Fornius potest protectus



Sexto capítulo - Fornius potest protectus



Molly Weasley preparava o almoço na cozinha da Toca. Ficava meio temerosa de ficar sozinha em casa, mas sabia que o teste de aparatação dos garotos não demoraria. Apontou a varinha para a pia e fez com que as louças sujas se lavassem. Diversas panelas fumegavam no fogão, a famosa comida da Sra. Weasley. Molly puxou uma cadeira e sentou-se com os cotovelos apoiados na mesa. Puxou o relógio para junto dela e ficou observando todos os ponteiros, demorando mais no ponteiro de Percy. “Oh Percy, quando você vai voltar? Você poderia tanto voltar...” Levantou e foi até o fogão para mexer um pouco o molho que estava cozinhando. Logo que verificou todas as panelas voltou a se sentar. Quando olhou o relógio viu que os ponteiros de Arthur, Gina, Mione, Rony, Harry e Percy mudaram para “VIAGEM”. “Percy... Percy está vindo junto?” Poucos instantes depois, escutou diversos estalos de aparatação e a porta da cozinha abriu.

- Arthur! O Percy está com vocês? O que aconteceu? Vocês parecem exaustos!
- Houve um ataque no Ministério, Molly. O Percy está conosco.
- Ataque? Meu Deus... Vocês estão feridos? As garotas... Gina! Vocês estão bem?
- Acalme-se Molly! Estamos todos bem.
- E o Percy? Aconteceu alguma coisa com ele? – Perguntou com a voz fraca.
- Não mamãe, eu estou bem graças ao Harry e o Rony. – disse Percy entrando timidamente na cozinha

Todos já haviam se acomodado, inclusive Remo, Tonks e Moody. Ouviram-se mais dois estalos do lado de fora.

- Será que ele ajudou?
- Ah!!! Se ele não ajudou... Na hora que eu pegar ele... - escutaram um dos gêmeos falando ainda do lado de fora da casa.
- Na hora em que NÓS pegarmos ele, maninho!- o outro já vinha emendando.
- Percy!- exclamaram os dois ao mesmo tempo - Quer dizer então que o idiota do nosso “querido irmão” resolveu voltar? Será que o “pequeno” susto no ministério foi o suficiente para ele murchar aquela prepotência toda? - emendou Fred que mal conseguia conter a vermelhidão que tomava conta de todo seu pescoço e rosto.
- Como vocês ficaram sabendo? – perguntou Mione. – O ataque foi agora!
- Esse tipo de notícia corre rápido Mione, principalmente depois do que o Harry fez dentro do Ministério. Mas o que queremos saber é se o nosso querido irmão fez alguma coisa decente durante o ataque. – Falou Fred cruzando os braços com cara de poucos amigos.
- O Percy lutou ao meu lado, Fred. E bravamente. – Respondeu o Sr. Weasley.

Todos ficaram calados. Fred e Jorge se adiantaram em direção a Percy. Fred puxou a varinha, fez um gesto e apareceu um embrulho.

- Mamãe achou que havia perdido, mas fomos eu e Jorge que pegamos. Íamos enfeitiçar e mandar para você, mas não deu tempo. Pegue! – disse jogando o embrulho para Percy que pegou e abriu. Dentro havia o suéter que a Sra. Weasley havia tentado dar para ele no Natal.
- Obrigado... – Respondeu com a voz embargada. Jorge puxou a varinha e conjurou um pequeno tubo colorido. Hermione estreitou os olhos. Já tinha visto um tubo igual.
- Este é um presente meu e do Fred. Estávamos guardando ele pro Harry, mas acho que ele vai entender. Só peço para você tirar os óculos, o efeito fica melhor.

Percy pegou o presente com um pouco de receio, pois conhecia bem os irmãos que tinha, mas resolveu dar um voto de confiança. Afinal, eles já haviam dado o suéter. Tirou os óculos e começou a girar a tampa lentamente. Todos estavam curiosos para saber o que era. De repente, uma baforada de fumaça cobriu Percy que deu um grito. Quando a fumaça dissipou, todos olharam para ele que estava com um grande hematoma no olho esquerdo. De dentro do tubo saía um pequeno punho preso em uma mola.

- Isto é para você nunca esquecer que um Weasley não se separa de sua família.
- Eh... Pode deixar Jorge. Não vou esquecer. – disse passando a mão pelo olho roxo.
- Mas que história é essa de ataque?-perguntou Molly ainda bastante preocupada.
- É isto mesmo, Molly. – Rosnou Moody. – De repente o átrio do Ministério estava pululando de Comensais da Morte.
- Mas por quê? O que Você-sabe-quem ganharia invadindo um lugar cheio de aurores?
- Talvez porque eu estaria lá hoje, Sra. Weasley. – Harry, que estava em silêncio desde a chegada, se manifestou.
- Mas como ele saberia que você estaria lá, Harry? – Perguntou Hermione.
- A Dolores Umbridge, Mione. – Respondeu Rony – Ela é espiã de você-sabe-quem.
- Como vocês sabem?
- O Harry desmascarou ela. – Respondeu Percy.
Todos que haviam participado da defesa no Ministério se revesavam explicando à pobre Sra. Weasley, que ficava alternando suas expressões entre preocupada e furiosa, cada um dos detalhes da batalha travada no Átrio. Em um determinado momento, quando Arthur narrava a participação das garotas, a Sra. Weasley não conseguiu se conter.
- As meninas também?-disse ao mesmo tempo em que dava um pulo da cadeira.
- Sim mamãe, nós também.
- ARTHUR! Como você pode deixar?
- Ora Molly, você fala como se fosse fácil segurar estas duas.

Todos sorriram para Gina e Hermione. Realmente seria quase impossível segurá-las. Continuaram a narração dos eventos - eles estavam ansiosos e excitados com a ação- quase atropelando uns aos outros pela vez. O único que se mantinha ouvindo, além de Molly, era Harry. Ele ainda não conseguia entender direito o que havia acontecido. Como teria conseguido fazer aquilo? Quem era aquele comensal?
- Mas nessa parte, mamãe, não sei explicar direito o que aconteceu. Eu fui atingida por um feitiço e desmaiei. Só me lembro de acordar no colo de Harry.
Todos se voltaram para Harry, esperando uma declaração ou mesmo uma explicação. Foi quando ele resolveu falar o que se passava em sua mente.

- A luta estava muito acirrada, já estava ficando esgotado. Então consegui fazer aquele comensal parar, mas de repente ele lançou um feitiço em Gina. Fiquei desesperado, não podia perdê-la. Senti a fênix queimar no meu peito. Aquilo foi como se uma represa rompesse dentro de mim. Consegui canalizar toda minha magia diretamente para a varinha. Senti que podia fazer o que quisesse, sem precisar de fórmulas mágicas, nada. Apenas desejei acabar com toda aquela luta e prender aqueles bastardos. Tinha certeza que iria funcionar. Bem... acho que foi isso. Depois peguei Gina e concentrei em curá-la. Vocês nem imaginam o quanto fiquei aliviado quando ela abriu os olhos.

- Mas que fênix é essa, Harry? – perguntou Remo.
- A fênix que eu dei pra ele de aniversário. - Explicou Gina.
- Que fênix é essa Gina? – Perguntou Arthur.
- Quando Harry contou que durante o ataque à casa dos tios, foi atingido por uma fênix de fogo, pensei em dar para ele um pingente. A Mione me ajudou.
- Mas o que o Harry fez? O que aconteceu? – Perguntou Molly.
- Quando ele lançou o feitiço no chão, uma onda de energia varreu o átrio. Todos os comensais ficaram presos nas paredes enquanto os funcionários que estavam debilitados começaram a levantar. Em suma, Voldemort terá uma grande baixa em suas fileiras. – Concluiu Lupin.
- O comensal que atingiu Gina foi pego? – Perguntou Harry.
- Não, Harry. – Respondeu Hermione – Pouco antes de você lançar o feitiço ele desaparatou. Por quê?
- Aquele bandido era diferente...
- Diferente como? – Perguntou Rony.
- O sotaque dele, por exemplo. Decididamente não era inglês. Outro detalhe que chamou minha atenção foi o respeito com que me tratou.
- Ora Harry, até eu que sou mais bobo te trato com respeito.
- Você não está entendendo, Jorge. Todas as vezes que encontrei comensais sempre fui tratado com desprezo, escárnio. Este não.
- Como ele era Harry?
- Alto, moreno, o cabelo muito liso preso num rabo.
- Não me lembro de ninguém nesta descrição. – Disse Moody.
- Nem eu. – Lupin falou pensativo.
- Será que não é um novo aliado de vocês-sabem-quem?
- Provavelmente, Rony. Tonks, você poderia dar uma verificada nos arquivos do Ministério? – Perguntou Remo.
- Claro querido, pode deixar comigo. Tenho mesmo que voltar pra lá. Tenho que ajudar os outros. – Tonks deu beijo em Remo e se encaminhou para a porta. Parou debaixo da soleira e virou-se. – Hei Harry! Parabéns! Aliás, vocês todos. Excelente trabalho. Até logo.
- Vocês estão todos bem? Gina querida, você não quer ir ao St. Mungus para dar uma verificada? Só pra ver se está tudo realmente bem?
- Não precisa mamãe. Está tudo bem.
- Então é isso. Vamos comer e depois vocês irão descansar. Não vamos falar mais nesse ataque por enquanto. Quero todos bem alimentados para mais tarde discutirmos os detalhes do casamento do Gui e da Fleur. Depois veremos a repercussão disto tudo.
- Eu já vou Molly. Quero dar uma passada no Ministério para ver como estão as coisas por lá.
- Almoce conosco, Alastor.
- Obrigado, Molly. Fica para outro dia. Realmente tenho que ir.
- Também tenho que ir. Quero fazer contato com os integrantes da Ordem para fazermos a reunião amanhã.
- Onde será a reunião, Remo?
- A Minerva sugeriu que fizéssemos em Hogwarts, pois o testamento de Dumbledore será aberto amanhã também, e segundo ela, nós teremos que estar lá. Mas ainda não decidimos. Talvez, se o Harry permitir, seja no Largo Grimmauld. Bem, de qualquer forma nos encontramos amanhã. Até logo. – Remo foi saindo da cozinha acompanhado por Moody. Ao chegar à porta pareceu lembrar-se de alguma coisa, pois parou e virou-se. – Hermione, você conseguiu descobrir o feitiço que Dumbledore usou?
- Ainda não, Remo. Já procuramos, mas não achamos nada em nenhum livro. Se estivéssemos em Hogwarts acho que seria mais fácil. A biblioteca de lá é bem completa.
- Quem sabe não dá tempo de procurar amanhã? – falou Gina. – Teremos que ir até lá mesmo.
- É... quem sabe. Até amanhã então.



Depois que almoçaram, todos foram descansar, com exceção da Sra. Weasley, Fred e Jorge. Harry foi dormir um pouco, porém um pensamento que havia parado de assolar sua mente voltou com força total. “Gina poderia ter morrido hoje... Que droga! Por que tem que ser assim? Por que todos que amo acabam sofrendo?” Com esses pensamentos Harry adormeceu. Quando acordou não soube dizer quanto tempo dormiu. Nem como conseguiu dormir, pois parecia que Rony serrava uma cabaça de tanto que roncava. Notou que havia muito barulho vindo pelo corredor. Edwiges e Pichitinho estavam agitados em cima do guarda roupas de Rony. Harry pegou a varinha e foi andando cuidadosamente em direção a fonte do barulho. Quando chegou à sala teve uma visão inusitada: Carlinhos estava ajoelhado no peito de Percy, o rosto extremamente vermelho. Os músculos adquiridos com o trabalho com os dragões estufados sob as vestes. Gui, Fred e Jorge riam descaradamente enquanto a Sra. Weasley entrava em desespero.

- Solte ele, Carlinhos!
- O que este imbecil está fazendo aqui?
- Ele voltou para casa, veio junto com os outros.
- Então você resolveu voltar, é? Por quê? Viu qual o lado certo agora?

Quando Carlinhos chegou na Toca não esperava encontrar Percy. Estava conversando sobre o ataque com os irmãos quando Percy entrou na sala. Molly que havia ido à cozinha pegar um pouco de suco de abóbora para o filho não tinha contado sobre o Percy.

- Não... é... isso... Carlinhos... – Falou sufocado, os óculos tortos no rosto, afinal o mais forte dos Weasleys estava em cima dele. – Me... deixe... explicar...

Todos que estavam na sala viram que Harry havia chegado, menos Carlinhos e Percy.

- Oi Harry! – Cumprimentou Jorge – Venha ver conosco esta grande demonstração de amor fraternal. É muito... como posso dizer... instrutivo! Sim. Esta é a palavra.
- Ah... olá Harry! Estou tendo uma conversinha com o Percy Perfeito aqui.
- Solte ele, Carlinhos! – A Sra. Weasley não tinha mais a expressão amedrontada de antes. O tom usado por ela deixava claro que não aceitaria aquilo mais.
- Tudo bem mamãe, eu solto. Mas ele vai ter que explicar tudo direitinho. – Disse saindo de cima de Percy e indo em direção a Harry para cumprimentá-lo. – Tudo bem? Ouvi dizer que você arrasou no Ministério.
- Oi, Carlinhos. Eh... Não foi nada disso, não.
- Como não? Pelo que me contaram você prendeu todos os comensais.
- Eu não estava sozinho. Tinha muita gente ajudando. – Harry foi até onde Percy estava e o ajudou a levantar. Todos olharam impressionados, pois não esperavam que ele fizesse aquilo por Percy. Sabiam que ele havia ajudado o Ministério a difamar Harry.
- Obrigado, Harry. – Disse ajeitando os óculos.
- Não esquenta.
- E então Percy, o que você me explica?
- Sei que estava errado, Carlinhos, mas entenda...
- Entender o que, seu almofadinhas? Entender que você estava desprezando o papai e a mamãe? Negando à sua própria família? Ajudando Fudge a difamar Harry e Dumbledore enquanto eles estavam dizendo a verdade? Você imagina como nossa mãe ficava todas as vezes que tentava falar com você e recebia uma porta na cara? – Carlinhos já estava quase derrubando Percy de novo. Nenhum dos irmãos ria mais.
- Por favor, entenda Carlinhos... Sempre foi meu sonho trabalhar no Ministério, ter uma vida melhor...
- Vida melhor Percy? VIDA MELHOR? – Gritou Carlinhos. – Nossa família pode não ser rica, mas é digna, leal aos seus princípios! Princípios que você conhece desde que nasceu. Você pensou o que? Que estávamos do lado de Harry e Dumbledore apenas por gostarmos deles? Por que eles são ricos e nós não? Por que eles são bruxos poderosos? Não, Percy. Ficamos do lado deles porque eles estavam dizendo a verdade. Somente isto.

A gritaria de Carlinhos fez com que Rony, Gina, Hermione e o Sr. Weasley acordassem. Todos chegaram à sala assustados.

- Sei que não devia ter feito isto, mas é que fiquei meio cego...
- Isto é obvio, não é mesmo? – Disse Carlinhos cheio de sarcasmo.
- Carlinhos... Nós já perdoamos Percy. Peço que você também o perdoe.
- Mas papai, depois de tudo que ele fez?
- Sim, meu filho. Hoje Percy viu qual é o lado certo.
- Ou será que foi porque viu o poder de Harry? De repente ele pensou que estaria mais protegido.

Todos estavam em silêncio. Harry nunca poderia ter pensado que a discussão pudesse chegar àquele ponto. A tensão dominava a sala.

- Não foi por isso que quis voltar. – Disse Percy, as lágrimas escorrendo pelo rosto. – Já estava cansado disto tudo. Sentia saudades, mas tinha medo de voltar depois de tudo que fiz. Sei que agi como um trasgo, mas como disse antes, eu estava cego. De repente eu era o assistente do Ministro. Diversas vantagens e etc. Mas hoje, quando Harry e Rony me salvaram da Umbridge... Depois eu e papai lutando juntos... Hermione e Gina lutando feito aurores para salvar os outros... Tudo isto me fez ver o quanto minha vida estava sendo fútil. Vi naquele momento o lado que devia ficar. Por isso voltei.

Percy abaixou a cabeça e ficou encarando o tapete enquanto Carlinhos ficou olhando pra ele. Olhou depois para mãe que estava secando as lágrimas. Começou a andar em direção a Percy que não tinha coragem de encarar o irmão. Parou perto dele segurando o colarinho do pulôver e puxando ele para perto.

- Só espero que você não vacile em sua decisão.
- Me descul...
- Deixe isto pra lá. Me dê um abraço.

Os dois se abraçaram enquanto todos respiravam aliviados com o desfecho da discussão.

- Hei... Também não precisa me esmagar! – Disse Percy sorrindo muito.
- Bem que você estava merecendo, mas acho que Fred e Jorge já deram um jeito.
- E com muito prazer! – Disseram em uníssono, os Gêmeos.

Todos riram muito com a observação que eles fizeram. Carlinhos foi abraçar a mãe que ainda estava chorando.

- Agora que vocês terminaram, nós podemos comer alguma coisa? Meu estômago está roncando.
- Ce ta brincando, Rony? Isto nunca acontece! – Disse Gui fingindo espanto e arrancando mais uma rodada de risos. Depois disso todos foram para cozinha para comerem e conversarem a respeito do casamento.





Jawnehru caminhava pela estradinha que levava à fortaleza do Lord das Trevas. Andava com dificuldades devido à quantidade de ferimentos resultantes do feitiço que Harry havia lançado. “Realmente Potter é muito poderoso... o Lord nem imagina o quanto.” Estava temeroso quanto à reação de Voldemort, pois somente ele retornava da missão enquanto um pequeno exército estava preso agora no Ministério, e pior, preso por Harry Potter.

Rabicho entrou na sala e anunciou Jawnehru. Voldemort, que estava acariciando Nagini, apenas acenou permitindo a entrada. Não imaginou que Jawnehru, Amico e Aleto conseguissem capturar o garoto com facilidade, mas também não estava esperando pelas notícias que Vallabh lhe daria agora.
Vallabh entrou mancando. Muitos dos ferimentos ainda sangravam. Voldemort o encarou. Não era preciso dizer nada, a missão falhara miseravelmente.

- Pelo que posso ver Jawnehru, você não tem boas notícias. – Sibilou Voldemort, a fúria evidente no rosto viperino. – Onde estão os outros? Onde estão Aleto e Amico?
- Milorde... estão todos presos. Somente eu consegui fugir.
- Sério Jawnehru? – disse sarcástico – Como você explica o fato de vocês atacarem com um séqüito considerável de comensais, com o único intuito de capturar um garoto, e de repente você volta num estado deplorável dizendo que falharam e todos estão presos?
- Muitos aurores estavam no Ministério e outros funcionários entraram na luta. Estávamos conseguindo sobrepujar eles. Foi quando Harry Potter apareceu no átrio com seus amigos. Duelei com ele. Num determinado momento ele evocou um tipo de magia que nunca havia visto antes. Parecia que ele sabia e não sabia o que estava fazendo. Quando ele foi atacar, eu desaparatei. Voltei ao ponto de encontro, mas ninguém apareceu.

Voldemort começou andar pela sala, a varinha na mão direita. Enquanto andava, passava um dedo longo pela varinha. Nem Rabicho, nem Jawnehru atreviam a se mexer, apenas Nagini seguia seu mestre. Voldemort fez um rápido movimento e lançou Jawnehru contra a parede de pedra bruta. Os poucos ferimentos que haviam parado, voltaram a sangrar.

- Rabicho, vá chamar Snape, Bella e Greyback.
- Sim, Milorde.

Rabicho saiu correndo da sala. Jawnehru continuava preso a parede, as vestes totalmente sujas de sangue.

- Você tem ciência, Vallabh, que com este fracasso, estamos muito enfraquecidos? Que terei que repensar toda minha estratégia? Que a confiança que deposito em meus fiéis seguidores está abalada? – Voldemort fez outro aceno com a varinha e Vallabh caiu no chão arquejando. Ouviu-se batidas na porta e entraram Snape, Bella, Greyback e Rabicho. Ninguém demonstrou reação nenhuma quando viram Vallabh caído no chão.
- Mandou nos chamar, Milorde?
- Sim, Bella, mandei. Quero que vocês preparem um ataque a Azkaban. Vamos libertar nossos amigos. Porém, existe um detalhe: quero que seja na lua cheia. Greyback: quero os seus amigos para o ataque. Podem ir. Rabicho ajude Vallabh. Leve-o para que seja tratado.

Voldemort andou um pouco mais pela sala e parou próximo a Nagini. Conjurou uma taça de vinho e bebericou um pouco da bebida. Sentou-se pensativo no trono, uma dúvida estava corroendo por dentro: seria sensato invadir a mente do garoto? Pois estava evitando fazer isto, mas por outro lado, precisava descobrir o que estava acontecendo. – O que faço agora minha querida? O que faço agora... – Disse baixo enquanto acariciava a cabeça da cobra.



O sol da manhã iluminava todo o quarto de Rony. Harry foi acordado por uma sorridente Sra. Weasley enquanto Rony continuava dormindo.

- Bom dia querido! Levante-se. Acabou de chegar uma carta de Remo informando que a reunião será em Hogwarts. Logo estaremos indo para lá.
- Como vamos? – Perguntou esfregando os olhos devido à claridade do quarto.
- Vamos via pó de flu. Agora me deixe acordar o Rony. - completou a Sra. Weasley com um pouco de pressa.

Quando Harry e Rony chegaram à cozinha para tomar café, encontraram Olho-Tonto, Gui, Carlinhos e o Sr. Weasley conversando. Todos estavam muito sérios. Carlinhos tinha acabado de colocar um exemplar do Profeta Diário na mesa.

- Não dá pra saber o que você-sabe-quem vai tentar fazer agora. Muitos Comensais foram presos. Acredito que não tentará nada muito grande.
- Pode até ser papai, mas não podemos descartar os gigantes e os dementadores. Ultimamente eles não estão sendo muito usados. – Disse Gui.
- Bom dia.
- Bom dia, Harry e Rony. Comam alguma coisa. O resto do pessoal já deve estar descendo.

Harry pegou o jornal para olhar. Na primeira página havia duas fotos: numa Rufo Scrimgeour gesticulava freneticamente enquanto na outra aparecia Harry um pouco acanhado tentando achatar o cabelo para esconder a cicatriz em forma de raio. Uma manchete em letras garrafais estava em cima das fotos:
Ataque no Ministério rechaçado pelo Eleito.
Dolores Umbridge desmascarada como Comensal da Morte.

Aconteceu na manhã de ontem. O expediente corria normalmente no Ministério quando o átrio se encheu de Comensais da Morte. Diversos aurores e funcionários do Ministério lutaram bravamente contra os invasores, que ao que tudo indica, estavam atrás de Harry Potter. Segundo nossas fontes, Harry Potter estava no Ministério para fazer um teste de aparatação. O ataque começou quando ele e seu amigo Ronald Weasley estavam no gabinete do Ministro da Magia. Aparentemente alguns amigos acompanhavam o Eleito no Ministério, pois praticamente todos entraram juntos na luta, demonstrando uma destreza de dar inveja aos mais experientes aurores. Muitos nos contaram sobre a atuação do auror aposentado Alastor “Olho-Tonto” Moody, que junto com o Ministro Scrimgeour, derrubou diversos Comensais.


A reportagem se estendia por mais duas páginas, falando sobre Dolores Umbridge, sobre a falta de segurança no próprio Ministério da Magia, mostrando fotos da fonte dos Irmãos Mágicos destruída e principalmente como Harry Potter conseguiu imobilizar todos os comensais. Noticiaram até a aparatação de Harry.

- Ótimo! – Bufou Harry passando o jornal para Rony – Era tudo o que eu precisava: mais atenção.
- Bem Harry, você realmente não pensou que o seu feito iria passar despercebido, não é mesmo?
- Não... claro que não, Sr. Weasley. Só não quero que as pessoas pensem que sou um herói.
- Ora Potter, pensei que isto estava claro para você. Afinal, você é considerado um herói há dezesseis anos. Independente se houve ou não ataque no Ministério. – Moody encarava Harry com os dois olhos.
- A questão agora Harry, é você saber administrar este tipo de coisa. – Lupin acabara de entrar pela cozinha, mas aparentemente ouvira parte da conversa. – Bom dia a vocês todos. Além de se preocupar com Voldemort, também terá que se preocupar com as pessoas que vêm em você uma nova esperança.
- Remo tem toda razão. Você terá que pensar bem no que dizer para estas pessoas, pois para elas você é um porto seguro. Você notará que muitas vão tentar se aproximar, pedir conselhos sobre problemas, etc. Isto é normal. Lembro-me de Dumbledore contar que, quando derrotou Grindewald, muitas pessoas o procuravam para pedir todo tipo de coisa. – Concluiu Olho-Tonto.
- Não esquenta a cabeça Harry. Isto vai passar.
- Espero que sim, Carlinhos. Espero que sim.

A Sra. Weasley entrou pela cozinha acompanhada de Gina, Hermione e Percy. Depois dos cumprimentos todos se acomodaram. Gina sentou-se ao lado de Harry enquanto Rony e Mione estavam próximos. Harry já tinha observado que os dois estavam bem mais próximos depois do ataque. “Será que agora os dois se acertam?”

- Quando iremos Remo? Os gêmeos já foram, pois disseram que tinham que fazer alguma coisa antes.
- Vamos só esperar a Minerva, ela foi chamada ao Ministério. Rufo e o Conselho Diretor queriam falar com ela.
- Mas tão rápido?
- Também achei Molly, mas a única informação que deram foi que o destino de Hogwarts seria definido nesta reunião. O ano letivo está para começar.
- A reunião será na Mansão Black? – Harry tentou demonstrar muita calma quando perguntou, mas a realidade é que tinha medo de visitar aquela casa. Tinha medo de reviver todas as lembranças de Sirius. O tanto que ele odiava aquela casa.
- Não. A reunião será em Hogwarts mesmo. Ainda temos que fazer mais verificações na mansão, pois Bellatriz pode ter conseguido entrar nela. Não podemos arriscar.

Ficaram conversando durante algum tempo. Falavam sobre a possibilidade de Hogwarts abrir ou não quando ouviram um estalo do lado de fora da casa e logo depois batidas na porta. Rony levantou e foi atender.
- Bom dia, Sr. Weasley. – Minerva Mcgonagall estava com cara de poucos amigos. – Já estão todos aí?
- Bom dia, professora. Sim, estão todos esperando. Por favor, entre.
- Ótimo. – Respondeu a diretora entrando na casa.

Quando Minerva entrou todos olharam interrogativos. Pela carranca da diretora, estava claro as notícias não eram boas.

- E então, Minerva, como foi a reunião? – Perguntou Remo.
- Hogwarts permanecerá fechada até segunda ordem. O Conselho Diretor foi enfático. Eles temem pela segurança dos alunos.
- Mas por quê? E o Ministro, Minerva? Ele não tentou ajudar?
- Scrimgeour ficou do lado deles, mas de certa forma ajudou um pouco. Ele que sugeriu que a escola ficasse fechada até segunda ordem. O Conselho queria fechar permanentemente.
- Mas que bobagem é esta? – Irritou-se Hermione – Hogwarts não poderá ficar fechada para sempre!
- Claro que não, Srta. Granger, e não ficará. Isto eu lhe garanto. Bem... vamos?
- Sim, vamos então.

Todos se encaminharam para lareira. Molly pegou uma vasilha no console e ofereceu o pó de flu para todos. Mcgonagall se adiantou jogando o pó na lareira. Instantaneamente chamas verdes-esmeralda apareceram.

- Vou primeiro. Basta dizer “Hogwarts” e sairão na diretoria. – Entrou na lareira e desapareceu.

A notícia de que sairiam na lareira da diretoria deixou Harry com receio. Tinha medo do que poderia sentir. Tinha medo de que as lembranças fossem muito dolorosas. Gina notou que o namorado estava desconfortável com tudo aquilo. Aproximou-se e murmurou: “Vai dar tudo certo.” Ele apenas concordou. Os dois foram os últimos a entrar na lareira. Gina na frente e ele depois. Não gostava nem um pouco da sensação da viagem por pó de flu, pois ficava muito enjoado. Ao sair na lareira da diretora, ficou olhando para baixo. Todos estavam em silêncio. Sentiu um leve toque no ombro, achou que era Gina, mas quando olhou ficou surpreso em ver Minerva Mcgonagall olhando para ele. Um sorriso bondoso no rosto.

- Venha Harry, tem alguém querendo falar com você.

A diretora o guiou pela sala, onde os demais ocupantes se mantinham em silêncio. Seguia Minerva, cabisbaixo, imaginando quem gostaria de falar com ele. Todas as lembranças daquela sala aflorando naquele momento.

- Olá Harry, como você tem passado?

Por um momento fugaz, Harry olhou para mesa na esperança de ver o dono daquela voz sentado na cadeira de espaldar alto, os olhos cintilando.

- Professor...
- Ah Harry... realmente é uma pena eu não poder estar com vocês neste momento, mas se isto lhe serve de consolo, e se não servir, perdoe-me, mas já estava me preparando para este... como posso dizer?...Acontecimento.
- Mas professor... o senhor está fazendo tanta falta... Por que teve que acontecer? O que faremos agora?
- Acredito Harry, que vocês têm plenas condições de seguir o caminho que escolhemos sem a minha presença. Todos vocês – disse abarcando a todos que estavam na sala – formam uma força inigualável, pois além do próprio poder mágico, vocês têm o vínculo da amizade. Nunca se deixem abalar por acontecimentos funestos que venham a acontecer, como minha morte, por exemplo, mantenham-se unidos, reforcem seus vínculos e nunca percam as esperanças. Agora, gostaria de conversar um pouco as sós com Harry, Rony e Hermione. Se vocês não se importarem, é claro.

Harry observou que duas pessoas mostraram comportamentos diferentes do restante: Gina e a Sra. Weasley. Quanto a Gina, Harry podia imaginar o porquê. Com certeza ela também gostaria de participar da conversa com o diretor. Já a Sra. Weasley...

- Minerva, você realmente acha sensato que os garotos tenham esta conversa com... com... o retrato de Alvo? É apenas um retrato! – Antes que Minerva pudesse responder, o Dumbledore do retrato falou primeiro.
- Minha cara Molly, atrevo-me a dizer que você está enganada. Veja bem... se não fosse pelo retrato de Everardo, - apontou para o retrato de um bruxo pálido, com uma franja escura - provavelmente Arthur não estaria aqui, pois foi este mesmo retrato que deu o alarme quando ele foi atacado no Ministério. As lembranças que guardo comigo agora são as que eu tinha até pouco antes de começar minha viagem para o descanso eterno. Sendo assim, tenho assuntos a tratar com este fabuloso trio. – Disse sorrindo para os três amigos. – Mas não se preocupe, minha querida e estimada Molly! Garanto a você que são assuntos de extrema importância e que ajudarão muito.

Molly Weasley movimentou a cabeça concordando com o retrato sorridente de Dumbledore. Minerva se aproximou de Harry e tocou seu ombro.

- Nós vamos procurar Hagrid e os gêmeos. Quando vocês terminarem, mande nos chamar. É só você chamar por Dobby que ele nos encontrará. Tenho certeza que ele gostará muito de ver você. Tudo bem?
- Eh... sim, professora. – Harry olhou para Gina que ainda continuava muito triste. – Professor Dumbledore... será que a Gina não poderia ficar também?
- Até poderia Harry, mas se bem conheço você, acredito que ela ainda não tem conhecimento de muitas coisas a seu respeito que Rony e Hermione conhecem. Acho que não seria bom ela ficar sabendo desta forma, mas você estará livre para explicar tudo para ela depois. Por favor, perdoe-me Srta. Weasley, mas acredito que será melhor assim.

Harry foi até onde ela estava e sussurrou “Depois te conto tudo.” Ela apenas concordou e saiu da sala sendo seguida pelos outros. Depois que todos saíram, Harry voltou-se para o retrato.

- Bem... Acho que vocês terão que providenciar cadeiras, pois isto eu não posso fazer. – Dumbledore falou animado, com os olhos cintilando por baixo dos óculos de meia lua.

Hermione conjurou as cadeiras e eles sentaram de frente para o retrato.

- Gostaria de agradecer a vocês três por tudo que já fizeram por mim e por Hogwarts. A escola sempre produziu ótimos bruxos, mas de tempos em tempos sempre aparecem alguns que deixam seus feitos marcados na memória de todos, e garanto a vocês que Harry Potter, Hermione Granger e Ronald Weasley serão lembrados eternamente por seus feitos em Hogwarts. Orgulho-me muito de ter sido diretor enquanto vocês estudaram aqui.
- Nós é que nos orgulhamos de ter conhecido um dos maiores bruxos que já existiu. – Hermione falou sorrindo para o retrato.
- Muito obrigado, Hermione. Vindo de vocês me deixa extremamente lisonjeado. Mas agora vamos aos assuntos que, no momento, realmente nos interessam. Acredito que você deve estar curioso com os acontecimentos do dia de seu aniversário, Harry.
- Sim senhor. Foi tudo tão... estranho. Na realidade, praticamente não vi o que aconteceu. Por que aconteceu aquilo com a casa, senhor? Que poder é este que estou manifestando? Já pesquisamos em diversos livros, mas não encontramos nada.
- Vamos começar do início. Peço que vocês tenham um pouco de paciência com este velho retrato, pois é uma longa história que começa aqui, em Hogwarts. – Disse Dumbledore ao se ajeitar na poltrona em que estava sentado. – Bem... para ser mais preciso, tudo começa com Tiago e Lílian. Vocês já devem ter escutado que Tiago, Lílian, Sírius, Remo eram praticamente os melhores alunos de Hogwarts na época em que estudavam. Sempre gostei de observar todos os meus alunos e ser amigo deles. Apesar de todas as confusões que seu pai e a turma dele aprontavam, sempre tivemos um ótimo relacionamento. Lílian era diferente. Quieta, extremamente aplicada, inteligente como poucos, e também muito poderosa. Diversos professores ficavam impressionados como uma bruxa nascida trouxa poderia ter tanta magia correndo em suas veias, da mesma forma, diga-se de passagem, que ficaram impressionados também com você Hermione. Então, eles se formaram, mas não perdemos nossos vínculos de amizade. Eles foram os primeiros integrantes da Ordem da Fênix original. Lembro-me da alegria que Tiago e Lílian ficaram quando descobriram que iriam ter um bebê. Aliás, todos nós ficamos, pois gostávamos muito deles. – Dumbledore ajeitou os óculos no nariz. Para os amigos já era estranho estar conversando daquela forma com um retrato, ainda mais quando ele tinha ações como aquela. – Vocês devem saber que em muitos casos, a hereditariedade conta muito no poder que uma criança bruxa pode vir a ter. Os Weasley, por exemplo, sempre foram bruxos poderosos, bem como os Malfoy, apesar de cada família usar sua magia para fins totalmente opostos. Frente a isto, fiquei imaginando o quão poderoso poderia ser o bebê dos Potter, visto que Tiago e Lílian eram brilhantes. Eu estava presente quando você nasceu, Harry.
- O senhor estava lá?
- Sim, Harry, estava. Não conseguiria descrever a tensão mágica que envolveu a casa quando Lílian deu a luz. Era uma energia boa, que confortou a todos os presentes. É difícil de explicar como era.
- Seria mais ou menos como se nada de mal pudesse acontecer enquanto se estivesse envolto num tipo de áurea, professor?
- Sim Hermione! Você resumiu muito bem a sensação! – Os olhos do diretor cintilaram para ela. – Pelo visto você conhece a sensação?
- Não só eu, mas Rony e diversas pessoas que estavam na festa de aniversário do Harry. Mas acho que ele mesmo não sentiu nada, pois esta energia emanava dele. E de Gina...
- Fabuloso! Você deve-se lembrar que sempre disse que o grande diferencial entre você e Voldemort é o amor, a capacidade de amar, de se doar. – Harry concordou com a cabeça. - Vejo que meus feitiços funcionaram bem então!
- Quais feitiços, professor?
- Vou chegar lá, Rony. Vou chegar lá. Quanto a Gina, não se espantem se acontecerem coisas espetaculares ao redor dela. Não se esqueçam que ela está envolvida por diversas convergências místicas da magia. Nascida em uma família poderosa, a única mulher entre a prole e ainda por cima a sétima filha. A sétima... Mas continuando, estes acontecimentos só confirmam uma teoria que sempre defendi: de que o amor é a forma mais pura e forte da magia se manifestar.
- Mas senhor, por que tudo isto está acontecendo comigo?
- Bem Harry, você precisa entender algumas coisas que você carrega consigo. Existiam grandes probabilidades de você ser poderoso devido sua hereditariedade. A energia que envolveu a casa quando você nasceu não partiu de você, mas de sua mãe. Foi uma pura demonstração de amor que penetrou seu corpo. O seu ser. Isto, acredito eu, aumentou mais ainda seu poder. Então... Voldemort tentou te matar, mas ele não contava com a proteção que Lílian lhe deu. A mesma força que o protegeu quando nasceu, protegeu-o quando a maldição foi lançada contra você. Portanto, mais um pouco de energia mágica cedida e acumulada. Mas então aconteceu outro fenômeno que, em todos os meus anos de estudos, nunca havia visto. Lord Voldemort, na tentativa de matá-lo, transferiu parte de seus poderes para você, como o fato de você ser ofidioglota, por exemplo. Como pode ver, você tem uma quantidade de poder muito grande. E finalmente, para aumentar um pouco mais esta soma, eu doei para você uma parcela de minha magia.

Os três ficaram estarrecidos diante desta informação. Nunca poderia ter passado pela cabeça deles um ato como este.

- Por que... por que o senhor fez isto? – perguntou Harry.
- E como o senhor fez isto? Nunca ouvi falar de nada igual! – Hermione e Rony estavam espantados.
- Antes tenho uma pergunta a fazer: por acaso uma fênix de fogo apareceu quando a proteção se desfez?
- Apareceu. Foi ela que liberou todo meu poder, quando me atingiu?
- O poder seria liberado de qualquer forma. A fênix foi apenas um toque de vaidade minha. – Disse sorrindo.
- Mas por que o senhor doou parte de sua magia para mim?
- Vocês devem entender que fiz isso para que Harry tivesse mais chances num futuro encontro com Voldemort. Nunca pensei que Voldemort tivesse morrido. Claro que não sabia dos horcruxes, só comecei desconfiar delas quando fiquei conhecendo o diário de Riddle. Com esta somatória de poderes, as chances de derrotar Tom serão maiores, mas você precisará de toda ajuda possível, pois sem que os horcruxes estejam destruídos, Voldemort ainda estará imortal.
- Quais feitiços foram usados, professor?
- Vejo que você não desiste fácil, Rony. – Sorriu para Rony, que imediatamente ficou corado. – Então vamos lá! Para proteger a casa usei um feitiço chamado Fornius potest protectus.
- Nunca ouvi falar deste feitiço... – Murmurou Hermione.
- Ah! Você não encontraria este feitiço em livros, Hermione. Ele foi criado por mim, não existem sequer anotações sobre ele. Criei este feitiço justamente para esta finalidade. Claro que corri o risco de ter deixado Harry sem uma parte muito grande de sua magia, mas no final ficou provado que esta parcela de magia não fez falta alguma e serviu ao propósito de ficar “aprisionada” na casa, e portanto protegê-lo. Executei o Fornius potest protectus quando deixei Harry na porta dos tios, mas o feitiço só foi concluído quando Petúnia Dursley leu a carta que deixei junto com Harry e aceitou que o sobrinho pudesse viver em sua casa.
- Mas como ela conseguiu concluir o feitiço, sendo trouxa?
- Ela conseguiu porque o feitiço estava na carta, e qualquer pessoa que fosse seu parente consangüíneo que a lesse ativaria o feitiço. Não seria necessário que a pessoa tivesse sangue mágico e menos ainda uma varinha. Lembro-me que no dia, Minerva ficou brava comigo por explicar tudo o que tinha acontecido em uma carta e vocês sabem como ela fica quando está nervosa, mas precisava ser feito desta forma.
- E como o senhor fez para doar parte de sua magia para mim? Foi no dia que fui morar com meus tios?
- Não Harry, foi antes. Fiz isto quando quanto fiquei sabendo da profecia, isto é, quando Sibila a fez.
- Mas então... se foi feito antes... quer dizer que o senhor...
- Também doei uma parcela de magia para Neville Longbotton. Você deve se lembrar que as duas crianças a quem a profecia poderia estar se referindo eram você e Neville.
- Mas... Neville nunca demonstrou...
- Tanto poder? Somente porque ele nunca precisou. Mas garanto que quando for a hora, Neville se mostrará muito forte. Aconselho vocês a terem-no por perto.
- Qual feitiço o senhor usou professor?
- Um feitiço muito antigo, que foi desenvolvido por Merlin, chamado Potest donarius. Mas alerto vocês para que não usem este feitiço, pois dependendo do estado do bruxo que executá-lo, poderá causar a morte. Agora, vamos falar um pouco sobre os horcruxes. Vocês conseguiram destruir o medalhão?

Os três se olharam por alguns instantes. O retrato pareceu notar que havia alguma coisa de errado.

- Algum problema? – Perguntou.
- Professor... o medalhão era falso, alguém chegou lá antes de nós.

Harry contou tudo que havia acontecido, da poção e do bilhete deixado pelo tal R.A.B. Dumbledore se manteve em silêncio enquanto Harry falava.

- O senhor se sacrificou por nada. –Harry praticamente sussurrou essas palavras sem conseguir olhar para o retrato do grande bruxo.
- Você acha mesmo, Harry?
- Se o senhor não tivesse bebido aquela poção, Draco não teria conseguido desarmá-lo.
- Mas no final consegui proteger você. E isto deixa este novo velho retrato em paz consigo mesmo. Não me perdoaria se algo tivesse lhe acontecido. E pense também que, provavelmente, ganhamos um aliado, o tal R.A.B.
- Professor, posso fazer uma pergunta?
- Claro, Rony.
- Por que confiava tanto em Snape?
- Infelizmente esta é uma pergunta que não poderei responder, mas peço que, quando Severo Snape procurá-los, deixe-o falar. A única coisa que posso dizer é que Severo não está do lado das trevas e sim do nosso lado.
- Será mesmo professor? Por que então ele assassinou o senhor?
- Poderia apostar minha vida, Hermione, se ainda a tivesse. Confiem em Severo. Isto é tudo que peço.

Conversaram por mais um tempo a respeito dos Horcruxes. Sobre as demonstrações de poder de Harry e sua aparatação. Sobre Rufo Scrimgeour o diretor falou pouco.

- Cuidado, Harry. Não se declare inimigo ou amigo do Ministério. Da mesma forma que eles podem te ajudar também podem atrapalhar bem.
- O Ministro sabe que ainda continuo sendo por inteiro um homem de Dumbledore.
- Se ainda estivesse vivo Harry, garanto que meu ego estaria extremamente inflado após ouvir esta declaração. Muito obrigado. Creio agora que vocês devem ir, pois os outros estão esperando para leitura de meu testamento. Eu até poderia falar da parte que cabe a vocês, mas será melhor quando todos estiverem juntos. Sempre que precisarem estarei aqui, mas acho que não precisarão.
- Nós já vamos então, e professor... só quero que o senhor saiba que faz muita falta. Muita mesmo. Dobby!


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É isso aí galera! Demorou mas saiu. (Graças a Rafa). O sétimo capítulo também ta saindo. Deixarei os agradecimentos no cap 7.

A Rafa deu uma idéia, que era deixar a tradução dos feitiços usados pelo Dumbie que foram usados no cap.


potest donarius - Poder doado, doação de poder.


fornius potest protectus - fornecer poder de proteção, poder fornecido para proteção.

No final do cap 7 deixo mais algumas explicações. Não deixarei agora pois já estou quase postando ele.

LEIAM E COMENTEM.

Rubeo.

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