A INVASÃO



Era muito estranho, pois nada acontecia. Harry não foi jogado para trás, nem caiu inconsciente, nem nada. Será que o feitiço demora a fazer efeito? Pensou Harry, ou será que não se percebe na hora, só com o tempo?
Depois de um tempo pensando Harry abriu a caixa e viu uma carta e um copo de vidro dentro, quando ele foi pegá-la para ler percebeu que o copo era uma chave de portal.
-Nossa, eu to melhorando nisso! -admirou-se Harry.
Pegou a carta sem tocar no copo e leu-a.


Caro Harry,

Sabia que conseguiria, mais cedo ou mais tarde. Estou ansioso para nossa próxima aula.

Moody.


Harry decidiu então ver onde ia dar o portal, tentou se concentrar mas não descobriu nada, então tocou o copo e sentiu seu corpo ser puxado, rodopiando. Aterrissou em um quarto desconhecido, olhou pela janela e percebeu que estava no segundo andar, viu três homens de capa preta entrando furtivamente pela porta dos fundos, resolveu descer e avisar o dono da casa da invasão. Desceu o mais rápido que pôde e encontrou Olho-Tonto segurando alguma coisa que lembrava um retrato.
-Vamos, me segue. -disse o garoto baixo o suficiente para que somente o auror pudesse ouvir.
Moody percebeu a urgência e seguiu-o até o quarto onde Harry aparecera.
-O que houve Harry? -perguntou Moody sem entender.
-Shhhhhhiii!!! -repreendeu-o Harry.
Harry concentrou-se o máximo que pôde, sabia que daquilo dependia muita coisa, talvez até a vida do amigo, pois agora Harry considerava Moody como um amigo.
"Tem comensais da morte entrando pela porta dos fundos, quando eu cheguei os vi, não podemos fazer barulho senão entregaremos nossa posição, eles estão em maior número, temos que pegá-los de surpresa."
Disse Harry na mente de Moody, que estava perplexo com a habilidade do garoto. Até Harry admirou-se consigo mesmo, pois tinha treinado oclumência e não legilimens, mas ambos deveriam estar de alguma forma ligados.
Olho-Tonto assentiu com a cabeça, Harry fez sinal para ele ir para um lado do quarto e escondeu-se atrás da porta.
Seria mas fácil encurralar os comensais se eles não soubessem da presença dele. Ficaram quietos esperando e arquitetando uma defesa.
Harry tentou concentrar-se mais uma vez, mas agora para entrar na mente dos comensais, saber o que vieram fazer, onde estavam e se tivesse sorte descobrir o esconderijo de Voldemort. Ele sentiu que um deles estava entrando no quarto, tinha se separado para procurar melhor.
Quando o primeiro comensal entrou, Moody lançou-lhe um feitiço estuporante não verbal, e ele caiu estuporado no chão, Harry lançou um Wingardium Leviosa e escondeu-o onde os outros comensais não pudessem ver ao entrarem. Agora estavam em igual número, seria uma luta justa, mas duelar com um dos servos de Voldemort nunca seria justo, pois eles usavam maldições imperdoáveis.
Harry percebeu que o comensal atingido por Moody estava recobrando os sentidos e então lhe lançou um Petrificus Totalus não verbal e ele ficou imobilizado, então os outros dois comensais entraram.
- ESTUPEFAÇA -gritou Moody e outro comensal caiu estuporado no chão.
- Sectumsempra -disse o terceiro comensal apontando para Moody que caiu sangrando no chão.
Uma ira incontrolável dominou Harry nesse momento, sabia de quem se tratava, era Severo Snape, o traidor, quem matou Dumbledore!
Harry lembrou-se da breve aula que Belatriz lhe deu de feitiços imperdoáveis no ministério da magia e tentou imaginar Snape se contorcendo de dor e não foi difícil gostar dessa cena.
- Crucio! -gritou Harry apontando sua varinha para Snape que contorcia-se freneticamente de dor, rolando de um lado para outro no chão.
Mas não durou muito tempo, pois Harry mesmo odiando Snape com todas as forças de sua alma, não gostava de torturar, sabia que ele merecia, mas não pôde.
-Incarcerous! -disse Harry apontando sua varinha para Snape, que ainda sentia-se fraco pela dor. Cordas saíram de sua varinha e aprisionaram-no.
Em seguida Harry fez o mesmo com os outros comensais e tirou-lhes as varinhas.
-Episkey!-disse Harry apontando sua varinha para os cortes de Moody, que estava inconsciente no chão. Os ferimentos foram fechando, assim como Harry viu os de Malfoy se fecharem no ano anterior.
-Rennervate - lançou Harry outro feitiço em Moody que dessa vez despertava ainda muito fraco e zonzo,pois tinha perdido muito sangue.
-O senhor tem forças para aparatar até a sede? -perguntou Harry.
Olho-Tonto respondeu negativamente com a cabeça.
-Então não se preocupe, eu o levarei até lá. -disse Harry decidido, e no instante seguinte sumiu juntamente com o professor.
Ouviu-se um estampido forte na cozinha, Harry sabia que encontraria a Sra. Weasley lá, Harry chegara com Moody.
-Harry querido, eu estava preoc... AAAHH, por Merlim, o que aconteceu?
-Não posso explicar agora, temos que levar Moody para o St Mungus, ele perdeu muito sangue. E não demorou muito a Sra. Weasley e Harry aparataram para o hospital bruxo St. Mungus com Moody, que estava inconsciente novamente. Entraram na vitrine e chegaram à recepção onde tinha o conhecido aviso.


ACIDENTES COM ARTEFATOS.........................................Térreo
Explosão de caldeirão, retroversão de feitiço, acidentes com vassouras etc.

FERIMENTOS CAUSADOS POR BICHOS............................1º andar
Mordidas, picadas, queimaduras, espinhas encravadas etc.

VÍRUS MÁGICOS..................................................................2º andar
Doenças contagiosas, tais como varíola dragonina, doenças evanescentes, escrofúngulos etc.

ENVENENAMENTO POR PLANTAS E POÇÕES....................3º andar
Urticárias, regurgitação, acessos contínuos de riso etc.

DANOS CAUSADOS POR FEITIÇOS...................................4° andar
Azarações e feitiços irreversíveis, feitiços malfeitos etc.

SALÃO DE CHÁ DOS VISITANTES/LOJA DO HOSPITAL...5° andar

SE NÃO TIVER CERTEZA AONDE SE DIRIGIR, NÃO CONSEGUIR FALAR NORMALMENTE OU NÃO SE LEMBRAR DE QUEM É, A NOSSA BRUXA-RECEPCIONISTA TERÁ PRAZER EM ORIENTÁ-LO.


-Quarto andar Harry, vamos. -disse a Sra. Weasley.
Harry e a Sra. Weasley levaram Moody, numa espécie de maca flutuante, até o respectivo andar e lá já se encontrava uma curandeira aposta para ajudar.
-O que aconteceu com ele? -perguntou a voz que transparecia muita calma da curandeira.
-Foi atacado por comensais da morte e perdeu muito sangue, eu já fechei os cortes mas ele precisa de cuidados. -falou Harry o mais claro e rápido possível.
Harry viu a cara de espanto da curandeira ao ouvir falar dos comensais e pensou que não deveria ter dado esses detalhes, pois em breve o profeta diário estaria atrás dele para uma entrevista, mas por outro lado seria bom que muitos bruxos ficassem sabendo do ataque para defendessem melhor do mal que os aguardavam.
-Muito bem, agora preciso ir. -disse Harry.
-Mas Harry, e o Moody? Temos que ficar com ele um tempo. -disse a Sra. Weasley.
-Depois eu explico, mas realmente preciso ir antes que os comensais da morte recobrem a consciência, não que eles consigam fugir da casa do Moody, mas podem ser resgatados por outros comensais, sei que ele ficará bem, até mais.
Dizendo isso Harry virou as costas e saiu. Chegando do lado de fora do hospital Harry procurou um beco deserto para aparatar, mas surpreendeu-se ao ver que a rua inteira estava deserta, aparatou então.
Chegando ao quarto onde estavam os comensais, Snape tentava inutilmente desvenciliar-se das cordas conjuradas por Harry, é bem mais difícil sem varinha pensou Harry. E os outros dois comensais ainda estavam inconscientes, também presos pelas mesmas cordas.
Harry então sentiu curiosidade em saber quem eram os outros comensais que acompanhavam Snape, dirigiu-se a eles e tirou-lhes o capuz, teve uma grande surpresa, eram nada menos que Draco e Narcisa Malfoy, que ainda estavam inconscientes no chão.
Harry ficou perplexo ao vê-los, não sabia se ficava furioso por lembrar da morte de Dumbledore ou feliz por finalmente poder vingar-la.
Ouviu-se então ruídos de pessoas entrando na casa. Harry pôde ver a expressão no rosto de Snape tornar-se repentinamente amedrontada, sentiu prazer em ver a cena, mas não pôde se concentrar muito pois poderiam ser mais comensais da morte, ela teria que sair o quando antes, mas para onde? Não poderia levar três comensais da morte para a sede da Ordem da Fênix, seria como um convite para uma invasão de maiores proporções e conseqüências catastróficas. Precisaria pensar rápido pois os passos aproximavam-se cada vez mais.
-Harry? Você está aí? -disse uma voz conhecida.
Era o Sr. Weasley. Mas como ele poderia saber onde encontrá-lo. Harry então ouviu mais passos atrás do suposto Sr. Weasley.
-Colloportus -ordenou Harry com sua varinha apontando para a porta que trancou-se.
Harry ouviu o barulho de alguém bater a porta.
-Quem está aí? -perguntou o garoto desconfiado.
-Sou eu, o Artur, pai do Rony. E estou com Molly, Tonks e Lupin.
Sempre vigilante lembrou Moody lhe falando.
-Qual é o seu maior sonho Sr. Weasley? -perguntou.
-Descobrir como os troxas conseguem fazer o avião voar. -respondeu a voz, e Harry teve certeza se tratar do verdadeiro Sr. Weasley.
-Alorromora -disse Harry fazendo a porta se abrir. -Podem entrar, desculpem a demora mas é que poderiam ser mais capachos de Voldemort.
Ao entrarem Harry pôde perceber a expressão de espanto misturada a admiração.
-Nossa Harry, quando Molly nos contou que você tinha pegado três comensais, fiquei super animada, mas não imaginei que seria Snape e... Por Merlim! Draco e Narcisa Malfoy. -admirou-se Tonks.
-Mas o que eles vieram fazer? Atacar o Moody? Por quê? Não faz sentido. -perguntava a Sra. Weasley.
-Boa pergunta, não sei o que eles vieram fazer. -disse Harry.
-Vamos comunicar ao ministério o quanto antes para mandá-los à Azkaban, o lugar que eles merecem. -falou Lupin sem rodeios.
-Não, tenho uma idéia melhor. -disse Harry.
-Mas o que pode ser melhor que mandá-los à Azkaban, o lugar que esses vermes imundos merecem? -Perguntou Lupin.
-Vamos levá-los para a Toca. -falou Harry decidido.
-QUÊ!? -exclamaram todos quase ao mesmo tempo.
-Como assim para a Toca Harry! Por quê? Não faz sentido, é mais seguro levá-los ao ministério. -disse a Sra. Weasley.
-Não, vamos levá-los para a Toca, está decidido. Eu quero ter uma conversinha com eles, quero descobrir por que eles vieram até aqui, por que atacar o Moody? Por que não chegou reforço? E se eu tiver sorte descobrir onde está Voldemort e qual será seu próximo passo.
-Muito bom Harry, mas o ministério fará o interrogatório, descobrirão tudo que puderem. -disse o Sr. Weasley.
-É, mas quem garante que as informações serão verdadeiras, e se forem, quem garante que o ministério revelará o que foi dito, e se revelar apenas parte da história. Eu não confio no ministério, vocês sabem disso.
Todos concordaram, mesmo sem entender como Harry conseguiria aquelas informações, Harry aparatou levando Draco, Tonks, levando Narcisa, Lupin levando Snape e o Sr. e a Sra. Weasley foram só.
Chegando na Toca, Harry percebeu que ela parecia que não era habitada há séculos, estava pior que no dia de seu aniversário, quando Harry levou seus tios, parecia uma casa mal assombrada. Ao entrar Harry viu que estava bem pior, ainda mais mal cuidada e suja.
Eles colocaram os três comensais no chão, os Malfoy ainda desacordados e Snape que não mais resistia, mesmo porque não tinha como.
-Ok, quero respostas. -disse Harry a Snape. -Por que vocês foram atacar o Moody?
-Humm, HARRY! -exclamou Draco que acabara de recobrar a consciência.
-Ora, ora, vejam quem despertou, a bela adormecida. Está satisfeito Draco, não era isso que você queria? -ironizou Snape.
Harry sem entender muita coisa perguntou:
-Mas de que vocês estão falando? Eu perguntei por que atacaram a casa do Moody e quero uma resposta, AGORA. E se não o fizerem terei que usar outros métodos. -Disse Harry.
Todos olharam para Harry neste momento, que outros métodos seriam esses. Harry sabia que era exatamente isso que estavam pensando.
-Harry, nós não fomos atacar a casa do Moody! -disse Malfoy
-Então que diabos três comensais da morte foram fazer lá? Tomar um chá com biscoitos? -irritou-se Harry.
-Vai seu traidorzinho, em pensar que você era meu aluno favorito, que fiz um voto perpétuo por você. Você me enoja. -disse Snape a Draco.
-O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? SERÁ QUE PODEM ME RESPONDER! -berrou Harry, que agora estava ainda mais irritado, não estava lá para ouvir as discussões dos cúmplices, mas para conseguir respostas, mas até agora estava sendo ignorado.
O que quer que tivesse acontecido seria algo muito ruim, para Snape falar assim com Malfoy. Snape sempre o protegeu, era seu preferido, então Harry percebeu que aquela discussão era realmente importante e que não deveria ter interrompido, mas de uma forma ou de outra ficaria sabendo, Malfoy e Snape eram bons em oclumência, mas Harry ainda poderia usar legilimens em Narcisa, mãe de Draco, e descobrir tudo caso fosse necessário.
-Harry, você não faz idéia, quando ele descobriu...
Mas Malfoy não conseguiu terminar por algum motivo, Harry então percebeu que ele estava realmente apavorado, com muito medo. Será que o fato de ir para Azkaban, assim como o pai, tinha mexido tanto com Draco? Harry não sabia a resposta, mas sabia de uma coisa, seja qual fosse iria descobrir em breve, em muito breve.

#FIM DO NONO CAPÍTULO#

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.