Somniu Domine.
Correspondências & Acordos
Capítulo 9 – Somniu Domine
P.S: Leiam com atenção e saibam que tudo que aconteceu sem uma explicação certa durante a fic se esclarece aqui. Nada vai ser deixado sem explicação então se não entender alguma coisa, leia de novo. Penúltimo capítulo. Divirtam-se, fãs de C/H, porquê o último capítulo é totalmente Ron/Hermione.
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Cedric e Ron esperaram o máximo que podiam até Hermione e Harry acordarem. Sem sucesso. Quando já havia passado da hora do jantar e os alunos haviam ido dormir, a Madame Pomfrey os expulsou da enfermaria e eles foram obrigados a retornar para seus respectivos dormitórios.
Cedric e Ron se despediram com um breve aceno de cabeça e concordaram em voltar à enfermaria assim que amanhecesse.
Ambos deitaram em suas camas e, depois de minutos que pareceram horas rolando, dormiram.
Estava silencioso demais.
“Ei, Cedric.”
Cedric tentou abrir os olhos.
Porém os mesmos não abriam.
“Sou eu, Harry.”
“Abra os olhos, Cedric.” Pensou Cedric para si mesmo.
“Não abra os olhos.” Ordenou Harry.
“Harry?”
“Não pergunte nada. A Hermione está fazendo isso por mim. Só me escute.” Dizia Harry. Sua voz parecia extremamente distante, como se ele estivesse berrando da enfermaria para o dormitório e fosse, tecnicamente, impossível de ouvir.
“Eu quero te mostrar uma resposta por trás de tudo caso eu não consiga acordar.”
“Mas é claro que você vai aco-“
“Não fale nem pergunte, Cedric. Deixe eu te mostrar.”
Cedric, pouco a pouco, começou a se ver em um longo corredor e, em seguida, o reconheceu como o do terceiro andar. Estava tudo colorido, vívido e extremamente realista.
“Harry, eu estou sonhando?”
“Qual parte do não pergunte nada você não entendeu? Constate o óbvio, Ced. Isso enfraquece o feitiço.” – Respondeu a voz de Harry bem de longe. “Continue olhando.”
Cedric viu o Harry do ano passado andando calmamente pelos corredores. Alguns segundos depois, alguém o puxou contra uma pilastra.
Ele.
“Harry, esse foi nosso p-“
“NÃO FALE NADA! Podem te ouvir! O que você diz no sonho está dizendo também na sua cama!”
Cedric continuou assistindo.
Eles estavam, definitivamente, se beijando. Era, então, o beijo que eles haviam comentado também há alguns dias, no Grande Salão.
Cedric sempre havia se perguntado por que, depois de dividirem um momento extremamente agradável, Harry havia fugido. Durante um ano. Até o serviço de cartas aparecer.
Seus pensamentos pareciam dissolver conforme eles apareciam em sua mente. Ele estava sonhando, afinal de contas.
Talvez alguém o estivesse ouvindo.
O cenário havia mudado.
Parecia ser o mesmo dia. Harry usava as mesmas roupas e continuava andando e, nossa, seu cabelo ainda estava desarrumado. Cedric havia feito aquilo.
Enquanto Harry andava depois do acontecimento, tentando acalmar seu ritmo e passos, ele foi jogado novamente contra alguma coisa, dessa vez uma parede. Era Malfoy.
“Potter.”
“Você está bêbado, Malfoy.”
“Eu quero você.”
“Idiota.”
“Eu vi você com o belo menino da Lufa-Lufa. Melhor que eu, não?”
“Você nunca existiu. Eu nunca nem te beijei! Tira suas mãos de mim!”
“Potter, me escute, e escute como se fosse uma ordem de morte. Você não ouse deixar isso continuar e não ouse me deixar ver isso de novo. Eu te mato. Eu juro que te mato.”
“Ciúmes?” a respiração de Harry estava extremamente ofegante. Draco o estava segurando pelo pescoço.
“Você me ouviu. Se esconda, Potter. Ninguém nunca vai acreditar em qualquer coisa que você disser sobre mim e ao mesmo tempo, eu junto o máximo de pessoas possíveis e acabo com sua alma.”
“Não...-“ Harry estava quase sem ar. “Não iria doer ao ver a pessoa que você ama sendo machucada?”
“Não, se essa pessoa tiver desobedecido minhas ordens.”
“Eu nunca vou te obedecer. Tire suas mãos de mim e-“
Malfoy havia beijado Harry. O coração de Cedric não havia nem ficado frio ou mais rápido. Ele havia simplesmente parado com a cena.
Harry jogou Draco longe e ajeitando suas roupas, gritou:
”VOCÊ PODE PEGAR SEUS DESEJOS E OBSESSÕES E JOGÁ-LOS NO LIXO!”
Harry cuspiu em Malfoy, que estava caído no chão, e em seguida deu meia-volta e saiu andando, ainda ofegante.
Cedric conhecia Harry, porém. As palavras de Malfoy o haviam afetado. Não que ele sentisse o mesmo. Mas seguir em frente com o que havia acabado de acontecer entre ele e Harry seria seguir em frente com o caos que Malfoy causaria dali para frente.
“Converse rápido.” Disse Harry. Sua voz parecia ainda mais distante.
“Eu poderia dar um jeito nisso se você ao menos tivesse me contado a situação.” Pensou Cedric o mais rápido que pudesse.
“Por mais que você tentasse, não iria.”
“Por que não?”
“Porque, um ano depois, eu segui em frente e agora eu estou deitado na enfermaria e não sei se vou mais acordar, Cedric.”
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“RONALD WEASLEY!”
“Isso é um fantasma?”
Ron não conseguia abrir os olhos.
“Acorde, Ron, acorde, Ron...” pensava Ron para si mesmo.
“VOCÊ NÃO VAI ACORDAR ENQUANTO EU TE SEGURAR AQUI! SOU EU, HERMIONE! OU HERNIOME, COMO VOCÊ PARECE ACHAR QUE EU ME CHAMO ULTIMAMENTE!”
“Hermione? Como... como que... você está bem?”
”Antes que você pergunte mil coisas e eu só perca meu tempo. Você não vai acordar pois eu estou mantendo você no sonho, pois preciso que você entenda umas coisas. Ron, eu e Harry não vamos acordar. Pelo menos não tão cedo. E, se acordarmos um dia, ninguém sabe o que pode acontecer. É sério.”
“Eu... eu estou ouvindo.”
“Quando você acordar, você estará revivendo o dia. Eu venho tentando aprender esse feitiço há muito tempo, e ele se chama Somniu Domine. Significa que eu posso me comunicar com alguém durante um sonho e, se eu mesma não puder quebrar esse feitiço, pelo fato de eu não conseguir acordar, eu posso colocar alguém para fazer isso para mim. No caso, a pessoa com a qual eu estou me comunicando. Você está entendendo isso, Ron?”
”Sim.”
”De verdade?”
”Sim, eu juro. Continue, Hermione.”
”Só acorde. Vai ser o mesmo dia do baile. Não deixe o Harry subir para o sétimo andar. Ou melhor, deixe. Mas espere ele estar com o Cedric e tire os dois de lá. A TODO CUSTO, RON! Em seguida, recuse a bebida de Fred e George. Por favor. Pelo fato de você ter bebido, nós discutimos e, por eu estar tão descontrolada, o empurrão do Malfoy me fez despencar da escadaria principal. Talvez se você não beber, nós não discutiremos.”
“Eu... repete?” Ron estava confuso. Um espectro de Hermione estava conversando com ele pelos seus sonhos. No que mais ele poderia acreditar?
”Tire Cedric e Harry do sétimo andar assim que eles se encontrarem. Seja lá o que Fred e George fizeram você beber, não beba. E se possível, nem encontre eles. Não me deixe cair da escada. E lembre-se: assim que você acordar, eu não vou saber dessa conversa. Você pode falar comigo sobre o Somniu Domine, mas eu não acreditarei, provavelmente, que um dia depois estarei usando o mesmo com você e que eu e Harry estaremos desmaiados na enfermaria.”
“Entendi.”
“Entendeu mesmo? Oh, Ron, isso é uma chance ou nunca. Se você falhar, eu não acordo, nem o Harry, ou melhor, nem sei. Não sei se acordaremos. Mas essa é uma chance que você não pode perder. Por mim. Todo tempo livre que você tiver nesse dia que está prestes a reviver, use-o tomando conta de mim e do Harry. E de Cedric também.”
“Você tem certeza que dará certo, se eu não falhar?”
“Absoluta. Ron, acredite nisso. É mais real que qualquer coisa que você viveu.”
“Acorde-me, Hermione.” Ron havia sido convencido.
“Você está pronto?”
”Sim. Por favor.”
“Somniu Domine.”
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