O relógio, o teste, o ataque.

O relógio, o teste, o ataque.





Quinto capítulo – O relógio, o teste, o ataque.






A luz azul bruxuleante das velas deixava o Lorde das Trevas mais fantasmagórico do que já era. Nagini rastejava pela sala do trono sem parar, seu mestre havia dito que lhe daria um presente. Harry Potter. Voldemort não demonstrava em suas feições viperinas, mas internamente estava muito ansioso. Era uma ótima chance para agarrar o garoto. Momentos depois que seus servos saíram para executar a missão, ficou com um pouco de receio que pudesse dar errado. Harry Potter já havia conseguido escapar tantas vezes que ele se perguntou se não devia ter ido pessoalmente para dar fim nesse maldito garoto. Porém resolveu esperar. Não poderia dar errado. Somente o moleque contra diversos Comensais. A não ser que a maldita Ordem da Fênix estivesse de guarda. A solução era aguardar.

- Calma Nagini. Eles já devem estar chegando com o garoto. Depois você poderá brincar com ele.
Voldemort virou-se para porta quando escutou pequenas batidas. Rabicho entrou e fez uma grande reverência.
- Milorde, eles chegaram.
- O garoto está com eles? – sibilou o Lorde das Trevas.
- Creio que não, Milorde. Na realidade, só Bellatriz e Greyback retornaram.

Os olhos de Voldemort brilharam num vermelho intenso. Sua fúria era palpável. Rabicho encolheu com medo do que poderia acontecer.
- Traga-os aqui agora. Também quero Snape e Jawnehru aqui. O que você está esperando Rabicho? AGORA!
Voldemort movimentou a varinha fazendo com que a porta se abrisse. Com outro movimento, lançou Rabicho para fora da sala e fechou a porta. Andou silenciosamente até seu trono e sentou. Ficou olhando para porta aguardando a chegada de seu servos. Nagini, que até pouco tempo estava inquieta, rastejou até o lado do trono e ficou imóvel. Sentia toda raiva que emanava de seu dono. Voldemort encarou seu bichinho de estimação.

- Hoje você não terá seu prêmio, Nagini. Mas os culpados por isto sofrerão por terem falhado.

A porta abriu e por ela entraram Snape e Jawnehru. Era interessante o contraste entre os dois. Snape com seu nariz de gancho, uma brancura macilenta, as cortinas de cabelos oleosos. Já Vallabh Jawnehru apresentava uma postura aristocrática. Sua pele morena, o corpo alto e esguio, o cabelo preto e liso sempre preso num rabo de cavalo.

- Mandou nos chamar, Milorde? – perguntou Snape fazendo uma mínina reverência sendo acompanhado por Jawnehru.
- Sim Severo. Mandei. Aguardem um pouco que temos mais dois convidados.

Snape teve algum trabalho para disfarçar seu nervosismo. Será que Bella conseguiu pegar o Potter? O único consolo para ele era que o Lorde das Trevas não parecia estar satisfeito, mas extremamente irado. A resposta para sua pergunta foi dada quando a porta abriu e por ela entraram Rabicho, Greyback e Bellatriz. Os dois últimos com muitas dificuldades para andar. “O que aconteceu com eles?” Se perguntava Snape. Os dois caíram de joelhos em frente ao trono, dominados pelo medo.

- Gostaria de saber qual dos dois vai explicar a falha desta noite. – Sibilou Voldemort. Nagini recomeçou a rastejar envolta do trono.
- Mi... Mi... Milorde - gaguejou Bella – nos perdoe. Não sabemos o que aconteceu. Estávamos quase pegando o pirralho. Já havíamos derrubado seus amigos. Quando fomos atacar o Potter, aconteceu algo muito estranho e...

- Crucio! - murmurou Voldemort.

Os gritos de Bellatriz Lestrange encheram a sala do trono. Enquanto torturava Bella, Voldemort fez um pequeno aceno de cabeça para Vallabh, que puxou a varinha e apontou para Greyback.

Quando Vallabh se apresentou para alistar a suas fileiras, Voldemort rapidamente notou que ali estava um bruxo que sentia um enorme prazer em torturar e matar. Não podia jogar fora um servo desses, ainda mais que Lúcio estava preso em Azkaban e, se dependesse do Lorde das Trevas, ele morreria lá.

Fenrir Lobo Greyback foi suspenso no ar com as pernas e braços abertos. Começou a girar lentamente no mesmo lugar. A sensação era que seus ossos estavam em chamas. Mesmo para sua resistência de lobisomem, a dor era insuportável, e aumentava progressivamente da mesma forma que aumentava a velocidade em que girava. Voldemort suspendeu a maldição e poucos segundos depois Vallabh também parou. Bellatriz caiu ajoelhada enquanto Greyback ainda deu mais três giros no ar antes de cair estatelado no chão. Os dois muito ofegantes sentindo ainda os efeitos das maldições que receberam. Snape e Rabicho haviam se afastado. Rabicho tremendo muito enquanto Snape continuava impassível.

- Olhe para mim, Bella.
- Por favor, Milorde, nos perdoe, não tivemos cul...
- Olhe para mim, Bellatriz. Ou você quer acabar como sua irmã? Explique-se.
- Não sabemos o que aconteceu ao certo, Milorde. Estava dando tudo certo. Já havíamos derrubado Lupin e o Weasley. Quando fomos atacar o garoto, a casa começou a brilhar. Um pássaro de fogo atingiu o garoto quando íamos pegar ele. Foi aí que deu tudo errado.

Greyback aproximou. O rosto ainda molhado de suor, um suor fétido, devido aos efeitos da tortura de Vallabh.

- Milorde, se me permite falar, foi uma incrível demonstração de poder. Potter subjugou a todos os Comensais que estavam participando da missão. Com um único feitiço ele prendeu todos os Comensais, com exceção de mim e Lestrange. Ele conseguiu desfazer a Marca Negra com um único gesto de varinha.

Voldemort levantou e começou a andar pela sala. O restante permanecia em silêncio. Quando passava por Snape, parou. Sem encará-lo perguntou:

- O que você acha que pode ter acontecido, Severo?
- Creio, Milorde, que tudo isto deve estar relacionado à proteção que Dumbledore lançou sobre a casa quando deixou Harry Potter lá.
- E você saberia que proteção seria esta, Severo?

Voldemort encarou Snape, olhando diretamente para os olhos dele. Snape notou imediatamente o que o Lorde das Trevas tentava fazer. Concentrou-se com todas suas forças para impedir que Voldemort penetrasse em sua mente.

- Não Milorde. Não saberia. Este feitiço de proteção sempre foi um dos segredos mais bem guardados do diretor. A única informação que tenho para Milorde é que se trata de um feitiço muito antigo.
- Espero que não esteja escondendo mais nada de mim, Severo.
- Absolutamente, Milorde. Como lhe disse uma vez, como poderia esconder alguma coisa de um bruxo como tal?

Aparentemente, Voldemort se deu por satisfeito, pois recomeçou a andar pela sala. Parou em frente para Vallabh.

- Você já viu algo parecido, Jawnehru?
- Não Milorde. Nunca. Pelo que Greyback e Lestrange nos contam, foi uma demonstração de poder impressionante. Infelizmente não sei nada em que possa ajudá-lo a desvendar este mistério.

Voldemort voltou a sentar no trono. Nagini rastejou até seu amo e pousou a cabeça nas pernas dele. Uma grotesca imitação de bichinho de estimação a espera de carinho. O silêncio na sala era pesado. Ninguém se atrevia a falar. Voldemort acariciava a cabeça de Nagini. As mãos parecendo grandes aranhas brancas.

- Para onde eles foram?
- Não sabemos, Milorde. Talvez para o Saint Mungus. O Weasley estava muito ferido. – Respondeu Greyback.
- Rabicho! Vá para o Saint Mungus e descubra se eles estão lá. Seja rápido. – Rabicho fez uma reverência atrapalhada e foi em direção a porta. – E Rabicho...
- Sim Milorde.
- Não demore.
- Não demorarei, Milorde. – e saiu da sala.

Depois que a porta fechou, o silêncio voltou a reinar. Passados alguns minutos, Voldemort se manifestou:
- Severo e Jawnehru, quero que vocês dois descubram que tipo de magia é esta que o Potter está usando. Quanto a vocês dois, - apontou para Bella e Lobo – esta foi a última chance que dei a vocês. Não aceitarei mais falhas.
- Milorde, obrigado por sua clemência Milorde. Não haverá mais falhas. Mesmo que tenhamos que morrer, Milorde.
- Ora Bella! – o cinismo era evidente na voz do Lorde das Trevas. – É bom que você leve isto a sério, pois se você não morrer por um motivo, certamente morrerá por outro.
- Sim, sim Milorde. Entendo o que quer dizer.
- Que bom que você entende Bella. Agora, saiam todos!

Todos obedeceram rapidamente. Quando estava chegando à porta, Bellatriz lembrou-se de um detalhe:

- Milorde, com sua permissão, gostaria de lhe dizer mais uma coisa.
- Fale Bella.
- O Potter mandou um recado.
- Recado?
- Sim. Ele mandou dizer que... mandou dizer que...
- Diga logo Bella!
- Ele mandou dizer que não descansará enquanto Milorde estiver vivo.
- Ah... então ele disse isto Bella?
- Sim Milorde. Disse.
- Pode sair Bella. Seu recado já está dado.

Bella fechou a porta ao sair da sala. Voldemort continuou sentado, pensando em tudo que havia acontecido.

- Veremos, Harry Potter. Veremos quem continuará vivo. Veremos.







Severo Snape caminha pelos corredores da fortaleza pensando no que teria de fazer. Sabia que seria muito arriscado, mas não poderia ficar ali por muito mais tempo. O Lorde das Trevas já não confiava tanto nele quanto antes. As diversas tentativas de penetrar em sua mente demonstravam isto.

Continuou andando pelos corredores até que parou em frente a uma grande porta de ferro. Dois Comensais montavam guarda.

- Abram!

Um dos guardas deu uma batida no ferrolho da porta e ela se abriu. Entrou em uma masmorra escura e mofada. A única iluminação vinha de poucos archotes presos nas paredes. Passou por três celas vazias. Ao chegar na quarta, parou e olhou o seu interior. Em um dos cantos imundos estava Draco Malfoy. O cabelo platinado sujo e embaraçado. Olheiras profundas. Nada em sua imagem lembrava o garoto bem vestido e arrogante que até pouco tempo havia sido.

- Draco? Draco, você está acordado?
- O que você quer, Snape? – A voz arrastada saiu fraca, porém arrogante. A famosa arrogância da família Malfoy.
- Venha até aqui, e fale baixo. Ninguém pode nos ouvir.

Draco levantou-se lentamente e foi até a grade. O que Snape queria?

- O que você está querendo Snape?
- Nós temos que fugir.
- Fugir? Fugir como Snape?
- Eu darei um jeito. Fique preparado.
- Quando vai ser?
- Preciso de algumas informações. Logo que consegui-las, nós sairemos daqui. Portanto, fique preparado.
- Mas Severo, será que conseguiremos?
- Teremos que conseguir Draco. Se quisermos continuar vivos, teremos que conseguir.

Os dois se encararam por alguns instantes. Snape deu as costas e começou a sair. Draco continuava próximo à grade.

- Severo...
- Fique atento e se prepare Draco.






Diversas pessoas vieram cumprimentar Harry. A surpresa estava estampada em seu rosto. Não estava esperando por tudo isso.

- Então cara, achou que tínhamos esquecido? – perguntou Rony.
- Sinceramente, achei. Notei que mesmo quando vocês comentavam sobre minha maioridade ninguém me parabenizava.
- Parabéns Harry. – Mione abraçou o amigo – Desculpe ter feito isto, mas você já viu, era festa surpresa.
- Que isso Mione? Está perfeito. Obrigado. – disse para a amiga, um grande sorriso no rosto.
- E então vovô, como se sente sendo o “Grande-senhor-Harry-Potter-maior-de-idade”?
- Muito bem Jorge, muito bem. – disse enquanto pegava a cerveja amanteigada que Fred oferecia. – Gostei muito dos fogos. – Disse olhando para o grande “FELIZ ANIVERSÁRIO HARRY”.
- É uma das novas invenções da Gemialidades Weasley. Você escreve na lateral da embalagem. Daí, quando os fogos forem acionados aparece o que a você escreveu. – explicou Fred depois que apertou a mão de Harry.
- Muito bom. Vejo que fiz uma ótima aplicação de dinheiro mesmo.
- Com certeza. Depois que saiu a notícia do “Presente do Eleito”, o movimento no Beco Diagonal aumentou consideravelmente.
- Parece que a esperança do mundo mágico continua a ser o “Grande-senhor-Harry-Potter-maior-de-idade”. – brincou Fred.
- Deixem de bobagens. – ralhou Hermione.
- Não esquenta Mione. É só brincadeira.
- Isso mesmo Mione. É só brincadeira. Olhe bem para nós e diga se temos a grande juba de Rufo Scrimgeour.

Ao dizer isto, Fred e Jorge fizeram pose e saíram andando lado a lado. Os dois mancando um pouco.

- Esses dois palhaços... Parabéns Harry querido. Muitas felicidades para você.
- Obrigado Sra. Weasley. Obrigado por tudo mesmo.
- Que isso querido!? Você merece muito mais. Venha. O pessoal quer te ver.
- Claro. Vamos lá. – Virou-se para Rony e Mione. – Depois a gente se vê.
- Vai lá cara.

Praticamente toda Ordem da Fênix estava presente. Vários colegas de Hogwarts também estavam na festa, principalmente ex-integrantes da AD, como Neville Longbotton, Luna Lovegood, Dino Thomas, os irmãos Creevey, Simas e outros. Quando foi cumprimentado por Dino houve certo constrangimento. Não conseguiu deixar de pensar no que Gui falou quando estavam na casa dos Dursleys. Enquanto andava entre os amigos, ficou pensando onde estaria Gina. “Por que ela ainda não veio me dar os parabéns?” Parou para conversar com Lupin e Tonks. Estavam discutindo se Hogwarts reabriria ou não.

- E aí Harry, o que você acha que vai acontecer?
- Não sei Tonks. Espero que Hogwarts reabra. Mas... não sei. Será que a escola continuará tão segura sem Dumbledore?
- Acho que você atingiu o âmago da questão Harry. – falou Remo – Pelo que Minerva nos disse, Rufo e o conselho diretor está em dúvida se os pais irão mandar seus filhos para Hogwarts devido à morte de Alvo. Mas estou torcendo para que reabra. Desta forma vocês estariam mais seguros.
- Não voltarei para Hogwarts Remo. – Não teve coragem de encarar o amigo quando disse isto. Preferiu ficar olhando pro seu nome que estava brilhando no céu.
- Como assim? Como não vai voltar? Você tem que terminar os seus estudos em magia Harry!
- Eu sei Remo. Acontece que tenho que fazer algumas coisas. Não terei tempo para me dedicar aos estudos.
- Que coisas você tem que fazer? Com certeza não são mais importantes que você se formar. Ou você desistiu da carreira de auror?
- No momento não posso lhe falar. Mas irei te contar o que é. Talvez você possa me ajudar. Aliás, vocês dois. Espero que você me ajude também Tonks.
- Claro Harry! Pode contar comigo pro que der e vier.

Harry sorriu para os dois amigos e bebericou um pouco de sua cerveja amanteigada. Foi então que sentiu um forte aperto no ombro. Virou para ver o que era e deparou com o rosto sardento de Carlinhos Weasley. Gui e Fleur estavam juntos com ele.

- Carlinhos!
- Como vai Harry? Você não pensou que eu perderia sua festa de dezessete anos, não é? Ainda mais que você salvou mais um Weasley.
- Ah... Obrigado por ter vindo Carlinhos.
- Que isso Harry. Eu que agradeço por você fazer parte desta família.
- Oh Harry! Non tive temp de agrradecerr o que fez porr Gui. Obrrigado!

Fleur deu um grande abraço em Harry. Gui chegou perto de Harry, ficou algum tempo em silêncio encarando-o.

- Sabe Harry, eu e Fleur estivemos conversando e gostaríamos de lhe fazer um convite. Gostaríamos de convidar você para ser um de nossos padrinhos de casamento. Você gostaria?

Harry foi pego de surpresa pelo convite feito. Remo, Tonks, Rony e Mione haviam se juntado ao grupo. Gui esperava pela resposta de Harry.

- Obrigado pela consideração Gui, mas acho que não mereço uma honra tão grande assim.
- Deixe de bobagem Harry. Seria muito bom se você aceitasse o convite. Porque se você não aceitar, acho que vamos chamar o Dino T...
- EU ACEITO! EU ACEITO!

Todos assustaram com sua reação, menos Gui e Remo que já estavam chorando de tanto rir.

- O que foi isso Harry?
- Nada não Mione. Bobagem desses dois.
- Você acha que é bobagem. Mas fica dando mole pra ver o que pode acontecer. E olha que ele ta andando por aí.
- Quem ta andando por aí? – Perguntou Rony.
- O Dino Thomas. – Respondeu Remo.
- Mas o qual o problema... Ah! – Rony também entendera “qual era o problema”.
- Vocês dois me pagam, ah se pagam. – Harry estava com a cara emburrada. O restante tentava disfarçar o riso.
- Não adianta ameaçar Harry. Você ameaçou quando estávamos na casa de seus tios e olha só o que aconteceu: você me salvou e de quebra ainda limpou o meu rosto daquelas cicatrizes. Se depender disto, pode ficar tranqüilo que continuarei te importunando com o Dino.
- O que está acontecendo aqui? E que história é esta de importunar o Harry? O que tem o Dino?

Harry olhou em direção àquela voz que tanto lhe fazia bem. Quando viu Gina sua boca caiu. Como estava linda... O cabelo, a roupa, o perfume...

- Maninha... você caprichou hoje hein? Você está linda!
- Não desvia o assunto Gui. Que história é essa?
- Nada não Gina. – Carlinhos resolveu ajudar o irmão. – Só estávamos comentando que o... que o... que o...
- Dino Thomas. – Ajudou Rony
- Dino Thomas. Isto! Estávamos comentando que ele parece ser um cara legal.
- Sei... Será que é isto mesmo?
- Claro que é! O que mais poderia ser? – perguntou Gui dando uma piscada para Harry.
- Hei... O que é aquilo no céu? – Perguntou Tonks. Os cabelos rosa chiclete destacando.

Todos olharam para o céu. Uma grande sombra estava aproximando com velocidade da Toca. Quando passou perto dos fogos dos gêmeos foi que identificaram o que era.

- Bicuço!
- Hagrid!

Hagrid pousou um pouco mais afastado dos convidados. Desceu de Bicuço e foi direto ao grupo em que Harry estava.

- Feliz aniversário companheiro! – Hagrid deu um grande abraço em Harry, que sentiu diversos ossos estalarem.
- Obrigado Hagrid. Senti muito a sua falta. Como você está?
- Ah... Sabe como é... Hogwarts não é a mesma sem Dumbledore. Grande homem, o Dumbledore.

Hagrid baixou a cabeça. Uma lágrima solitária se perdeu em sua barba emaranhada.

- Hagrid! Que bom que você chegou. Só estávamos esperando você para darmos o presente de Harry.
- Olá Molly! Desculpe o atraso. Vamos lá então.
- Sra. Weasley... não precisa... sinceramente... – Balbuciou Harry.
- Claro que precisa! Venha. Mione e Fleur, vocês também.
- Para mim? Mas Sra.Weasley...
- Sem mas. Agora venham.
Eles foram levados para um espaço que parecia ter sido preparado anteriormente. Uma grande área circular com uma pequena coluna de pedra no centro. Todos os convidados se posicionaram um pouco fora do círculo. Molly e Arthur caminharam até o pilar.

- Todos os Weasleys, venham para cá! – Chamou Molly. – Harry, Mione e Fleur, venham.

Molly posicionou Harry ao lado de Arthur e Mione e Fleur seu ao lado. Os Weasley formaram círculo em volta.

- Dêem as mãos e se concentrem, vocês já sabem o que devem fazer. Arthur, o relógio.

O Sr. Weasley conjurou o relógio da Sra. Weasley e colocou-o sobre o pilar.

- Não precisam ter medo. Tudo pronto Molly?
- Sim Arthur. Quando você quiser.
- Quando eu contar três. Um... dois... três!
- PHILOS FRATERNUS!

Das varinhas de Arthur e Molly saiu um raio dourado que atingiu o relógio. O relógio pareceu aumentar um pouco o tamanho e dele saíram raios dourados que atingiram os Weasley e raios prateados que atingiram Harry, Mione e Fleur. O relógio começou a brilhar muito. Um brilho que foi aumentando gradativamente até que envolveu todos os onze. Em poucos instantes o brilho se extinguiu e o relógio voltou ao tamanho normal. Porém, havia uma diferença: junto dos ponteiros da família Weasley apareceu mais três ponteiros com os nomes de Harry, Hermione e Fleur. Todos os convidados aplaudiam.

- Bem... É isto aí meus queridos. Esta é uma maneira dos Weasleys demonstrarem para vocês o quanto são importantes para nós!
- Obrigado Sra. Weasley. De todo o coração! A senhora não imagina como isto é importante para mim. – Agradeceu Hermione com a voz embargada. – Obrigado Sr. Weasley. Muito obrigado.
- Oh meus sogrros! Muito obrrigado!
- Ora Fleur! Você faz parte desta família!

Harry continuava estático olhando para o ponteiro com seu nome. Apesar de todos os ponteiros estarem apontando para perigo mortal, aquilo para ele era uma demonstração de amor imensa. Um tipo de amor que ele nunca havia tido. Família. Lágrimas começaram a escorrer pelo rosto.

- Harry... Eh... Tudo bem? Você não gostou?

Ele olhou para Molly que estava meio temerosa. “Será que ele não gostou?” Todos silenciaram. Ele andou até a Sra. Weasley e abraçou-a. Um abraço de demonstrava todo amor que sentia por aquela família. O rosto banhado de lágrimas.

- Obrigado!

Ela afastou Harry e com um lenço secou as lágrimas dele. Ele procurou pelo Sr. Weasley. Quando encontrou, se abraçaram firmemente.

- Obrigado Sr. Weasley. Muito obrigado por tudo.
- Nós é que agradecemos Harry! Nós é que agradecemos.
- Hei Harry! – a voz de Fred destacou – Que tal você mudar seu nome para Harry Weasley, hein?

Todos riram da piada. Muitos secavam as lágrimas que escorriam. Aos poucos a festa foi voltando ao normal. A conversa ficou mais animada. Todos muito felizes pelo que acabaram de ver. Molly Weasley andava de um lado pro outro segurando o relógio com seus três novos ponteiros.

- Puxa! Bem legal o que Arthur e Molly fizeram. Você não acha Remo?
- Sim. Um grande gesto. Este relógio é uma peça única. Não existe outro igual.
- Como assim Remo?
- Foram Arthur e Molly que criaram aquele relógio. Foi uma forma que eles encontraram de mostrar todo o amor que envolve os Weasleys.

Harry havia se distanciado e sentou-se no muro de pedra do jardim. Pensava em tudo que havia acontecido, principalmente no relógio. Estava tão perdido em seus pensamentos que não notou que alguém aproximava.

- Harry.
- Ahn... Ah... Oi Gina. Estava aqui pensando um pouco.
- Posso sentar?
- Claro. Por favor.
- Em que você estava pensando?
- Em tudo que está acontecendo. O convite de Gui e Fleur. O relógio. Sabe Gina, eu nunca me senti tão amado assim. Não consigo descrever a sensação.
- Espero que você esteja muito feliz então.
- Feliz? Gina, você não imagina o quanto estou feliz. O que acontece é que também estou com muito medo Gina. Não sei o que vai ser de agora pra frente. Tenho medo que aconteça algo com vocês. Tenho medo que aconteça algo com você.
- Harry, não vai acontecer nada conosco. Estamos juntos com você, lembra?
- Você não entende Gina. Eu morreria de tristeza se vocês sofressem ou até morressem por minha causa. E ...
- E como você acha que ficaríamos se acontecesse alguma coisa com você? Você tem que parar com isto Harry.
- Parar em o que Gina?
- De pensar que só você se preocupa com os outros. Nós preocupamos muito com você também. Nós te amamos Harry! Eu... eu te amo... – terminou de falar olhando para a grama.

Os dois ficaram em silêncio. Gina pensando se devia ter falado o que falou. Ele sentindo com mais intensidade a sensação de ser querido pelas pessoas.

- Sabe Harry, realmente não entendo por que não podemos ficar juntos. Sempre gostei de você. Tentei esquecer, mas não consegui. Seria tão bom se você voltasse para mim... Que não tentasse me afastar...
- Não vou mais tentar te afastar Gina. Isto é, se você me aceitar de novo.

Ele tocou suavemente no queixo dela levantando sua cabeça. Viu que Gina chorava.

- Gina Weasley, você me aceitaria de volta?
- ... sim Harry Potter. Eu aceito. Mas com uma condição...
- Lá vem bomba... – suspirou Harry.
- Que você nunca nos abandone.

Harry saiu de cima do muro e puxou Gina com ele. Ficaram frente a frente. Ele fixou seu olhar nos olhos castanhos de sua amada.

- Eu prometo Gina. Prometo que sempre estarei com você.

Então aconteceu o que tanto Harry ansiou nos dias que se passaram. Um beijo, carregado de tanto amor que deixava os dois inebriados. Porém, aconteceu uma coisa que eles não notaram: uma aura dourada começou a emanar dos dois. A aura foi crescendo rapidamente.

- O que é aquilo? – perguntou Neville.
- É o Harry a Gina! – Respondeu Hermione – Rony, ta acontecendo de novo!
- Acontecendo o quê? – Perguntou Luna.
- Espere pra ver Luna. – Respondeu Rony.

- Arthur! Veja os dois!
- Estou vendo Molly, estou vendo!

A aura cresceu tanto que envolveu toda Toca. Todos os convidados tiveram a sensação de nada de ruim poderia acontecer com eles.

- É maravilhoso! – Suspirou uma Luna toda sorridente. Neville sorriu para ela.

- Arthur! O relógio!
- O que tem o relógio querida?

O relógio Weasley ficou dourado. Todos os ponteiros, com exceção do ponteiro de Percy, voltaram a apontar para “Casa”.

- O que isso significa Remo?
- Só posso supor que o poder de Harry está nos protegendo Arthur. Acho que nada mal poderia nos acontecer aqui e agora. O relógio é uma prova disto.

O mundo ao redor pareceu sumir para Harry e Gina enquanto se beijavam. Quando se separaram, Gina viu o mesmo brilho que Harry tinha na noite anterior quando curou Gui. Um brilho puro.

- Eu te amo Gina! E nunca te deixarei.

Gina tirou uma pequena caixa. Ficou olhando para ela e então falou:

- Feliz aniversário! É um presente simples...

Harry pegou a caixa e abriu. Dentro havia um fino cordão dourado com um pingente em forma de fênix. Harry pegou o cordão e beijou a Fênix.

- É o melhor presente que já ganhei na minha vida! Obrigado Gina. – Disse colocando o cordão no pescoço.
- Ahn... Harry, que história essa do Dino?
- É palhaçada do Remo e do Gui. Eles ficaram insinuando para que eu ficasse esperto, pois o Dino tava rodando por aí.
- Eu mato o Gui!
- Deixe isso pra lá Gina. Nós já estamos juntos, não estamos?
- Sim, estamos. – O sorriso de Gina era de plena felicidade. – Vamos lá falar com o pessoal?

Quando se aproximaram dos amigos foram recebidos por uma salva de palmas.

- Até que enfim cara! Achei que vocês não iam se acertar.
- Nada que um Dino Thomas não dê jeito Rony. – Falou Gui.
- Agora só falta mais um casal acertar. – Harry piscou para Gui.
- Hei Fred, Jorge. O Krum não falou que vinha?

Rony atingiu um tom avermelhado que mais parecia uma bandeira da Grifinória.

- Ah, deixem de bobagens! – Mione parecia bem aborrecida.
- Oh querida, que bom que se acertaram! Estou muito feliz.
- Eu também estou mamãe.
- Hei Harry, o que aconteceu com você?
- Como assim Luna?
- Você não viu? Toda aquela aura que estava saindo de você e Gina?
- Não.
- Uau! Foi demais! Deu até vontade de beijar o Neville.

Mais uma vez a sinceridade de Luna aflorava. Neville estava púrpura enquanto os outros riam.

- Por que você não beija então? – Perguntou Gina que estava abraçada com Harry.
- Bem... Não sei se ele gostaria...
- É claro que gostaria! – disse Neville baixinho.
- Não entendi Neville!

Neville puxou Luna pela mão. Os grandes olhos dela arregalados.

- É CLARO QUE GOSTARIA! – e beijou Luna.
- É isso aí Neville! – Gritaram todos.

Quando pararam, Luna fez mais um de seus comentários:

- Isso é muito bom!

A festa chegou ao fim. Todos os convidados foram embora. Enfim, a porta da Toca foi fechada e todos foram dormir felizes.
Na manhã seguinte todos acordaram um pouco mais tarde do que normal, menos o senhor e a senhora Weasley. Quando Harry chegou na cozinha, a senhora Weasley estava preparando ovos com bacon.

- Bom dia Sra. Weasley!
- Ah... Bom dia Harry querido! Dormiu bem?
- Maravilhosamente bem. Ta todo mundo dormindo ainda?
- Sim, menos Arthur que já foi para o Ministério.
- Bom dia!

O som daquela voz, o perfume... Para Harry era como se ainda estivesse sonhando.

- Bom dia querida. Acho que não precisa perguntar, mas dormiu bem?
- Muito bem mamãe. Bom dia Harry. – Sentou-se e deu um beijo discreto nele. – Dormiu bem?
- Muito bem. Tive ótimos sonhos.
- Que bom.

Os dois fizeram o desjejum e foram sentar no gramado em frente a casa. Algum tempo depois Rony e Mione se juntaram a eles.

- Hei! Por que vocês não esperaram nós?
- Não enche Rony. Apenas porque eu e Harry acordamos mais cedo.

Harry que observava Hermione resolveu falar:

- Pode falar Mione. Sei que você está querendo dizer algo.
- Bem Harry... Só queria saber o que você decidiu a respeito dos Horcruxes?
- Pra falar a verdade Mione, ainda não decidi nada. Aliás, decidi uma coisa: eu vou contar para alguns integrantes da Ordem na reunião.
- Mas Harry. – falou Rony – Você tem certeza? Dumbledore não gostaria...
- Talvez porque ele achasse que ainda estaria vivo Rony. Acho que Harry tem razão. Precisaremos de ajuda.
- Mas Mione, e se as informações vazarem?
- Não contaremos para toda Ordem da Fênix Rony. Apenas para alguns integrantes, como sua família, a professora Mcgonagall, Moody, Quim, Remo e Tonks.
- Você é quem sabe cara. Até lá o que vamos fazer?
- Quem sabe pesquisar sobre o feitiço de proteção que Dumbledore usou?
- Boa idéia Mione! Preciso descobrir também que aura é essa que me envolve. Você está muito calada Gina, algum problema?
- Estava pensando se eu vou poder participar da reunião.
- É claro que vai. Eu preciso de você ao meu lado Gina.
- Obrigado Harry. Obrigado por confiar em mim.
- É claro que confio! Eu te amo!
- Vamos parar com essa melação?
- Dá um tempo pra eles Rony! Deixe eles aproveitarem. Venha, vamos começar nossas pesquisas.

Hermione pegou Rony pela mão e levou-o para dentro. Harry e Gina ficaram namorando até a ora do almoço. À tarde se juntaram a Rony e Mione na pesquisa sobre o feitiço de proteção. Ficaram procurando nos livros que Mione sempre carregava durante toda a tarde, mas não encontraram nada. Procuraram em alguns livros da família Weasley, porém não encontraram nada. Quando foram jantar, estavam em total desânimo.

- O que houve meninos?
- Não estamos conseguindo achar nada sobre o feitiço de proteção, Sra. Weasley.
- Fiquem tranqüilos. Vocês vão acabar encontrando. E não se esqueçam que Minerva e Flitwick também estão pesquisando.
- Espero que eles consigam. – retrucou Harry.
- Mamãe, o jantar está pronto? – Perguntou Rony depois de um sonoro ronco vindo de seu estômago.
- Já. Mas espere um pouco, pois seu pai, Gui e Fleur já estão vindo. – disse apontando para o relógio que indicava que os três estavam em viagem. – E Remo também vem jantar conosco.

Escutaram estalos de aparatação do lado de fora da cozinha. A porta abriu e por ela entraram Arthur, Remo, Gui e Fleur.

- Noite!
- E aí pessoal, tudo bem?
- Oi papai, oi Gui, Remo, Fleur. Tudo bem?
- Vamos, vamos. Sente-se que vou servir o jantar.
- E então Hermione, algum progresso com o feitiço?
- Nada ainda Remo. Pesquisamos a tarde inteira e nada.
- Não se preocupem. Nós vamos acabar descobrindo. – Tranqüilizou o Sr. Weasley. – A propósito, marquei o teste de aparatação para Rony e Harry para amanhã.
- Mas amanhã papai? Nem tive tempo de me preparar.
- Calma Rony, tenho certeza que você vai conseguir. – disse Mione colocando a mão no braço de Rony. Os dois coraram muito depois disto enquanto os outros resolveram ignorar.
- Eu, Moody e Hagrid iremos com vocês.
- Hei! Espere um momento! Eu e Mione iremos com vocês.
- Nem pensar Gina. Vocês duas vão ficar aqui e me ajudar.
- Deixe querida, elas esperam na minha sala.
- Tem certeza Arthur? Não será muito arriscado?
- Não acredito que você-sabe-quem teria o topete de fazer um ataque no Ministério.
- Tudo bem então. Amanhã vocês duas irão também.
- Obrigado mamãe. Obrigado.
- Obrigado Sra. Weasley.
- Como iremos para Londres Remo? – Harry que havia ficado em silêncio perguntou.
- Vamos via Flu. Hagrid estará esperando por nós lá.

Quando chegaram ao quarto, Rony notou que o amigo estava preocupado. Toda preocupação de Rony com o teste sumiu depois das palavras de Hermione.

- Que foi cara? Não se preocupe com o teste, você já aparatou antes, é claro que vai conseguir passar.
- Não é o teste que me preocupa. – disse ao deitar na cama. – O que me preocupa é se Rufo Scrimgeour já sabe que vou fazer este teste.





Rabicho entrou na sala do trono correndo. Voldemort estava sentado em seu trono bebendo o que parecia ser vinho. Nagini estava enrolada aos seus pés.

- Com sua permissão, Milorde. Trago notícias.
- Fale logo Rabicho!
- Eles não passaram no Saint Mungus. Pelo que pude descobrir, nenhum Weasley entrou lá.
- Só isto Rabicho?
- Não Milorde. Tem mais. Nossa espiã no Ministério mandou avisar que o garoto Potter irá fazer o teste de aparatação amanhã.
- Finalmente uma boa notícia Rabicho. Muito boa mesmo. Só espero que nossa espiã não esteja... equivocada.
- Com certeza Milorde, com certeza. O que faremos agora?
- Chame Jawnehru, Amico e Aleto.
- E Snape?
- Não. Não seria sensato mandar Severo até o Ministério. Você entende, não é Rabicho? O assassino de Dumbledore entrando pelo átrio do Ministério pode atrapalhar as coisas. Vá chamá-los agora.





Quando saíram em uma das lareiras no átrio do Ministério da Magia da Grã Bretanha localizaram Hagrid em frente à Fonte dos Irmãos Mágicos.

- Oi Hagrid!
- Ah... Olá! Como vão? Nunca gostei desta fonte... – disse olhando de novo para fonte. – Daria tudo pro Agouro ver isto. Acho que ele é capaz de derrubar tudo na base do coice. E olha só este elfo! Se bem que eles são assim mesmo, os elfos domésticos.
- É por isso que luto tanto pelo F.A.L.E. Hagrid.
- Eu sei Mione, mas você deve entender que é da natureza deles.
- Ah Hagrid...

Toc. Toc. Toc. Todos se viraram e viram que Alastor Olho-tonto Moody se aproximava.

- Dia! – cumprimentou. – Vamos então?
- Dia Olho-tonto! – respondeu Lupin. – Vão indo pro Departamento de Transportes Mágicos que vou deixar as meninas na sala do Arthur.
- Vamos então garotos. Venham.

Quando chegaram ao local onde seria o teste notaram que havia mais adolescentes no lugar. Reconheceram Neville, Simas e Dino entre outros.

- Oi Harry. E aí Rony.
- Oi Neville. Dino. Simas. Então vocês vão fazer o teste?
- Sim. Tenho que passar de qualquer jeito. Não suporto meu primo enchendo o saco. Mas ele vai ver.

A porta se abriu e apareceu o examinador. Se Twycross parecia que estava desaparecendo, o homem que abriu a porta parecia um fantasma.

- Bom dia! Meu nome Phylippy Whitsmoke e serei o examinador hoje. Quando eu chamar pelo nome do candidato quero que ele entre para que possamos fazer o exame.

Whitsmoke pegou um pergaminho e chamou o primeiro candidato que foi Neville. Depois de algum tempo Neville saiu de dentro da sala muito suado, mas completamente feliz.

- Passei! Não acredito! EU PASSEI!
- Parabéns Neville! Muito bom! – falou Lupin.
- Obrigado professor Lupin. Quero só ver o que minha avó vai dizer quando eu aparatar lá em casa. Tchau!
- SR DINO THOMAS!
- É a minha vez.
- Boa sorte! – desejou Rony que já estava ficando meio esverdeado. – Harry, acho que vou vomitar.
- Acalme-se Rony! – rosnou Moody – Um bruxo como você não deveria ficar tão nervoso com um simples teste. Pense em tudo que você já fez e verá que um teste de aparatação não é nada. – Concluiu com o olho mágico girando na órbita.
- Obrigado Olho-tonto. Vou me acalmar, e garanto que vou passar.
- É assim que se diz Rony! – completou Lupin.
- SR RONALD WEASLEY!
- É agora Rony, manda ver! – animou Harry.

Rony engoliu em seco, mas foi decidido para dentro da sala. Passados alguns minutos a porta se abriu e ele saiu lá de dentro aos pulos.

- PASSEI! EU PASSEI HARRY! EU PASSEI CARA!!!
- Muito bom cara! Parabéns!
- É moleza Harry. Você vai ver. Espere até a Mione ficar sabendo.
- SR HARRY POT...

Whitsmoke apareceu na porta. No rosto uma expressão de espanto.

- Senhor Potter! Que prazer em conhecê-lo! Vamos fazer o teste então?
- Ahn... claro. Vamos lá.

Harry acompanhou o examinador. A sala deixava claro que havia sido enfeitiçada para ficar maior, pois era bem maior que um campo de quadribol. Havia diversos aros de cores diferentes, distribuídos em diversos lugares.

- É um prazer conhecê-lo Sr. Potter. Deixe os outros examinadores souberem que eu avaliei o Eleito. Eles vão ficar de coçando de inveja. Podemos começar?
- Claro!
- Certo. Como o senhor pode ver, tem diversos aros coloridos distribuídos pela sala. Primeiro vou passar uma seqüência de cores e o senhor deverá desaparatar e aparatar nesta seqüência. Serão três seqüências. Três aros, quatro aros e cinco aros. Não é aceito nenhum erro, pois como o senhor deve saber, aparatação é uma coisa perigosa.
- OK. Podemos começar então?
- Sim. Vamos começar. E lembre-se dos três Ds. A primeira seqüência é: azul-amarelo-vermelho.

Harry sabia que daria conta. Já tinha aparatado antes. Uma grande sensação de tranqüilidade se apoderou dele. Localizou os aros e concentrou neles. Fechou os olhos... Aro azul... Aro amarelo... Aro vermelho. A diferença é que tudo não durou mais que cinco segundos.

- Muito bom senhor Potter! Realmente muito bom! Vamos para a próxima: verde-amarelo-preto-branco.

Novamente Harry fez tudo rapidamente. Whitsmoke olhava assombrado para ele.

- A última agora: vermelho-preto-azul-branco-amarelo.

Harry sabia que dava para fazer mais rápido. Desta vez, ficou parado dentro do aro somente o tempo que o examinador conseguisse vê-lo. Em cinco segundos terminou a prova.

- Sr. Potter... onde o senhor aprendeu a aparatar desta forma?
- Na escola, senhor.
- Por Deus! Nunca vi ninguém aparatar desta forma. É impressionante. O senhor está aprovado. – completou dando um toque com a varinha em um pergaminho. – Venha. Eu acompanho o senhor.

Quando saíram da sala Harry procurou por Rony. Quando viu o rosto do amigo notou que tinha algo errado. Rony apenas gesticulou para um ponto mais adiante. Quando Harry olhou para onde ele apontou, viu que Rufo Scrimgeour conversava com Moody, Remo e Hagrid.

- Ah Harry, meu rapaz! Como vai? – perguntou jovialmente.
- Tudo bem Ministro. E o senhor?
- A gente vai levando Harry. – respondeu com a voz cansada. – Sabe como é: muitos problemas. Como foi o teste de Harry Phyl?
- Senhor Ministro, impressionante! IMPRESSIONANTE! Nunca havia examinado alguém como o Sr. Potter. Que aparatação! QUE APARATAÇÃO! Senhor, nem ruído ele faz! E a velocidade! Pra dizer a verdade, eu é que tive dificuldades para avaliá-lo!
- Muito bom, muito bom! Na verdade Phyl, o Harry sempre consegue nos impressionar, não é mesmo?

Nem Harry, nem seus amigos estavam gostando muito daquilo. Haviam muitas outras pessoas por perto e o que ele menos queria era chamar atenção. Whitsmoke já estava fazendo muito farol a respeito da aparatação de Harry.

- Vamos então Potter. – chamou Alastor – As garotas estão esperando.
- Certo. Vamos então.
- Um momento Alastor. Gostaria que Harry tomasse uma xícara de chá comigo em meu gabinete. Vamos Harry.
- Ahn... Não sei se é uma boa idéia... A Sra. Weasley pode ficar preocupada e...
- Ora Harry! É apenas uma xícara de chá! Venha! Não vai demorar nada.

Sem ter o que fazer, Harry chamou Rony e acompanhou o Ministro. Hagrid, Moody e Remo também acompanharam. Todos entenderam a intenção de Rufo: ser visto junto de Harry Potter dentro do Ministério da Magia. Chegaram a um elevador privativo que levava diretamente ao gabinete ministerial.

- Nós ficaremos aqui Harry. – disse Lupin na porta do elevador – Fique tranqüilo. O Rony vai com você.
- Certo. Mas gostaria que vocês fossem.
- Vamos Harry? – chamou Scrimgeour.

Os três entraram no elevador que começou a subir rapidamente. Quando a porta abriu, Harry e Rony ficaram impressionados com o luxo do gabinete. Em uma mesa mais afastada estava Percy Weasley. Quando ele ouviu a porta se abrindo levantou imediatamente.

- Senhor Ministro, chegou um memorando do Ministério de...

Percy parou de falar quando viu quem estava com Rufo. Não esperava ver Harry e Rony ali.

- Depois Percy, depois. No momento estou ocupado. Por favor, leve chá para nós em minha sala.
- Como quiser Ministro. – Respondeu Percy muito baixo. As orelhas extremamente vermelhas.

Rony olhava para Percy com extremo desgosto. Então era isso que ele queria para sua vida? Ter que se mostrar servil para alguém que é poderoso politicamente?

- Venham. Vamos nos sentar enquanto Percy nos prepara um chá. Bem Harry, francamente eu alimentava esperanças de conversar com você em particular...
- Não há nada que conversaremos aqui que Rony não possa ouvir e participar também. – Rony sorriu para Harry.
Scrimgeour ficou desconcertado, mas rapidamente voltou a sorrir. Se quisesse conseguir o apoio de Harry teria de ser muito convincente.

- Bem Harry, gostaria de saber o que aconteceu na sua casa, quero dizer, como você conseguiu prender todos aqueles comensais?
- Bem Ministro, infelizmente não poderei responder, porque nem eu mesmo sei o que aconteceu.
- Sei... É uma pena. Gostaria de entender como conseguiu este feito. E quanto à conversa que tivemos antes?
- O senhor sabe o que penso Ministro. Não gostaria de ser tratado como um garoto-propaganda. Não aprovo o que o Ministério tem feito. Por exemplo, o Lalau Shunpike já foi solto?
- Isto poderia ser arranjado se você nos ajudasse Harry.
- É esta a diferença Ministro. O Lalau deveria estar solto não porque eu pedi! Ele deveria estar livre porque ele é inocente! Não gosto deste tipo de coisa.
- Mas Harry, você precisa entender que nós precisávamos fazer alguma coisa! As pessoas estão desesperadas!
- Não acho que isso seja a solução Ministro.
- Sei que não foi muito sensato, mas... – ouviram batidas na porta. – Ah! Deve ser o Percy com o chá. – Rufo parecia aliviado por poder fazer uma pausa naquela conversa que não estava tomando o rumo que ele gostaria. – Pode entrar.

Percy entrou carregando uma bandeja, mas não vinha sozinho. Junto vinha uma bruxa baixa e gorda. Um lacinho preso na cabeça de cabelos curtos e crespos. Junto com Percy vinha Dolores Umbridge.

- Olá Ministro! Estava passando por aqui quando encontrei o jovem Percy me falou que o senhor estava com os senhores Potter e Weasley. Não poderia perder a chance de cumprimentá-los.

Nem Harry, nem Rony se levantaram quando ela se aproximou para cumprimentá-los. Ela apertou a mão de Rony. Ao segurar na mão de Harry, virou-a discretamente para ver as cicatrizes deixadas pelas detenções que aplicou. Um sorriso de pequenos dentes pontiagudos no rosto. Enquanto Harry segurava a mão de sua antiga professora, uma sensação de extremo mal estar se apoderou dele. Uma sensação que nunca havia sentido. Notou que alguma coisa o atraia no braço esquerdo de Umbridge.
Percy servia chá para todos. Dolores que havia conjurado uma cadeira sentou-se ao lado de Harry.

- Pois é Dolores. Estou tentando convencer nosso amigo a colaborar conosco.
- Isto seria muito bom para o Ministério. E com certeza facilitaria muito as coisas para você Harry, como a carreira de auror que tanto almeja.

Harry se manteve em silêncio. Rony observou que o amigo não estava normal. De repente, Harry levantou e começou a andar pela sala.

- Algum problema Harry? Talvez queira mais chá. Por favor Percy, sirva mais chá para Harry.

Harry parou próximo a porta. Puxou a varinha e disse Colloportus.

- Harry, o que você está fazendo? – assustou-se Rufo.
- Hei Harry, tudo bem cara? – Levantou-se Rony.

Harry continuava olhando para porta. Todos estavam de pé agora. Umbridge se afastou um pouco.

- Já passou por sua cabeça Ministro, que pode haver um espião de Voldemort bem debaixo de seu nariz?
- Ora Harry, você não acredita que ele teria coragem!
- Sei... Pois digo ao senhor que ele tem um espião aqui.
- Não diga disparates Potter! Que loucura é esta? – Disparou Umbridge.
- Loucura Umbridge? – Harry se virou. Os olhos brilhavam intensamente. – Você tem certeza que é loucura?

Dolores correu para onde Percy estava. Passou um braço pelo pescoço e apontou a varinha para as costas dele.

- O que é isso Dolores? O que está acontecendo com você? Solte logo o Percy!
- Solte meu irmão, Umbridge. Senão você sofrerá as conseqüências. – Falou Rony, que tinha a varinha apontada para ela.
- Conseqüências? Que conseqüências seu moleque? Vocês vão me deixar sair daqui agora, senão o jovem Percy morrerá!
- O que está acontecendo! Dolores, solte ele.

Percy estava tremendo. Não imaginava que Dolores poderia fazer algum mal para ele.

- Ainda não entendeu Ministro? – perguntou Harry calmamente. – Eu mostro para o senhor.

Foi tudo muito rápido. Harry desaparatou e aparatou tão rápido que não houve como Umbridge reagir. Ele segurou o braço em que ela tinha a varinha e puxou com violência para trás. Dolores deixou a varinha cair. Percy aproveitou e correu para junto de Rony que ainda mantinha a varinha erguida. Harry puxou a manga das vestes dela, porém não havia nada para se ver.

- O que você quer seu idiota? Não tem nada no meu braço!
- Ora Umbridge, você não seria tola o bastante para dar alguma pista, não é mesmo? O que você usou? Um feitiço ilusório?
- Não tem nada aí seu moleque!
- Vamos descobrir então.

O braço que ele segurava começou a brilhar. Então aconteceu: uma Marca Negra começou a brilhar. Quando o brilho no braço sumiu a Marca Negra estava lá.

- Dolores... como você pode? Eu confiava em você!
- Seu tolo! Você realmente acha que vai durar muito Rufo? O Lorde Negro irá reinar absoluto! ABSOLUTO!
- Não Dolores, ele não vai. Estupore. Incarcerous.

Umbridge caiu estuporada e foi rapidamente amarrada por grossas cordas. Rufo olhava para ela com repugnância.

- Como não notei antes! O tempo todo ela nos espionando.
- Você está bem Percy?
- Sim, estou. Obrigado Rony, e... obrigado Harry.
- Deixa pra lá.
- Não. Eu fui um idiota. Mas não serei mais.
- Agora você falou como um autêntico Weasley! – Disse Rony dando um tapa nas costas de Percy.
- Mas como você descobriu Harry?
- Não sei Ministro. Eu meio que senti.
- Sentiu?
- Sim. Não sei...

BUM! Um barulho de explosão veio dos andares inferiores. Todos se olharam espantados.

- Não! Um ataque não!
- Rony! As garotas! Vamos!

Todos saíram desabalados do gabinete. Quando chegaram ao elevador, Scrimgeour começou a esmurrar o botão.

- Esta droga ta demorando muito!
- Vamos aparatar então! – Sugeriu Rony. – Vamos aparatar onde o pessoal ficou.
- OK. – Harry virou para Percy e Rufo. – Eles estão na porta de entrada do elevador. Vamos.

Quando aparataram na porta do elevador, somente Hagrid estava lá segurando seu velho guarda-chuva. Havia muitas explosões gritaria.

- Hagrid! Onde estão os outros?
- Olho-tonto foi para o átrio. Remo foi para a sala de Arthur para proteger as garotas. E agora? O que faremos?
- Percy, você poderia ir para sala de seu pai e ver se está tudo bem?
- Claro! Já estou indo! – E saiu correndo.
- Vamos para o átrio. – falou Rufo. – É de lá que estão vindo as explosões.

No caminho encontraram dois comensais, que por estarem ocupados revistando outras salas não viram quando Hagrid os pegou e bateu suas cabeças uma contra a outra. Os dois caíram desacordados. Enquanto Rony os amarrava Hagrid quebrou a varinha deles. Quando chegaram ao átrio ficaram assustados com o que viram. Muitos comensais estavam distribuídos pelo lugar. A Fonte dos Irmãos Mágicos estava destruída. Haviam muitos bruxos caídos pelo piso. Savage, Dawlish, Tonks, Quim e outros aurores resistiam bravamente ao ataque. Olho-tonto lutava contra dois comensais. Dois comensais que lutavam juntos pararam quando viram o novo grupo que havia chegado no átrio.

- Veja Aleto se não são os dois figurões do mundo mágico!
- Rufo Scrimgeour e Harry Potter! É um prazer vê-los! Vamos nos divertir um pouco Aleto?

O casal de irmãos começaram a lançar feitiços contra Harry, Rony, Hagrid e Scrimgeour. Harry e Rony assumiram o ataque contra os dois.

- Ministro! Hagrid! Ajudem os outros!
- Mas Harry...
- Vá Hagrid! Eu e Rony damos conta!

Hagrid saiu em direção a um grupo de comensais que estavam encurralando alguns funcionários do Ministério. Rufo foi ajudar Moody. O velho auror já tinha derrubado dois comensais, mas para cada comensal que derrubava aparecia mais dois. Moody estava se defendendo de um feitiço negro quando ouviu uma voz gritando atrás dele:

- Estupefaça!

Moody fechou os olhos. Sabia que não tinha tempo para desviar o feitiço. “Essa maldita perna de pau!”. Esperou mas nada aconteceu. Ouviu o barulho de um corpo desabando no chão. Com o olho bom focalizou o comensal caído a sua frente. O olho mágico girou e focalizou Rufo Scrimgeour.

- Vamos lá Moody! Vamos acabar com esses desgraçados!
- Isso aí Rufo! Vamos derreter eles!
- Pelos velhos tempos!
- Pelos velhos tempos!

Os dois começaram a lutar em perfeita sincronia. Um de costas para o outro. Na realidade pareciam uma única pessoa com quatro braços.

- Hei Rufo! Joga aquele lá pra cima pra mim!
- Se prepara então! – Rufo apontou a varinha para o comensal e gritou: - Vingardium Leviosa!

O comensal começou a levitar. Moody focalizou a cabeça do elfo que até pouco tempo estava na fonte. Uediuósi. a cabeça saiu voando e bateu na cabeça do comensal que caiu desmaiado.

Harry lutava com Amico enquanto Rony duelava contra Aleto.

- Vamos cabeça-de-fogo traidor do sangue. Vamos ver o que você sabe fazer. Crucio!

Rony deu um salto para o lado e conseguiu desviar do feitiço. Quando levantou já havia outro feitiço vindo em sua direção.

- Protego!Estupefaça! Expelliarmus!
- Muito fraco ainda cabeça-de-fogo. Vai ter que melhorar! – gargalhou Aleto que desviou os feitiços com facilidade e lançando outros contra Rony que conseguiu desviar a maioria mas foi acertado de raspão pelo último. – Oh! Machuquei o cabeça-de-fogo... Sempre ouvi dizer que os Weasley eram bruxos medíocres.
- Vou te mostrar a mediocridade dos Weasley. – Rony falou enquanto observava o ferimento no ombro.

Aleto lançou um feitiço. Rony pulou atrás de uma mesa que estava parcialmente destruída. “Pense Rony, pense. Vamos surpreender este babada!” Ouviu quando Aleto lançou um feitiço contra a mesa que fez os dois se arrastarem pelo chão. “Vai ter que dar certo. Se não der eu to frito”. Ele tirou a cabeça de trás da mesa mas teve que esconder pois quase fora acertado por mais um feitiço, mas conseguiu focalizar bem onde Aleto estava. Saiu correndo de trás da mesa em direção de Aleto. Aleto deu um risinho sarcástico antes de lançar o feitiço. Quando Rony pulou escutou Aleto lançando a Maldição Cruciatos, mas no meio do salto ele girou no ar e desaparatou antes que o feitiço pegasse nele. Aparatou atrás de Aleto que não estava esperando que ele fizesse isto. Apontou para os pés de Aleto: Gellus! Tarantallegra! Com os pés congelados e as pernas mexendo sem parar, Aleto caiu no chão. Tentava levantar mas não conseguia.

- Seu desgraçado! Vou matar você! Avada Ked...!
- Accio varinha!

A varinha saiu em voando. Rony e Aleto seguiram a trajetória dela. Quando olharam mais a frente viram Arthur Weasley pegando a varinha e quebrando-a.

- Nunca... nunca mais tente fazer mal à um Weasley! Estupore!
- Rony! Você está bem?
- To legal Mione, mas foi por pouco.
- Rony, cadê o Harry?
- Não sei Gina. Ele estava lutando com outro comensal.
- Temos que achar ele! Vamos.

Harry travava uma luta ferrenha contra Amico. Os dois atacando e defendendo muito bem.

- Vamos lá Potter. Quero ver o que você sabe fazer.
- Você não vai ter tempo para ver. Impedimenta
- Protego! Negrutium!

Harry que teve que rolar pelo chão para desviar do feitiço que havia sido rebatido não conseguiu escapar do próximo. Foi arremessado pelo átrio e caiu com o nariz sangrando. O peito doía muito. Amico se aproximou sorrindo.

- Vejo que você não é tudo isto que as pessoas falam. Está doendo? É para doer mesmo. Agora vou me divertir um pouco com você antes de levá-lo para o Lorde das Trevas. Império!

Harry começou a sentir a sensação característica da Maldição Impérius, mas rapidamente começou a resistir.

- Quero ver o que vão falar quando o famoso Harry Potter começar a atacar os aurores. Ataque os aurores.
- Você se acha muito forte, não é? – Harry começou a levantar. – Acho que você não sabe, mas se nem Voldemort conseguiu me dominar com a Impérius, você acha que conseguiria? - “ Levicorpus – Accio varinha. Veja de camarote nós derrotarmos vocês. – disse quebrando a varinha de Amico.
- Harry!
- Gina! Mione! O que vocês estão fazendo aqui? Se protejam. Rony, onde estão os outros? Onde está o Remo e o Sr. Weasley?
- Você está bem? O que aconteceu com seu nariz? – Perguntou Gina segurando a cabeça do namorado.
- Foi um feitiço. Vamos ajudar os outros. Fique comigo Gina. Não desgruda de mim! Vamos.

Começaram a correr pelo átrio. Viram que Percy e o Sr. Weasley acabavam de amarrar dois comensais, mas um terceiro estava prestes a atacá-los pelas costas.

- Riddikulus! – Gina lançou a azaração para bicho-papão no comensal. Este era um dos melhores feitiços de Gina. O comensal caiu desacordado com diversos tentáculos brotando do rosto.
- Você deve sofrer mais, seu desgraçado! – Berrou Rony. - Furnunculus!

Além dos tentáculos diversos furúnculos começaram a brotar pelo corpo do comensal. Continuaram a correr se desviando dos feitiços que vinham na direção deles. Viram uma grande aglomeração de comensais. Quando prestarão mais atenção viram que Hagrid estava cercado e recebia diversos feitiços. Ainda estava agüentando devido á pele de gigante herdada da mãe. Começaram a correr para ajudar Hagrid quando escutaram um grito de sofrimento. Procuravam para ver de onde tinha vindo o grito e viram Neville sendo torturado por um comensal.

- O que o Neville ainda está fazendo aqui?
- Ele deve ter se atrasado depois do teste.
- Rony e Mione, vão ajudar o Hagrid. Nós vamos ajudar o Neville.
- Certo. Venha Mione. Venha!
- Tenham cuidado vocês dois!
- Vocês também!

Rony e Mione correram em direção a Hagrid. Viram Lupin derrubando mais um comensal. “Que droga, esses caras não param de aparecer”, pensou Rony. Os dois pararam.

- Rony... o que vamos fazer?
- Não sei Mione... Espere... Tive uma idéia!
- Fala logo! O Hagrid não vai agüentar muito tempo.
- Mione, conjure aqueles canários e mande-oseles atacarem os comensais.
- Avis! Oppugno!
- Fique aqui.
- Aonde você vai? Rony...

Centenas de pássaros atacaram os comensais. Rony aparatou ao lado de Hagrid.

- Hei Hagrid! Vamos acabar com esses bastardos!
- É isso aí Rony!

Rony lançava feitiços nos comensais enquanto Hagrid foi derrubando muitos na base do soco. Os comensais não estavam conseguindo revidar. Os pássaros de Hermione não paravam de atacar. Hermione começou atacar também. Em poucos instantes todos os comensais estavam desacordados. Hermione correu até onde estavam.

- Seu ruivo idiota! Pra que você foi fazer aquilo? Aparatar no meio de todos aqueles comensais. VOCÊ TEM BOSTA DE DRAGÃO NA CABEÇA? – Enquanto gritava ia dando socos no peito de Rony.
- Calma Mione. Eu tinha que aproveitar o ataque de seus pássaros. Se eu estivesse junto de Hagrid ficaria mais fácil.
- Nunca mais faça isto. Entendeu?
- Mas Mione tiv...
- Não quero saber Rony... Não posso perder você... – Mione abraçou Rony.
- Calma Mione. Você não vai me perder. Eu prometo. Vamos procurar Harry e Gina.
- Certo. Vem com a gente Hagrid.

Harry e Gina chegaram onde Neville estava sendo torturado. Nunca tinham visto um feitiço como aquele: Neville girava no ar, os braços e as pernas. Os olhos giravam nas órbitas. “Expelliarmus”! Harry desarmou o comensal que torturava Neville. Neville veio caindo, mas Gina conseguiu fazer com que ele levitasse. O comensal rolou pelo chão e recuperou a varinha. Harry lançou outro feitiço, mas ele conseguiu defender. Os dois pararam se avaliando, as varinhas em riste.

- É um prazer conhecê-lo Harry Potter. - Vallabh Jawnehru fez uma meia reverência e retirou a máscara. – A muito esperei por este momento.
- Quem é você?
- Isto não vem ao caso agora.

Harry não conseguia distinguir aquele sotaque, muito menos o bruxo que falava com ele. Notou que o comensal não estava sendo sarcástico, mas estava tratando ele com certo respeito.

- Ouvi dizer que você é um bruxo muito poderoso.
- Como você mesmo disse, isto não vem ao caso agora.
- Para mim interessa. Gosto de saber contra quem estou lutando. Você me daria o prazer deste duelo Sr. Potter?

Harry apenas acenou com a cabeça. Então o duelo começou. Os dois atacavam e defendiam com maestria. Harry estava ficando muito cansado. Mas seu oponente já não atacava na mesma velocidade. Harry lançou um feitiço estuporante, mas Jawnehru saltou e caiu em cima de uma mesa. Harry não perdeu tempo. “Bombarda!” A mesa explodiu lançando Jawnehru no ar. Caiu alguns metros a frente, diversos ferimentos pelo rosto.

- Você é bom! – disse enquanto se levantava. – Mas vamos ver se você suporta isto.

Jawnehru vez um movimento com a varinha e lançou uma bola de fogo negro. Harry pulou no chão, mas o feitiço não passou perto dele. Quando escutou um grito seu coração falhou uma batida: Gina!

- Gina! – Gritou quando começou a correr em direção a ela e Neville. Caiu ajoelhado ao lado dela. – Neville... a Gina...
- O feitiço atingiu ela Harry, mas ela ta respirando.
- Gina... acorde, por favor. ACORDA GINA!

Rony, Mione e Hagrid vieram correndo. Jawnehru continuava de pé. Os ferimentos sangrando muito.

- Realmente o Lorde das Trevas tinha razão. Este é o seu ponto fraco. Você se preocupa muito com as outras pessoas.

Harry fechou os olhos. Pensou em Gina, pensou em todos que estavam ali lutando contra o poder das trevas. Começou a levantar lentamente. Quando finalmente ficou de pé, permaneceu de costas para Jawnehru. Sentiu que a fênix que Gina tinha lhe dado começou a esquentar. Então aconteceu de novo. A aura dourada começou a crescer a sua volta. Diversos raios de energia começaram a percorrer a esfera. Todos os duelos pararam. Todos observavam aquela esfera de energia. Quando Harry abriu os olhos, parecia que duas esmeraldas incandescentes substituíam eles.

- Você e Tom Riddle estão enganados. – Todos ouviam o que ele dizia, mesmo que estivesse falando baixo. – São as pessoas de quem eu amo e gosto que me fortalece.

Ele virou para Jawnehru, que recuou um passo quando viu o brilho no olhar dele. Harry apontou a varinha para cima. Toda a energia dourada e vermelha que estava ao seu redor começou a deslocar para a ponta da varinha dando a impressão de ser uma grande tocha. Ele desceu o braço com velocidade em direção ao chão. A energia se desprendeu da ponta da varinha e bateu no chão. Uma onda de impacto multicolorida varreu todo o átrio arrastando todos os comensais. Eles todos ficaram presos às paredes enquanto os bruxos que estavam lutando contra eles não moveram um centímetro sequer. Harry ajoelhou a lado de Gina que continuava desacordada. Levantou e abraçou ela. A esfera de energia começou a crescer novamente. Todos estavam estupefatos com o que estava acontecendo. Harry ficou abraçado com Gina por alguns instantes. Lentamente ela começou a abrir os olhos. Harry mantinha os olhos fechados.

- Eu estou bem meu amor. – disse uma voz em seu ouvido.
- Gina! Ah Gina... Tive tanto medo...

A esfera de energia desapareceu, porém a fênix em seu peito continuava a brilhar. Os comensais continuavam presos nas paredes.

- O QUE VOCÊS ESTÃO ESPERANDO? PRENDAM TODOS ESSES DESGRAÇADOS! – Gritou Rufo Scrimgeour. – Harry! Santo Deus! O que foi isso?
- Agora não Ministro. Depois. Estou muito cansado. Todos estão muito cansados.
- Tudo bem Harry, tudo bem. Mas prometa que conversaremos depois.
- Sim, conversaremos. Agora temos que ir. Por favor, cuide dos feridos.
- Feridos? Não têm feridos Harry. Todos ficaram bem quando você fez aquele feitiço! Bem, não posso falar pelos os comensais... eles parecem bem ruins...
- Certo. Tudo bem então.

Remo, Tonks, Moody, o Sr. Weasley e Percy vieram encontrar os garotos. Harry estava abraçado a Gina e Rony a Hermione. Hagrid ao lado deles.

- Vamos embora então? – perguntou.
- Sim, vamos.
- Eu voltarei para Hogwarts. – Falou Hagrid – Preciso contar para Minerva o que aconteceu aqui. – Obrigado Rony e Mione. Foi impressionante o que vocês fizeram.
- Que isso Hagrid! Você faria o mesmo por nós.
- Eh... senhor Ministro... Gostaria de passar o resto do dia em casa com os meus pais. Se não houver nenhum problema, é claro. – Pediu Percy.
- Vá Percy, vá. Depois do que você e seu pai fizeram aqui hoje, uma folga é bem merecida. Pode ficar em casa amanhã também. Vocês dois.

Todos sorriram ao ver Percy passar o braço pelos ombros do Sr. Weasley.

- Vamos?
- Vamos aparatar, afinal eu e Rony não fizemos este teste a toa. Vem Gina. Você vem comigo.

Todos aparataram na Toca, onde a Senhora Weasley nem imaginava o que tinha acontecido.

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É isso aí galera. Finalmente o quinto capítulo. Ficou maior do que eu queria, mas fazer o que? Espero que vocês tenham gostado. Acho que ficou melhor que o anterior.

Agradeço novamente às pessoas que votaram e comentaram. Foram poucas, mas todos os comentários foram muito válidos. CONTINUEM POR FAVOR!!!

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Amy, quanto ao título, acho que daqui alguns capítulos vai ter mais coerência. Mas obrigado pela sinceridade.


Um abraço a todos.



Rúbeo.

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