Perseverança
Correspondências & Acordos
Capítulo 10 – Perseverança
P.S: Desculpa a demora. Aqui estamos, último capítulo. E minha última fic em português. :
REVIEWS, POR FAVOR, HEIN? É o último capítulo, última chance de eu saber sua opinião sobre a história!
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Parecia um dia como outro qualquer. Ronald abriu os olhos e, sem ter muita certeza de tudo que havia acontecido, ou até mesmo se a conversa com Hermione havia sido um sonho, se levantou, vagarosamente.
Ele procurou Harry e Hermione o mais rápido que pode e procurou algum tipo de confirmação que o dia estava se repetindo.
Quando estavam descendo para a aula de História de Magia, a confirmação chegou.
“Harry, não haverão danças formais hoje, mas, e se, por acaso, requisitarem uma? Digo, o que você vai fazer? Não acho que...possa dançar com...você sabe.” Perguntou Hermione.
Era o mesmo dia. Hermione havia dito as exatas mesmas palavras no dia anterior.
Ron, rapidamente, começou a trabalhar.
“Hã, sabe, Hermione, o Fred e o George conseguiram as bebidas.”
“Ron, você não vai beber.” Ela respondeu em um tom de ordem e quase rude, mas não se arrependeu do mesmo. Era um quesito irremediável. Igual ao do dia anterior.
“Eu sei. Eu prometo que não irei beber. Juro pra você mesmo. Confia em mim?”
A menina pareceu um pouco surpresa pela convicção de Ronald. Arregalando os olhos, Hermione respondeu:
”Hã, ok. Claro que confio. Mas não é questão disso, é que realmente me preocupo com você.”
A aula havia passado calmamente. Até então, Ron parecia estar completando seu trabalho.
Assim que todos voltaram do almoço, Ron sentou no sofá do Salão Comunal com um pedaço de pergaminho e pena. Hermione estava no sofá do lado, estudando concentradamente alguma coisa de Herbologia e Harry só iria se encontrar com Cedric às 17h30.
Ele olhou para a folha branca e em seguida para a pena, como se forçasse seus pensamentos e tentasse transformá-los em palavras. Olhou para a direita, para a esquerda, para o teto e para o chão, até encontrar a inspiração.
Com todos os seus esforços, Ron escreveu a melhor carta que poderia para Hermione. Havia demorado quase uma hora, e, certamente, a deixaria feliz. Porém, essa carta seria entregue para a Hermione do tempo real, não a Hermione que estava sentada a alguns metros à sua frente no momento.
Pensar que as duas eram a mesma pessoa mas não exatamente a mesma pessoa o deixava extremamente confuso, portanto, alguns segundos depois, ele largou o assunto de sua mente.
O fim da tarde chegou rápido como o fim de uma queda-livre. Ron colocou a recém-escrita carta em seu bolso e correu para o sétimo andar, aonde, depois de esperar por minutos e encarar um quadro extremamente assustador de uma bruxa chamada Aroelle, na qual Ron podia jurar que os olhos se moviam para onde quer que ele fosse, avistou a silhueta de Harry no final do longo corredor.
Ele se escondeu e, alguns minutos depois, quando Cedric chegou, atrasado, Ron correu na direção dos dois.
“HARRY! CEDRIC! A HERMIONE!”
Ele realmente não havia planejado essa parte.
Harry, chocado, e Cedric, estranhando a situação, perguntaram:
”Hã? A Hermione? O que tem ela?”
”BOMBAS!”
As palavras estavam saindo de sua boca, sem fazer muito sentido. Até piorar.
“Bombas?” Cedric perguntou paciente.
“NA PROFESSORA!”
”Ron, você está bem?” perguntou Harry.
“A HERMIONE ESTÁ TACANDO BOMBAS NA PROFESSORA!”
”HÃ? O QUÊ?” Harry e Cedric não conseguiam acreditar e ao mesmo tempo estavam petrificados.
“Meu Deus, como eu sou ridículo.” Pensou Ron.
Por mais esdrúxulo que sua desculpa havia sido, Harry e Cedric haviam acreditado. E, com sucesso, saído do sétimo andar.
Ele levou Harry e Cedric até onde podia, na porta do Grande Salão. Correram como loucos, tropeçaram e capengaram, ofegantes, sem prestar atenção em nada. Quando a até-então lunática Hermione, que estava assassinando professores com bombas não foi vista em lugar algum, Harry se enfureceu.
”Você inventou isso, não foi?”
”Eu...tenho...minhas...razões. Eu...juro.” respondeu Ron, ofegante.
Harry e Cedric saíram andando na direção oposta, revoltados e se perguntando seriamente se ele havia surtado. No fim das contas, nem Ron sabia se ele ainda fazia sentido ou tinha pirado com o feitiço. “Podia no fim das contas ser só um sonho”, pensou Ron.
Hermione não havia caído da escada. Fred e George haviam se embebedado até desmaiarem, porém, Ron passou longe. Harry e Cedric estavam sem machucados. Não era fácil acreditar que ele pudesse ter comprido o trabalho.
Naquela noite, Ron deitou em sua cama com a mensagem de trabalho cumprido visível em sua testa. Talvez não tão visível assim, mas era clara como cristal para ele. Funcionando ou não, ele havia feito algo certo. Um objetivo realizado. E, quando menos percebeu, já estava sonhando e seus pensamentos e sonhos eram seu novo chão.
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O sol batia forte. Alguém devia ter aberto as cortinas. E, olhando de relance para o relógio, já eram onze horas da manhã. Ron pulou da cama e foi correndo para a enfermaria. No meio do caminho, percebeu que estava só de cueca então voltou e fez o percurso novamente.
Ron escancarou as portas da enfermaria e não encontrou ninguém lá.
Era possível sentir o cheiro de naftalina dos armários e era como se ninguém nunca nem houvesse estado machucado ou dormido ali por alguns dias – como uma cidade fantasma, com a leve poeira sendo revelada pelos reflexos do sol que batiam na janela.
Ron colocou a mão em seu bolso e procurou a carta. Era a mesma calça que havia usado no dia anterior, então, a carta...
Nada.
Ele procurou, revistou seus bolsos o máximo que pode, procurou em todas suas outras calças, e nada. A carta, que ele havia se dedicado demasiadamente havia simplesmente virado história.
Ele suspirou e, se sentindo um pouco derrotado, desceu para o Grande Salão, para ver Hermione, Harry e Cedric.
Ele abriu as portas e todos estavam começando o almoço – no fim da mesa da Grifinória, lá estavam eles. Hermione e Harry. Pareciam mais novos, mais cheios de vida. Ou, talvez, o medo de perdê-los por algum segundo em sua vida o fez valorizar as duas almas mais ainda do que antes.
Ron acelerou o passo para encontrar Hermione que, sorrindo, foi andando em sua direção.
”Eu sabia, Ron. Você ia conseguir. Muito, muito, muito obrigada.”
“Ah, tudo bem...” seu ânimo não estava como deveria estar.
“Você não parece muito animado.” Disse Hermione enquanto Harry cumprimentava Ron.
“Eu...fiz uma carta pra você mas eu perdi e realmente significaria muito mais se eu pudesse te mostrar ela agora, já que eu passei um tempo razoável escrevendo ela...mas fazer o quê...”
“Essa?” Hermione tirou uma carta de sua capa e os olhos de Ron brilharam.
“Vo...você...como você...?”
”Estava jogada no chão, na verdade. Na escada principal, dando aqui pro Salão...”
“Eu...devo ter deixado cair ontem! Quando corria com Harry e Cedric! Já leu?”
”Não...”
”Leia.”
Hermione e Ron se sentaram na mesa da Grifinória e Hermione abriu a carta. Na mesma escritura, letra e cor, estava um texto que não era nem de perto o mesmo de sempre.
Hermione.
Eu fiz um trocadilho bem estúpido quando analisei seus nomes esses dias. Percebi que Hermione, em inglês, pode ser dividido em três coisas...”her”...”mi”, mas pronunciado como “my” e “one”...então...my, para minha. Her, pra você, embora meninas sejam difíceis de compreender. E one, porquê realmente, não há como te comparar como ninguém.
Sabe, escrever uma carta como se eu não estivesse me escondendo por trás de uma máscara ou rimando palavras pode parecer mais difícil. Mas foi só imaginar como seria perder todo meu medo de falar tudo isso ao vivo e, na verdade, escrever uma carta como se fosse uma de minhas falas diárias se tornou mais fácil.
Eu não terminei o dia ainda, e não sei se vai dar tudo certo, mas eu espero que eu consiga fazer tudo. Creio que, se não conseguir, você se desapontará e essa é a última coisa que eu quero que você sinta em relação a mim.
Você também treme quando a gente fala coisas bonitas ou amorosas ou fica nervosa e feliz sempre que nos beijamos? Eu fico, e, sendo uma confissão ou simplesmente uma observação besta, eu a valorizo, muito...parece ser um sentimento único. Não sei se alguém no mundo sente isso, não sei se todo mundo no mundo acha que o que sentem é único. Mas eu posso te dar certeza que o meu é diferente. O que o torna especial. Enquanto você está lendo isso, isso é, se for ler algum dia, eu quero um beijo bem bonito no final. Porquê, se você ler, eu vou ter completado minha tarefa. E eu te garanto, aí, eu serei o menino mais feliz do mundo. Já me salvou tantas vezes, foi minha vez de te salvar. Já me ensinou tantas coisas então é a hora de eu te ensinar uma coisa: nunca deixe nosso amor ser jogado fora...porquê sem um ao outro eu lhe garanto que seremos como o deserto sem chuva e um sorriso sem felicidade...seria falso e perderia tudo o que mais temos de especial ao nosso redor. A magia.
Ronald Weasley.
Não era necessário ser um expert para saber que Ron havia ganhado o melhor beijo de sua vida após disso.
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Harry, Cedric, Hermione e Ron, dois meses depois, estavam sentados à beira do lago, como meses atrás, antes do serviço de cartas começar. O sol só estava nascendo – eles haviam conseguido passar a madrugada fora do castelo, driblar a segurança de Filch e Madame Nora e atravessaram a noite distribuindo gargalhadas, beijos, histórias e sonhos. Existindo.
Foi então que Hermione se perguntou algo curioso.
“Ei, Ron.”
“Sim?” perguntou Ron, colocando sua mão em cima da de Hermione.
“A carta que você escreveu, foi durante o feitiço, certo?”
”Foi...no mesmo dia, à tarde.”
“Então...você fez uma carta dentro de um universo paralelo que eu criei com um feitiço, certo?”
”Sim?...Não entendi.”
“Bem...foi criada dentro de um feitiço. Você é um corpo, já existia, e era aonde eu estava concentrando meus poderes, você, a pessoa que estava voltando um dia...como diabos uma carta caída no chão, criada dentro de um feitiço, conseguiu atravessar o tempo e me encontrar no tempo real, aonde eu a peguei e li como se tivesse sempre existido?”
Os quatro se afundaram em pensamentos. Uma dúvida que não teria uma resposta, pelo menos não tão cedo.
“Se eu disser “poder do amor” vai quebrar todo o clima de mistério, então...” respondeu Ron.
Todos riram.
Não havia explicação, não havia razão. Mas quem sabe...talvez, algo puramente verdadeiro não encontre barreiras em seu caminho e seu objetivo seja claro e único, assim como o amor.
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