Estupefaça



- Entrem...entrem... – pedia a Sra. Weasley para Harry, Rony e Hermione que estavam a soleira da casa – acabamos de chegar do St. Mungus

- St. Mungus?

- É. Jorge ficou um pouco ferido na confusão de ontem. Penso que já sabem de tudo.

- Vimos no Profeta Diário Matinal – respondeu Hermione que mudara de humor com a notícia.

- Pois é. Ele e Fred pelo que soube tentaram reagir aos ataques dos Comensais. Fred está bem, mas, Jorge precisa ficar uma semana para se recuperar.

- Mas ficará bem não é? – perguntou a garota ainda preocupada.

- Claro. Ele pensou que podia sair enfrentando os Comensais depois de ter freqüentado a Armada que vocês criaram.

A Armada... uma das melhores coisas que já tinha feito. Praticando e ensinando o que sabia, construindo algo útil para a resistência que teriam que ter anos mais tarde. Realmente tinha valido a pena.

- Harry? – perguntou a Sra. Weasley mirando-o.

- Que?

- Aconteceu alguma coisa? Está tão calado!

- Ahñ? Ah tá! Não é nada não. Estava lembrando dos encontros da Armada. Foram muito bons.

- É. Tenho que confessar que realmente serviu para alguma coisa, mesmo tendo sido um rico contrapor as regras de Umbridge enquanto era diretora de Hogwarts.

Os três amigos riram.

- Pensei que demorariam mais tempo para virem – disse Molly.

- Também pensamos, mas ficamos preocupados o acontecido no Beco. – explicou Hermione.

- Arthur não sai do Ministério por nada. Vem trabalhando feito um louco.

- Papai sempre foi assim nessas horas - retrucou Rony.

- É mesmo – concordou a mãe. – Como foram por lá? Com o que tinha de fazer?

- Tudo saiu bem. Um pouco de “aventura” se é que me entende - respondeu Harry rindo ao encontrar os olhos dos amigos.

- Que bom, mas tenha cuidado. Essa gente não mercê a menor confiança.

- Pode deixar. Já enfrentamos dias piores.

- É impressão minha ou Rony tem alguma coisa pré me contar? Conheço-lhe de longe rapazinho. - brincou a mãe com um sorriso curioso.

- Já ia me esquecendo. Ele tem, não tem Mione? – perguntou Harry rindo sarcasticamente para amiga. Fora retribuído com um olhar severo estilo Minerva McGonagall.

- Tem sim! Com total certeza – respondeu.

- Então conte-nos, querido. O que foi? – perguntou a mãe ainda mais curiosa.

- Bom...acho que não.

Hermione o mirou.

- Eu e Mione estamos namorando. Pronto! Falei - disse ele rapidamente.

- O quê?

- Isso que a senhora ouviu. Não me faça repetir – disse ele ficando da cor de um tomate.

- Que coisa ótima de se ouvir! Oh! Ronyquinho querido! Parabéns a vocês dois. Espero que sejam bem felizes. Fico até tranqüilizada por Hermione ser uma pessoa direita e pode ficar de olho em vocês dois enquanto não estou por perto. Não que ela já não faça isso não é querida?

Rony amarrou a cara.

- Pode deixar Sra. Weasley! Ficarei de olho neles.

- Não somos crianças! – contrapôs Rony irritado.

Molly Weasley preferiu ignorar esse comentário.

- Harry!

- Sim?

- Tenho uma coisa que não lhe contei.

- O quê?

- Gina...resolveu regressar a Hogwarts. Disse que podia esfriar a cabeça por lá, vai pedir a McGonagall para passar o dia das bruxas aqui.

- Ah...tudo bem, sem problemas.

Tudo bem? Sem problemas? Claro que não. Tinha combinado de vê-la quase sempre e ela resolve ir esfriar a cabeça?
Passou amanhã todo curioso para revê-la e ao chegar em “casa” recebe a notícia de que partira.
Na conjuntura dos fatos aquela poderia se a última vez que a vira. Se morresse? Não a viria mais. Ela ficaria só. Não só exatamente. Mas só em cumplicidade, amor e companheirismo.

Será que estava sendo pessimista?

- Bom, vou indo terminar de fazer o almoço, ainda tenho esperanças de que Arthur venha almoçar – disse ela se dirigindo a cozinha.

- Vou subir para o quarto – disse Harry a caminho das escadas.

Mirava o teto sem emoção. Ela estava de brincadeira com ele, só podia ser. Como pode ir para Hogwarts sem vê-lo mais uma vez?

A porta se abrira e Rony e Hermione entraram. Harry fingiu não os ver.

- O que houve? -perguntou Hermione mirando o amigo. Harry não responder. Queria ficar só, era o que pensava.

- Harry?

- O que é? – respondeu sem encará-la.

- Ta aborrecido por causa de Gina?

- Não! É que um testrálio me deu um fora. Claro que estou, o que vocês acham? – disse ele sarcasticamente.

- Você precisa se acalmar – disse a amiga enquanto caminhava pelo quarto.

- ME ACALMAR? ME ACALMAR?

- Não precisa gritar com ela. Estamos aqui para lhe ajudar e você reage como um besta – dessa vez fora Rony quem interviu.

- EU NÃO ESTOU GRITANDO E NÃO TENHO CULPA SE SUA IRMÃ NÃO TEM PALAVRA PARA HONRAR COMPROMISSOS – gritava Harry enquanto gesticulava incansavelmente.

- NÃO AFLE ASSIM DELA! VOCÊ SÓ QUER AS COISAS DO SEU JEITO. NÃO PENSE QUE POR TER TIDO QUE ENFRENTAR O QUE ENFRENTOU É QUE TUDO SERÁ DE SUA MANEIRA – berrava Rony fazendo com que a veia do seu pescoço ficasse nitidamente estufada.

- RONY! Já chega. Essa discussão não vai levar a nada - tentava Hermione sem sucesso a acalmá-los.

- AHH! Quer dizer que agora está achando que quero usar o que fiz para conseguir o que quero? Preste muita atenção! Eu daria tudo para não ter passado pelo mínimo que passei.

- Entenda como quiser! Você não me engana mais, ok? Deve gostar desta história do eleito e de sair como o herói que derrotará o malvado Lord das trevas! – dizia Rony com um sorriso ligeiramente irônico.

- Já chega! Não preciso de vocês! Não preciso disso tudo ou ouvir esse tipo de coisa de um idiota – e assim dizendo, Harry tirou a varinha do bolso e acenou para suas coisas.

Seu malão e a gaiola com Edwiges pararam ao seu lado.

- O que você está fazendo? – perguntava Hermione com os olhos marejados de lágrimas.

- Indo embora ou nem isso você é capaz de é perceber? – respondeu Harry grosseiramente enquanto pegava sua Firebolt.

- Como disse? Embora... você disse que está indo embora? – perguntava ela tentando entender aquela enxurrada de acontecimentos que agora se sucedia.

- Muito bem! Ta pegando o jeito da coisa – disse ele erguendo o malão com a mão direita e se dirigindo as escadas.

- NÃOOOOOO!. Não vá, por favor! Vamos conversar direito, hic! Você não preci...hic, precisa ir! – berrava ela agora aos prantos tentando encontrar palavras em meio a profundos e constantes soluços.

- Já deu! Não estou mais afim.

Hermione se jogou em cima do garoto enquanto pedia desesperada para que permanecesse.

- Já disse que não! – respondeu decidido e em seguida a empurrando em direção a cama.

Rony que assistia tudo aquilo em silêncio após o amigo (ou sabia lá como o consideraria dali em diante) decidir que iria embora, tomou-se de fúria e revolta ao ver a grosseria com Hermione.

- Você vai pagar por isso! ESTUPEFAÇA! – gritou enquanto empunhava a varinha.

- RONY! NÃO! – tentou Hermione a fazê-lo desistir. O feitiço foi certeiro. Harry não estava preparado e o jorro de luz vermelha o atingiu no peito.

O garoto foi arremessado contra a parede e o garoto caiu inconsciente no chão.

- HARRY! – chamava Hermione debruçada sobre seu corpo nos últimos minutos.

Tudo estava embaçado e sua cabeça parecia girar.

- Você está bem? – perguntava a garota aflita.

- Preste atenção Rony! Na próxima vez não terei pena de você – disse o garoto levantando-se e pegando a mala com um aceno na varinha trazendo para si a gaiola com Edwiges que assistia tudo aquilo impacientemente.

Hermione se jogou na cama dando-se por derrotada. Será que era possível que tudo aquilo estivesse realmente acontecendo? De certo lado Rony tinha razão, tudo tinha que ser do modo de Harry, quando se discute outra coisa que não tenha reação com Voldemort ou algo do gênero – pensava a garota.

Não tinha do que reclamar quando falavam na missão das horcruxes. Era um caso sério, mas, todos podiam opinar, afinal, quanto maiores idéias melhor. Mas, desta vez não. Era como Harry pensava e ponto final.

Não entendia que estavam ali para ajudar? Tinham seis anos de grande convivência e parece que o companheirismo ainda não fora ficado.

Os firmes passos de Harry enquanto descia a escada, ressoava por toda a casa. A raiva lhe subira a cabeça e não sabia o que seria capaz dali pra frente.

- Que barulheira toda é essa? E aonde você pensa que vai com essas coisas? Perguntava Molly Weasley no pé da escada com o avental manchado de molho de tomate.

Harry sentou na escada e pela primeira vez desde a morte de Dumbledore, começou a chorar.

N/A: Próximo capítulo em breve! Aguardem...
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