De volta ao Gringotes
O rádio parou de funcionar, o que era de se esperar já que era tão velho. Harry chutou o pé da cama com raiva . Aquela notícia o atingiu de forma dolorosa. Era como se tivesse caído nas águas de um mar congelante em que ao invés de sentir-se refrescado era tomado pôr uma dor perfurante devido a baixa temperatura.
Kingsley ou Quim para os que o conhecia melhor. Harry não era bem um deles, não o conhecia profundamente, apesar de ter grande admiração pôr ele, tal como tinha com Dawlish. Eram ótimos aurores e Quim havia ajudado bastante na Ordem.
Deviam estar a serviço do ministério, em alguma missão, ou seria coincidência dois aurores de tal porte serem assassinados daquele modo.
- NÃO! – gritou Harry assustado recordando-se de alguns dias atrás.
Quim fazia a guarda dos seus tios.
FLASH BACK!!!
- Não se preocupe Artur, Tonks conseguiu convencê-los. Agora Quim os protegerá, colocaram outro auror para fazer a segurança do Primeiro Ministro dos Trouxas. Fazem isso desde o ano passado.
- Sabia que ia dar tudo certo. Aquele Branderson Dursley não é tão valente quanto parece.
- É Válter querido...Válter.
- Foi isso o que eu disse – respondeu o Sr. Weasley – Tem mais purê de batata?
FIM DO FLASH BACK!!!
Harry não conseguiu ouvir o resto da reportagem. Ficara muito nervoso e pôr isso não sabia em que circunstâncias aquilo ocorrera.
Não iria conseguir descobrir nada se ficasse ali parado. Desceu correndo as escadas de madeira e tropeçando no último degrau. Acabou pôr segurar-se na maçaneta da porta que dava para o fundo do bar.
- Aconteceu alguma coisa Sr. Potter? – perguntou Tom com expressões de preocupação e com as sobrancelhas erguidas.
- Não, não, Tom. Não precisa se preocupar, esqueci que tenho que comprar umas coisas no Beco. Desci depressa antes que as lojas fechem.
- Tome cuidado. Não se deve demorar nos dias de hoje...
- Obrigado pela recomendação, volto já!
Passou pela área dos fundos, haviam alguns caixotes e barris de vinho vazios.
Tocou os azulejos certos com a ponta da varinha e em segundos a passagem abriu. De fato o local estava mais deserto. Andou um pouco e entrou na famosa loja de livros, a Floreios e Borrões. Agora as estantes de livros estavam mais vazia, talvez pelo fato das aulas em Hogwarts terem recomeçado.
Logo na frente havia uma garota, os cabelos louros e lisos tornavam sua testa menos, davam-lhe uma graça ameninada e amorosa. As luvas brancas faziam destacar sobre o vestido negro o desenho elegante das mãos, que pousara em cima da mesa, sustentando o livro que lia.
- Harry!
- Luna! O que faz aqui?
- Estou comprando os livros de Hogwarts.
- Mas...
- É, eu sei que as aulas já começaram. É que morreu um tio meu. Ele havia piorado a algum tempo e ontem recebemos a notícia do St. Mungus. O enterro foi hoje, pôr isso estou vestida assim, de preto – respondeu ela apontando para o vestido.
- Sinto muito – respondeu ele percebendo como o vestido negro realçava a cor dos seus belos olhos loiros.
- E você? Não vai voltar a Hogwarts?
- Não, mas devo ir lá quando terminar de resolver algumas coisas.
Luna o encarou curiosa e depois girou a cabeça várias vezes como se procurasse algo no ar.
- Que foi?
- Zonzóbulos. Já lhe falei sobre eles não foi?
- Ah! Claro, sim, sim. Já me contou... – respondeu sorrindo.
- E Rony e Hermione? Voltaram?
- Também não. Estão na casa do Rony.
- Hummm... e você? Porque não está com eles?
- É uma longa história...
Harry contou o caso a Luna. Que tinha feito um acordo com Gina para que ele fosse vê-la quando desse, já que tinha que resolver certas coisas (nessa hora Luna ficou interessada).
- Quando voltei descobri que ela havia voltado para Hogwarts e acabei brigando com Rony e Hermione por causa de umas coisas.
- Que bobagem, isso não era preciso.
Harry não respondeu.
- Você ia querer que ela ficasse em casa? Pelo menos em Hogwarts estaria com amigos, estudando, jogando quadribol...se distraindo. Tá na casa dos seus tios?
- Não, estou aqui no Caldeirão Furado. Meus tios viajaram e eu não quis ir.
- Entendo. Ainda tenho que resolver algumas coisas aqui em Londres, só devo voltar a Hogwarts semana que vem. Vou ver se volto para te ver, ok?
- Não se incomode comigo.
- Eu venho sim!
- Tudo bem – concordou ele sorrindo mais uma vez.
- Agora tenho que ir. Papai está me esperando. Tchau! – disse ela levantando-se e dando um beijo na bochecha de Harry. Colocou o livro na estante e saiu da livraria.
Cada vez que encontrava com Luna, Harry sentia-se mais alegre. Ela era uma menina legal e engraçada – pensou. Até esqueceu para que havia entrado na Floreios e Borrões.
A notícia só deveria sair no profeta Diário Vespertino, se é que o Ministério não fizesse manobra para abafar mais uma atitude brutal do lado das trevas.
Podia Ter perguntado a Luna, afinal o pai dela era edito de O Pasquim. Ele deveria saber de alguma coisa.
Não ia adiantar ficar ali esperando o jornal chegar. Decidiu dar um passeio pelo Beco e depois iria a Gringotes retirar algum dinheiro já que sua bolsa de galeões estava quase vazia.
Passou pôr algumas lojas conhecidas, Madame Malkin Roupas para todas as ocasiões estava aberta, porém com poucas roupas na vitrine que há algum tempo andara bastante cheia. Do lado esquerdo a loja de varinhas do Sr. Olivaras permanecia fechada. Todos adoravam o velho fabricante de varinhas, sempre atendendo à todos com bom humor e contando fatos da historia da magia ao longo das décadas, tendo ele próprio vivenciado muitas delas devido a sua avançada idade. Era muito inteligente e se lembrava de todas as varinhas que já havia vendido.
Continuou andando pelo beco das ruas de pedra e observando o resto do lugar, várias pessoas que passavam pôr ele o olhavam com curiosidade, apontando e cochichando( É ele!. O eleito!) com os que lhes acompanhavam.
Isso o fazia desejar que tivesse trazido sua capa da invisibilidade. Com tantos acontecimentos ocorrendo ao mesmo tempo não se deu conta de que estava defronte de uma enorme construção branca. Tinha uma escadaria bonita entre duas colunas que davam um ar clássico ao lugar.
Uma grande placa dourada no alto tinha gravado o nome do famoso banco dos bruxos.
Gringotes não era um banco qualquer. Administrado pôr figuras estranhas que eram os duendes, era um lugar de extrema segurança e com armadilhas perigosas para aqueles suficientemente tolos para subestimar o chenhecidíssimo dizeres que fixaram no interior do banco: Ladrão, você foi avisado, cuidado, pois vai encontrar mais do que procurou.
Foi subindo as escadas de mármore até chegar na grande porta de madeira. A porta estava aberta, mas dois duendes de aspecto rabugento – não que todos não fossem – bloqueavam a passagem.
Ambos seguravam um objeto metálico, parecia um cano e Harry sabia o que era. Filch, o zelador de Hogwarts usou-o no ano passado. Detectava nas pessoas e onde quer que carregassem a presença de artefatos de magia negra ou qualquer coisa que julgassem oferecer perigo.
Prontamente um dos duendes correu em sua direção. Era baixo, com uma cara de poucos amigos, os pés e os braços compridos lhe dava uma aparência ainda mais estranha e cômica. Estava enfiado em uma pequena roupa e perto da gola da camisa um boton em forma de G em ouro brilhou quando o sol o atingiu. Tinha as orelhas pontudas e com pêlos e um pouco de barba no queixo comprido.
- Boa tarde – cumprimentou o duende sério com um breve aceno.
Harry sorriu amarelo.
O duende passou o objeto metálico a alguns centímetros de distância de Harry na vontade de encontrar algo de errado.
- Estique os braços e distancie uma perna da outra por favor.
Harry obedeceu e em seguida o duende fiscalizou perto do braço e nas pernas.
- Opa! – exclamou Harry – presta atenção com o que você faz com esse troço.
O duende o olhou severamente.
- Medidas de segurança! – disse ele com vontade – Pode entrar, tenha uma boa tarde.
Harry entrou sem responder quando o duende já corria para um homem alto e loiro.
A parte interna do banco era enorme e bem iluminada. Tinha um teto muito alto com enormes lustres de bronze bem polidos, o que era no mínimo estranho devido as densas teias de aranha penduradas.
O movimento do banco não parecia Ter sido afetado pôr toda confusão e mortes recentes. O que se via eram duendes de um lado para o outro guiando mini-carrinhos com galeões, nuques e sicles. Eram parecidos com os tradicionais carrinhos de mão dos trouxas, exceto pelo fato de andarem sozinhos. Contudo outros dois duendes acompanhavam cada carrinho, o que dava a entender que se preveniam também de qualquer ação.
Dos lados extremos do Gringotes, doze bancadas de madeira em cada canto davam lugar a duendes envolvidos em meio a diversos papéis. Balanças de latão e ouro cravejado com algumas pedras eram usadas a todo tempo para conferir as cifras.
Harry não conseguia imaginar outra criatura que pudesse administrar o banco tão bem como os duendes faziam. Caminho até uma das bancadas.
- Olá! Gostaria de fazer uma retirada.
- O Sr. está com a chave? – perguntou o duende.
- Estou sim, só um momento! – disse Harry enquanto enfiava a mão no bolso direito da jeans. – Aqui! – exclamou erguendo a chave meio enferrujada na frente do nariz pontudo do duende.
A criatura esticou o braço apanhou a chave e colocou um pequeno óculos e observou a chave com atenção pôr alguns segundos. Levantou a cabeça e olhou um pouco pela extensão do banco como se procurasse algo ou alguém.
- GRANT!– gritou ele para um outro duende. Um dos que acompanhavam os carrinhos que levavam dinheiro.
O duende correu desengonçado a passos minúsculos em direção a Harry.
- Grant, leve o Sr. Potter até o cofre dele por favor. Ele quer fazer uma retirada.
O duende acenou concordando e em seguida pegando a chave na mão do colega.
- Vamos! É por aqui – chamou ele indicando uma outra porta a alguns passos dali.
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