Tudo Efeito do Álcool
CAPÍTULO XIII. TUDO EFEITO DO ÁLCOOL
"Só um beijo, Sevvie!”.
Amélia enfiou a língua, lentamente, nos lábios entreabertos de Snape. Ele paralisou... Mas só por um momento. Logo depois, já respondia o beijo com fúria e paixão.
‘Merlin, esse garoto sabe beijar!’
Rapidamente o beijo foi se intensificando. Graças ao efeito do álcool, Amélia tinha perdido todas as suas inibições. Em seu estado normal, já teria cortado aquele já-tão-perigoso beijo... Mas ela apenas o atiçava. Mais e mais... Até que... ele parou. Severo a olhou, arrependido.
- Amélia...
Lágrimas encharcaram os olhos de Amélia. Alternância de humor. Mais um efeito do álcool. A garota, literalmente, caiu aos prantos.
- Eu beijo mal! Eu beijo mal! Eu sou péssima para beijaaaaaaaaaaarrr!"
Snape, que não poderia parecer mais desconfortável com a situação, tentou ampará-la, mas ela não deixou. Cada vez que o garoto se aproximava, ela dava um grito agudo. Augusto Malfoy, percebendo o quase escândalo, se aproximou. Severo o olhou e ordenou educadamente.
- Vamos tirá-la daqui antes que chame ainda mais atenção.
Augusto deu um grunhido como resposta e segurou Amélia nos braços. Aos poucos, o barulho das pessoas e da música alta foi morrendo, até o momento em que os únicos barulhos que poderia ser ouvido por Amélia eram os passos dos amigos. Em seu quase estado de coma alcoólico, ela pode escutar a voz suave de Augusto.
- Eu quase não acreditei quando vi você beijando ela!
- Foi ela que me beijou! – Severo respondeu, na defensiva.
- E você aproveitou bem a oportunidade, não?
- E como é que eu poderia parar ela? Não parece, mas eu posso ser impulsivo algumas vezes!
- E isso é sinal de fraqueza, meu amigo... Ela é a sua fraqueza?
- Você sabe bem que não, Augusto! Ela é a minha amiga. E só!
- Sei... E vocês estavam aprofundando os laços de amizade hoje, não?
- Desde quando a minha vida se tornou um assunto que te diz respeito, Malfoy? – Snape usou o seu melhor tom frio e pausado.
Augusto parou de andar. Respondeu ao amigo num tom semelhante.
- Você sabe, Severo, que eu tinha planos de ficar com ela. E você provavelmente estragou tudo.
- E você sabe muito bem que eu nunca deixaria você transformar Amélia em mais uma das suas...
- Não se atreva a dizer o que você está pensando! Eu não faria isso com ela.
- Então você planejava namorar sério com ela?
- Claro que não! Mas também não ia... Você sabe!
- Eu também não vou deixar você deixá-la triste! E, por uma enorme coincidência, foi assim que ficaram todas as suas namoradas!
Houve uma pausa, cortada apenas pelo barulho a respiração dos dois. Augusto falou, então, num tom quase triste.
- Ela realmente é a sua fraqueza. Eu nunca pensei que você fosse capaz de gostar de um outro ser humano!
- Eu já disse qu...
- Você não é tão frio como parece, meu amigo. Se ela é tão importante para você...
Augusto passou Amélia para os braços do amigo. Ela passou os braços pelo pescoço de Severo.
- Lembre-se que ela é puro-sangue.
E os passos de Augusto ecoaram no corredor vazio. E Amélia apagou.
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Ela abriu o olho. Tentou focalizar. Estava numa sala, sentada num sofá verde-musgo... Era o salão comunal da Sonserina. Severo estava na outra ponta do sofá.
- Sevvie! Ei, porque a sala está rodando?
Ele respirou fundo e se arrastou mais pra perto dela.
- É você que está girando. A sua mente.
- Você está querendo mencionar que eu estou bêbada?
- Não. Eu estou dizendo com todas as letras que você está bêbada!
- Não faz mal!
Tentando manter os movimentos firmes, Amélia segurou o rosto de Severo e o beijou mais uma vez... Mas só por um momento... De repente, ela começou a sentir uma... coisa ruim, que vinha do fundo do seu estômago. Só teve tempo de empurrar o rosto de Severo... E vomitou. Olhou para o garoto, como se estivesse se desculpando... E vomitou de novo.
E apagou.
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Acordou no salão comunal da Grifinória. Colocou a mão na cabeça, que latejava.
‘Maldita enxaqueca!’
E então, começou a se lembrar do motivo da dor de cabeça.
A dança...
‘Onde foi que eu aprendi a ser tão vulgar?’
A dança com Severo...
‘Ele não deve ter gostado nada disso!’
E...
‘O... Oh, Merlin! Eu beijei Severo!’
Ela se levantou.
‘Duas vezes!’
E...
‘Oh, Droga!
Eu vomitei em seguida!
Oh, Merlin! Oh, droga! OH MERDA!’
Ela pegou o sapato que estava jogado de qualquer jeito no chão e correu para o dormitório. O dia ainda não tinha amanhecido.
‘Como eu vou olhar para ele de novo?’
Começou a arrumar a mala.
‘Pelo menos o dia de voltar para casa é hoje! Não vou ter que encarar ele por muito tempo.’
E foi isso que fez. Ignorou o garoto durante o café da manhã e viajou com os colegas grifinórios. Nem se despediu antes de ir para os Estados Unidos.
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Amélia passou, nos Estados Unidos, as melhores férias da sua vida. Os pais tinham se mudado para Nova York, de modo que ela pode passar mais de um mês conhecendo a noite nova-iorquina... E ela era agitada. As férias foram tão maravilhosas que passaram rápido demais!
Quase toda semana, a coruja de Snape parava na janela dela. Amélia não abria as cartas e nem respondia. Tinha vergonha... Talvez fosse por isso que não queria voltar para a Grã-Bretanha... Mas os seus pais, mais uma vez, a obrigaram. E ela foi...
XxXxXxX
A estação King Cross não estava tão cheia quanto Amélia era acostumada a ver. Mas isso já era esperado: Há menos de um mês, Lorde Voldemort voltou à mídia para tomar assumir a responsabilidade pelo assassinato de Lady Alexandra e pelos ataques que vinham acontecendo aos trouxas.
Qual o resultado disso? O reino Unido tinha declarado guerra contra esse bruxo e seus Comensais da Morte... E os pais não queriam os seus preciosos filhinhos no meio do fogo cruzado, não é verdade?
E Amélia, talvez, até gostasse um pouco disso – quem gosta dos calouros, afinal?
Ela se aproximou de um rapaz moreno e alto. Sirius Black.
- Amélia! Que saudade! Eu pensei que você ia ficar nos Estados Unidos, com toda essa bagunça daqui!
- E eu quase fiquei! – porque não queria encarar Severo - Mas não podia abandonar meus amigos, não é verdade?
Tiago Potter se aproximou dos dois, e já chegou falando:
- Ei, menina! Eu soube que você tomou um porre numa festa da Sonserina!
Amélia sentiu o sangue correr do rosto dela. Respirou fundo, com dificuldade.
‘Será que ele sabe do que fiz... com Severo?’
- C... Como você sabe disso? - Ela disse, sem jeito.
- Ah! - Sirius começou a responder - Não há nada que o Pontas não saiba!
- Pontas?
Tiago deu um beliscão em Sirius, que se calou. Tentou concertar.
- Não é nada! - Tiago disse - Ei, olha o Remo!
Remo começou a se aproximar do grupo.
‘Bela oportunidade pra esquecer do assunto, não, Tiago?’
Amélia decidiu não perguntar nada sobre os apelidos... Acabaria descobrindo, de qualquer forma. Abraçou o amigo. E viu o grupo de Sonserinos – Bellatrix, Augusto e Narcissa, que a chamavam... Ela não poderia recusar tal convite. Despediu-se dos grifinórios e foi.
Assim que viu Amélia se aproximar, Bellatrix rolou os olhos e foi embora.
- Ela nunca vai tentar suportar a minha presença, não é verdade?
- Bellatrix é muito cabeça dura. – Todos começaram a caminhar para o trem - Acho que foi por isso que eu não consegui namorá-la por muito tempo.
- Eu imagino quem será o seu próximo caso. - Amélia olhou sugestivamente para Narcissa - quem sabe você não é a escolhida, Narcissa?
Ela e Augusto se entreolharam e riram. Amélia levantou uma sobrancelha, exigindo uma explicação, que Narcissa deu.
- Eu não posso ser a próxima vítima de Augusto, mesmo que a idéia me agrade bastante! Eu estou namorando o irmão dele.
- O Lúcio?
‘Que é bem mais velho que você?’
- É o único irmão que eu tenho, não é verdade, Amélia!
- Quem sabe não é você a próxima vítima de Augusto! – Narcissa disse.
Ela olhou para Augusto, lembrando que, na noite do porre, ele falou que queria que ela fosse a sua próxima vítima.
- Eu acho que não, Narcissa.
Chegaram à cabine. Lá estavam Bellatrix, que torceu a cara, e... Severo. Amélia ficou com a boca seca. Mas respirou fundo e se sentou no único lugar que tinha sobrado: Ao lado dele.
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Ela não falou uma só palavra durante toda a viagem. E nem olhou para ele. E deu graças quando o trem parou na estação de Hogsmeade e ela pode correr para se juntar com os amigos grifinórios.
Só para variar um pouco, ela não assistiu um só segundo da cerimônia de abertura: passou o tempo inteiro conversando com Lílian sobre as maravilhas de Nova York. E até se esqueceu de Severo... Até o momento em que o banquete terminou.
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Os Monitores-chefe começaram a levar os alunos para as suas respectivas casas. Amélia começou a caminhar com Lílian, que falava em como tinha ficado surpresa ao receber o distintivo de Monitora. Amélia sentiu uma mão pesar em seu ombro. Era Severo.
- Você vai continuar a fugir de mim, ou nós vamos poder conversar?
- Severo. - Ela respondeu, relutante - Eu realmente tenho que ir ao salão comunal agora! Eu estou tão cansada.
- Você vai falar comigo agora.
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