Um novo amanhecer



Hermione tocou-lhe o ombro de novo e ela acordou assustada e confusa, quanto a onde estava. O efeito das pílulas já tinha passado de verdade e ela se sentia irritada.

- Calma, Gi, você está na fazenda. É quase meia-noite, tudo está bem.

Gina se espreguiçou e olhou ao redor. Estava escuro, mas as estrelas brilhavam lá em cima. O ar tinha um cheiro fresco e ela podia ouvir o relincho de cavalos à distância. E bem à sua direita ficava uma grande casa de pedra, com persianas amarelas-vivas. A casa estava bem iluminada e havia uma porta aberta.
Hermione havia entrado, por um momento, para falar com a mãe antes de acordar Gina. A mãe não ficou chocada, ou sequer surpresa. Já havia enfrentado crises antes, com Hermione, com amigos, com a família, anos atrás. As coisas aconteciam às pessoas, elas ficavam abaladas por algum tempo, mas a maioria sobrevivia, algumas não, mas a maioria sim, e a fazenda era um bom lugar para se recuperar.

- Vamos, dorminhoca, minha mãe está com chocolate quente e sanduíches à nossa espera. Não sei quanto a você, mas eu estou morta de fome – falou Hermione.

Ela estava parada junto ao carro aberto, vendo Gina pentear os cabelos com um sorriso pesaroso.

- Ela tem pílulas?

- Não - Mione olhou perscrutadoramente para Gina. - Está ruim?

Gina fez que sim com a cabeça, depois deu de ombros:

- Mas não vou morrer. Chocolate quente, hein?

Hermione fez uma careta para ela e depois tirou a mala dela mala do carro, comentando:

- Passei pela mesma coisa depois da morte do Tom. Cheguei aqui e a minha mãe jogou tudo fora. Todas as pílulas. E eu reagi com muito menos bom humor do que você, hoje à tarde.

- Eu estava drogada demais para reagir, você teve sorte. E deixe que eu carrego isso - Estendeu a mão para a mala, Hermione deixou que ficasse com ela. - O Harry sempre diz que uma amazona como eu... – mas não foi capaz de continuar, sua voz foi sumindo.

Hermione observou a ruiva de cabeça baixa, enquanto caminhava quietamente até a casa. Estava contente por tê-la trazido e apenas lamentava não tê-lo feito antes. Perguntava-se qual seria o grau de seriedade da briga com Harry. Algo lhe dizia que era para valer, mas era impossível sabor ao certo.
Os sapatos delas faziam barulho no caminho do cascalho que levava à casa, o cheiro do grama fresca e de flores estava por todo lado. Gina notou que o lugar parecia alegre, mesmo no escuro, flores multicoloridas cercavam toda a casa de pedra e reuniam em grande profusão junto à porta. Sorriu enquanto passava por elas e subia o único degrau.

- Cuidado com a cabeça! - avisou Hermione quando Gina bateu com ela em um vaso que ficava acima da porta.

As duas mulheres chegaram, lado a lado, no hall de entrada. Lá havia um pequeno piano, pintado de vermelho-vivo, um espelho comprido, várias escarradeiras de bronze e uma parede de chapéus exóticos e coloridos. Logo além do hall, ficavam pisos de pinho e tapetes feitos à mão, sofás confortáveis e uma cadeira de balanço junto ao fogo. Havia quadros a óleo aconchegantes e uma longa parede de livros. Era uma estranha combinação de moderno, o bom vitoriano encantador, simplesmente confortável e agradavelmente antigo, mas funcionava. Plantas e uma antiga vitrola pintada de vermelho, como o piano, alguns livros em primeira edição e um belíssimo sofá moderno, forrado de cor clara. Cortinas de renda pendiam das janelas e num canto ficava um grande fogão de azulejos. A sala parecia feliz e cálida, com um surpreendente elemento chique.

- Boa noite - Gina virou-se ao som da voz, viu uma mulher minúscula em pé à porta da cozinha. Tinha os mesmos cabelos castanhos da filha e olhos muito azuis, que brilhavam e riam. As simples palavras “boa noite” pareciam diverti-la, andou lentamente até Gina e estendeu a mão: - Que ótimo tê-la aqui, minha querida. Imagino que Hermione já lhe avisou que sou uma velha rabugenta e que a fazenda é uma chatura. Mas estou encantada que tenha vindo.
A luz em seus olhos dançava feito chama.

- Não a avisei de nada disso, mamãe. Teci os maiores elogios ao lugar, portanto é melhor você se comportar bem.

- Santo Deus, que horror. Agora vou ter que guardar todos os meus livros pornográficos e cancelar a vinda dos rapazes, é? Que tristeza.

Apertou as mãos juntas, como se estivesse grandemente perturbada e depois explodiu numa risada juvenil. Fez um gesto confortável na direção do sofá e as duas mulheres foram se sentar junto com ela ao pé do fogo. O chocolate quente prometido estava esperando numa baixela de porcelana de Limoges, com padrão das flores delicadas.

- Que bonito, mamãe. É novo? – perguntou Hermione, enquanto servia-se de uma xícara de chocolate quente, ao olhar para a porcelana.

- Não, querida, é muito velho ... 1880 creio eu.

As duas mulheres trocaram um olhar divertido. Dava-se facilmente para ver que não eram apenas mãe e filha, mas também amigas. Gina sentiu uma pontada de inveja enquanto olhava para elas, mas também o brilho do calor refletido.

- Quero dizer, é novo para você? - perguntou Hermione, antes de tomar um gole de chocolate quente.

- Ah, foi isso que quis dizer! É, para falar a verdade, é sim.

- Danadinha. E você sabia que eu ia notar e usou-o hoje para se mostrar.

Mas parecia satisfeita com o elogio implícito, e a mãe achou graça.

- Tem toda razão! Bonito, não é?

- Muito.

Os olhos das duas mulheres dançavam felizes, e Gina observando a cena. Ficou surpresa com a aparência jovem da mãe de Hermione e com a elegância que a acompanhara, a despeito da passagem dos anos e da vida no rancho. Usava calças de gabardine cinza muito bem talhadas e uma bela blusa de seda que Gina sabia devia ter vindo de Paris. Era em tons de azul que a favoreciam, realçando a cor dos seus olhos. Usava-a com pérolas e vários anéis de ouro, grandes e elegantes, um deles com um brilhante razoavelmente grande. Ela parecia mais socialight, do que uma fazendeira. Gina estava lembrando-se da imagem que Hermione pintara da mãe meses há trás, em trajes de vaqueiro. Não era nada disso que estava vendo.

- Chegou na hora certa, Gina. A zona rural é tão fértil e linda nessa época do ano. Macia e verde, quase peluda. Comprei a fazenda nessa época do ano e foi provavelmente por esse motivo que entreguei os pontos. A terra é tão sedutora na primavera...
Gina riu.

- Eu não planejei exatamente que fosse assim, Sra. Granger. Mas meu marido foi para a prisão e eu fiquei viciada em comprimidos para dormir, o tranqüilizantes, e sabe, me esforcei muito para ter um esgotamento nervoso e tivemos essa briga horrível hoje de manhã e... – Gina riu novamente e sacudiu a cabeça. - Não planejei mesmo. E a senhora foi muito gentil em me receber assim, sem aviso prévio.

- Não é problema - ela sorriu, mas seus olhos não perdiam nada. Notou que a ruiva não estava comendo nada, apenas sorvia o chocolate quente, fazia movimento repetitivos com as mãos, nos poucos momentos desde a sua chegada. Desconfiava de que Gina havia adquirido o mesmo problema que Hermione tivera depois da morte de Tom, pílulas.

- Sinta-se como estivesse em casa, minha querida. E fique o tempo que quiser.

- Posso ficar para sempre – comentou.

- Claro que não. Vai ficar chateada numa semana - os olhos da senhora idosa, brilharam maliciosos de novo, fazendo Hermione rir.

- Você não fica chateada aqui, mamãe – falou perspicaz.

- Ah, fico, sim! Mas então vou para Paris, Nova York ou Madri. Ou então visitá-la naquele sou mausoléu pavoroso...

- Mamãe! – Hermione exclamou, surpresa.

- É um mausoléu, e você sabe disso. Um mausoléu muito bonito, mas apesar disso... Ah, sabe o que penso. Disse-lhe no ano passado que achava que devia vendê-lo e comprar uma casa nova. Uma coisa menor, mais nova, mais alegre. Nem eu sou velha o bastante para morar lá! Disse isso ao Tom, quando ele estava vivo, e não sei por que não posso dizer a você agora.

- A Gina tem o tipo de casa que você iria adorar.

- É? Uma choça de grama no Taiti, sem dúvida. – Disse a Sra. Granger.

As três mulheres riram e Gina fez uma tentativa de comer um sanduíche. O estômago dela estava dando cambalhotas, mas esperava que se comesse alguma coisa, as mãos parassem de tremer. Suspeitava que dois dias bastante difíceis a esperavam, mas ao menos a companhia seria boa. Já estava apaixonada pela mãe, sem papas na língua, de Hermione.

- Ela mora naquela maravilhosa casa azul e branca, a uma quadra da minha. Aquela cheia de flores na frente.

- Lembro-me dela, mais ou menos. Bonita, mas um pouco grande, não é?

- Muito - disse Gina, por entre mordidas. O sanduíche era de requeijão e presunto com agrião fresco e fatias finíssimas de tomate.

- Eu não suporto mais a cidade, exceto por uma visita. Mas, depois de algum tempo, fico feliz de voltar para casa. As sinfonias me entediam, as pessoas se vestem com exagero, o. restaurantes são medíocres, o tráfego é assustador. Aqui, eu ando a cavalo de manhã, caminho no bosque e a vida parece uma aventura a cada dia. Estou velha demais para a cidade. Você anda a cavalo?
O jeito dela era tão vivaz que era difícil acreditar que tinha mais de cinqüenta e cinco anos. Gina sabia que, na realidade, tinha setenta e dois. Sorriu à pergunta.

- Há anos que não monto, mas gostaria.

- Então, pode. Faça o que quiser, quando quiser. Faço o café às sete, mas você não precisa se levantar. O almoço é uma proposta free-lance, e o jantar é às oito. Não gosto dos horários da roça. É embaraçoso jantar às cinco ou seis horas. E só sinto fome mais tarde, mesmo. A propósito, a minha filha me apresentou como Sra. Granger, mas meu nome é Bethanie. Eu o prefiro.
Ela era uma pimentinha, mas os olhos azuis eram meigos, e a boca parecia sempre prestes a rir.

- É um belo nome.

- Serve. E agora, senhoras, dou-lhes boa-noite. Quero cavalgar amanhã cedinho.
Deu um sorriso caloroso para a hóspede, beijou a filha no topo da cabeça e subiu animada, as escadas que levavam ao quarto, tendo assegurado a Gina que Hermione a deixaria escolher o seu quarto. Havia três para escolher, e estavam prontos para receber hóspedes. Hermione explicou que as pessoas vinham visitar Bethanie com freqüência. Era rara a semana em que ninguém ficava na fazenda. Amigos da Europa a incluíam nos seus itinerários, outros amigos vinham de Nova York até a Costa Oeste, depois alugavam carros para vir vê-la e ela tinha alguns amigos em Los Angeles. Assim como Hermione, é claro.

- Mione, isso é simplesmente fabuloso - Gina ainda estava um pouco atordoada com aquilo tudo. A casa, a mãe, a hospitalidade, a sinceridade de tudo, o carinho apimentado da anfitriã. - E a sua mãe é notável.
Hermione sorriu, satisfeita:

- Acho que o Tom se casou comigo só para não perder contato com ela. Ele a adorava, e ela a ele - Hermione sorriu de novo, satisfeita com a expressão do rosto Gina.

- Dá para se ver por que ele a adorava. Harry iria ficar completamente apaixonado por ela.
O tom de voz dela mudou enquanto falava, e pareceu divagar. Só dali a um momento a sua atenção retomou a Hermione.

- Acho que vai lhe fazer bem ficar aqui, Gi.

A ruiva concordou lentamente:

- Parece bobagem, mas já me sinto melhor. Um pouco tremula - estendeu a mão para mostrar os dedos trêmulos, e abriu um sorriso encabulado - mas melhor, mesmo assim. É um alívio tão grande não ter que passar outra noite sozinha naquela casa. Sabe, é uma loucura. Sou uma mulher adulta, não sei por que me afeta tanto, mas é horrível, Mione. Quase chego a torcer para que o maldito lugar se incendeie enquanto eu estiver fora.

- Não diga isso! – advertiu Hermione, chocada.

- Falo a sério. Acabei por detestar aquela casa. Fui tão feliz lá e agora acho que a odeio o dobro do que fui feliz. E o escritório... É como um lembrete de todas as minhas piores falhas.

- Você acha honestamente que fracassou, Gina?
Gina balançou a cabeça lenta, mas firmemente.

- Sozinha?

- Quase.

- Espero que você venha a se dar conta do absurdo disso.

- Sabe o que dói mais? O fato de que eu pensava que tínhamos um casamento fantástico, o melhor! E agora... tudo parece tão diferente. Ele engolia os seus ressentimentos, eu fazia as coisas à minha moda. Ele me chifrava e não me contava, eu imaginava, mas não queria saber. Está tudo tão confuso... Vou precisar de tempo para esclarecer tudo.

- Pode ficar aqui o tempo que quiser. Mamãe nunca vai se cansar de você.

- Pode ser que não, mas não gostaria de abusar da hospitalidade. Acho que, se ficar uma semana, terei não apenas abusado dela, como também serei eternamente grata. Hermione apenas sorriu enquanto tomava o seu chocolate quente. As pessoas costumavam dizer que iam ficar alguns dias ou uma semana, e cinco semanas mais tarde ainda estavam lá. Bethanie não se importava, contanto que não a atrapalhassem, ela tinha seus programas, seus amigos, sua jardinagem, seus livros, seus projetos. Gostava de seguir o seu caminho, e deixar que os outros fizessem o mesmo. O que era parte do seu charme e grande sucesso como anfitriã. Era excessivamente independente e tinha um respeito muito grande pelo isolamento das pessoas, inclusive o seu.
Hermione mostrou a Gina os quartos que poderia escolher, e esta se decidiu por um quarto cor-de-rosa, pequeno, e aconchegante com um edredom antiquado na cama e panelas de cobre penduradas sobre a lareira. Tinha um teto alto e inclinado, alto o bastante para que não batesse com a cabeça quando saísse da cama. Havia uma linda janela panorâmica, com assento no vão interno, e uma cadeira de balanço, ao pé da lareira. Gina soltou um profundo suspiro o sentou na cama.

- Sabe, Mione, pode ser que eu nunca vá para casa – comentou entre um sorriso e um bocejo.

- Boa noite, gatinha. Trate de dormir. Vejo você na hora café – despediu-se da amiga.
Gina balançou a cabeça e bocejou de novo. Deu um aceno enquanto Hermione fechava a porta, depois disso um último e sonolento obrigado.

Teria que escrever à Harry pela manhã, para dizer-lhe onde estava, para lhe dizer alguma coisa. Mas ia se preocupar com isso amanhã. No momento, estava um mundo e meio afastada de os seus problemas; a boutique, Harry, contas, aquela insuportável prisão. Nada daquilo era mais real, agora estava em casa. Era assim que se sentia, e sorriu à idéia enquanto acendia fogo e punha mais madeira na lareira, antes de enfiar a camisola. Minutos mais tarde, estava dormindo e pela primeira vez em quatro meses, sem comprimidos.


Bateram à porta do quarto de Gina, minutos após ela ter fechado os olhos. Quando os abriu, porém, a luz do sol entrava por entre as cortinas de organdi branco, e um gato malhado e gordo bocejava sonolento numa nesga de sol na sua cama. O relógio marcava dez e quinze.

- Gi? Está acordada? – perguntou Hermione, enfiando a cabeça pela porta. Estava carregando uma imensa bandeja do vime branco cheia de guloseimas.

- Ah, não! Café na cama! Mione, você vai me estragar sempre!

As duas mulheres riram e Gina sentou-se na cama, o cabelo ruivo caindo pelos ombros num tumulto de cachos soltos. Parecia uma garotinha, surpreendentemente descansada, agora.

- Está com uma cara tremendamente saudável esta manhã – comentou Hermione com um sorriso.

- E morta de fome. Dormi feito uma pedra. Uau! – exclamou ao se deparar com waffles, bacon, dois ovos fritos e uma caneca do café, tudo servido em porcelana delicadamente florida. Havia um vaso no canto da bandeja, com uma única rosa amarela. – Sinto como se fosse o meu aniversário, ou qualquer coisa assim.

- Eu também! Mal posso esperar para chegar na loja! - Hermione soltou uma risadinha e sentou na cadeira de balanço, enquanto Gina atacava o desjejum. - Devia ter deixado você dormir mais um pouquinho, mas queria voltar para a cidade. E mamãe decidiu que você precisava de café na cama no primeiro dia.

- Estou encabulada. Mas não encabulada demais para comer tudo isso - soltou uma risadinha abafada e mergulhou no waffles. - Estou morrendo de fome.

- E devia estar. Não jantou, ontem.

- O que a sua mãe está fazendo, agora de manhã?

- Sabe lá Deus. Saiu para andar a cavalo às oito, voltou para trocar de roupa e saiu de carro há alguns minutos. Ela segue o seu caminho e não dá chance para a gente fazer perguntas.
Gina sorriu e se recostou na cama, com a boca cheia de waffles.

- Sabe, eu devia estar me sentindo culpada, como o diabo, sentada aqui com o Harry onde está, mas, pela primeira vez em cinco meses, não me sinto assim. Só me sinto bem. Fabulosa, a propósito. – aliviada. Era um alivio tão grande não ter que fazer nada. Não ter que estar na loja, ou indo visitar o Harry, abrindo contas ou atendendo telefonemas. Estava em outro mundo, estava livre. - Sinto-me tão legal – Sorriu mais uma vez espreguiçando-se. Bocejou, com um esplêndido café da manhã no bucho e o sol iluminando-lhe a cama.

- Então, aproveite. Precisava de alguma coisa desse tipo. Quis trazê-la aqui pelo Natal, lembra-se?

Gina assentiu, pesarosa, lembrando-se do que tinha feito, em vez de vir. Havia apagado o Natal com um punhado de pílulas.

- Se eu tivesse sabido.

Ela acariciou o gato malhado e ele lhe lambeu os dedos, enquanto Hermione ficava sentada na cadeira de balanço, balançando-se suavemente e observando a amiga. Uma boa noite de sono e já estava com outra cara, mas ainda tinha muito a resolver. Não invejava a Gina pela tarefa que a esperava.

- Por que não fica aqui por uns dois dias, Mione?
Hermione soltou um brado e sacudiu a cabeça.

- E perder toda a diversão de dirigir a boutique? Está maluca. Não poderia me segurar aqui nem que me amarrasse a um poste. Há anos que não sei o que é me divertir assim! Sempre estive enfurnada dentro daquela clinica, cuidando de pessoas com problemas no coração. Acho que está na hora de dar um novo rumo, umas férias para a Doutora Hermione Spinett.

- Amiga, você é pinel, mas eu a amo. Se não fosse por você, não poderia estar sentada aqui, feito uma dondoca. Portanto, vá divertir-se com a Lady G. É toda sua! - disse Gina, logo em seguida ficando melancólica. - Quase me dá vontade de não ter que voltar.

- Quer me vender a Lady G?

Alguma coisa na voz de Hermione fez Gina erguer os olhos.

- Está falando a sério?

- Muito. Quem sabe até mesmo uma sociedade, se você não quiser vender integralmente. Tenho pensado muito nisso, só não sabia como abordar o assunto com você. Como disse estou cansada de vida de médica, não vemos coisas agradáveis todos os dias.

- Como o fez agora. Mas eu nunca tinha pensado nisso... Podia ser uma idéia. Deixe-me cozinhá-la em banho-maria e veja o quanto se diverte enquanto estou ausente. Talvez odeie o lugar até o final da semana.

Mas Hermione podia notar pelo som da voz dela, que Gina não tinha a menor intenção de desistir da Lady G. Ainda havia aquele orgulho de posse na sua voz. A Lady G era dela, não importava o quanto estivesse cheia dela no momento. Por enquanto a única coisa que ela podia dizer que realmente era dela.

- A propósito, falava a sério quando disse que ia mandar Kasuco para Paris? - perguntou, ainda estava atordoada com tudo que tinha acontecido em apenas 24 horas.

- Sim. Disse a ela que fizesse planos para viajar amanhã. Assim, você pode lhe dar as instruções que desejar. Podemos acertar a parte financeira mais tarde. Muito mais tarde. Portanto, não acrescento isso à sua pilha de preocupações. E quanto à linha de outono? Idéias, ordens, pedidos, advertências, ou lá o que for?

- Nenhum. Confio nela implicitamente. Tem melhor senso para compras do que eu e está no mercado varejista há tempo suficiente para sabor o que está fazendo. Depois da temporada que tivemos, não tenho certeza de ter condições de fazer as compras para a loja, de qualquer forma.

- Todo mundo pode ter uma temporada ruim.

- É. Em todos o sentidos - Gina sorriu e Hermione olhou para a amiga com carinho no olhar.

- Bem, melhor eu ir levantando a bunda da cadeira. Tenho uma longa viagem à minha frente. Algum recado para o pessoal?

- Sim, um - Gina sorriu, depois jogou a cabeça para trás e riu: – Adeus.

- Palhaça. Aproveite bem aqui. Este lugar já me consertou, uma vez.

- E você me parece muito bem - Gina saltou lentamente da cama, espreguiçou-se do novo e deu um último abraço em Hermione. - Faça uma boa viagem e dê lembranças minhas às garotas.

Ficou vendo, enquanto ela se afastava e acenou da janela quarto. Gina agora estava sozinha em casa, exceto pelo o gato, que desfilava lentamente pelo assento do vão da janela. Haviam ruídos rurais vindos do lado de fora, o um silêncio delicioso à sua volta, na casa arejada e ensolarada. Ela desceu, descalça, o longo corredor do andar superior, espiando para dentro dos quartos, abrindo livros, fazendo piruetas aqui e ali, olhando para os quadros, correndo atrás do gato, e depois desceu para fazer a mesma coisa. Estava livre! Livre! Pela primeira vez em sete anos, dez anos, 50 anos, sempre, estava livre. De fardos, responsabilidades e terrores. Na véspera tinha chegado ao fundo do poço. O último esteio do seu alicerce deteriorado tinha desabado, ruidosamente, e ela não caíra junto com ele. Hermione a sustentara e a levara embora.
Mas a melhor parte de tudo, era que ela não tinha tido um colapso. Lembrar-se-ia o resto da vida daquele momento, em que dois estranhos a tinham retirado de cima do volante, quando ela estava apertando a buzina. Tinha resolvido se deixar enlouquecer, então, deslizar simplesmente para um lago de esquecimento, para jamais retornar à terra dos feios e moribundos os maus, a terra dos “vivos”. Mas não enlouquecera. Sofrera, mais do que jamais sofrera na vida, mas não enlouquecera. E cá estava ela, andando descalça por uma encantadora casa na roça, de camisola, com a barriga forrada por um imenso café da manhã e um sorriso no rosto.
E a coisa mais espantosa, era que não precisava do Harry. Sem ele, o teto não tinha desabado. Era uma nova idéia para Gina e não sabia direito o que fazer com ela. Aquilo mudava tudo.












Quero muitos comentários hein



N/A: Como eu havia dito a Gina começaria a se reerguer e começou o nome do capitulo já diz tudo “ Um novo amanhã” , já aviso a todos que o capitulo nove já está pronto e já enviei para a Vivi beta-lo e assim que ela me enviar de volta eu posto, agradeço a todos que têm acompanhado a fic, comentado e postado, fico extremamente feliz. Agradeço a minha beta querida que me manda os capítulos betados rapidinho. Agora uma perguntinha a vocês, hoje conversei com a Tonks Butterfly, acho que vocês conhecem neh e comentamos sobre adaptações de livros para fics estou pensando em fazer adaptação de um romance da Nora Roberts, o que vocês acham? Quero sinceridade tah.
Bjos




N/B: aaaaaaaaaaaaaaaaamei a mãe da Mione *-*. Exceto pela idade e unas cositas más, é igual a minha! Hauhauhauhauah. Aaaaaagora sim! A Ginny virando mulher, aprendendo a viver *-*!!!! Que venha o próximo cap e nossa nova Ginny. Tomara que se mantenha assim!!!!



Como prometido resposta dos comentários

Anny W. P Demorei um pouquinho mais postei, adoro seus comentários, todo dia tem um comentário pedindo atualização isso me deixa muito feliz. Bom sobre o sofrimento da Gina, você vai ver que ele vai diminuir muito, mas lembre-se que é caindo que se aprende e a Gina precisou cair para prender. Bom digamos que a Gina está começando a fase fênix dela rsrs. Bjos

Tonks Butterfly Amiga linda, vou tentar não te fazer sofrer tanto tah, sei que você não pode passar por fortes emoções rsrs, brincadeiras a parte, as coisas vão melhorar, prometo que você não irá sofrer tanto. Bjos

Carolina Villela Good God Calma já ouviu dizer que em briga de marido e mulher não se mete a colher? Pois é ninguém pode interferir na vida dos dois, eles terão que tomar suas próprias decisões sozinhos, mas te garanto que depois desse sofrimento todo terá uma boa recompensa. Bjos

Ana Martinez Bom o casamento dele só poderá renascer por eles mesmos, mas vamos dar tempo ao tempo. Estou curiosa para saber o que irá acontecer na sua fic, sinceramente muito curiosa. Bjos

Yumi Morticia voldemort Dizem que depois da tempestade vem a calmaria, vamos ver se realmente virá a calmaria, mas te garante que muita coisa vai melhorar. Bjos

Day Pereira Ah Day enquanto você é tão boazinha nas suas fic eu sou mazinha rsrs, essa briga deles fará muita coisa mudar, muita coisa para melhor, mas para eles serem felizes juntos ainda levará um tempo. Bjos





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