Arte de Sobreviver
N.A.¹: Eu estava muito empolgada para escrever esse capitulo, mas descobri que ele teria que ser de acordo com o livro, e eu só iria mudar algumas coisas para ficar de acordo com a história, por isso qualquer coisa que tiver escrito aqui, não é mera coincidência com o conto de Poe. Tive muito trabalho para passar pro papel e depois para o pc, por isso resolvi continuar, depois do capitulo 7 vocês começaram a entender o propósito desses primeiros capítulos. Obrigada pela atenção e boa leitura.
O aposento em que me encontrei era muito amplo e alto. As janelas, compridas, estreitas e ogivais, achavam-se a tal distância do negro assoalho de carvalho, que se tornavam inteiramente inacessíveis por dentro. Fracos raios de luz avermelhada atravessavam as vidraças de gelosia, tornando suficientemente claros os principais objetos ali existentes.
Meu olhar, no entanto, esforçava-se em vão alcançar os cantos mais distantes do aposento, ou os recessos do teto abobadado e trabalhado a cinzel. Escuras tapeçarias cobriam as paredes; o mobiliário em geral era excessivo, incômodo, antigo e estragado. Muitos livros e instrumentos musicais jaziam espalhados em torno, mas não conseguiam dar vitalidade alguma ao ambiente. Eu sentia que respirava uma atmosfera de tristeza. Um ar de severa, profunda e irremissível melancolia pairava sobre tudo, envolvia tudo.
A minha entrada, vi Potter deitado no sofá, estendido por completo, com as mãos na cabeça.
- Lorde Potter. – anunciou o mordomo. Ele levantou-se e me saudou com calorosa vivacidade, na qual havia – conforme pensei a princípio – exagerada cordialidade, o obrigado esforço de um homem da sociedade ennuyée. Contudo, bastou-me lançar um olhar ao seu rosto para que me convencesse de sua perfeita sinceridade. Sentamo-nos e, durante alguns momentos, enquanto ele permaneceu calado, olhei-o com um sentimento misto de piedade e pavor.
Seguramente, jamais homem algum sofrera tão terrível transformação, em tão curto espaço de tempo, como Harry Potter! Era-me difícil convencer de que a identidade do homem abatido que tinha à minha frente era a mesma da de meu amigo – meu melhor amigo. Contudo, o caráter de sua fisionomia fora sempre notável, mas agora, quase não o reconhecia.
Tinha a tez cadavérica, olhos grandes, verdes, transparentes, luminosos, sem comparação; lábios um tanto finos e muito pálidos, mas de linhas incomparavelmente belas; nariz de delicado tipo hebraico, incomuns em semelhante forma; queixo finamente modelado, a revelar, ausência de energia; cabelos pretos que lembravam maciez e a suavidade, ligeiramente bagunçados. E, naquele momento, no simples fato de se achar acentuado o caráter predominante daquelas feições, e na expressão que mostravam, notava-se tal mudança, que eu duvidava do homem com quem falava.
A palidez espectral da pele e o brilho agora extraordinário dos olhos me surpreendiam sobremaneira, chegando, mesmo, a aterrar-me. Além disso, deixara crescer, sem nenhum cuidado, uma barba, irregular.
Chocou-me logo certa incoerência – certa contradição – nas maneiras de meu amigo. Não tardei em verificar que aquilo procedia de pequenos e inúteis esforços no sentido de vencer uma perturbação habitual – uma excessiva agitação nervosa. Eu estava preparado para qualquer coisa desse gênero, não só devido à sua carta, e às lembranças de alguns de seus traços infantis, bem como pelas conclusões deduzidas de sua peculiar conformação física e de seu temperamento. Seus atos eram, alternadamente, ora vivos, ora soturnos.
Sua voz variava rapidamente de tom, passando de uma trêmula indecisão (quando seu ardor parecia cair em completa inação) a essa espécie de concisão enérgica, a essa enunciação abrupta, pesada, lenta – uma enunciação oca –, a essa maneira de falar gutural, plúmbea, equilibrada e perfeitamente modulada, que se pode observar no bêbado perdido.
Foi assim, pois, que ele falou do objeto de minha visita, de seu vivo desejo de ver-me e do alívio que esperava que eu lhe proporcionasse. Referiu-se, durante bastante tempo, sobre o que pensava acerca da natureza de sua enfermidade. Era, disse, um mal causado pela última batalha, para o qual não tinha esperança de encontrar remédio – uma sensação de estupor invadiu-me, e certo rubor surgiu em meu rosto; aquilo poderia ser minha culpa –, comentou que, sem dúvida, aquele mal não tardaria a passar.
Manifesta-se numa variação de sensações nada naturais. Algumas, enquanto ele as pormenorizava, me interessaram e confundiram, embora talvez os termos empregados e a maneira geral da narração influíssem bastante para isso. Ele sofria muito de uma agudeza mórbida dos sentidos: suportava somente os alimentos mais triviais; não podia usar senão roupas de determinados tecidos; o aroma de quase todas as flores o oprimia; a luz, por mais fraca que fosse, torturava-lhe os olhos – e apenas alguns sons peculiares, os de instrumentos de corda, não lhe causavam horror.
Vi que era escravo forçado de uma espécie anômala de terror.
- Morrerei. – disse-me –, devo morrer desta deplorável loucura. Assim, assim, e não de outra maneira, é como devo morrer. Aterram-me os acontecimentos futuros, não por si próprios, mas pelo que possa acontecer a ela. Tremo ao pensar mesmo no mais trivial incidente, e ainda o efeito que vem causando esta intolerável agitação em minha alma. Não receio, efetivamente, o perigo, exceto em seu efeito absoluto: o terror. Neste estado de excitação... Nessa lamentável condição... Sinto que chegará logo o momento em que deverei abandonar, ao mesmo tempo, a vida e a razão. Em alguma luta com o horrendo fantasma: o medo de abandoná-la.
Também tomei conhecimento, a intervalos, por insinuações interrompidas e ambíguas, de outra particularidade singular de sua condição mental. Estava acorrentado por certas impressões supersticiosas relativas á mansão em que vivia, de onde, durante muitos anos, não ousara sair... Relativas a uma influência cuja suposta força era por ele expressa em termos demasiado sombrios para serem aqui repetidos, uma influência que algumas peculiaridades existentes na simples forma e matéria de sua mansão solarenga conseguiram, à custa de longo sofrimento – dizia ele –, exercer sobre seu espírito um efeito que o físico das paredes e das torres cinzentas, bem como do escuro lago em que tudo se refletia, acabara por fazer pesar sobre o moral de sua existência.
Admitia, porém, embora com hesitação, que grande parte da peculiar tristeza que o afligia podia ser atribuída a uma origem mais natural e muito mais palpável; à sua severa e contínua enfermidade... À morte e á decomposição evidentemente próxima... De sua esposa amada, sua única companheira, e sua última e única razão de viver.
- Sua morte... – disse Harry, com uma amargura que jamais poderei esquecer. – Fará de mim o homem mais infeliz dessa terra, será minha culpa, eu não pude protegê-la contra o feitiço de Lestrange... Eu a amo e não posso fazer nada!
Enquanto falava, Lady Hermione, passou lentamente, pela parte mais distante do aposento e, sem ter notado minha presença, desapareceu.
Olhei-a tomado de profundo assombro, não destituído de terror – e, no entanto, percebi que me era impossível explicar tais sentimentos. Uma sensação de estupor me oprimia, enquanto meus olhos seguiam seus passos que se afastavam – além de usar um vestido de veludo preto até os pés, consegui ver sua barriga, carregava no ventre um filho de Harry Potter –, agora eu entendia o desespero dele.
Quando, por fim, uma porta se fechou atrás dela, meu olhar procurou, instintiva e ansiosamente, o rosto de seu esposo – mas ele havia afundado o rosto nas mãos, e só pude observar que uma palidez muito maior que a habitual se estendera pelos dedos, através dos quais gotejavam lágrimas ardentes.
N/B: Beta Lari se apresentandooo! Adorei betar esse cap., por que além de ser esse gênero maravilhoso que eu adoroo, é H/Hr!! Quase choro de emoção...
Ohh God, que coisa dramática... Capítulo magrinho, mas bem intenso. Coisa linda Táh!!! Vai fundo...
E deixem reviews hein, ela merece! \o/
N.A.²: Hello People! Bom, eu esperava atualizar antes, mas minha beta não quis fazer o serviço, e até eu achar alguém que se disponibilizava demorou!
Mas, ele chegou! /o/
Agradecendo a Lari, a fofa, que betou isso pra mim! Mesmo com o word dela tando de birra /o/ Harry e Hermione, minha paixão! ^^ huahauhauhauh, eu sou má, por isso ficou pequeno... :x Brigada de novo foufa! *-*
Usahduhauhiauhsd
Alguém ai já assistiu The Lake House?! É lindo, é perfeito! Céus, tudo de bom! *----------*
Aos comentários:
Viviane: Obaaaa! Que bom que você gostou! E espero que continue aparecendo! /o/ A é... A casa tem muitos mistérios! ^^ beijos, querida!
Bruna Britti: Oiii! Ahhh! Obrigada, eu confesso que o primeiro capitulo eu escrevi lembrando do conto de Poe, mas quando fui escrever o segundo, eu vi que tinha que pegar muita coisa do livro pra fazer sentido, espero que você entenda! XD Desculpa pela demora, mas eu não achava nenhuma beta! E só consegui aparecer agora! 10 dias depois... Sorry! Pode deixar que vou seguir suas dicas! /o/ Imagine, você deve ser maravilhosa! Beijos querida e até a próxima! :***
Diana: Bom, realmente, até uma certa parte ela vai ser triste... quer dizer, é drama... iuahdoiahdoiaudsh Obrigada moça! Beijinhos!
Mi andrade: Atualizada! Beijos! :**
Acho que é isso! /o/
Beijos,
Luna Black
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