Entendimentos e a continuação
Harry e Rony arrumaram as camas, trocaram de roupa e escovaram os dentes.
Ao se dirigirem ao local onde serviriam o café da manhã passaram pelo quarto de Hermione e bateram na porta.
- Estamos indo tomar café, não vai vir? – perguntou Harry.
- Vou sim...só um instante. Vou ajeitar umas coisas e já desço. – respondeu.
- Ok.
Não demorou muito e os três tomavam café juntos na mesa. Havia uma variedade de coisas. Torradas, biscoitos recheados, pão, geléias, bolos, chás...dentre outros pratos.
Rony e Hermione evitaram se olhar enquanto comiam, o que deu um aspecto silencioso aquele momento.
- O que houve com vocês? – perguntou Harry já cansado daquela postura entre amigos.
Rony percebeu que a menina lera a carta e para sua infelicidade o tratava de forma diferente.
- Harry, será que eu poderia conversar com Rony a sós? Questão de alguns minutos – pediu Hermione.
- Hãn? Ah...claro – respondeu ele sabendo mais ou menos do que se tratava. Rumou para o quarto feliz pelos amigos e devaneou-se em profundos pensamentos.
Rony e Hermione se olharam por algum tempo, ambos não sabia, como começar aquela conversa que já estava marcada pelos seus destinos. Não tinham como “fugir”. Aquilo poderia tardar mas não deixaria de acontecer.
- Acho que já sabe da carta não é? – perguntou Rony nervoso ainda desviando o olhar da amiga – Esqueça. Não quero que nossa amizade termine. Isso seria ruim, inclusive para o plano das horcruxes.
- Rony, deixe-me falar – interrompeu a garota – não sei como lhe dizer isso, mas...ern, eu também gosto de vocês desta forma – ao dizer isso Rony arregalou os olhos com descrença.
- Mas...eu nunca percebi. Espere aí, aquela vez que eu estava com a Lilá e que você lançou aqueles pássaros em mim. Eu não percebi – disse ele rapidamente.
- Pois é. Nem eu com seus ciúmes do Krum – disse ela sorrindo e recordando-se dos casos.
- Você é maravilhosa – disse ele pegando nas mãos geladas da garota que se encontravam em cima da mesa.
Hermione corou.
- Que nada!
- Então...que ficar comigo? Sério? – perguntou ele ficando quase indistinguível quando comparado a cor dos cabelos.
- Bom...temos que ir com calma, mas aceito sim. Foi tudo o que eu sempre quis e imaginei. Tenho medo por algum motivo da gente se separar ou perdermos a amizade. – disse ela cautelosa – Mas ainda assim eu aceito.
- Sério? – perguntou ele radiante.
- Uhum. Mas não conte a ninguém, só ao Harry. Se bem que vai ser um choque e tanto para o coitado. O que acha?
- Não sei. Acho que temos que contar a ele ou seria uma traição. Não contando a Fred e Jorge para não me encherem a paciência... – disse decidido.
- Realmente.
Rony levantou-se com calma dando uma volta na mesa e dirigiu-se ao lugar de Hermione.
A garota o percorria com o olhar.
- Esqueci de uma coisa - disse ele para a garota que já se levantara da cadeira.
- O quê?
- Isso! – disse ele se aproximando dela e colocando a mão sobre seu rosto e a levando a nuca da menina. Aproximava-se cada vez mais, até seus lábios se tocarem. Foi um beijo quente e longo, suprindo todo o tempo que aquilo levou a acontecer. Mas agora estavam ali, os dois, juntos fazendo talvez o que mais pretenderam nos últimos anos.
Depois de algum tempo se separaram, sem desviar os olhares. Os olhos brilhavam. Felicidade? Sonho virando realidade? Desejo? Arrependimento de poder ter sido mais cedo? Amor? Talvez uma mescla de tudo. É. Uma mistura.
- Nossa Rony! Vai com calma – disse Hermione sorrindo, gostara do beijo e sabia disso.
- Tudo bem...desculpa – disse o garoto. – Me empolguei, tanto tempo sabe?
Sei. – respondeu ela com ironia.
- Vai falar com o Harry agora? – perguntou Rony.
- É, acho que sim. Vamos?
- Pode ser..., só quero ver a cara de espanto dele – disse ela sorrindo.
O novo casal deixou a mesa com os restos de comida e rumaram para o quarto número doze. Mal sabiam que o que revelariam já fosse um fato percebido a muito tempo pelo melhor de seus amigos.
(...)
Então é isso Harry! – disse Hermione concluindo o fala de mais de meia hora – Então? O que achou? Sabemos que foi uma surpresa pra você, mas espero q...
- Surpresa? – disse ele caindo na maior gargalhado logo depois – Surpresa? Essa foi boa Mione. Diga-me o nome de uma só pessoa que não tenha percebido que vocês se gostam. Ainda comentei isso com Gina esses dias.
- Só não contem ao Fred e ao Jorge, vão ficar me enchendo a paciência...
- Hum...então tem vergonha de mostrar que está comigo é?
- Não é bem isso. Mas eles... – retrucou Rony mas já sendo interrompido
- É sim! Eles terão que saber um dia, que seja breve. Sua mãe vai gostar de saber que tem alguém por perto para colocá-lo na linha. Inclusive você. – disse ela olhando para Harry.
- Já vão discutir? – perguntou Harry já acostumado com as discussões.
- Ta. Já chega e isso não precisa ser feito agora.
- E seus sonhos Harry? – perguntou Hermione preocupada sentando-se na cama.
- Sonhei novamente esta noite. Sem nenhuma mudança. – respondeu sem emoção.
- É parecido ao ano retrasado. Os sonhos no ministério.
- É mais ou menos. O que pode significar que isso deva realmente acontecer – concluiu o garoto sem preocupação.
- Nem sempre. Pode ser preocupação de momento mesmo. Este peso psicológico é só para quem tem força. Só bruxos experientes...qualquer um já tinha desistido. – disse Hermione tentando reconfortá-lo.
- Talvez... Quero que isso acabe logo – disse exausto.
A porta se abrira.
- Bom dia! Os exemplares do Profeta Diário matinal já chegaram, temos assinaturas para manter nossos clientes informados. Querem alguns? - perguntou uma velha bruxa.
- Claro! Obrigado – disse Hermione indo até a senhora e pegando três exemplares.
- Mal vão acreditar no que aconteceu ontem à tarde no Beco Diagonal. É uma vergonha para nós bruxos, tudo isso. Sem falar no pobre Harry Potter, se for verdade de que é o único que poderá derrotar Vocês-Sabem-Quem...não quero nem imaginar – foi dizendo a velha bruxa em tom de grande preocupação.
- O que houve lá? – perguntou Rony também se levantando e ignorando a falta de atenção da senhora por não reconhecer Harry no quarto.
- Não quero nem falar. Prefiro que vejam, ou melhor, leiam vocês mesmos. O tal do eleito já se salvou uma vez e poderá repetir o feito. Que Deus o ajude. Ainda tenho esperança de que nosso mundo volte a normalidade – continuou a se lamentar –...e o ministério só tem inúteis. Ao invés de fazerem algo realmente sério para nossa segurança, ficam aprovando projetos para revitalizar os antigos jogos monitorados pelo Departamento de Jogos e...
Na capa do jornal havia uma imagem de homens encapuzados e bruxos correndo por toda parte. Viam-se também lojas incendiadas, pânico total.
- ...mas é claro que querem amenizar a situação. Fazer parecer que as coisas estão sob controle e menos catastróficas.
- Tudo bem... nós já entendemos. Será que poderia voltar outra hora? Temos muito a fazer entende? – disse Rony tentando dispensar a bruxa.
- Ok. Bom dia para vocês –respondeu educadamente sem parecer se ofender por ter sido dispensada.
- Vamos ler...
PROFETA DIÁRIO. (Edição matinal).
CAOS NO BECO DIAGONAL.
No fim da tarde de ontem, mais um dia calmo e deserto no Beco Diagonal assim tem sido desde o retorno Daquele-Que-Não-Se-Deve-Nomear) aconteceu um dos piores fatos registrados na comunidade mágica.
Algo em torno de cinco ou seis bruxos encapuzados, denominados de Comensais da Morte, surgiram da Travessa do Tranco e espalharam momentos de terror para os poucos clientes que ali estavam. Vale ressaltar que era o último dia de compras para o regresso dos alunos a Escola de Magia e Bruxaria de Hogawrts.
“Foram cenas horríveis. Os comensais seguiram e começaram a tocar fogo em tudo, a colocar as pessoas de cabeça para baixo entre outras coisas horripilantes tal como fizeram há três anos atrás na Copa Mundial de Quadribol”. Declarou Madame Helena que freqüentava o local na hora do incidente.
Algumas lojas de renome foram completamente destruídas, tal como: Madame Malkin e a Sorveteria de Florean Fortscue (cujo paradeiro é desconhecido).
“Perdi tudo! Anos de serviço e dedicação aniquilados de uma hora para outra. Queremos providências sérias do Ministério”. Exigia uma Madame Malkin a rios de lágrimas.
O fato é que os aurores chegaram a tempo de prender dois dos Comensais. Existem também rumores de uma baixa entre os mesmos. A Travessa do Tranco não foi atingida e especula-se que serviu de fuga para os autores de toda essa confusão.
O Ministro da Magia, Rufus Scrimgeour não quis dar declarações sobre o ocorrido, contribuindo ainda mais para a insatisfação da comunidade mágica.
Membros da Suprema Corte dos Bruxos fizeram uma manifestação agora a pouco em frente ao Ministério da Magia, paralisando as atividades por duas horas.
Resta saber se o pior já passou.
“Retrospectiva dos ataques Daquele-Que–Não-Se-Deve-Nomear[Pg.03]
“Porque o Ministério nada faz? [Pgs. 07 e 08]”.
Harry, Rony e Hermione terminaram de ler a notícia quase no mesmo instante. Se entre olharam sem saber o que dizer.
- Impossível de acreditar! Um lugar tão vivo...- lamentava-se Hermione.
- Pois é...e o Sr. Fortscue? Será que o levaram? Lembro que me servia sorvete de graça quando passei uns dias lá no Beco – disse Harry incrédulo.
- Querem transmitir insegurança e terror. Desestabilizar o ministério. Ei... Fred e Jorge! Será que estão bem?
- Bem lembrado. Acho que uma breve visita não nos atrasaria tanto. O que acham? –perguntou Harry interessado pensando em Gina.
- Seria interessante – disse Rony tranqüilo.
- Mas é um pouco estranho...chegarem assim sem motivo, digo, chegaram na Copa Mundial de Quadribol no propósito de anunciar o retorno de Voldemort. Não estariam lá por um motivo específico? – indagou Hermione balançando o jornal no ar.
- Talvez. Foi como aquela velha inconveniente falou, estão querendo trazer terror e insegurança. Possa ser que tenha sido apenas isso.
- Não seja tão rude com ela Rony! – disse Hermione olhando-o com severidade.
- Ela que não se tocou.
- Ta o fato é que seria melhor se realmente fossemos em sua casa Rony, mesmo porque Herry prometeu a Gina que iria visitá-la quando possível.
- É mesmo – concordou o garoto.
- Podíamos ir para o almoço, mamãe adoraria. O que acham?
- Ótimo! Iremos as onze, tudo bem? – perguntou Harry.
- Beleza – concordaram Rony e Hermione juntos.
A quilômetros dali Lord Voldemort devaneava-se em seus profundos planos e pensamentos. Seu plano tinha dado certo, ninguém sabia do seu maior segredo, pelo menos era assim que pensava. Porém tinha a consciência que alguns fatos no passado podiam ter posto seu segredo em risco. Mas havia se encarregado de concertá-los. Agradecia por isso, era inteligente e não se subestimava.
Isso era bom em sua concepção.
A ação no Beco Diagonal fora um sucesso. Conseguiu causar ainda mais insegurança na comunidade mágica, não que precisasse disso.
Mas não era só isso. Queria mais. Derrubar Fudge tinha sido fácil, Rufus Scrimgeour seria ainda mais divertido.
Sabia também que tinha perdido dois dos seus seguidores, mas ainda assim considerava o pânico no dia anterior como uma vitória. Não era preciso libertá-los agora, amizade era uma coisa que desconhecia.
A batalha estava próxima. Seu grande feito o levaria ao ápice do poder, poderia então expurgar do mundo mágico todos os indignos sangues-ruins. Assim como quis aquele que o fez seu herdeiro, Salazar Slytherin.
Não precisava vigiar as partes das suas almas, estavam bem seguras e tinham sido uma saída perfeita para o que pretendia.
- Não podemos demorar por lá – disse Harry juntando as coisas que trouxera – dormiremos e sairemos cedo no dia seguinte.
- E para onde vamos? – perguntou Hermione.
- Não sei ainda, decido depois.
Deixaram o pagamento dos quartos no balcão e seguiram para a soleira do pub.
Enviando os pertences primeiro Hermione falou:
- Segurem no meu braço, vamos aparatar.
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