove meses, Benjamin nascera. Fazia sentido. Os jovens terminaram o jantar e subiram para seus respectivos quartos, mas a noite ainda não havia acabado.
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