A Tão Esperada União
Depois daquela declaração, não demorou nada para Draco e Antoine marcarem a data do casamento. Seria dali a um mês, na própria casa dos Malfoy. Antoine foi quem pediu permissão, e fez com que pai e filho voltassem a conversar. Aconteceu num jantar importante, no dia do aniversário de Lúcio, mas ele não parecia muito contente. Antoine não parava de pensar que fora a culpada por tudo aquilo e decidiu resolver as coisas de seu jeito. Tomou um gole de conhaque, que lhe foi oferecido por um amigo de Draco e seguiu na direção da Lúcio.
– Senhorr Malfoy, serrá que podemos converrsarr? - pediu Antoine polidamente - Lúcio a olhou de cima à baixo, mas gostou daquela atitude. Estendeu a mão oferecendo um lugar para Antoine se sentar e depois sentou-se ladeando-a.
– Pois não? - disse com secura.
– Bem, - começou inspirando e expirando antes de continuar - não querro serr a pessoa que fez seu filho virrarr contrra o senhorr. Sei que quis o bem de Drraco naquele incidente, mas afinal de contas deu tudo cerrto e ele conseguiu o carrgo. O senhorr deve estarr muito orrgulhoso e se corrroendo porr não poderr demonstrrarr isso...
– Onde quer chegar? - pediu Lúcio olhando para o copo de bebida.
– Eu querro... gostarria que o senhorr falasse com Drraco.
– E ele quer falar comigo? Esse tempo todo foi ele quem me evitou!
– O senhorr o ensinou muito bem, não acha?
– Como? - disse Lúcio voltando seu olhar para Antoine.
– Bom, Drraco me disse, cerrta vez, que o senhorr o tinha ensinado a serr desse jeito, disse que quando se está cerrto o melhor a fazerr é ignorrarr a pessoa que está atrrapalhando!
– Ele... achou que eu... o atrapalhava? Como aquele menino ousa...
– Senhorr Malfoy, - disse Antoine tocando-o no ombro - ele é seu filho e tem o mesmo gênio do senhorr ou serrá que não se vê em Drraco?
Lúcio mordeu o lábio. Sabia que ela estava certa, mas não era tão fácil voltar atrás. Não era assim que ele resolvia as coisas.
– Drraco marrcou a data de nosso casamento! - quando ela revelou isso os olhos de Lúcio brilharam - E se o senhorr perrmitirr, gostarria que fosse aqui em sua prroprriedade!
Ele respirou fundo, tomou a mão de Antoine e a beijou.
– Você é a mulher certa para ele! - e depois disso Lúcio se levantou e foi até Draco. Cutucou-o no braço e fez um sinal com a cabeça para que o filho o seguisse até a biblioteca. Vinte minutos depois, Draco saiu de lá com o olhar distante. Logo após, saiu Lúcio cumprimentando Antoine de longe. Naquela noite, após a festa, Draco não parecia nada bem. Antoine estava sentada no sofá ao lado dele, que olhava para o fogo na lareira como se estivesse vendo algo muito interessante lá.
– Drraco, seu pai... - perguntou sem terminar - Desculpe, foi minha culpa. - murmurou achando que Lúcio e Draco haviam se desentendido novamente - Só pedi a ele que falasse com você!!
– E falou!
– Ele brrigou com você?
– Pelo contrário... disse estar muito orgulhoso de mim e de seu caráter. Pensou muito no que você havia dito e disse que você era uma grande mulher, pois, não se deixava levar por palavras. Que você somente faria algo quando soubesse que era o certo a fazer! Então... ele me abraçou...
Os olhos de Draco estavam vermelhos e ele continuava a olhar para o fogo. Antoine sentiu pena dele, e soube que ela não fora a única a não receber carinho quando criança. Abraçou Draco e ele a apertou contra sim e chorou. Lembranças do passado vieram à mente de Antoine. Como queria ter sido abraçada daquela forma, como queria ter ouvido as palavras “eu te amo” quando era criança. Segurou o rosto de Draco com as mãos e olhou no fundo dos olhos dele.
– Amo você, Drraco!
Ele sorriu, a beijou e levantou puxando-a até seu quarto. Passaram a noite juntos, Draco adormeceu abraçado à ela, Antoine, porém, não conseguiu dormir. Seus pensamentos voltaram para Hogwarts. Sim, amava Draco, mas não era o mesmo amor que sentia pelo professor de Poções.
Mais de seiscentos convites de casamento foram enviados a bruxos de todos os lugares. Os elfos estavam tão atarefados com a organização da festa que chegavam a brigar. Alguns dos convites foram endereçados ao castelo de Hogwarts. Alvo Dumbledore, quando recebeu o seu, estava na sacada de sua sala, observando alguns alunos em aula de vôo. Abriu o pergaminho onde seu nome estava escrito com letras douradas e bem desenhadas. No centro do convite, bem ressaltados, havia dois nomes que causaram a Dumbledore uma súbita tontura. Leu o convite novamente:
Lúcio e Narcisa Malfoy têm o prazer de convidar Vossa Excelência ao enlace matrimonial de seu filho, Draco Malfoy, com Antoine Dimanchè, que se realizará no dia 19 de Dezembro, pelas 5:00 horas, na mansão Malfoy, centro de Covent Garden, seguindo-se um jantar formal no mesmo local. Ficaremos honrados com vossa presença.
Dumbledore segurou firme o papel remoendo sobre o que tinha deixado acontecer. Olhou novamente para os alunos lá em baixo e, naquele momento, um vulto negro caminhava lentamente por uma passagem e parou para observar os mesmos alunos, era Severo Snape, debruçando-se numa das bancadas do castelo, tentando identificar quem era o mentor da algazarra metros abaixo. Dumbledore apertou ainda mais o pergaminho chegando a amassá-lo. Um sentimento de perda, uma dor profunda acometia seu peito. Tratou de pegar todos os outros convites que a coruja ainda possuía amarrada a sua pata, entrou em sua sala, olhou ao redor e atirou-os todos na lareira em fogo.
– O que está fazendo, Alvo? - o diretor olhou para cima e algumas pessoas dentro dos quadros se movimentaram encondendo-se.
– Nada que você precisa saber Fineas... nada que lhe diga respeito! - limitou-se Dumbledore. O homem bidimensional apenas crispou os lábios e, recostando-se na cadeira, fechou os olhos.
Segundos depois nenhum vestígio de qualquer convite existia.
A cerimônia e a festa do casamento foram as mais pomposas que o dinheiro poderia comprar e a felicidade dos noivos pareceu refletir em todos os presentes. Havia mais de quinhentos bruxos reunidos na mansão dos Malfoy. O mais interessante era que Alvo Dumbledore estava ali, quase todos sabiam que Dumbledore e Lúcio Malfoy aturavam-se somente por ser, o diretor de Hogwarts, um homem muito paciente e educado, mas entenderam a presença do bruxo porque era muito ligado à noiva.
– Sinto pelos outrros prrofessorres que não puderrem virr. - murmurrou Antoine enquanto dançava com Dumbledore.
– Sim, mas Hogwarts não poderia parar! - disse Dumbledore, que no fundo escondia a todo custo a verdade, não havia contado a ninguém sobre o casamento de Antoine.
A festa decorreu cheia de surpresas. Alguns convidados trouxeram presentes que eram parte da festa, tais como: uma orquestra encantada, um rodízio de bebidas destiladas ilegais, entre outras que agradou mais aos pais dos noivos do que aos próprios noivos! Antoine parecia cansada com apenas duas horas de festa. Ficou algum tempo sentada com a mão no peito, e os mais próximos acharam que fora por causa da dança, pois havia dançado quase sem parar. Mas Draco percebeu que algo de errado acontecera quando ela foi ao banheiro e demorou a voltar. Pedindo auxílio ao pai, foi ver o que estava acontecendo. Encontraram-na sentada no chão do banheiro ofegante.
– Ajude-me a levantarr, Drraco! - disse um tanto pálida, mas cambaleou e caiu nos braços de Lúcio.
– Está tonta? - perguntou - Acho melhor parar de beber!
– Um pouco tonta - respondeu Antoine ao sogro.
– Mas ela não tomou nada, pai! - disse Draco nervoso.
– Há quanto tempo está assim, sentindo-se zonza?
– Ãh, há duas semanas, senhorr Malfoy.
Lúcio abriu um largo sorriso. Deixou Draco abanando a esposa e saiu, voltando minutos depois com uma bruxa bem velha a tiracolo. Esta fez inúmeras perguntas a Antoine, serviu-lhe um copo de vinho e disse que tudo ficaria bem. Todos voltaram para a festa, Lúcio muito sorridente contava à esposa que mais um Malfoy estava a caminho.
Dumbledore parabenizou Antoine pelo casamento e pelo emprego nos laboratórios Beneth e apesar de ter dançado algumas músicas com a ex-aluna, não se demorou na festa, sentia que não era bem vindo. Antoine ficou triste, era cedo e Dumbledore mal havia chegado, mas sabia que não o diretor não mudaria de idéia e o acompanhou até a saída da mansão. Agradeceu com um forte e demorado abraço por ele ter vindo. Dumbledore afastou-a vagarosamente, segurando-a pelos ombros e seus olhos quase o entregaram, quase contaram a ela sobre o arrependimento que sentia.
– Espero que continue a ser a mesma garota que me orgulhou em Hogwarts, Antoine! - a jovem noiva apertou a mão de seu antigo diretor e, sentindo uma grande perda, o viu partir.
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