Só Um Beijo



CAPÍTULO XII. - SÓ UM BEIJO

Aquilo seria um elogio?’

- Por que, Sev?

- Ora, Amélia, porque está claro que você vai recusar! Quer dizer, eu não consigo te imaginar saindo com um sangue-ruim pobre!

Ela o encarou, incrédula.

Será que todo mundo pensa isso de mim?’

Sem perceber ou ter muita certeza do porquê, Amélia se irritou e começou a aumentar a voz gradativamente enquanto falava.

- E porque não, Severo? Será que eu sou tão fútil que a primeira coisa que eu vejo numa pessoa é o dinheiro? Ou o sangue? Pois você não me conhece tão bem assim! Eu não ligo para essas coisas!

- Amélia, eu...

- EU NADA! FIQUE CALADO E ME ESCUTE! Sabe, Severo, eu realmente me achava superficial! Mas, agora, ouvindo você, eu vejo que, comparada a você, eu não sou nada fútil! Sabe o que eu pensei quando ele me chamou para sair? Eu pensei no quão maravilhoso ele era!

- Améli...

- Sabe o que é pior? Quando eu penso que eu queria que você... Que eu queria que nós... AHHHHHHH ESQUEÇA! Você jamais entenderia mesmo!

- Ame...

- E QUER SABER? Eu não ia sair com ele não! Mas agora eu vou! E eu vou namorar ele! E eu vou ser feliz! ADEUS, SEVERO SNAPE!

Amélia estava tão irritada que até se esqueceu que estava em detenção. Deixou o corujal batendo os pés e bufando. Por que tinha se irritado? Ela, sinceramente, não sabia dizer... Mas estava se sentindo estranha... Sentia vontade de chorar... A medida em que se distanciava do corujal, Amélia começou a diminuir o passo... Sabia que o amigo tinha ficado confuso...

E é muito bem feito pra ele!’

XxXxXxX

No dia seguinte, ainda movida pela inexplicável raiva, aceitou o convite de Frederick. Eles foram para Hogsmeade, onde ele disse que estava gostando dela já há algum tempo. Ela pediu um tempo para pensar... E esse tempo durou exatamente duas semanas. O primeiro beijo do casal foi depois da vitória grifinória sobre a Sonserina no quadribol. Assim que Tiago Potter pegou o Pomo, Amélia voou até Fred e deu um demorado beijo nele. No momento ela não quis admitir, mas só fez isso porque Severo estava numa arquibancada bem próxima... E o garoto pareceu não ter gostado muito.

Os dois amigos não se falaram pelo resto do ano letivo. Claro, isso reduziu em muito as visitas de Amélia à torre da Sonserina... O pior é que, algum tempo depois, ela nem se lembrava mais porque tinha brigado com ele. Não tinha raiva alguma dele (aliás, por mais que ela quisesse negar, dizendo que o namoro com Frederick estava perfeito, ela ainda tinha uma queda pelo amigo), e acreditava que ele também não tinha raiva dela... Mas ambos eram muito orgulhosos para tentar uma reaproximação. Assim, os dois apenas se ignoravam... E Amélia sentia muito... Doía ficar sem o amigo.

Mas a vida pessoal de Amélia não foi o centro das atenções naquele ano. Foi a tensão. A tensão em todo mundo mágico. Em meados de março, as atenções se voltaram totalmente para o mundo Reino Unido: O seqüestro de Lady Alexandra finalmente terminou – ela foi encontrada morta numa ruela de um bairro pobre trouxa de Londres.

E ainda não foi isso o que apavorou o mundo: Foi o estado em que o seu corpo se encontrava: Ela tinha marcas de todos os tipos de tortura e as suas costas estavam arranhadas de uma maneira que uma estranha figura se formava: uma horrenda caveira com uma cobra saindo do que seria a sua boca. No estômago dela foi encontrado um bilhete que dizia:

Aos trouxas, Sangues-ruins e Simpatizantes”:

Nós vamos limpar o mundo da sujeira que vocês representam! O que aconteceu com essa vaca é apenas o começo. A nova era está chegando, e quem não está conosco, está contra nós. E quem se atrever a ficar contra nós, será punido. Estejam avisados!

Ass: Comensais da Morte. “

Ela se lembrou imediatamente da manchete que tinha achado no quarto de Severo e do que a mãe dele tinha dito... História acontecendo. Ela até pensou em conversar com ele sobre o assunto, mas o orgulho, mais uma vez, não deixou.

Depois do assassinato de Lady Alexandra, vários outros crimes começaram a abater o Reino Unido. Todos os crimes eram semelhantes: trouxas e sangues-ruins eram seqüestrados, torturados e mortos. Os criminosos sempre deixavam aquele mesmo desenho bizarro em todas as cenas dos crimes. A figura foi carinhosamente apelidada pela imprensa de “Marca Negra”.

A freqüência dos ataques foi aumentando numa velocidade espantosa e ninguém conseguia descobrir quem estava por trás deles e quem eram os tais Comensais da Morte. Uma onda de pânico foi tomando conta dos povos, e os líderes do mundo trouxa se uniu com os líderes do mundo bruxo para exigir respostas aos governantes do Reino Unido... que começou a perder a sua população.

Os pais de Amélia também se deixaram levar pela onda de pânico. Como o pai dela era um simpatizante da causa trouxa, ele chegou à brilhante conclusão que sua filhinha corria perigo. Bastaram três ataques para ele mandar uma carta que dizia:

Amélia,

Eu sei que você está gostando da escola e das pessoas da Inglaterra, mas, como você já deve saber, o Reino Unido não é mais um local seguro. Esses rebeldes que se auto-intitulam como 'Comensais da Morte' podem acabar achando que seqüestrar a filha de um político seja uma boa publicidade para o movimento deles... E eu temo por você, minha filha, já que sempre lutei pela integração dos bruxos e trouxas. Não é mais prudente te manter em Hogwarts. Estarei cuidando da sua transferência logo.

Com amor

Papai.”

Ela, naturalmente, quase enlouqueceu ao ler a carta. Imediatamente mandou uma resposta para ele dizendo que não voltaria para os Estados Unidos nem arrastada. Depois, pediu ajuda a Dumbledore, que prometeu interceder por ela.

E ele conseguiu. Depois de muita resistência, o pai de Amélia finalmente decidiu deixar que ela continuasse os estudos até terminá-los... Mas com as seguintes condições: Ela não deixaria o terreno da escola por nada, nem para ir a Hogsmeade, e também não se aproximaria da Floresta Proibida e nem deixaria o castelo sozinha. Ou após o escurecer. Ela, triste, obedeceu.

Mas Amélia jamais agüentaria uma vidinha sem-graça naquele castelo sem-graça... A solução: Ela foi apresentada às tradicionais festas que os Sonserinos mais populares davam.

As festas aconteciam quase todo fim de semana. Sempre em lugares diferentes e convidados iguais. Eram divertidíssimas! Tinha muita música, muita dança... e muita bebida! Amélia era a única que não bebia.

Augusto Malfoy era um dos principais organizadores da festa, junto com uns três garotos do sétimo ano. Assim que ele soube que Amélia estava presa no castelo, contou a ela sobre as festas e a única coisa que ela teve que fazer para ser convidada VIP foi prometer não contar a ninguém... O que não foi muito difícil, já que o namorado dela acreditava veemente que ela era uma santa e que jamais iria para tal lugar. A única pessoa que desconfiou de alguma coisa foi Elizabeth Thompson, a colega de quarto intrometida. Mas Amélia disse que ia estudar e ela engoliu.

Por falar em festa, foi numa que Amélia se despediu de Hogwarts em seu quarto ano. A festa de formatura de Frederick Schwartz.

XxXxXxX

Amélia estava deslumbrante. Tudo parecia um sonho: ela estava linda, com o garoto lindo... As luzes... A música... Por um momento, Amélia chegou até a pensar que pudesse estar verdadeiramente apaixonada por seu namorado... Mas só por um momento, afinal, nada é perfeito.

- Amélia, vamos lá no jardim! Eu tenho uma coisa para te falar!

Ela não deveria sair do castelo de noite, mas essa era uma ocasião especial, afinal ela iria dar uns beijos no namorado para fechar a noite com chave de ouro.

Ela o acompanhou. Ele a levou até um banquinho perto de uma roseira e se sentou. Ela se acomodou ao lado dele. Ele deu um beijinho sem-graça no rosto dela.

- Eu tenho uma ótima notícia, Amélia! – Ele disse, radiante.

- Diga – ela sorriu, meio desconfiada.

- Eu serei o novo reserva do Liverpool Wizard! – Ela deu um gritinho de excitação (e de alívio) e o abraçou.

- Como? Você nem fez teste! Eu estou tão feliz! - o abraçou de novo.

- Meu primo é um dos diretores do time. Ele trouxe os outros diretores para ver o nosso jogo final e eles gostaram de mim! E é isso! Eu realmente serei jogador profissional! O que você acha disso? - Eu acho fenomenal, você sabe disso!

Ele começou a beijar ela. Quando estava começando a esquentar, ele parou, com uma expressão bem estranha na cara.

- Bom essa foi a boa notícia. A má é que nós vamos ter que terminar.

Ela se sentiu tonta. Como se o tempo parasse. Como se tudo e todos tivessem parado de falar e olhassem para ela, esperando uma reação. Ela começou a piscar várias vezes.

- P...P... Peraí! Você está me dando um fora?

- Não exatamente.

- Então o que exatamente você está fazendo?

Ele suspirou e segurou a mão dela.

- Se eu não fosse ficar longe, eu até continuaria com você! O nosso namoro é ótimo! Mas não dá pra continuar juntos com a distância, né?

- Você está me dando um fora? – Amélia se levantou e começou a andar de um lado para o outro, gesticulando freneticamente e falando com o vento. - Eu não posso acreditar! Eu estou levando um fora! Um fora! Um maldito pé na bunda! EU! – ela se virou para Fred - Logo eu! Eu nunca levei um fora! Eu já dei fora! Muitos! Mas, levar? – Olhou para os lados e suspirou. - Eu tenho que pensar sobre isso!

E saiu atordoada. Foi, é claro, para a festa que estava sendo dada pelos sonserinos, na sala dos troféus.

Ela mal colocou os pés na festa e já começou a se sentir melhor. Música alta... Gente bonita dançando...

Tudo que preciso para curar a minha dor-de-cotovelo’

Foi recepcionada por Augusto, que segurava um whisky e Judith Parkinson, uma quartanista da sonserina.

- Amélia! Que bom que você veio! Percebeu que a festa do seu namorado era muito chata e decidiu procurar alguma diversão?

- Mais ou menos isso, Augusto... O que aconteceu com Bella!

Com quem você estava namorando até ontem?’

Ele riu, com desdém.

- Bella está doente! Não pode vir para a festa!

- Você ainda está com ela?

- Hoje não! – Ele riu. Amélia o acompanhou. Já estava miserável mesmo! Queria mais era que ficassem miserável junto com ela! E se fosse Bellatrix a magoada, melhor ainda - Bom, minha amiga, o que posso fazer por você?

Ela olhou para a cara de Augusto. Depois para o copo que ele segurava. Tomou o copo da mão dele.

- Pra começar, você pode me ceder essa bebida!

- Mas você não bebe!

- Agora bebo!

Tomou todo o conteúdo do copo de uma vez só. Era bem forte e amargo... Definitivamente, muito melhor do que os sucos de abóbora e as cervejas amanteigadas que serviam na festa de formatura. Augusto a olhou com interesse.

- Sabe o que eu sempre quis saber, Augusto? Como vocês conseguem trazer essa quantidade de bebida para dentro da escola sem serem notados!

- Nós temos nossos contatos!

- Não me digam que vocês subornam Filch?

- Na verdade, minha amiga, sim! Subornamos! E ele é bem pago para comprar a nossa bebida!

- Ele compra as bebidas?

- Exatamente! Mas isso é o nosso segredo, OK?

- OK!

Sentindo-se mais leve do que nunca, Amélia foi para o meio da pista de dança. Começou tímida, mas, depois de algumas taças de vinho branco, doses de tequila e coquetéis com muito álcool, estava dando um show! Uma roda se abriu ao redor dela, todos querendo ver as suas danças cada vez mais sensuais.

Olhou de relance para o canto da sala. Severo estava lá, parecendo entediado. Os dois ainda não tinham se falado desde o incidente no corujal e Amélia, por puro efeito do álcool, começou a achar que essa era a hora de fazer as pazes. Puxou o garoto violentamente para a pista de dança.

Ela mal tinha começado a dançar sensualmente para um Severo muito sem-graça e raivoso quando a música mudou de ritmo bruscamente. Uma melodia lenta passou a ser tocada. Amélia se enroscou no pescoço de Severo, que ficou bem surpreso.

- Deixa de ser chato! – ela disse com a voz uma tanto inebriada - Vamos dançar! - Nenhuma reação - Olha, é só colocar as mão na minha cintura e se balançar!

Vendo que ele não ia reagir, ela pegou as mãos dele e colocou-as ao redor da cintura dela e começou a guiara. Mas logo ele estava dançando. Sem mencionar uma palavra, ela encostou os lábios na orelha dele e mordiscou. Ele suspirou. Ela disse.

- Sevvie, eu estou tããããããããããão bêbada!

- Eu percebi.

- Você tá com raiva de mim, Sevvie!

- Vou ficar, se você não parar de me chamar por esse apelido ridículo.

- Eu acho que nós temos que conversar!

Ele respirou impacientemente, mas pareceu concordar com a amiga. Segurou a mão dela e a levou para o lugar mais vazio e silencioso da sala. Os dois se sentaram frente-a-frente.

- Sevvie, sou eu ou a sala está girando?

- É você! - ele respondeu, secamente - Amélia, é melhor que você volte para a Grifinória. Eu te levo até lá. Você não está nada bem!

- Não! Eu estou bem! Só um pouquinho alcoolizada! – ela gesticulava para que ele parasse de se preocupar com o seu obviamente não tão bom estado - E nós temos que conversar!

- O que você quer dizer, Amélia?

- Sabe... Eu... - Os olhos dela começaram a se encher de lágrimas - EU SENTI A SUA FALTA, SEVVIE!

Depois desse grito histérico, Amélia se agarrou no pescoço de snape, que ficou visivelmente embaraçado com a situação.

- Amélia... AMÉLIA!

Ela pulou de susto e o olhou, estática.

- Eu vou te levar para a Grifinória agora!

Ele se levantou e a segurou rudemente pelo braço. Ela se acelerou e, mais uma vez, se enroscou no pescoço dele, lânguida. O encarou.

- Sabe, Sevvie, que você tem uma voz muito sensual? – ela disse num tom macio e sensual. Ele a olhou, confuso.

- Amélia, você precisa dormir...

- Com você! – ela deu uma risadinha.

- Mia...

- O que foi? Você não tem nem uma atraçãozinha por mim?

- Claro que tenho! – Ele pareceu se arrepender imediatamente do que tinha dito - Mas você está bêbada! E provavelmente vai se arrepender de tudo isso amanhã! Isso se você se lembrar!

- Ai, Sevvie! – ela aproximou os lábios até quase encostá-los nos dele - Eu acabei de levar um fora! Você realmente acha que eu vou me arrepender de alguma coisa? – Encostou os lábios e disse num tom quase inaudível. - Só um beijo, Sevvie!

XxXxXxX

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