A Tão Adiada
CAPÍTULO XXVII. – A TÃO ADIADA
“Os raios lunares passearam maliciosamente pelo corpo dela. Ela sentiu o olhar de Severo se iluminar. Aquela era a hora e o local perfeito. Não deixaria a oportunidade passar.”
Amélia respirou fundo. Naquela noite, tornar-se-ia a mulher dele.
Lentamente, ela desamarrou o roupão. Deixou que a peça de roupa se soltasse, se abrisse um pouco, revelando partes das vestes negras que trajava por baixo. Manteve as mãos pousadas na cintura, esperando que ele tivesse alguma reação... Mas Severo não fazia nada, apenas mantinha os seus olhos fixos no corpo dela. Amélia escorregou as mãos da cintura até os ombros, passando deliberadamente pelos seios – podia jurar que Severo prendera a respiração. Delicadamente fez com que o roupão deslizasse pelo seu corpo. A lua iluminou a renda molhada nos seios dela. Os mamilos estavam enrijecidos pelo misto de frio e excitação.
O olhou. Ele a contemplava de tal maneira que a fez corar. A sua respiração começou a ficar pesada.
Amélia, ainda de joelhos, aproximou-se um pouco. Tocou o rosto do namorado. Ele somente então voltou a olhá-la nos olhos.
- Você tem certeza?
Amélia deu um meio-sorriso. Não respondeu.
Segurou as mãos dele e pousou-as sobre os seus seios. Ficou ainda mais ofegante.
Severo continuou a olhá-la... Agora um brilho diferente se apossava do seu olhar. Era algo como um fogo... que parecia aquecê-la, mas, ao mesmo tempo, a fazia se arrepiar em calafrios. Ele repetiu.
- Você tem certeza?
Ela prendeu a respiração e guiou a mão dele um pouco mais para baixo, de forma que ele pudesse sentir o seu coração, que batia acelerado.
Num tom embargado pela emoção, ela sussurrou.
- Eu pareço ter alguma dúvida?
Ele fechou os olhos...
E se aproximou.
O rosto, os lábios dele se ajuntaram aos dela mais que rapidamente. As ágeis mãos percorriam o seu corpo e, ao mesmo tempo, a forçavam a ficar cada vez mais perto dele... como se eles fossem se fundir... Um só corpo, uma só alma.
Num movimento rápido, ela tirou aquele pedaço de pano que impedia que o seu namorado aprofundasse as carícias.
Ele a olhou... O desejo se acumulando em seu corpo pela simples visão do corpo dela. A deitou.
Cobriu o seu corpo de beijos ardentes... Sua boca, seus seios, seu ventre... Cada pedacinho de pele... Mordiscando, sentindo o gosto... Como há tanto tempo queria... Tirando a última e pequena peça de roupa que ela teimava em trajar... E...
- Severo...
Ela teve que sussurrar o nome dele, enquanto faíscas pareciam tomar conta do seu corpo, da sua mente... Enquanto ela se contorcia, convulsionava... De puro prazer.
Tinha que fazê-lo sentir também.
Ele voltou a beijar os lábios dela, enquanto Amélia ainda estava ofegante.
Gentilmente, ela o empurrou para que ele se deitasse, costas tocando na grama macia. Deitou-se por cima dele.
Tirou-lhe a camisa numa carícia tenra. Os seus dedos passaram a percorrer o peito magro dele... A arranhar suavemente... Os seus lábios desceram para beijar-lhe.
Quanto mais descia, mas pesada a respiração dele ficava.
Os seus dedos, inexperientes, porém desavergonhados, tocaram num certo ponto que o fez gemer discretamente.
Tão logo, ele acariciou o rosto dela, fazendo-a voltar a beijar-lhe a boca.
E se colocou por cima dela novamente.
Amélia o olhou inocentemente.
- Eu não sei o que fazer.
Ele sorriu e a beijou com paixão.
- Eu ensino.
E terminou de se livrar das suas roupas.
XxXxXxX
Os amantes só acordaram quando os primeiros raios de sol irritaram os seus olhos.
Amélia apertou os olhos e, ainda nua, se levantou. Logo sentiu o calou do corpo de Severo junto ao seu, beijando-lhe o ombro.
- Bom dia. - Ele disse, um tanto rouco.
Ela sorriu.
‘Finalmente!’
Sim, finalmente tinha acontecido... E fora maravilhoso.
Apesar de uma dorzinha incômoda no inicio.
Mas fora maravilhoso.
- Aconteceu mesmo ou foi apenas um sonho maluco?
Ele começou a beijar o seu pescoço.
- Aconteceu de verdade.
- Que bom.
Amélia se levantou e começou a procurar pelas roupas, que estavam espalhadas pelo chão (por brincadeira de algumas fadas, as poucas peças estavam bem longe de onde ela tinha deixado).
Os dois se vestiram num relativo silêncio, sabendo que teriam que voltar logo para a casa. Antes que a mãe dele percebesse que não tinham dormido em casa.
Fizeram o caminho de volta numa rapidez extrema... E logo Amélia estava sozinha no quarto frio, esperando que Eileen Snape viesse “acordá-la”.
Agora a cama parecia grande demais.
Agora ela não conseguia mais ficar sozinha.
Era a mulher dele.
Ninguém jamais soube o que aquele bosque havia testemunhado... Só os dois. Aquele lugar, agora, já não mais era o segredo de Severo. Agora era o segredo deles.
XxXxXxX
O resto das férias, em Nova York, foi uns dos melhores dias da vida dela. Se ela já não se importava com o comportamento demasiado estranho dos pais quando estava sozinha, imagine agora, com Severo ao seu lado... E tendo tanta coisa para descobrir... Sobre amar.
Claro, os pais de Amélia sequer desconfiaram que a filha estava dormindo com o namorado. Ela ficava com ele apenas quando os progenitores não estavam em casa, ou quando mentia, dizendo que sairia para dançar e acabava num quarto de hotel com Severo.
Depois de perder a virgindade, Amélia saboreou a melhor fase do seu namoro... Dois jovens com hormônios em ebulição. Não podia ser diferente.
Pobre Murta... Perdeu grande parte da sua inocência.
Amélia pensou que estava vivendo um conto de fadas... E que, por sinal, já tinha chegado na parte do “e foram felizes para sempre”.
Pobre menina inocente.
Ela teve que ver, ainda tão jovem, os seus planos de felicidade desaparecerem numa nuvem negra.
XxXxXxX
Ela acordou sonolenta. Olhou demoradamente para o teto.
'Três dias para a formatura. Três dias e eu vou embora.'
Respirou fundo e se levantou. Abriu a mala para ver, pela milésima vez, se o seu vestido era bonito o suficiente.
'Vai servir.'
Lílian Evans entrou no quarto, rindo... E ignorando a cara que Elizabeth Thompson, que não gostava nem um pouco dela, fez.
- Só mais três dias!
Amélia sorriu alegremente. Era tudo que ela queria: sair dali e viver com Severo, ter a sua própria vida.
- Foi a primeira coisa que eu pensei pela manhã! O que você vai fazer quando sair daqui?
A ruiva se jogos na cama, enquanto Amélia trocava e roupas.
- Parece que o Tiago vai ajudar Dumbledore na guerra. Se ele for, eu também vou.
- Então você vai se concentrar na guerra e esquecer os estudos?
- Mais ou menos isso. Parece que vamos receber treinamento de Auror. Mas e você? Você ainda não me contou o que vai fazer?
- Hum... Meu destino é menos heróico que o seu. Vou estudar Defesa Contra as Artes das Trevas. - Ela pegou um envelope que estava de baixo do colchão. Sorriu brilhantemente. – Fui aceita na faculdade de Londres!
Os olhos de Lílian brilharam ao ver a correspondência.
- Parabéns! É tão difícil ser aceita nessa faculdade!
- Eu sei! Mas eu fiz por merecer!
Amélia já estava pronta. Lílian a olhou.
- Vai descer hoje?
- Sem chances de eu perder meu antepenúltimo café da manhã em Hogwarts!
XxXxXxX
Ao chegar no salão principal, Amélia se separou de Lílian para passar rapidamente pela mesa da Sonserina – hábito que tinha incorporado à sua rotina desde que tinha começado a dormir com Severo.
Ele já a acompanhava com o olhar. Ela se aproximou e deu um beijo casto nele. Sussurrou.
- Três dias!
Ele quase riu.
- Quantas vezes eu vou ter que ouvir isso hoje? Dormiu bem?
'Com a canseira que você me deu, seria impossível não ter dormido...'
- Como uma pedra. Você?
- Igualmente bem.
Amélia deu uma espiada na mesa da Grifinória. Vários pares de olhos – daqueles que ainda não aprovavam o seu namoro – se fixavam raivosos nela.
- Falo com você mais tarde. Vou para a minha mesa.
Ela foi. Sentou-se, como de costume, entre Lílian e Remo. Tiago e Sirius, na sua frente, tinham a mesma cara fechada que sempre incorporavam quando ela chegava da mesa da sonserina. Dois anos e eles ainda não tinham se acostumado com a idéia o namoro. Sirius, que não perdia a chance de alfinetar Amélia sobre o namoro, disse.
- Eu realmente não sei o que você vê no Ranhoso.
- Provavelmente, o que você não consegue ver. – apressou-se em mudar de assunto – Você já pensou com quem vai ao baile de formatura?
Ele deu um muxoxo.
- Ainda não. Quer dizer, a Olga é legal. Mas a Tamara é muito linda! E tem a Véronique, que é francesa! Você sabe o que falam das garotas francesas?
Amélia pensou por um instante... E então...
- Não. E acho melhor continuar na minha santa ignorância.
Nesse momento, uma revoada de corujas irromperam no salão principal. Amélia recebeu o seu exemplar do Profeta Diário... E também duas outras cartas, uma da Universidade de Magia Militar dos Estados Unidos e a outra do seu pai.
Ela jogou o jornal de lado e pegou uma das cartas – a da universidade.
Lílian, curiosa, perguntou.
- O que a carta diz?
Amélia rolou os olhos.
- Besteira. Diz que fui aceita.
- Para que curso?
- Todos. – as pessoas da mesa a olharam, impressionados. Ela rolou os olhos de novo e suspirou. – Não fiquem com essas caras! Com certeza tem um dedo do meu pai aqui!... Aliás, tem a mão inteira!
Remo segurou a correspondência que ela acabara de ler. Perguntou.
- E a outra?
- Vou ver. É do meu pai.
Ela abriu a carta, um tanto preocupada. Já fazia um bom tempo desde que o seu pai tinha lhe escrito pela última vez.
Seus olhos passaram pela letra miúda de Albert Lair.
"Querida filha,
Como vai você? Espero, sinceramente, que estejas bem. Eu preciso que você esteja bem. E alegre... Afinal, são seus últimos três dias na Grã-Bretanha! Espero que você se divirta. Ah, quando você voltar, se você quiser, pode trazer o seu namorado. Sua mãe e eu gostamos muito dele.”
Amélia notou que, a partir de então, a caligrafia do seu pai começou a ficar tremida.
“Bom, é melhor eu ir direto ao assunto, não? Eu sei que deveria esperar até a sua volta, mas não pude me conter. Eu acho que você tem o direito de saber...
A sua mãe está doente. Nós descobrimos há dois anos que ela tem uma rara e grave doença no coração... Eu sinto ter escondido isso de você... E eu sinto dizer a medicina ainda não encontrou uma cura para esse mal. Sinto dizer que a sua mãe está morrendo... Na esperança de prolongar a sua vida por mais alguns anos, ela vai passar, pelos próximos meses, por um doloroso tratamento. Eu não estou falando de dor física, apenas. Há também a dor psicológica.
Amélia, eu sei que você tem planos de ficar na Inglaterra. Eu não te culpo. Já fui jovem um dia, cheio de sonhos, como você. Eu até te apoiaria nessa decisão, se não fosse a situação atual. Sua mãe precisa de você ao lado dela. Eu temo que ela possa não agüentar a ausência da tão amada filha.
Pense nisso, minha filha, antes de tomar qualquer decisão.
Com amor.
Seu pai."
XxXxXxX
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