A culpa.
Correspondências & Acordos
Capítulo 8 – A Culpa
P.S: Escrever esse capítulo quebrou meu coração. Não há muito mais o que dizer. Deixem reviews, por favor.
O dia para o baile de fim de ano havia chegado. Não seria nem tão comum um baile acontecer assim, mas, juntamente com o serviço anônimo de cartas, Hogwarts estava, pelo visto, em ritmo de celebração naquele ano letivo.
“Fred e George conseguiram o álcool, Hermione.” Disse Ron para Hermione, enquanto iam para a aula de História da Magia.
“Ron, você não vai beber.” Ela respondeu em um tom de ordem e quase rude, mas não se arrependeu do mesmo. Era um quesito irremediável.
”Eu sei.” Respondeu Ron, como se tivesse acabado de apanhar.
“Harry, não haverão danças formais hoje, mas, e se, por acaso, requisitarem uma? Digo, o que você vai fazer? Não acho que...possa dançar com...você sabe.” perguntou Hermione, sussurrando.
“Eu...não vou dançar?”
“Não é uma pergunta. Se tem uma pessoa que escolheriam para dançar, seria você, e você sabe disso.”
”Então eu danço com você.” Disse Harry. Ron o lançou um olhar furioso que o penetrou até o fundo de sua alma. “Ou não.”
Hermione riu e os três seguiram em frente, entrando na sala de aula.
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Quando a aula havia acabado, Harry anunciou que precisava ir.
“Eu vou encontrar com o Cedric antes da festa. Não me esperem.”
”Harry, nem escureceu ainda.” Respondeu Hermione, sem entender.
“Eu sei, mas ele realmente pediu que eu o encontrasse às 17h30. É o tempo livre da Lufa-Lufa.”
“Harry, realmente me incomoda saber que daqui alguns minutos você vai estar explorando o corpo de Cedric Diggory.”
“Eu não vou estar fazendo isso. Porquê você não aproveita e, ao invés de ficar falando, faz o mesmo com a Hermione?” Harry respondeu, com uma piscada, e saiu andando, deixando uma Hermione extremamente vermelha para trás.
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Ron e Hermione haviam se separado poucas horas antes do baile, cada um subindo para seus respectivos dormitórios para se arrumar. Não que Hermione duvidasse que ela iria demorar dez vezes mais que Ron, mas enfim.
Ela havia escolhido seu melhor vestido, prateado, simples porém suficiente, e, acima de tudo, extremamente belo.
Ron havia escolhido...bem, ele realmente não havia escolhido nada.
Depois de colocar qualquer roupa que a Sra. Weasley havia mandado, ele desceu, alguns minutos antes, para o Grande Salão. Fred e George estavam o esperando, devidamente arrumados.
“Mas que demora, Ron. Ali.” Os gêmeos apontaram para uma passagem secreta não muito longe da porta principal, e, dentro dela, milhares de garrafas.
“O que tem nelas?”
”Vinho, Ron. Coisa que adultos bebem. E hoje, nós também.”
“Eu não gosto de vinho.” Disse Ron.
“Vai passar a gostar!” responderam os gêmeos.
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Estava extremamente gelado e Cedric ainda não havia chegado. Harry o estava esperando sentado perto de uma imensa estátua no sétimo andar, até que, do fim do corredor, a perfeita silhueta do menino se formou enquanto ele se aproximava de Harry.
“Sentiu minha falta?” perguntou Harry. “Você está muito, muito atrasado.”
“Eu sei. Me desculpe. Confusão por causa do baile e ninguém me deixava sair do Salão Comunal.”
“Popular. Típico, Cedric.”
“Não está bravo, né?”
”Não, eu só estou esperando você compensar o tempo perdido.” Respondeu Harry.
“Vá pra trás da estátua.”
Harry, franzindo a sobrancelha, obedeceu, mudo. Alguns segundos depois, Cedric chegou, colocando as mãos em cada um de seus braços.
”Quer jogar um jogo, Harry?”
”Conte-me as regras.”
“Você escolhe aonde a minha boca vai. Simples assim.”
Harry pensou por alguns segundos.
“Pescoço. AH!” Cedric estava beijando e mordendo seu pescoço enquanto Harry procurava algum lugar para apoiar a mão.
“Você pode dizer quando quiser que eu mude.” Sussurrou Cedric enquanto sua língua e dentes aprovavam a pele de Harry como o sabor mais doce do mundo.
“Orelha. PUT-“
“Olha a boca, Harry.” Sussurrou Cedric, rindo, enquanto mordia sua orelha.
“Ela é o próximo lug-“
Eles explodiram um beijo forte e longo, cada um com as mãos no rosto um do outro, enquanto um pressionava o corpo contra o do outro e as mãos de Cedric subiam para o cabelo de Harry.
Nada mais estava gelado.
“Ora, ora, eu sabia...”
A boca de Cedric e a de Harry se separaram, e, mesmo que ainda muito próximas uma da outra, só se afastavam pelo que haviam acabado de ver.
Draco Malfoy estava parado a alguns centímetros dele e, atrás do menino loiro da Sonserina, um, dois, três, quatro, cada vez mais Sonserinos.
“Eu sempre suspeitei, Harry.”
“Vá se fuder.” Disse Harry.
“Malfoy, suma daqui.” Ordenou Cedric. “Eu sou monitor.”
“É então ordem entre os monitores ficar explorando a boca do Potter? É o primeiro monitor que eu vi fazendo isso. Vocês são patéticos.”
“Eu posso te colocar em sérios problemas se você encostar a mão na gente, Malfoy.”
“Ah, em você eu teria mais problemas, mas com o Harry não.”
Draco e três meninos da Sonserina agarraram Harry pela gola de sua camisa e o lançaram contra a estátua. Sua cabeça bateu contra a pedra e ele caiu no chão, duro. Cedric levantou a varinha e, enquanto dizia algum feitiço, Harry continuava sendo chutado por Sonserinos.
McGonagall havia visto a confusão nos corredores e sua voz ecoou por trás da estátua.
“O QUE DIABOS ESTÁ ACONTECENDO AQUI?”
Ela foi para trás da estátua e viu Harry, que, sangrando, tentava levantar do chão. Cedric abaixou a varinha e os Sonserinos fugiram, com Draco rindo.
“Malfoy, você não sairá imune disso!” gritava Minerva enquanto os Sonserinos continuavam a correr. Draco hesitou a continuar fugindo por medo da professora mas em seguida a ignorou e voltou ao grupo.
“Porquê essa confusão, Cedric? Oh, meu Deus, Potter!”
“Eu e Harry estávamos conversando e...aquele grupo imenso simplesmente chegou e começou a atacar o Harry. Eu iria lançar um feitiço quando a senhora apareceu!” Cedric se explicava enquanto se agachou para ver se Harry estava bem.
“Potter, precisamos te levar para a enfermaria urgentemente! Cedric, rápido, chame a Madame Pomfrey!”
“Mas, Professora...”
“CHAME!”
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Quando Hermione desceu para o baile, sua palavra já estava quebrada há muito, muito tempo. Eles se encontraram em cima da escadaria principal, e, daí para frente, nada bom aconteceu.
“O-o-oi, Hermione.”
Ele não conseguia ficar em pé.
“Ron, o que houve?”
“Li-lin-linda você. MUUUUUUITO!”
“Você bebeu.”
“Herniome, Herniome...”
“Hermione.”
“Eu não bebiiiiiiiiii!”
“Obrigada por quebrar mais uma vez a sua palavra, Ronald.”
“...chata.”
Hermione se virou com algumas lágrimas nos olhos.
“O que você disse?”
“CHATA! SÓ BEBI UM POUCO!”
“Olha seu estado, Ron! Isso não é pouco! Você continua me decepcionando como ninguém e, segundos depois, ganha o seu tão desejado perdão! Cansei!”
“...”
“Não fale mais comigo! Agora divirta-se, vá beber mais com seus irmãos!”
Hermione já não podia contar o número de lágrimas que saiam dos seus olhos.
Ela se virou para voltar ao Salão Comunal e, assim que deu meia-volta, se deparou com seis meninos da Sonserina andando em um ritmo mais rápido que o normal, às mil gargalhadas.
“O que você tá chorando, sangue-sujo?” perguntou Draco, dando-lhe um empurrão forte demais no ombro.
Hermione deu alguns passos para trás por causa do impulso e, quando foi fixar o pé no chão, viu que o mesmo não estava ali.
“DRACO!” Ela estendeu a mão, tudo em milésimos de segundos, como se esperasse que ele a segurasse.
Ele olhou para sua cara, apavorado pelo que iria acontecer e, tentando estender uma mão, falhou.
Hermione tropeçou no primeiro degrau e, até o final, despencou da escadaria principal, chegando ao chão desmaiada.
Milhares de berros ecoaram o salão e vários professores vieram ver o que havia acontecido.
“HERMIONE!” gritou Ron. Na situação de choque, o álcool parecia parar de fazer efeito. Ele sentiu uma imensa vontade de chorar mas segurou, enquanto via que Hermione não abria os olhos. Seu vestido estava rasgado nas pontas e seu cabelo já havia sido desfeito. Não havia sangue.
“Ela está desmaiada, Ron! Quem foi o idiota que deixou ela cair assim?”
“Dralfoy.” Respondeu Ron, sem saber se estava fazendo muito sentido.
”PORQUÊ VOCÊ NÃO A SEGUROU, RON? HERMIONE! HERMIONE!”
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Harry e Hermione estavam, desmaiados, um ao lado do outro em camas da enfermaria. Durante toda a madrugada, Ron e Cedric andavam, sentavam, giravam e pensavam, quase sem expressar em palavras o pânico que estavam sentindo.
“Não há garantia que eles vão acordar tão cedo, né?” Ron arriscou um início de conversa.
“Eu nem sei se tem garantia de se, quando acordarem, acordarão normais.”
“O que você quer dizer?” perguntou Ron, chocado.
“Os dois bateram a cabeça, Ron.” Respondeu Cedric, paciente. “É sério. Droga, eu não sei nem o que pensar.”
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