Chuvas podem destruir sonhos
Correspondências & Acordos
Gente, muito obrigado pelos reviews. Por favor, todo mundo que ler essa fic, deixem reviews, assim eu posto os outros capítulos mais rápidos. A partir daqui, a fic vai pegar no tranco e aí não vai mais parar, acho que vocês vão gostar. A partir do capítulo 3 ela vai tomar um rumo inesperado, também. De certo vocês não podem imaginar o que é. Temos uma comunidade no Orkut também pra ela:
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=22706138
Capítulo 2 – Chuvas podem destruir sonhos. E deixar uma semente para um novo.
Era uma pena verde. Isso o estimulou a escrever uma resposta naquele exato momento.
“Me dê mais dicas. Eu estou disposto, com certeza. Mas conte-me mais. Deixe-me saber quem você é!
Harry”
Hermione estava convencida, também.
“Se eu te der sua chance, você me revela mais sobre isso tudo? Eu estou esperando uma carta grande. Não posso depositar minha confiança em pequenas palavras jogadas ao vento.
Hermione”
Harry e Hermione mandaram suas respostas assim que terminaram suas cartas e então os três saíram para dar uma volta pelos jardins do castelo. Domingos eram ótimos, mas o dia seguinte significa dois tempos de Poções, então não era muito animador.
Quando saíram para ver o tempo e caminhar, viram um grupo de alunos da Corvinal em um lado, e outro de alunos da Lufa-Lufa de outro, bem perto deles. Não podiam deixar de notar também que as nuvens estavam indecisas.
“Parece que vai chover. O tempo tá fechando.” Comentou Ron.
“Ou então o tempo estava nublado e está abrindo. Está dividido. É como um copo meio cheio ou meio vazio, Ron.” Adicionou Hermione.
“Mas estava sol, Hermione. Ontem teve treino de Quadribol.” Respondeu.
“Ah, sim. Então está certo. Uma chuva está vindo. Pode ser forte, estamos no inverno. Droga, não gosto muito do frio cortante que faz aqui na época do Natal.”
“Eu não sou um fã, também.” Comentou Harry.
“Talvez nós devíamos entrar logo, então?” perguntou Ron.
“Não, não, está bom aqui. Posso aguentar”. Disse Hermione.
“Pois eu vou entrar. Preciso fazer alguns deveres que deixei para depois.” Disse Ron, entrando de volta no castelo.
Harry e Hermione se entreolharam e começaram a andar, passos lentos e coordenados.
“Isso das cartas é bem animador, não acha, Harry?” perguntou a garota.
“Não posso dizer que não é, mas o mistério está me matando.” Confessou Harry.
“O mistério é parte de tudo. Eu ainda não estou cem por cento convencida que isso é pra valer, de qualquer jeito. Mas é bom viver o momento.”
“Eu sei que você está certa, mas isso não me relaxa no quesito de querer saber logo quem escreve as cartas.”
“Harry, às vezes eu até penso se acaba sendo de verdade mas não totalmente certo, de tanto que eu penso nisso.”
“O que você quer dizer?” perguntou Harry, confuso. Ele piscava os olhos e tentava entender a frase de Hermione.
“Bem, eu já pensei em tanta coisa, e tem mais, imagina minha cara se é uma menina que manda isso pra mim!” Hermione riu.
“Você está ficando doida. Mas é uma possibilidade. Assim como também pode ser um dos professores, sabe.”
“Não, não pode! É só pros alunos, não é, Harry?”
“Eles são professores. Com certeza sabem burlar o sistema. Não me surpreenderia se o Professor Flitwick te mandasse uma carta.”
Hermione fez uma cara de nojo e em seguida uma de ofendida. Harry se corrigiu. “Eu estou brincando! Não acredito que você achou que era verdade.”
Alguns segundos passaram e ele continuou: “Hermione, minhas cartas são escritas em tinta verde. Hoje, eu vi a Cho com uma pena verde.”
Hermione levantou uma sobrancelha e então perguntou: “Sério? Harry, isso é ótimo! É um bom sinal. Já temos o C, agora temos a tinta verde!”
Harry concordou e então Hermione acrescentou:
“Nossa, eu não acredito que estou tão animada com isso de cartas. Mas eu senti algo muito bonito nas cartas que recebi. Aposto que alguém gosta de mim, de verdade. Não é algo impossível, né?”
“Claro que não é impossível. É muito possível, Hermione.” Disse Harry.
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Ron sentou no sofá do Salão Comunal e, pensativo, pegou um pedaço de pergaminho e fechou os olhos. Em seguida, começou a pensar no que escrever.
“Eu não posso te contar quem sou. Mas eu posso te dizer que foi difícil de perceber tudo isso, mas se eu tenho certeza de algo hoje em dia, é de você. De verdade e sem nenhum tipo de mentira nisso. Agradeço à Hogwarts por essas cartas anônimas. Eu precisava botar isso pra fora. Algum dia nós poderemos nos encontrar. Eu preciso perder a vergonha. Sim, eu tenho vergonha. Pode me tornar inferior, mas não me importo. Algum dia tudo o que escrevi aqui vai valer a pena, tenho certeza.”
Ele foi correndo para o Grande Salão e então mandou a carta. Para Hermione.
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“Mas que carta linda!” gritou Hermione no jantar daquele dia. “Mas não sei o que posso responder”. Ela havia acabado de mostrar a carta para Harry e Ron, que concordaram que era um texto bonito. Harry estava convencido que era pra valer. Ron ainda adicionou que o escritor era um futuro poeta. Hermione em seguida o olhou com olhar de desdém.
Harry recebeu sua resposta. Que sugou totalmente seus ânimos.
“Harry, eu ouvi sua conversa com sua amiga Hermione. Eu não sou Cho Chang. Desculpe. Mas não termine de conversar comigo. Ainda vai ser muito melhor!
C”
Harry deitou a cabeça na mesa, em cima da carta, e, desapontado, começou a pensar.
Não seria útil perder as esperanças tão facilmente, afinal, Cho Chang não era a única menina bonita do colégio.
Ele se lembrou que, quando ele, Hermione e Ron saíram do colégio naquela tarde, um grupo de alunos da Corvinal e da Lufa-Lufa também estavam lá, um de cada lado. Perto demais deles, até. Perto o suficiente para ouvirem sua conversa.
A pessoa que escrevia as cartas para ele era de uma daquelas duas casas, porém.
“Hermione, tem como conseguirmos uma lista de alunos da Corvinal e da Lufa-Lufa? Do quarto ano pra cima, no caso?” perguntou Harry, olhando para Hermione, esperançoso.
Ela pensou, e em seguida respondeu.
“Hum, creio que sim, Harry. Podemos sim. Posso pedir pra McGonagall, mas não te dou certeza que ela me dará um material assim tão fácil. Mas, mesmo que não seja por ela...creio que consigo, sim.”
“Ótimo.” Disse Harry, fazendo um meio-sorriso.
“Mas, pra quê? Posso perguntar?”
“É, Harry, pra quê?” perguntou Ron, pouco depois de Hermione.
“Alguém ouviu nossa conversa hoje, lá fora. Alguns alunos da Lufa-Lufa e da Corvinal estavam lá, bem perto, certo? A pessoa que me escreve cartas acabou de me escrever essa.” Ele colocou a carta no meio da mesa, de modo que Ron e Hermione pudessem ler ao mesmo tempo. “Não é a Cho. Então eu quero procurar todas as pessoas que começam com C. Só para ter um padrão. Aonde começar a procurar, sabe?”
Hermione e Ron leram a carta e Hermione pareceu pensativa por alguns segundos.
“Harry, eu te entendo. Sei que você quer saber quem é e tudo mais. Mas você acha que vale a pena descobrir assim? Não quer esperar a pessoa se revelar?” perguntou Hermione, apreensiva.
“É só pra eu ter uma idéia, Hermione. Não vamos descobrir assim. Existem várias alunas que começam com a letra C em Hogwarts.” Disse Harry, tentando convencer a amiga.
“Pois bem, vou ver se consigo, e amanhã te digo, certo?”
Harry concordou com a cabeça.
Um imenso trovão sacodiu o castelo e fez algumas pessoas se levantarem das mesas. Alguns segundos depois, foi possível ouvir o barulho de uma tempestade de água caindo.
“Eu estava certo sobre a chuva, então.” Disse Ron.
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Quando todos já estavam dormindo, Hermione saiu do dormitório feminino e sentou do lado de uma janela do Salão Comunal, observando a chuva, que ainda caia forte.
Ela viu a Floresta Proibida, que parecia ainda mais assustadora com tanta água caindo. O gramado e o lago de Hogwarts, porém, se tornavam mais pacíficos e traziam pela pequena fresta aberta da janela o mais delicioso cheiro de chuva que poderia existir – cheirava a água, frio, grama, madeira, madrugada e tinha uma pitada do melhor tipo das mágoas - tamanho relaxamento fez Hermione tomar a coragem de pegar um pedaço de pergaminho e começar a escrever.
Ela deu uma olhada no Salão antes de escrever, no entanto, mesmo sabendo que estava vazio – ela precisava certificar. Alguém lá, com ela, iria fazer ela perder a concentração. Foi então que, numa extremidade da sala, espremido num cantinho, estava Ron, de joelhos. Hermione colocou a pena e o pergaminho na mesa central e correu ao encontro dele.
“Ron, o que houve?”
Ela colocou as mãos nos ombros dele e percebeu que ele estava encharcado de chuva, tremendo de frio.
Hermione só ficava cada vez mais nervosa por ele não responder. O que poderia ter acontecido?
Ron começou então a tentar sussurrar uma resposta.
“Eu...cheguei...você...esconder...”
“Ron?” Hermione não havia entendido o que ele havia dito. “Diga mais alto, calma, é melhor você tomar um banho, está todo molhado de chuva, morrendo de frio! Vai pegar uma doença séria!”
Ron levantou o rosto e Hermione viu seus olhos repletos de lágrimas, expressando algum tipo de sentimento que ela não sabia qual era – mas a deixava triste, bem triste. Com vontade de cuidar de seu amigo. Ron então se mexeu e mostrou que havia uma carta em seu colo – as letras, escritas em tinta preta, estavam todas borradas pela chuva e já eram quase impossíveis de ler. Ainda estava visível, no entanto, na última linha da carta, seu nome, “Hermione”. Em seguida, ele disse, deixando a primeira lágrima cair:
“Eu vou dormir.”
Ele pegou a carta e saiu correndo, subindo para o dormitório. Hermione berrou atrás dele:
“Ron? Essa carta era para mim?” perguntou, nervosa. E se fosse ele a pessoa que escrevia cartas para ela?
Hermione não sabia como reagir.
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