Casamento Malfoy



Capítulo 6:
Casamento Malfoy

– KIHISHA????
- Ai, Jay-Jay, fala baixo!! - protestou a morena parando e colocando uma das mãos na cintura - Olha o nível!!
- O QUE ESTÁS TU AQUI A FAZER??? - berrou James descontroladamente - DEVIAS ESTAR EM FRANÇA!!!!
- Ela pediu transferência de Beauxbatons para aqui! - afirmou Lily que havia aparecido por detrás da amiga - Não devias estar feliz de ver a tua prima, Potter?
- Mas, mas, mas... - gaguejou James - Desde quando é que vocês se conhecem??
- Fomos apresentadas! - exclamou Kihisha como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
- Deixa-me adivinhar... - murmurou Sirius cruzando os braços - A menina Ac tem mão nisso!!
- Claro que sim! - confirmou Lily sorrindo - Mas ainda bem que o fez!! A tua prima é um máximo, Potter!


- MAS O QUE RAIO VIESTE TU FAZER PARA HOGWARTS?? - gritou James mais uma vez.
- Queres a resposta curta ou a longa? - perguntou ela com um leve sorriso ladino nos lábios.
- A long....
- Curta! - interrompeu Sirius, virando-se para James logo de seguida - Se ela vai começar a explicar de início o porquê de estar aqui, quando ela acabar já somos todos avós!!
- Ok, ok... - murmurou James - A curta.
- Então... eu vim para Hogwarts para fazer uma coisa. - disse ela sacudindo os cabelos - Isto!!
Sem hesitar, Kihisha deixou Lily onde estava, passou por James e por Sirius e parou em frente a Remus. O jovem Lupin ainda estava em choque pela aparição dela e, quando esta se aproximou, arregalou os olhos e começou a gaguejar. A Potter limitou-se a sorrir, colocou a mão suave e sedosa na face do Marauder e avançar o seu rosto de modo a dar-lhe um longo, doce e carinhoso beijo.
- O QUE É QUE ESTÁS A FAZER, KIHISHA??
- O que é que te parece, James?? - indagou Sirius fazendo um esforço para não se rir.
- MAS....
- Ahhh, Potter, poupa-nos!! - vociferou Lily - Se tens ciúmes da tua própria prima, isso é muito grave!!!
- Ci.... CIÚMES??? - ronsou James furioso - Mas quais ciúmes???
- É o que parece, Jay-Jay! - implicou a morena afastando-se levemente de Remus que se encontrava completamente alienado - Agora já não posso dar um beijinho ao Remie??
- Beijinho...?! - sussurrou Sirius antes de ser desmanchar a rir.
- E TU ESTÁS-TE A RIR DE QUÊ, BLACK??? - bufou James irritado.
- Nada... nada... - disse o moreno virando costas.
- Tu és tão retardado, Potter!!! - atacou Evans - Qual é o problema do Remus e da tua prima estarem envolvidos num caso???
- O problema é que eu conheço a prima que tenho!!! - cuspiu Prongs - Ela é uma verdadeira louca!!! Só vai magoar o Remus!!
- James Isaac Potter, tento na língua quando falas sobre mim!! - avisou Kihisha afastando-se de Remus que continuava alienado.
- Vais dizer que não é verdade??? - indagou James irritado - Que não fazes com os rapazes o mesmo que eu e o Sirius fazíamos com a miúdas??
- Estás a começar a abusar, James!!! - informou ela.
- Que não passavas uma noite com cada um diferente e que muitas vezes nem te lembravas de quem eram el...
TRAZ!!!!
O som de um forte estalo ouviu-se em todo o corredor. Kihisha havia acabado levar a mão à cara do primo, onde se podia ver uma poderosa marca vermelha. James arregalou os olhos e passou os dedos onde ela lhe tinha batido.
- Nunca mais dizes mentiras dessas, Potter!!! - ameaçou a morena - Se preferires ouvir as cusquisses da Narcissa Black do que as minhas verdades, então ouve!! Mas não me tentes difamar!!
- Narcissa Black? - indagou Lily confusa - O que é que...
- Longa história, Lils... - disse Sirius virando-se em seguida para a morena - Desculpa o James, Ki, tu sabes que ele é um anormal completo!!
- Sei... mas, mesmo assim, não esperava ouvir isso do meu próprio primo. - afirmou ela antes de virar costas e deixar o corredor, com Lily atrás dela.
- James, que estúpido!!! - rosnou Sirius - Tu sabes que a Narcissa adora armar confusão, porque lhe foste dar ouvidos???
- Eu... eu... - começou o Potter, mas preferiu calar-se.
- Vamos para cima e levamos o Remus, senão ele fica aqui parado até lhe passar o efeito do beijo! - decidiu o Black puxando o Lupin pelo corredor fora, em direcção à sala comum.

*


- Eu não acredito que aquele... aquele...
- Ignorante? Imbecil? Infame? – Lily inumerava vários adjectivos, contando pelos dedos. Kihisha acenava afirmativamente com a cabeça a cada palavra da ruiva.
- O meu próprio primo! – ela exclamava, gesticulando imenso - Merde! Aquela estúpida da Narcissa...
- Eu gostava de saber o que é que a Narcissa Black tem a ver com essa história. – questionou a ruiva, olhando de Ac para Kihisha.
- Nada de importante, Lils. – Ac murmurou – Sabes como ela é. Qualquer coisinha que ouça, aumenta de maneira idiota.
- Sim, mas... – Lily continuou – Como é que o James falou aquilo se ele nem sequer se dá com ela?
Um silêncio estranho instaurou-se.
- O Sirius. – falou rapidamente a Potter – São primos, sabes como é...
- Claro, claro.
Mas não tinha ficado muito convencida. E aquela história ainda ia dar que falar.


Alguns dias depois...

O treino de Quidditch estava a ser duro. James estava a ser duro. Fazia toda a equipa esforçar-se ao máximo, não importava até que ponto eles reclamassem que tinham dores, ou estavam cansados. Parecia que ele usava aquele treino para extravasar a fúria.
Talvez isso se devesse ao facto de Lily e Kihisha estarem a observar o jogo. Ele não falava com a sua prima desde o que tinha acontecido no corredor.
- Prongs, acalma-te! – gritou Sirius, no alto da sua vassoura.
James rodopiou e olhou-o com uma expressão estranha.
- Calma? CALMA?! O JOGO CONTRA OS RAVENCLAW É JÁ PARA O MÊS QUE VEM E TU PEDES-ME CALMA? – passou a mão pelos cabelos – Esta equipa precisa ganhar.
- Claro que sim. – falou Ac – Mas já viste como está a tua equipa ? – a morena apontou para os outros jogadores. Apresentavam uma expressão de extremo cansaço, mas permaneciam a treinar, como se a sua vida dependesse disso – Vamos parar com isto, capitão Potter ?
A sua voz soava divertida, fazendo James sorrir.
- Pessoal! Por hoje acabou! – o moreno gritou para os restantes. Todos sorriram, satisfeitos, e começaram a descer com as vassouras.
Ac veio ter com as duas jovens, que a esperavam perto das bancadas.
- Bom treino, Ciri. – murmurou Khisha, ao que Lily anuiu.
- Este gajo vai acabar por matar-me! – falou a morena, colocando uma mão na testa – Treinos destes, nem no tempo em que o Filch pendurava o pessoal pelos tornozelos! – falou, divertida. Em seguida virou-se para a outra morena – Já foste falar com o Dumbledore?
- Oui, chérie . – respondeu a Potter, sacudindo os cabelos – Ele disse que estava tudo dentro da normalidade. Pas de problème .
- E os teus pais? – perguntou Lily, enquanto olhava de lado, sem dar muito nas vistas, para a figura de um certo moreno.
- Oh... isso... é uma coisa que... tem de ser resolvida. Pas de problème, aussi .
Enquanto Kihisha falava, uma coruja preta aproximou-se de Ac. Esta retirou-lhe o papel que tinha preso na pata e começou a ler. A sua expressão não podia ser das piores.
- Merda! – praguejou, passando a mão pelos cabelos – Lá tenho eu de andar com mariquices.
Encaminhou-se para os balneários. As duas raparigas seguiram-na.
- Porquê? – perguntou a ruiva, olhando para Kihisha, que deu de ombros, sem perceber.
- Fácil. – estendeu-lhes a carta.

Exma. Sra Acire Artémis Vanzest

Cygnus e Druella Black têm o prazer de a convidar para o casamento da respectiva filha, Narcissa Black, com Lucius Malfoy.

Agradecíamos a sua presença
Atenciosamente
Cygnus e Druella Black


As duas jovens olharam uma para a outra e em seguida para a morena.
- Tu não podes ir, Ciri! – exclamou Kihisha.
- Não pode ir onde?
Uma voz masculina fê-las voltarem-se. Eram Sirius e James, ambos ainda de equipamento. A francesa estendeu a carta ao jovem Black, antes de Ac poder impedi-la.
- Tu não vais! – murmurou ele, calmamente, devolvendo-a às mãos da jovem Potter.
- Tu não mandas em mim. – respondeu Ac, no mesmo tom, olhando-o desafiadoramente – Eu vou!!
- Se tu vais, eu também vou. – Sirius sustentou o olhar.
O resto olhava-os, como se fizessem um jogo de ping-pong.
- Não, vais não. – ela sorriu ladina.
- Queres apostar? – ele sorriu da mesma maneira. Ac soltou uma espécie de grito, bateu com as mãos no peito do Black e entrou no balneário. As duas raparigas mantiveram-se cá fora.
- Pads, se tu vais, eu também vou! – exclamou James, entusiasmado.
- Obviamente! – exclamou Sirius, passando a mão pelos cabelos.
- Nós também vamos. – falou Lily, como se nada se passasse.
- Estás doida, ruiva? – murmurou o jovem Black – Eles comiam-te viva, se tu lá pusesses os pés!
- Se vocês vão, nós também temos esse direito! – exclamou Kihisha, colocando as mãos na cintura.
- Não vão, não. – cantarolou James – Vocês vão ficar aqui. Já arranjaram merda suficiente.
- Cala-te! – rosnou a ruiva – Tu fazes mais que nós e vais!
- Mas eu... sou eu. Eu posso. – ele deu de ombros – E além do mais, nós temos disfarce. Vocês não.
Rodou nos calcanhares, sendo seguido do outro Marauder. As duas jovens olharam-se.
- Ki... como vamos fazer? – sussurrou Lily, de braços cruzados. Esta olhou-a, com um sorriso tão parecido com o de James que a ruiva se assustou.
- Eles têm um disfarce, c’est vrai ? – a ruiva acenou afirmativamente com a cabeça – Nós também vamos ter.
- Como? – Lily perguntou.
- Ma chére , já ouviste falar em Transfiguração? – Lily voltou a concordar - Parfait.

*


O vento soprava ameno naquele sábado festivo. Nos magníficos jardins da mansão de Wiltshire, a cerimónia de casamento entre Narcissa Black e Lucius Malfoy já se havia realizado, dando agora lugar a uma bela festa de classe e requinte. A noiva caminhava por entre os convidados, sorrindo falsamente e acenando numa atitude tipicamente Black.
Subitamente, a recente Mrs. Malfoy passou por Rabastan Lestrange que parecia deveras interessado em meter conversa com uma morena que se encontrava a seu lado. Contudo, essa mesma morena limitava-se a olhá-lo de lado, rolar os olhos e beber mais um pouco do excelente champagne francês que era servido por vários elfos.
- Mas ainda não me disseste o teu nome, linda. - afirmou o Lestrange para a morena - Eu já te disse tanto sobre mim e tu ainda nem sequer falaste!
- Lestrange, mete uma coisa nessa cabeça cheia de merda!! - afirmou a morena - I don’t give a damn for you!!
- Ouve lá, ninguém fala assim comigo!! - exclamou ele - Se tu soubesses a quantidade de pessoas que davam tudo para estar no teu lugar...
- Oh, não duvido de nada disso, Lestrange, afinal, esta festinha nojenta está cheia de Purebloods à procura do seu par ideial! - declarou ela com um sorriso maldoso - Ou seja, outro sangue puro, rico e idiota!
- Mas o que...
- Rabastan! - chamou a voz fria de Bellatrix - Deixa a Acire em paz!!
- Acire... - murmurou ele - Então tu é que és a famosa herdeira do “império” Vanzest??
- O que é que isso te interessa? - rosnou Ac sacudindo os cabelos negros e lisos que se assemelhavam a uma perfeita cortina de seda - Desaparece, Lestrange, estás aqui a mais!
Rabastan ia responder, mas recebeu um olhar tal provindo de Bellatrix que logo se retirou com um leve grunhido. Ac voltou a rolar os olhos enquanto a prima mais velha a olhava de modo reprovador.
- O que é? - bufou Vanzest bebendo mais um pouco do seu champagne.
- Tu sabes bem que é suposto falares direito com os outros convidados desta festa!! - vociferou Bella encarando a prima - Bem, vamos ao que interessa! Daqui a pouco eu vou fazer-te um sinal e tu vais entrar dentro da mansão.
- E posso saber para quê? - indagou Vanzest.
- Apenas faz o que te digo! - ordenou a Lestrange - Entras na mansão, sobes a escadaria, viras à esquerda no corredor e entras na porta em frente.
- Quem me vai esperar? - questionou Ac imaginando o que Bella estava a tramar - Não penses que eu me vou submeter a idiotices, Trix!
- Não me chames Trix!! - rosnou Bella irritada - Tu vais fazer o que for preciso, Acire, pelo simples facto de que tu és muito mais ambiciosa do que pensas!!! Só gostava de saber o que raios fazes tu nos Gryffindor.
A Lestrange afastou-se com um sorriso malicioso nos lábios. Por sua vez, Ac virou costas e caminhou até perto de uma árvore. Não lhe apetecia aturar ninguém, nem ter de forçar sorrisos idiotas para “possíveis pretendentes”. Tudo aquilo lhe metia nojo. As farsas, os sorrisos falsos, até a porcaria do vestido negro e brilhante a estava a tirar do sério.
Pouco depois, um homem uns anos mais velho, amigo e ex-colega de Rodolphus Lestrange, aproximou-se da morena. Encostou-se à árvore e olhou para ela. Ac suspirou furiosamente antes de olhar nos olhos do homem.
- O que estás aqui a fazer, Dolohov??? - rosnou ela - Ou deverei dizer, Sirius??
- Oh... acabaste de destruir o meu ego de excelente aluno de Poções!! - reclamou o Black - A Polissuco ficou assim tão mal??
- Não, idiota, a tua mente é que continua a ser um livro aberto! - respondeu ela sorrindo de lado - Onde está o Jay?
- A dançar com a Cissy! - afirmou ele suspirando em seguida - Ele não sabe no que se está a meter!!
- Nem tu sabes o quanto! - exclamou ela ao ver Lucius Malfoy a dirigir-se para onde a esposa se encontrava - Merda!!
Ac deixou Sirius onde estava e andou rapidamente até Lucius. Parou em frente a este e sorriu simpaticamente enquanto fazia uma leve vénia. Lucius olhou para ela, para Narcissa e novamente para ela. Sorriu também e segurou a mão e a cintura da morena ao iniciarem uma dança calma e controlada.
- Há uns meses que não te via, Vanzest! - comentou ele - O que tens andado a fazer?
- Nada de mais, Malfoy! - respondeu ela acompanhando-o na dança - Então, satisfeito com o casamento por conveniência?
- Não devias dizer essas coisas, Ac. - aconselhou o loiro - Podem ser prejudiciais para o teu futuro!
- Ai, Malfoy, poupa-me!! - bufou a morena - Tu sabes perfeitamente que só estou aqui porque a Bellatrix mo exigiu! E tenho a certeza absoluta que sabes o seu motivo.
Lucius não respondeu. Limitou-se a sorrir maliciosamente e terminar a dança com a Vanzest. Enquanto isto, James - sob o seu disfarce - já tinha terminado a sua dança com Narcissa e conversava agora com Sirius a um canto.
- Então, senhor Deamon... – zombou Sirius, ainda encostado na árvore – Ou deverei dizer, senhor Potter? – um sorriso maldoso – Como foi a conversa com a noiva ?
James passou a mão pelos cabelos e suspirou.
- Nada demais. – olhou vagamente em direcção a Narcissa, que o olhava estranhamente – Ela sente-se feliz, é o que importa. – virou o seu olhar para Sirius – Apesar de ser tudo uma valente farsa.
- Prongs...
- Não, Sirius. Eu sei. Eu gosto mesmo da Lily, mas a tua prima... ela é ela, entendes? – mais um suspiro – E nem sequer tocou no meu nome uma única vez.
- Vou-te dizer uma coisa sobre as mulheres da família Black, Jack , - Sirius colocou uma mão sobre o ombro do amigo – sonha com elas, vive com elas, dorme com elas... mas nunca te apaixones por elas. – o moreno finalizou a frase olhando para Bellatrix, e em seguida para Ac, que falava sobre algo com Lucius.
Nesse instante, duas jovens apareceram na festa. Uma loira de cabelos lisos, olhos castanhos, envergando um vestido azul-petróleo, com alguns brilhantes e uma morena, com reflexos ferrugem nos cabelos, olhos verde-água, usando um vestido amarelo justo.
- Hey... quem são as giraças? – murmurou Sirius, cruzando os braços e colocando-se ao lado de James.
- Eu não sei, mas aquela morena... ui ui... – o moreno murmurou também, focando ligeiramente o olhar.
As duas passeavam livremente pela festa, como se fosse um hábito. Os dois Marauders ajeitaram as vestes e aproximaram-se, calmamente.
- Uma festa agradável, não acham? – Sirius falou, com um tom de sedução na voz, o que fez as duas raparigas se voltarem. – Olá, eu sou... Dolohov. Anthony Dolohov. – e beijou a mão da loira.
- Eu sou James... – o jovem Potter recebeu uma pisadela de Sirius, o que resultou num esgar de dor e numa voz estranhamente rouca – Jack Deamon. Muito prazer. – e fez o mesmo com a morena.
As duas trocaram olhares e riram baixo.
- Elise Rockwood, muito prazer. – a loira sussurrou, entre risos.
- Hannah Barden. Olá. – a morena falou, apertando a mão de James.
- Então... o que duas jovens tão encantadoras fazem numa festa assim, tão agradável mas tão monótona? – o jovem Black continuava no mesmo jeito, sedutor, galã.
- Talvez o mesmo que os dois cavalheiros, suponho. – a morena revidou, ajeitando o penteado, olhando para os lados.
- Procura alguma coisa? – James murmurou, perto da morena – Quem sabe eu... não posso ajudá-la...
A sua voz saiu rouca e um pouco parecida a se estivesse no seu estado normal .
- James? – a morena perguntou, olhando nos olhos dele.
- Lily? – James olhou-a estranhamente, semi-cerrando os olhos. Mas, em seguida, arregalou-os – O que é que vocês estão a fazer aqui? – exclamou, elevando a voz.
- Mon Merlin ! – murmurou a loira que, afinal, era Kihisha, colocando uma mão na testa – Isto não está a acontecer.
- Eu não acredito é que estava a seduzir a tua prima! – exclamou Sirius, apontando para a loira – Kihi, tu e a ruiva não deveriam estar aqui... quem foi convidada foi a Ac, não vocês!
- Há! Grande moral para falar, Black! – exclamou Lily, colocando as mãos na cintura – Vocês estão tão clandestinos aqui quanto nós!
- Vocês vão sair daqui e é já, entenderam minhas meninas? – sussurrou James, entredentes.
- Quero ver tu a obrigares-me, Potter - a morena cruzou os braços e olhou-o desafiadoramente. Antes não o tivesse feito.
O jovem Potter agarrou-a pela cintura e colocou-a em cima do ombro, carregando-a como se de um saco se tratasse, ignorando os murros nas costas, o espernear, e os gritos que ela dava. Kihisha olhou para Sirius e murmurou:
- Fazes o mesmo e eu enfeitço-te. C’est vrai, Sisi .
Sirius gargalhou.
- Ok, ok, ma petite - ele falou, com um tom de divertimento – Vamos embora.
O Black olhou para os lados. As pessoas cochichavam e apontavam para o que estava a acontecer. Tentou localizar Ac, mas sem efeito. Viu sua prima Bellatrix com um sorriso suspeito e suspirou. Tinha a certeza que algo de errado estava prestes a acontecer. Deixou que os amigos começassem a sair da festa antes de se escapar e continuar a circular pelos jardins à procura da morena. Ele não ia deixá-la ali sozinha... Não depois do que tinha ouvido entre Lily e Martha.
Caminhou por entre os convidados, passou pelos noivos, por Bellatrix, pelo marido Rodolphus, e por mais uma quantidade de gente indesejada. Estava quase a começar a desesperar quando, finalmente, viu Ac a entrar por uma das portas da mansão. Não hesitou em segui-la, mesmo sabendo que o efeito da Polissuco estava mesmo a acabar.

*


Vanzest já estava a meio da escadaria quando percebeu que estava alguém no topo das escadas. Rodolphus deveria ter fugido da festa sem que ninguém soubesse para a encontrar ali. Ac olhou de lado, com uma frieza única no olhar. Lestrange sentiu-se gelar e deu um passo atrás. Ele conhecia aquele olhar... a morena continuou o caminho que a prima mais velha lhe havia indicado, sempre com Lestrange atrás dela. De certeza que era para confirmar que Ac entrava mesmo na dita porta.
Ela odiava que a seguissem, odiava que a tratassem como uma menina pequena. E era exactamente isso que a prima lhe estava a fazer. Bufou baixo ao colocar a mão na maçaneta da porta que Bella lhe havia indicado, parou bruscamente e voltou-se para Rodolphus.
- Importaste de parar de me seguir como um cão??? - ronsou a morena irritada - Se eu disse à tua mulher que o fazia, então é porque faço, não preciso de guias!!!
- Sabes Vanzest... às vezes pergunto-me, porque saíste de casa? - indagou ele com um sorriso idiota – É que tu és igualzinha à tua família!!
Ac limitou-se a olhar com desprezo para o homem à sua frente. Abriu a porta e entrou. A sala estava escura, mas fresca. A morena deu dois passos em frente, esperando que os seus olhos se adaptassem ao escuro, antes de procurar qualquer vestígio de vida naquele cómodo. Nada... aquilo estava completamente vazio. O que raio queria Bellatrix afinal?? Preparava-se para sair dali, procurar a prima e berrar com ela, quando sentiu uma presença. Passou a mão pelo vestido e virou-se bruscamente, retirando a varinha da liga que usava por debaixo do tecido negro, apontando-a um vulto negro que permanecia atrás de si.
- Bom dia, Vanzest. - cumprimentou o homem com uma voz sibilante - Aguarda a varinha, minha querida, não precisas dela aqui.
- O que é que queres de mim? - questionou ela sempre de varinha em punho - Porque fizeste com que a Bellatrix me enviasse até ti?
- Eu sinto uma enorme curiosidade em relação a ti, Vanzest! - afirmou o homem sentando-se atrás de uma enorme secretária - A maioria das pessoas não me reconhece e, quando percebem quem sou, ficam completamente apavorados!
- Mas eu não sou a maioria das pessoas!! - exclamou ela com um leve sorriso ladino - Não me sinto minimamente apavorada por estar aqui!
- Eu percebi isso. Assim como percebi que bloqueaste a tua mente ao entrares nesta sala. - afirmou o homem com um sorriso - Tu tens um enorme potencial, Vanzest. Serias extremamente útil do meu lado.
- A verdade é que eu só estou interessada em respostas!! - vociferou Ac.
- E eu tenho essas respostas!! - proferiu o homem com um sorriso maldoso - Basta juntares-te a nós!!
- Tornar-me uma assassina em troca de respostas?? - inquiriu Vanzest - Não me parece que seja uma troca justa!
- Não é para ser justo! - gargalhou ele - É para ser proveitoso!!
- Eu não farei parte dos Death Eaters, Milord!! – rosnou a morena cruzando os braços – Eu não sou uma assassina!
- Tens a certeza disso, Acire? – perguntou o homem – Eu acho que a morte te corre no sangue...
- E eu acho que estás profundamente enganado!!! – bufou ela virando costas e preparando-se para sair – Se é isso que queres em troca das minhas respostas, então nada feito.
- Cruccius!
A maldição foi proferida numa voz firme e maldosa. Ac caiu de joelhos no chão, sentia o corpo a ser cortado e espetado por milhares de facas. A dor era mais intensa que ela alguma vez tinha sentido, não conseguia abrir os olhos e, mesmo assim, ela não se permitia a gritar. Não, nunca! Jurou pela própria alma que não voltaria a dar o prazer dos seus gritos de dor a quem quer que a estivesse a torturar. Fosse o pai, a mãe ou qualquer outra pessoa. O Dark Lord levantou-se lentamente, caminhou até ela, parou mesmo a seu lado e sorriu perversamente. Com um gesto rápido da varinha terminou o feitiço e encarou a morena.
- Eu quero que te juntes a mim, Vanzest! – ordenou ele – Eu quero o teu poder do meu lado!!
- Nunca! – afirmou ela antes de receber mais uma maldição.
- Eu estou a dar-te uma oportunidade única. – contou Voldemort – Nunca recrutei ninguém tão novo como tu!
- Não... me... interessa! – cuspiu Ac ainda sob o efeito da maldição.
- Ouve bem, Vanzest, eu vou conseguir ter-te no meu exercito!! – avisou o Lord – Viva... ou morta!
Ac mal conseguia respirar enquanto tentava conter os gritos de dor. Ainda no chão, conseguiu levantar o rosto, olhau directamente para os olhos vermelhos do homem, com uma profundidade única. Conseguiu esboçar um sorriso muito leve e, com as suas últimas forças, murmurou:
- Eu... não tenho... medo... de ti!!
- Milord!! – chamou a voz de Bella quando Voldemort se preparava para lançar mais uma maldição a Vanzest – Milord, por favor...
- Sim, Bella, eu excedi-me desta vez! – confessou ele levantando a maldição da menina – Continua a manter contacto com ela. Eu exijo a sua presença na corte dos Death Eaters!!
Voldemort retirou-se enquanto Bellatrix olhava para de lado para Ac. A Lestrange caminhou até à prima, baixou-se de modo a ficar ao nível dela, tirou-lhe uma mecha de cabelo negro da frente dos olhos e sorriu levemente.
- Tu és preciosa, Ac... – sussurrou ela – Muito mais preciosa do que aquilo que pensas, minha querida.
Levantou-se, caminhou até à porta da passagem secreta pela qual Voldemort havia saído, segundos antes e voltou a encarar a prima.
- Brevemente, miúda... – disse ela antes de proferir um feitiço que abria a porta da sala – Brevemente.
A porta de madeira foi aberta de rompante e Sirius entrou, ofegante, abaixando-se ao lado da amiga e olhando furtivamente para a prima.
- O QUE É QUE LHE FIZESTE?? – berrou ele enquanto abraçava a morena.
- Nada. – respondeu Bellatrix saindo pela passagem.
- Ac... Ac, por favor, o que aconteceu aqui?? – indagou ele quase em desespero – Estás bem?? O que te fizeram??
- Leva-me para Hogwarts, Six... – pediu ela – Por favor... leva-me para Hogwarts!

*


Os gritos de Lily tinham cessado. Agora ela apenas permanecia sobre o ombro de James, apoiando o queixo sobre a mão, olhando entediada para o céu e para os lados. Kihisha caminhava atrás deles, e o seu cabelo tinha agora apenas alguns fios loiros. Suspirava e olhava para a ruiva de vez em quando, rindo baixinho.
- Bien - a morena murmurou – eu vou ao dormitório mudar de roupa, ma chéres. Au revoir .
- James – a ruiva sussurrou – mete-me no chão.
Mas o moreno nem sequer respondeu. Apenas girou nos calcanhares e Lily pôde ver o quadro da Fat Lady a afastar-se.
- Onde vamos? – ela perguntou.
- Ter uma conversa séria. – a voz de James saiu rouca e profunda.
- Eu exijo que me ponhas no chão! – Lily exclamou, mas sem efeito – James, agora! – ela guinchou, começando a espernear. Mas o moreno não o fez.
- Se continuas assim, sou obrigado a dar-te uma palmada. – ele murmurou, com divertimento na voz.
- EU QUERO QUE ME PONHAS NO CHÃO! – a ruiva gritou, batendo nas costas dele.
- Pronto, já está.
Realmente, James tinha-a posto no chão, mas dentro de um armário de vassouras.
- O que é que...
Lily nem conseguiu acabar a frase. O jovem Marauder entrou no armário com ela e trancou a porta. Ficaram muito juntos, com os corpos quase colados e as respirações quase sobrepostas.
- Então... – ele começou – Vais-me dizer porque é que foram ao casamento da Cissy?
- Não. – ela cruzou os braços – Vocês também foram e não nos disseram o porquê.
- O Pads foi porque é da família. – a ruiva soltou um resmungo – E por causa da Ac, também. Já ouviste muitas histórias acerca da família deles, certo? Então sabes o que a casa gasta.
- Sim, eu entendo isso. Só não entendo porque é que tu também foste! – ela exclamou, mas em voz baixa.
- Porque eu sou amigo dos dois.
- Ora, que merda de desculpa. Eu também sou amiga dos dois! – a ruiva começou a elevar a voz. Mas não obteve resposta do lado do moreno. Apesar de estar escuro, réstias de luz entravam dentro do armário de vassouras. E ela conseguiu ver o olhar estranho de James – James... o que se passa?
- Estás tão bonita, Lils... – ele sussurrou, o mais perto possível dela, o que a fez arrepiar-se inteiramente – Tão linda...
- James... – ela murmurou, com voz baixa, recuando o que podia, até que bateu na parede do armário.
- Eu preciso de ti pra mim, Lily. - sussurrou James docemente - Agora.
A ruiva soltou um gritinho abafado, espremendo-se contra o obstáculo às suas costas. O moreno aproximou-se ainda mais dela, e começou a beijar-lhe o pescoço devagar.
- Agora sê uma boa menina e deixa-te levar. – e começou a tirar a camisa. A ruiva deu um grito e abriu a porta do armário, correndo o mais que pode até ao dormitório, sem olhar para trás. Se o tivesse feito, podia ver James a rir-se às gargalhadas, rebolando pelo chão.

*


Kihisha passou pelo retrato da Fat Lady descontraídamente. Vinha a mexer nos cabelos, e nem deu conta que um certo rapaz estava sentado numa das poltronas frente à lareira. Quando olhou para cima, os seus olhares cruzaram-se e ela abriu um sorriso só.
- Remie. – ele sorriu também – O que estás a fazer aqui?
Andou até onde ele se encontrava e sentou-se na mesma poltrona que ele.
- Eu... ahn... o Peter, ele... hum... bem... – Remus gaguejava, sem conseguir olhar para ela, que estava tão perto. A Potter riu baixo e virou o rosto dele para si. Aproximou-se e colou os seus lábios nos dele, começando um beijo tímido. Afastou-se e riu, após ter visto a expressão do Marauder.
- Remie, s’il te plaît - ela falou, entre risos – não fiques com essa expressão. Pareces um... alienado... ou qualquer coisa assim.
Ele saiu do transe e corou, o que fez Kihisha rir ainda mais e levantar-se.
- Kihisha? – ele murmurou. A jovem virou-se e inquiriu-o com o olhar – Eu gosto muito de ti…és uma rapariga super especial!!
Ela sorriu e colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha.
- Obrigada, Remus… tu também és uma pessoa muito querida para mim!
E seguiu para o dormitório feminino, com um enorme sorriso nos lábios. Quando a perdeu de vista e ouviu a porta a bater, Remus desabou na poltrona e soltou um enorme suspiro. Aquela rapariga deixava-o louco. Completamente louco.
Decidiu subir para o seu dormitório. Talvez o ressonar de Peter não estivesse tão alto, agora. Mas naquele momento, até se estivesse no sítio menos barulhento do mundo, conseguiria dormir, pois sentia que o coração lhe podia saltar do peito a qualquer instante.

*


Caminhavam os dois pelos corredores, já desertos, de Hogwarts. Notava-se que Ac estava abalada com o que tinha acontecido. Mas Sirius estava bem pior. Ver a amiga naquele estado, sem saber quem lhe havia provocado aquilo, sem saber em que é que ela andava metida e, especialmente, o que se estava a passar, era, simplesmente, demais. Andava atrás dela como se estivesse a protegê-la de algo. Esperava que ela se dirigisse para a sala comum dos Gryffindor, mas afinal, Ac preferiu virar à esquerda no corredor do quarto andar. Sirius sabia que ela se dirigia para a sala precisa.
- Eu prefiro ficar aqui... - murmurou Vanzest ao chegar à porta da sala - Não quero passar a noite naquele dormitório barulhento....
- Eu fico contigo. - disse ele ao entrarem no quarto simples e acolhedor.
- Não vale a pena. - afirmou Redwhisker sentando-se na cama e tirando os sapatos de salto.
- Claro que vale a pena!! - contrariou o Black - Tu não estás bem e isso é perceptível à distância!!
- Six... - chamou ela calmamente virando-se de costas para ele e levantando os cabelos negros, de modo a revelar um fecho na parte de trás do vestido - Ajudas-me...?
Ela olhava-o pelo canto dos olhos com uma sensualidade e delicadeza que o Black nunca pensou ser possível na amiga. Tinha um leve sorriso de lábios esboçado no rosto e uma expressão de serenidade única. Definitivamente, aquela não era a mesma Ac que ele conhecia.
- Six... - chamou ela novamente ao perceber a perplexidade do rapaz - Ajuda-me, por favor....
O moreno sorriu suavemente, avançou até ela, colocou as mãos sobre o fecho do vestido, tocando ao de leve na pele fria e aveludada que a morena possuía. Abriu o fecho e deixou cair o tecido negro pelo corpo dela. Não resistiu a passar as mãos lentamente pelas suas costas, barriga, bacia... depositava carinhosos beijos no seus pescoço e nos seus ombros.
Ac acabou por se virar de frente para o amigo e envolveu o pescoço dele com os braços, iniciando um forte e sentido abraço entre eles. Ela sabia que ele estava ali por ela. Que nunca a deixaria só... mas poderia ela contar-lhe o que se estava realmente a passar?
- É melhor ires... - aconselhou Vanzest afastando-se do amigo - Falamos amanhã....
- Mas, Ac...
- Falamos amanhã, Six! - repetiu ela virando costas e deitando-se na cama vazia.
O Black olhou para ela, abanou levemente a cabeça, e voltou-se para sair. Por sua vez, Ac deixou-se enrolar nos lençóis enquanto ouvia a porta a abrir e, logo em seguida, a ser fechada. Deixou escapar um suspiro e apertou mais lençol contra si. Precisava de falar com alguém que a pudesse entender sem ficar a olhar para ela como se fosse uma aberração. Mas quem...? Nem mesmo Lestat a olhava da mesma maneira desde que descobriu o seu envolvimento com a prima Bellatrix... Voltou a suspirar... naquele momento ela estava a sentir-se tão sozinha...
Subitamente, sentiu um braço seu conhecido a envolver-lhe a cintura. Afinal, Sirius não tinha saído, permanecia ali, ao lado dela, pronto para o que fosse que ela precisasse, nem que isso fosse apenas aquele abraço que lhe ia garantir uma noite sem pesadelos. Ac virou-se de modo a ficar de frente para ele. Sorriu levemente, aninhou-se entre os seus braços e, finalmente, adormeceu.

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Estamos deveras desiludidas para com os nossos leitores que simplesmente deixaram de comentar a nossa fic. Apenas a Evoluxa e a Grazy é que comentaram o cap anterior.

Gente, nós não postamos mais se não houver comments!

Kiss's
Aldara e Just

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