A MAGIA DEIXA VESTÍGIOS



Ao chegar à sede, Harry percebeu que Moody o aguardava na sala.
-Vamos lá Harry. -disse o auror -Achei melhor começarmos quando seus amigos fossem embora, assim você se concentraria melhor.
-Ãhn, sim, claro, vamos. -respondeu o garoto meio confuso ainda.
-Ok então, como sei que... Bem, você tem uma missão, afinal para não ir à Hogwarts, deve ser algo muito importante, preparei uma aula especial.
Então Harry lembrou que tinha pedido à Olho-Tonto para lhe ensinar algumas coisas úteis para encontrar as horcruxes, enfrentar Voldemort...
-Vamos à esse quarto que eu preparei especialmente para essas aulas. -Olho-Tonto apontou para uma porta quase no final do corredor.
Harry ficou imaginando o que seria um quarto preparado por Moody, o que teria lá dentro, será que seria igual à sala do professor em Hogwarts, com o espelho de inimigos e outros pertences estranhos? Mas Harry lembrou que sequer teve aula com ele no quarto ano, era o Crouch Jr. que tinha tomado a poção polissuco para tentar levá-lo à Voldemort. Enquanto os dois caminhavam para a sala, Harry imaginou-a de vários jeitos diferentes, cada um mais estranho que o outro, chegou a soltar um risinho abafado quando imaginou Moody em uma sala igual a da prof. Umbridge, cheia de babados, rendas vasos com flores...
-O que foi Harry? -pergunto Olho-Tonto ao ver o riso do garoto.
-Hãn, nada. -mentiu Harry.
-Chegamos, pode abrir a sala por favor?
Harry fez sinal positivo com a cabeça e pôs a mão na maçaneta para girá-la.
BUM.
Harry foi lançado para trás como se tivesse sido estuporado, bateu na parede oposta do corredor e caiu no chão fraco, em segui da levantou sacando sua varinha e apontando para Olho-Tonto.
-Hei, como vou saber que você é mesmo o Alastor Moody? -disse Harry apontando para o coração do auror.
-Vamos faça um pergunta que só o verdadeiro Moody saberia responder, você tem esse direito, afinal, deveria tê-lo feito assim que me viu.
Harry pensou em alguma coisa que só o verdadeiro Moody saberia responder, mas lembrou que não conhecia o verdadeiro Moody, então uma idéia lhe veio a cabeça.
-Qual foi o principal feitiço que você me ensinou no quarto ano em Defesa Contra Artes das Trevas, quando era professor? -perguntou Harry.
-Ficou maluco!? Nunca cheguei a ensinar Defesa Contra Artes das Trevas, fiquei nove meses trancado no meu próprio baú.
-Ta bem é você mesmo.
-Pergunta inteligente a sua Harry, outra pessoa que estivesse fingindo ser eu arriscaria uma coisa óbvia como, como se livrar de bichos papões, ou como estuporar alguém. Muito bem Harry. -disse Moody satisfeito.
-Mas se você é você mesmo, por que a porta tentou me estuporar?
-Ah, meu caro Harry. -riu Moody. -Você não entendeu?
Harry respondeu negativamente com a cabeça, um pouco envergonhado por não entender uma coisa que parecia ser tão óbvia.
-Harry, a magia deixa vestígios. Você tem que saber identificá-los se quiser entrar em um lugar que foi encantado e conseguir sair vivo, levando em conta de quem estamos falando.
Harry olhou perplexo para Olho-Tonto, como ele poderia saber, ninguém sabia a não ser seus amigos e Dumbledore e eles não contariam a ninguém mesmo que fossem ameaçados de morte, e olha que o Dumbledore já morreu mesmo. Alastor ao ver a expressão de Harry esclareceu.
-Calma Harry, ninguém me contou nada, esqueceu que eu sou uma auror?
Confesso que tentei usar legilimens em você algumas vezes mas não consegui descobrir nada, acho que não sou muito bom nisso, pensei que tinha melhorado quando descobri alguns segredos de uma jovem bruxinha, mas ainda tenho que treinar muito, pensei que seria até um pouco fácil porque fiquei sabendo que você era péssimo em oclumência, mas realmente preciso praticar mais.
-Ah, senhor... -interrompeu Harry.
-Diga Harry.
-É que eu andei treinando oclumência no verão enquanto meus tios viajavam, é que o Sirius morreu porque eu não consegui aprender e eu não queria que ninguém mais morresse por minha causa.
-Não diga tolices Harry, Sirius não morreu por que você não aprendeu oclumência, ele morreu em uma missão da Ordem.
-Pra me salvar, se eu não tivesse ido ao ministério...
-Se você não tivesse ido ao ministério, -interrompeu Moody. -todos ainda pensariam que você-sabe-quem não teria retornado e que você é um exibicionista mentiroso e que Dumbledore é um velho caduco, e pior, estariam todos despreparados para o perigo eminente. Harry, você foi ao ministério porque tinha que ir, você deu a chance a vários bruxos de se defenderem daquele-que-não-deve-ser-nomeado, e se quer saber a minha opinião, eu acho que Sirius teria preferido morrer em uma missão da Ordem, como aconteceu, principalmente se dessa missão dependesse sua vida, a ficar esperando na sede pelo pior.
-Mas...
-Nada de mas Harry. Agora me responda o que VOCÊ teria preferido?
Harry ficou calado, era horrível admitir que o padrinho estava certo, e que ele faria exatamente a mesma coisa, quantas vezes não ficou em perigo e aparecia alguém para ajudá-lo. Harry agora sabia que onde quer que Sirius estivesse, não estaria arrependido. Mesmo de pois de tanto tempo, ainda doía pensar na morte dele, mas agora que Harry tinha entendido, conformou-se.
-Muito bem, vamos voltar a nossa aula agora, sim?
-Vamos. -respondeu Harry decidido. -Mas, como eu posso saber que tem magia em algum lugar?
-Harry, eu já disse, a magia deixa vestígios, você só precisa senti-los. Veja só, você precisa se concentrar, abrir a mente, concentre-se apenas nos seus sentidos. Consegue sentir alguma coisa Harry?
-Não senhor.
-Bem, por hoje chega. Não pensei que fosse conseguir na primeira tentativa mesmo. Tome.
Harry olhou para uma caixa em cima de uma mesinha ao lado de Moody.
-Não quero que toque nessa caixa até descobrir que feitiço ela possui, entendeu. Pode ser perigoso quando não se sabe de que se defender.
-Até mais Harry, não esqueça de praticar.
Harry despediu-se do professor e levou a mesinha com a caixa para o seu quarto, não queria tocá-la, já que Moody o tivera advertido, Harry nunca gostou muito de regras mas achou melhor seguir esta, passou a semana seguinte tentando descobrir que magia teria naquela caixa, concentrava-se ao máximo, mas nada acontecia, decidiu então treinar com a porta, pois já sabia que feitiço tinha nela.
Alguns dias depois Harry conseguiu sentir o feitiço estuporante na porta mas não conseguia sentir absolutamente nada na caixa.
Harry estava lendo seu livro de Defesa Avançada Contra Artes das Trevas: Como evitar maldições complexas e como fazer feitiços avançados, por Armtista Loock. Moody deu de presente para o garoto dois dias atrás por uma coruja.
Harry não entendia porque ele não tinha vindo ainda para dar outra aula, será que ele está esperando que eu abra aquela caixa? Pensou Harry que já tinha tentado muita coisa e nada tinha acontecido.
Entretanto Harry foi interrompido por uma coruja de igreja que entrou pela janela e esticou a perna esquerda para Harry, na qual continha um pergaminho endereçado a ele.


Querido Harry,

Estive investigando seu espelho e a carta do Dumbledore, ah e peguei seu livro do príncipe também, sei que você vai achar estranho porque eu era quem mais desaprovava o livro, mas achei que poderia ser útil, mesmo porque pra alguma coisa aquele verme nojento do Snape tem que servir né.
Mas voltando ao que interessa, não consegui encontrar muita coisa nos livros da biblioteca sobre o espelho do maroto, apenas o que a gente já sabia, e quanto à carta de Dumbledore, encontrei alguns trechos meio duvidosos, será que você poderia me descrever novamente como foi a morte dele? Eu sei que é doloroso para você, e para mim também, mas é preciso. Ah, já ia me esquecendo nossa próxima visita à Hogsmeade será no próximo final de semana, vamos esperar por você na casa dos gritos, achamos mais seguro, porque ninguém nunca vai lá. E se cuida Harry.

Atenciosamente Mione.


Harry leu a carta de Mione e pensou, o que poderia estar duvidoso na carta de Dumbledore? Por que seria preciso ele contar novamente o que ocorreu no dia em que ele morreu? Mione deveria ter enlouquecido de tanto estudar. Mas resolveu responder à carta da amiga, pegou um pergaminho, sua pena, seu tinteiro e começou a escrever:


Querida Mione

Não entendo como possa ser importante relembrar a morte de Dumbledore, espero que possa me explicar isso depois, mas aí vai.
Nós chegamos à Hogsmeade depois da nossa "missão", Dumbledore passou mal, acho que foi por causa da poção que tomou na gruta, pulando algumas partes, vimos a marca negra no céu sobre a torre de astronomia, pegamos duas vassouras no Três Vassouras e fomos para Hogwarts, ao chegarmos ouvimos barulhos vindo da escada, eu ia descer para investigar mas Dumbledore disse para que eu me afastasse um pouco e foi o que eu fiz, então ouvi Malfoy lançando o feitiço expelliarmus no Dumbledore e me senti paralisado quando percebi que antes de ser desarmado Dumbledore me lançou um feitiço paralisante, não entendi por que.
Depois Draco ficou se gabando de como conseguiu por os comensais da morte no castelo e outras coisas que não julgo importante, depois chegaram quatro comensais da morte e depois Snape que lançou um Avada Kedavra e matou Dumbledore. Bem é só isso.

Até Hogsmeade, Harry.


Harry terminou de escrever, achou tudo inútil mas o fez, olhou para a caixa de Moody e pensou, que feitiço poderia ter nessa caixa. Por que ele sentia a magia que tinha na porta mas não a que tinha na caixa? Então decidiu ignorar os avisos de Moody e abrir a caixa, sabia que poderia acontecer qualquer coisa, mas também sabia que o que quer que fosse não iria matá-lo, pois Moody jamais deixaria um feitiço tão poderoso para ele identificar na primeira aula. Instintivamente Harry aproximou sua mão da caixa, cada vez chegando mais perto, e mais perto, Harry não sentiu nenhum sinal de magia, mas sabia que tinha alguma coisa lá. Então Harry finalmente tocou-a.

#FIM DO OITAVO CAPÍTULO

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