Bomba de Bosta na Sala de Dous
CAPÍTULO XIV. BOMBA DE BOSTA NA SALA DE DOUSSET
"Você vai falar comigo agora”.
Snape agarrou o braço de Amélia com força. A garota se zangou. Mas, antes que ela pudesse dar uma resposta bem mal-educada, Sirius e Tiago chegaram para interromper a grosseria de Severo.
- Desinfeta, Ranhoso! – Sirius falou.
- Você não percebeu que ela não está a fim de conversar com você? - Tiago continuou.
O rosto de Snape se avermelhou de tanta raiva. Ele já estava pronto para sacar a varinha quando Ameia interrompeu-o.
- Calma! Eu vou falar com você, Severo! Sirius, Tiago, obrigada, mas não precisam me defender... Pelo menos não dele!
Os grifinórios e o sonserino trocaram olhares furiosos antes que aqueles seguissem os seus caminho e deixassem Amélia e Severo (relativamente) a sós para conversar. Ela o levou para um lugar mais afastado, bem isolado dos ouvidos curiosos dos outros alunos... Mesmo sabendo que não podiam demorar, ou perderiam a nova senha.
- O que foi?
- Por que você não retornou as minhas cartas durante o verão? - Ela não respondeu. - E por que você não falou comigo no trem? E me evitou agora há pouco?
- Eu... - Amélia tentou parecer calma, embora o seu coração estivesse martelando no peito - Não sei do que você está falando.
- É tudo por causa do que aconteceu na festa do ano passado, não é? – Ele fingiu que não escutou a resposta que ela tinha acabado de dar. Amélia sentiu o rosto ficar quente e a garganta secar. Abaixou a cabeça. - Eu sabia! – Ele sussurrou.
- Sev, eu estou tão imensamente arrependida do que fiz! Eu não consegui parar de pensar em como aquilo poderia ter estragado a nossa amizade e...
- E você decidiu me ignorar e acabar com ela de vez!
Ele estava furioso... e com razão!
‘Por que eu tive que ser tão estúpida?’
- Desculpa... – os olhos dela se encheram de lágrimas.
Ele a olhou por um instante... e, para a surpresa dela, ele deu um sorriso... Na verdade, um quase imperceptível sorriso, mas, ainda assim, um sorriso.
- Apenas não haja como uma criança novamente, OK? – Ele, provavelmente, queria consolá-la... Mas a frase saiu um pouco mais ríspida do que ele planejava. Mas Amélia não se importou. Abraçou o amigo. Suspirou no ouvido dele.
- Então vamos colocar uma pedra no que se passou. Vamos fingir que eu nem fui naquela festa!
- OK - e, para a surpresa dela, ele retribui o abraço.
Depois de alguns segundos (que pareceram horas para os dois), eles se separam. Ela olhou para o grupo de grifinórios, agora distante.
- Acho que, se não formos agora, perderemos a senha nova!
- Te vejo amanhã?
- Claro!
Naquela noite, Amélia dormiu em paz, sabendo que não tinha perdido o seu melhor amigo.
XxXxXxX
Aquele ano fora, provavelmente, o mais difícil que Amélia enfrentou junto aos seus amigos em Hogwarts. O clima pesado por causa da guerra que assolava o mundo mágico estava sendo somado ainda com a pressão dos NOMs. Todos. Absolutamente todos os professores estavam correndo com as matérias, exagerando nos trabalhos e enchendo a paciência de todos os alunos com discursos diários sobre a importância de se sair bem nos testes.
Amélia estava estudando mais do que nunca... Menos Defesa Contra as Artes das Trevas. Motivo: Professor Dousset. Não é que ela não gostasse dele... é que ela o odiasse! Para Amélia, não existia na face da terra alguém pior do que o chato, ranzinza, encarnação masculina (ou não) da bruxa da Branca de Neve, Dousset. Bom, talvez Voldemort.
Bom, mas mesmo Professor Dousset tinha mudado um pouco por causa do clima de NOMs. Ele já não dava à Amélia tantas detenções... E também não se importava mais com os desaforos que ela soltava durante as aulas... Pensando bem, ele estava bem distante naquele ano.
‘Talvez seja a guerra’
Mas o fato dele já não pegar tanto no pé de Amélia, não mudava em nada o que ela sentia por ele... Puro desprezo.
De qualquer forma, já era o mês de Dezembro e Amélia ainda não tinha pego ainda nenhuma detenção com ele... Seria isso um bom sinal?
Amélia balançou a cabeça, tentando parar de pensar nas mudanças psicológicas do professor. Já estava no meio do caminho para a aula dele e ainda não tinha pensado em nenhuma maneira de fazê-lo perder a cabeça hoje... E já estava ficando sem tempo.
Ela chega no corredor que leva a sala de Defesa contra as Artes das Trevas, ainda sem conseguir pensar em nada.
‘Eu acho que vou apenas ser uma boa menina hoje’
Ela dobrou o corredor e viu uma grande aglomeração de alunos na porta da sala. Franziu o cenho e correu para ver o que tinha acontecido.
No meio de um grande círculo de alunos, estava Argo Filch, o zelador, aos berros.
-...Quando eu descobrir quem foi o autor dessa brincadeirinha de mau gosto, eu não vou me importar com as regras de proteção ao aluno que foram tão sabiamente impostas pelo nosso diretor! Escutaram? Quando eu pegar os delinqüentes, eles vão sofrer!
Amélia, intrometida como sempre, foi para o centro do círculo, onde estavam, além de Filch, Lílian e Remo (Monitores da Grifinória), Augusto e Bellatriz (Monitores da Sonserina) e Dousset. Amélia falou:
- Posso saber o aconteceu aqui? Não devíamos estar tendo aula?
- Deveriam sim, srta Lair! - Filch olhou maldosamente para Amélia - Mas quatro dos nossos queridos alunos decidiram pregar uma peça no seu professor!
- O que eles fizeram?
- Entre e descubra! - Dousset respondeu, ríspido.
Amélia suspirou e entrou na sala. A visão não era uma das mais animadoras: As paredes estavam todas cobertas de fezes de algum animal. Os papéis, as mesas... Absolutamente tudo estava sujo. Augusto entrou e pousou a mão no ombro de Amélia.
- Quando chegamos já estava assim. Ninguém sabe quem foi. Vamos sair daqui! O cheiro está insuportável!
Os dois alunos saíram da sala. Amélia falou diretamente com Dousset assim que voltou ao círculo.
- Porque não usamos feitiços limpantes? Se todos nós ajudarmos, a sala vai ficar pronta para aula num piscar de olhos.
- Pensou rápido, sta Lair! - Dousset sorriu maldosamente vitorioso para Amélia - Dez ponto para a Grifinória!... E menos cinqüenta pontos por sujar a sala!
‘O QUE’
Amélia demorou um pouco para entender que ele...
- Você está insinuando que fui eu quem fez isso? – Indignada.
- Ora, Lair...
- SRTA LAIR
- Srta Lair, onde você estava pouco antes das aulas começarem? Por que a senhorita chegou atrasada? - Ela abriu boca para responder, e foi prontamente interrompida pelo professor. - Eu digo pela senhorita! A senhorita estava lavando as mãos! Seria muito suspeito chegar aqui com bosta de boi nas mãos, não?!
Amélia estava achando a situação tão absurda que riu. Filch tomou isso como a confissão e a segurou pelo braço.
- Com sorte, srta Lair, eu consigo a sua expulsão!
- EI! ME SOLTE! EU NÃO FIZ NADA!
- Filch! - Dousset, rindo abertamente, ordenou. - Leve Snape, da Sonserina, também. Ele sempre está com ela nessas coisas.
Antes que Filch pudesse chegar perto de Snape, a voz de Sirius ecoou no silêncio sepulcral que tinha se instalado entre os alunos.
- Solta ela, Filch! Eu te asseguro que ela não fez nada!
O olhar maldoso de Filch agora se lançou sobre o garoto.
- E eu posso saber como pode me assegurar isso?
- Bom er... Eu... Ela estava comigo! Chegou atrasada porque nós íamos matar aula para... er... ficarmos juntos!
Amélia corou imediatamente.
‘De onde ele tirou isso?’
O sorriso de filch se empalideceu.
- Ficar juntos? Como assim, ficar juntos?
- Ah, Filch! Ficar juntos, oras! - Sirius respondeu gesticulando impacientemente - Ficar junto de uma maneira que, provavelmente, nem você nem ele - Sirius apontou para Dousset - Já ficaram com uma mulher!
Filch, depois de fazer a cara de quem acabou de ter uma epifania, soltou Amélia. Ela correu para o lado de Sirius. Todos olhavam para eles...
‘Convencer esse povo que tudo não passou de uma manobra para conseguir um álibi não será fácil!’
Dousset, vermelho de raiva, falou (ou seria mais apropriado dizer cuspiu?).
- Eles iam matar aula, Filch! Devem ter detenção!
- Nós íamos matar aula, mas não matamos! - Amélia falou, já mais tranqüila. - O senhor não pode dar detenção porque nós queríamos matar aula!
- Tudo bem... - Dousset suava e se tremia de tão nervoso - Então vocês dois podem ir... Mas Snape fica!
Amélia, que há pouco tinha experimentado a sensação de pleno alívio, voltou a ficar tensa. Qualquer um que tivesse feito aquilo conseguiria uma bela suspensão. E um teste aconteceria em dois dias... Se Severo fosse suspenso, perderia o teste e a nota. E, Amélia não sabia bem o que, mas Severo tinha uma boa razão para tirar as boas notas que ele sempre tirava... Algo haver com o pai dele.
Ela sabia que ele não tinha feito essa brincadeira... Não era do feitio dele! Ela tinha que fazer algo!
‘Pensa, Mia, pensa!’
- Hummmmmmm... FILCH! Filch espera! - O zelador, que já estava para virar o corredor, encarou a moça - Bom, Errr... Quando eu cheguei aqui, você disse que isso tinha sido feito por quatro alunos, certo?
- Certo. E daí?
- Como você sabe disso?
- Uma carta.
- Posso vê-la?
- Não! É prova do crime.
E ele voltou a andar. Crime? Ele não estava pegando um pouco pesado? Amélia correu e o alcançou.
- Mas eu tenho fortes razões para acreditar que não foi Severo!
- Srta Lair, eu estou fazendo o meu trabal...
- Eu não hesitarei a contar ao diretor sobre uma certa contribuição que você vem recebendo através dos anos dos alunos sonserinos
Essa frase, quase sussurrada, que Amélia falou, fez Filch ficar amarelo. Ele entregou a carta imediatamente.
“Merda para um professor que só fala merda!
Ass: Pontas, Aluado, Rabicho e Almofadinhas.”
- Pontas, Aluado, Rabicho e Almofadinhas? Filch, qual desses Severo seria? Ora, vamos! - Ela se voltou para os alunos e disse em voz alta - Todos nós, que conhecemos Severo, sabemos que ele não é muito fã de apelidos! Quanto mais apelidos tão idiotas! Além disso, se fosse Severo, com ele estariam mais três pessoas! Provavelmente, os melhores amigos dele! Augusto Malfoy, Bellatrix Black e eu! Uma ausente e dois Monitores! Se forem suspeitar de Severo, vão ter que suspeitar de todos nós!
Augusto fitou ameaçadoramente Dousset e pergunta pausadamente.
- Você vai me acusar, Dousset?
O olhar de Dousset traduzia medo. Ele colocou a mão na testa, para limpar o suor e acenou que não com a cabeça. Depois, falou com a voz fraca.
- Não temos suspeitos. Vocês estão liberados da aula de hoje.
Filch olhou para o professor, implorando com o olhar para que ele mudasse de idéia. Ele apenas abaixou a cabeça e entrou na sala. A multidão logo de dispersou. Só sobrou Amélia, Severo e Sirius.
- Amélia - Severo se aproximou - Eu queria dizer... Er...
- Tudo bem, Severo! - Ela sorriu - Não é da sua natureza agradecer!
- Vejo que você me conhece bem.
-
De nada.
- Você não quer ir lá pra sonserina? Er... Estudar?
- Errr... - Ela olhou para Sirius e então para Severo - De noite eu passo por lá!
Sem dizer uma só palavra, Severo de virou e saiu. Amélia foi até Sirius.
- Bom você tem algumas coisinhas para me explicar!
XxXxXxX
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