Vivendo



Cap.5- Vivendo


Se acabar não acostumando
Se acabar parado e calado
Se acabar baixinho chorando
E se acabar meio abandonado – Segue o Seco, Marisa Monte



- Eu discordo! – O grito se fez ouvir no prédio do ‘ O Profeta Diário’. Novamente.
- É uma pena. Vai continuar assim.
- Do que adianta um jornal que não informa? Perguntou a ruiva enquanto andava rapidamente para acompanhar seu editor – É preciso que O Profeta diga a verdade para seus leitores! A população bruxa deve estar informada do que acontece! – Os dois chegaram à ampla sala e se sentaram. O chefe na cadeira atrás da escrivaninha e a jornalista na ponta da cadeira de visitantes.
- Não, ele não deve! Isso só traria pânico! E o pânico deve ser evitado a qualquer custo!
- Mas a falta de informação só faz com que as pessoas não tomem as necessárias medidas de segurança! Além do mais...
- Sra.Potter! – Cortou o homem – Nenhuma destas suas explicações justifica a publicação destas matérias! – Ele jogou por cima da mesa de madeira um exemplar do jornal do dia anterior. Na primeira página via-se a manchete “Comensais da Morte atacam vila bruxa. Vinte mortes”. Em outra folha do primeiro caderno estava escrito em grandes letras negras a pergunta/título seguida da matéria “O Ministério tem controle sobre os dementadores?” Ambas as matérias eram assinadas por Lílian E. P.
- Essas o conteúdo dessas matérias são verdade, senhor! Assim como o número de mortes e ataques cresce a cada dia, existem vários casos de Dementadores fora do controle de nosso Primeiro Ministro! Não é possível descobrir até que ponto eles são inofensivos!
- Não me interessa se é verdade! O público não quer saber de coisas trágicas! Sua Verdade querida não vende jornal!
- Jura? Eu achei que as minhas matérias foram as que mais receberam cartas de todo o jornal. Aliás, foi mais aceita que a maioria das matérias do jornal... Dessa semana! – o tom de voz era irônico – E a maior parte das pessoas estimula ‘O Profeta’ a falar o que pensa sobre de verdade! E digo mais: você só está pedindo para eu parar porque o Ministério o pressionou!
O Editor – um senhor nervoso e gordo – abriu e fechou a boca, mas não pronunciou uma palavra. A indignação estava estampada em seu rosto claramente.
- Eu não vou falar para você novamente. Dessa vez passou, mas na próxima insubordinação você está despedida. – Ele falou com custo – e pode parar de escrever sobre aquela autora que desapareceu para a próxima edição. Eu quero que você faça uma matéria sobre os Dragões Escoceses para o caderno ‘Animas, Monstros e Cia.’
- Quê?! Nem pensar! – A ruiva levantou o tom de voz – Nunca!
- Se você não escrever... – A ameaça foi claramente deixada no ar.

A mulher ruiva levantou-se e bateu a porta, irada.

******

- Chamou? – O irreverente Sirius Black entrou sem bater na sessão de Aurores.
- Sim. – A chefe da sessão respondeu. Era uma mulher de cara séria, com um rígido coque no alto da cabeça. – Vamos aceitar o desafio.
- Como?! – O homem olhou para ela incrédulo.
No dia anterior um desafio havia chegado à Sessão. Um aviso dos Comensais. Eles atacariam a ponte de Londres dali a dois dias. Quem quisesse impedir... Que tentasse.
- É claramente uma emboscada! Vão nos rechaçar! Não podemos suportar um ataque frontal, e eles sabem disso! Além do mais, outros lugares importantes ficarão desguarnecidos!
- Não podemos arriscar vidas bruxas e trouxas. Temos que estar presentes.
- Claro, mas a nossa vida podemos arriscar! É tão óbvio o que vai acontecer! Todos nós vamos acabar mortos ou feridos e a Sociedade Bruxa ficará desguarnecida, então enfim o Lord terá espaço para agir!
- Sirius Black! Não chamei você aqui para contestar minhas ordens! Não vamos mandar todo o nosso pessoal para lá. Pediremos reforços. Está informado. Peço que deixe minha sala.
- Sinto-me no direito de contestá-las, uma vez que não concordo com suas ordens. Está é uma missão suicida. – Quando ele falou isso, recebeu um olhar faiscante da superior.
- Se você tem medo de morrer – Ela começou – e de servir a Sociedade, então não apareça. Se for covarde demais para se arriscar, não venha. Só peço que não atrapalhe. Agora saia da minha sala.
Ele deixou, a contragosto e frustrado. Claro que ele lutaria. Já não tinha provado seu valor tantas vezes? E aquilo ERA totalmente suicida, com certeza. Pena que nem todos pensassem assim. Ao conversar com alguns colegas, descobriu que uns concordavam plenamente com aquele assalto.
Estúpidos

******
A fumaça do caldeirão subiu espiralada. Era da Poção da Verdade que Lílian Potter preparava. Com muito cuidado, ela colocou o líquido que borbulhava ali em pequenos frascos e esperou virem buscar. Dez minutos depois bateram a porta do quarto abafado.
- Entre. – Ela pediu. Um homem de trinta anos e cara simpática entrou. Era a pessoa que o Ministério mandar para pegar as poções que a ruiva vendia.
- Já estão prontas, Sra.Potter?
- Claro, Andrew. Aqui estão. - Ela entregou nas mãos dele os vidrinhos, que foram rapidamente escondidos dentro da veste.
- Você sabe, Sra.Potter, o que aconteceu com meu irmão? – Andrew era o tipo falador. Ela foi obrigada a ouvir o que aconteceu quando o irmão descobriu que a mulher o traía com o chefe.
- Como vão as coisas no Ministério? – Ela perguntou assim que ele parou para respirar. Foi a primeira oportunidade de mudar de assunto que apareceu. Andrew era o secretário de alguém importante lá dentro. De algum modo ele sempre sabia o que acontecia lá dentro, apesar de ser um tipo fraco que não chama atenção com seus cabelos cor de palha e viver a sombra dos outros.
- Ah, Sra.Potter, as coisas estão muito, muito confusas. Recebemos sabe, um aviso dos – Imagine quem, Sra.Potter! – Comensais da Morte! Eles próprios – ... Um tipo péssimo para guardar segredos. E que parecia achar a situação toda muito excitante. Em poucos minutos, a mulher estava a par de absolutamente tudo que acontecera no Departamento de Aurores e em outros lugares durante a última semana.
E não gostou nem um pouco do que descobriu.

******
Querem saber de uma coisa? Fumar é muito bom. Eu sei que é um hábito trouxa – quem não sabe? – mas é muito bom mesmo. E não sou o primeiro nem último bruxo a achar isso. Não que eu me importe muito com que os outros bruxos pensam. Por que eu, Sirius, não me importo nem um pouco.
Outra coisa (hábito?) trouxa que eu aprendi a gostar muito é de beber. Álcool. Não que um Whisky de Fogo, típica bebida bruxa, não seja boa. Mas a trouxa me cativa pela variedade. Cerveja, Whisky (normal), cachaça... Tem de tudo, de todas as qualidades.
Quem me dera que os bruxos fossem assim tão criativos. Seria tão bom.
Estou sentado na minha sala. Aliás, minha sala está um lixo. Garrafas vazias, maços de cigarros espalhados pelo chão, papéis, roupas, tudo. Um caos. E eu consigo estar num estado pior ainda.
Ultimamente, bebo pra caramba. ‘Afogando as mágoas e amores’, diriam os trouxas para mim. Sendo honesto, nunca entendi essa frase direito. Quer dizer, por que chorar por uma mulher que não te quer? Existem tantas no mundo! É totalmente idiota. Ou ao menos eu achava que era. E digo isso porque sei que estou me encharcando de bebida por causa de uma ruiva.
Mas o que você queria que eu fizesse? Só vou viver até amanhã mesmo. Minha vida só durará até um maldito ataque a uma ponte.
Vida... Que piada. Sim, isso é muito engraçado. Estou aqui, rindo sozinho no meio de minha sala. Estou mesmo. Gargalhando. Irônico isso, não?
Cada vez que meu sorriso forçado aparece em meu rosto tenho vontade de vomitar. E isso acontece em cada dia de minha vida. Cada hora. Cada segundo. Cada instante desta desgraça desde que ela me deixou.

Mas quer saber? Nem sei mais o que estou falando. ‘Tô completa e totalmente grogue.
Caí chapado no chão, no caminho entre a sala e o quarto. Ridículo.

******
Passei a noite em claro. E sei que foi idiota. Eu, Lílian, ruiva estúpida, fiquei me revirando na cama até não poder mais. Pensando bem, não é idiota. A não ser que você considere idiota ter seu mundo, como você o conhece, entrando em colapso. Pois é exatamente isso que está acontecendo.
Desde quando os Aurores resolveram ser tão burros? Como podem desprezar tanto uma vida? Menosprezar desse jeito uma batalha? E ninguém faz nada, como assim? Como ninguém pensar que isso é idiota e suicida? Totalmente SUICIDA.
E o pior: eu não posso fazer merda nenhuma. Se tem uma coisa que eu ODEIO é me sentir incapaz de fazer algo. Impotente.

Eram nove horas quando me deu um estalo. Vesti-me correndo, beijei meu marido adormecido nos lábios e aparatei. Estava sendo levada por uma euforia, desespero de mudar algo. E foi basicamente por isso que aparatei no Ministério da Magia. Sabia o andar da Seção de Aurores porque James havia me dito.
Ele também havia dito que a diretora era uma mulher, então eu estava preparada. Dialogar civilizadamente com uma mulher sempre me parece uma missão mais simples do que com um homem. Pelo menos para mim.
Mas foi só ver a tal para saber que era um jogo perdido antes mesmo de começado. Dificilmente ela deixaria eu dar as peças.
- Oi. – Foi um jeito totalmente estúpido de começar.
- Se for importante sai logo, se não saia que ando ocupada. – Curta e grossa. Isso vai ser bem complicado.
- É importante. – Eu entrei e fechei a porta. Ela me olhou contrariada.
- Você tem dois minutos. – Que ótimo. Já é alguma coisa.
- Eu discordo do jeito de vocês de cuidarem com o possível atentado.
- Não é um ‘possível’ atentado. Recebemos uma carta. A ponte SERÁ atacada.
- Que seja. Eu acho que não deveríamos cuidar isso assim.
- Que eu saiba, não cabe a você decidir.
- Que eu saiba, cabe a vocês cuidarem da proteção da população. – Quando eu falei isso, ela finalmente deu um sinal de me reconhecer.
- Você é aquela jornalista chata, não é? – A mulher suspirou, resignada. – Não temos outra opção. Vai ser uma jogada de tudo ou nada.
- Vocês não tem o pessoal necessário, e irão correr o risco de ficarem sem proteção em outros pontos estratégicos. É loucura pura. Vocês ao menos esvaziaram a área? Mudaram as famílias que estão na região? – Essa foi minha última argumentação, pois na hora em que disse isso um auror desaparatou bem em minha frente. Seguido de outro, que entrou pela porta, e mais outro, que surgiu ao lado dela. E mais outro, e mais outro, e mais outro.
- Saia. Já. Daqui. – Fui expulsa sem a menor cerimônia. Fiquei borbulhando de ódio mal contido bem no meio do Ministério.
Aí desaparatei e fui parar na Redação d’O Profeta.

******
Sirius acordou com a cabeça rodando meia hora depois. Viu as horas no relógio. Teria que estar no Ministério as duas. Duas horas para morrer. Credo. Que mórbido. Andou até a cozinha e bebeu um copo d’água. Cambaleou um pouco até o banheiro e tomou um banho rápido. Ainda molhado, foi para o quarto, encontrando umacoruja em cima da cama. A coruja trazia o jonal daquele dia.
Muito calmamente, o Black colocou os nuques na bolsinha que ela trazia amarrada a perna, e só então se deu o trabalho de passar os olhos pela primeira página. E quando o fez seus olhos se arregalaram, fazendo suas sobrancelhas esconderem-se por trás do cabelo molhado que caía na testa.

ATENTADO NA PONTE

Mais de 10 mil mortos no atentado. A morte continua atacando a todas naquela região, e é provável que se alastre por outros lugares. Mais informações nas páginas...


Era o que ocupava a valiosa primeira página, logo abaixo do nome do jornal. Só estava escrito em enormes letras negras. Não ocupava o tamanho de uma matéria comum, mesmo que de ‘capa’. Ocupava literalmente a folha toda do jornal.
Nossa... Bom saber que fui convocado para morrer. - Este foi o pensamento que atravessou a cabeça do homem, antes dele se tocar que a esta hora nenhum conflito poderia ter começado a muito temo. Provocado dez mil mortes então, nem pensar. Curioso, foi ler a continuação da estranha matéria.
Era de uma jornalista que estimara o índice de mortes do ataque que se desenrolaria hoje, e supunha que os Comensais iriam atacar vários pontos na mesma hora. Como será que ela conseguiu estas informações? Bem, não importava. O texto bem escrito, relatando claramente os fatos denunciava uma grande jornalista. Realmente muito bom. Quem seria?
Uma gargalhada tomou conta do apartamento quando o dono da casa leu uma assinatura sua conhecida. Lílian E. P. Que mundo pequeno...

******

- Você vai ser despedida. – Informou Alex, o estagiário.
- Eu sei. – Replicou a ruiva.
- Não está preocupada?
- Só um pouco. Sabia das conseqüências dos meus atos. – Ela, apesar da cara séria, tremia.
- Será que ele já percebeu o que aconteceu? – Insistiu o garoto.
- Vamos saber assim que ele ler, Alex. – Dito e feito. Dez minutos depois, o brado de ‘Sra.Potter!’ quase colocou o prédio abaixo.
- Boa sorte. – Desejou sinceramente o garoto loirinho, enquanto a jornalista subia apreensiva para ver o chefe. Ao girar a maçaneta da porta dele, ela revestiu seu rosto dom uma máscara de impassibilidade.
- Mandou chamar? – A mulher perguntou no modo mais angelical possível.
- O que deu em você para publicar essa matéria?! – Ele estava irado.
- Qual? A dos Dragões Escoceses? – Ela perguntou sorrindo cinicamente.
- Você sabe muito bem de qual estou falando! Não se finja de burra! Eu não posso e NÃO VOU permitir que você estrague a imagem do MEU jornal com essas matérias revolucionárias e inverídicas! Você não tem NADA a ver com o caráter e a proposta que apresentamos aqui.
- Você tem toda razão, senhor. – O homem parou e olhou-a confuso – O Profeta não é o tipo de jornal que mostra fatos, então eu não me encaixo aqui. Com licença, eu me demito.
Lílian deixou o prédio debaixo de vaias e aplausos, esperando (implorando?) que ao menos a matéria que provocara a perda de seu emprego atingisse um bom número de pessoas.

******

Serviu para deixar todos alertas. Por mais que parecesse obra de uma jornalista neurótica e contra o governo, idosos, adultos e até mesmo adolescentes, todos que se deram o trabalho de ler O Profeta naquele dia ficou com a varinha a postos, prontos para qualquer eventualidade.
Talvez, se a população não estivesse avisada teria sido bem pior. Talvez não. Só se sabe que, quando o caos começou, não houve nenhum indício de que ele fosse parar tão cedo.
A população bruxa se sentiu atacada por todos os flancos. As pontes de Londres, onde já se esperava ataque, era, talvez, a mais bem guarnecida. Acontece que, traiçoeiramente, alguns outros pontos estavam sendo atacados também, como Gringots. E o pessoal parecia não ser o bastante para combater todos os bruxos mascarados que apareciam por ali.
Para Sirius Black, foi uma versão bem pior do casamento. A cada Comensal derrotado, pareciam surgir mais cinco. Foi quando um raio de luz o atingiu bem no peito. Ele tombou no chão.
Vivo, porém não por muito tempo.
Reforços chegavam de todos os lugares. Islândia. Bulgária. Escócia, França, todos tentando conter o caos. Porque se a Inglaterra fosse derrotada, ele se alastraria por todos os países ao redor. Sim, eles sabiam disso. Então lutavam.
Durou pouco tempo. Tudo parecia ter dado certo. A custa de muitas vidas. A custa de destruição. Mas não dera. Porque ninguém impedira isso?
Uma criança chorava, chorava muito. Aquele homem queria protegê-la, tirá-la dali... Porém...
O homem continuava tombado ali?


Ela abriu os olhos. Estava suando, e o cobertor da cama estava empapado de suor. Pesadelos, novamente. Eles seguiam uns aos outros numa seqüência absurda. Só que esse parecera tão...Real. Como ela havia dormido? Lembrava-se somente de ter chegado em casa depois de demitir-se... E encontrado James de saída para a batalha. Ele entregou um copo d’água... A linda ruiva disse que iria lutar ao lado dele... Então...
Ela acordava na cama. Poderia apostar dez contra um que seu marido colocara qualquer coisa na água, para ela dormir e não poder lutar.
Pequenas, minúsculas lágrimas escorreram de seus olhos incrivelmente verdes. E se James estivesse morto? E se seu sonho fosse verdade... E Sirius estivesse morrendo? Era ruim até de pensar.
- Lil? – Era a voz de James. Ela olhou para trás. Sim, ele estava ali na porta, com as roupas rasgadas, suado, exausto, olhando para ela. – Ganhamos.
- Quantas baixas? – Era uma pergunta importante. – Tive um pesadelo. Sirius estava morrendo. – Era uma súplica velada.
- Ainda não se sabe do número total, porém muitas vidas se foram. Sirius foi atingido. Encontraram-no desmaiado ao lado de uma casa. Eu o encontrei, e ele agora está no hospital. Nada grave, deve ir para casa amanhã.
Alívio. Ela sentou o marido na cama e começou a cuidar minuciosamente de seus machucados. Até que se lembrou de um detalhe.
- Você encontrou uma criança? Perto de onde Sirius foi achado? Eu sonhei com ela. Eu acho que ela é real.
- Será? – O Potter parecia claramente em dúvida. Mas as intuições da mulher costumavam estar corretas. – Quer que eu vá lá conferir?
- Não. Deixa que eu vou. – E, realmente, foi.

Ruas vazias, não se via viv’alma no caminho. Destroços de casas, construções pela metade. Choro. Destruição. Desespero. Ela podia imaginar como tinha sido terrível. Lágrimas escorriam, embaçando a visão. Seus passos ecoavam no ambiente sombrio em que se tornara aquela rua de Londres. Então ela finalmente o achou.
Teria quanto? Quatro anos? Certamente não mais que isso. Somente uma criança, encolhida num canto, como se esforçasse para não estar ali. Como se estivesse se esforçando para virar parte da paisagem. Chorava baixinho. Não percebeu sua presença. Não parecia perceber qualquer coisa. Só notou a mulher quando foi pego no colo por esta.
- Não vou te machucar. Diga-me, o que houve? – Lílian sentiu pena daquele garoto. Odiou a si mesma. Preocupando-se com seus problemas burros, quando muitas pessoas estavam ali. Sofrendo. E tudo parecia ser pior quando atingia crianças, que nada tinham a ver com os problemas adultos.
Crianças...
O garotinho negro era o próprio retrato do desespero. O corpo magro com alguns arranhões tremia com os soluços. Não respondeu a pergunta. Nem precisava. Quem visse sua expressão veria o tamanho do sofrimento que ele carregava dentro de si. Parecia carregar o mundo nas costas.
- Sabe, não tenha medo de me contar. O sofrimento é sempre pior quando se está sozinho. – Ela murmurou no ouvido dele. Talvez ele não abrisse a boca naquele dia. Mas ela tentaria ajudar.
Fez uma promessa a si mesma. Se aquela linda criança que carregava conseguisse dar a volta por cima, ela tentaria dar também. Iria ajeitar as pontas soltas.
Começou a cantar baixinho, no ouvido da criança, uma música infantil que o pai costumava cantar para ela. Quando ela tinha pesadelos.
Pesadelo nenhum se comparava ao tamanho do medo que ela sentia agora.
Medo de perder tudo.

******

- James? – Lílian chamou-o docemente.
- Sim?
- Nunca faça isso novamente. Nunca mais me dê remédios. Você poderia ter morrido, e eu estaria dormindo. Eu me preocupo com você.
- Tive medo de você me seguir e morrer. – Sim, ela sabia que ele sentira medo. – Mas não vamos ter que passar por essa situação tão cedo. – Ele sentiu o silêncio indagador dela, então continuou. – Pegamos um número enorme de Comensais. Eles estão bem mais fracos agora, pode ter certeza.
A ruiva abraçou o marido. Ele a beijou e ficou fazendo carinho em seu cabelo.

Pela primeira vez em muitos dias, Lílian Evans Potter dormiu em paz. Aquela vitória minúscula lhe prometera uma vida mais bonita no futuro. Um pouco antes de adormecer completamente, pensou que estava feliz por ter uma criança em casa.

Muitas desculpas... Primeiro porque o capítulo ficou meio enjoado, cheio de diálogos... Depois porque eu achei um capítulo levemente podre. No próximo, não se preocupe, eles vão se encontrar pode ter certeza.
Obrigada quem leu ;]
Não se esqueçam de comentar ^^

Coments.
zihsendin- Que bom que vc gosta dos meus comentários ^^ Espero que tenha gostado desse capítulo também... Atualize logo sua fic!

Tati Cantalejo- Morro de inveja de você! Consegue atualizar tão rápido...^^

Beca Black- Eu sei, demoro muito para atualizar. É que as vezes simplesmente não sai nada, eu entro em crise de criatividade! E tem acontecido cada vez com mais freqüência... o.O’ **medo**

Sofiagw- Ah, não se preocupe. O James vai ficar sabendo sim. Só que de uma maneira um tanto... Desastrosa.

Nany** - Pra começo de conversa, pra que eu to respondendo o seu comentário?? Tipo... Eu falo com você todo dia! O.O ! Mesmo assim... Brigada pelo seu comentário, viu, linda?? Tamuu!

Lily Logan- Hhahahah... Adorei seu comentário “felicidade bateu a porta ( do e-mail?!)” ri muuito....**sorriso sem noção**

Diana Black- Huhuhu.. A idéia era assustar todo mundo com o sonho do Sirius **Autora que sempre cai quando fazem isso** ;]

IMPORTANTE: Eu sou chique e vou viajar para a terrinha do Harry Potter! ;] Então o próximo capítulo deve demorar bastante, viu?

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