Grandes pretensões



- Agora sim...consegui! – disse Harry levantando o punho em sinal de vitória.

- E então? – perguntou Rony.

- Aparentemente nada. Deixa-me ver melhor – respondeu Harry percorrendo a extensão do posso com o olhar – Ei! Tem alguma coisa dourada aqui.

- E o que é?

- Uma taça...Hufflepuff é a taça de Hufflepuff! – respondeu ele olhando para o nome de Helga gravado na taça abaixo de uma enorme opala.

- Que ótimo! Menos uma – disse Rony entusiasmado.

- Como vou sair daqui? – perguntou Harry.

O poço não era muito fundo, mas o suficiente para impedir que alguém saísse de seu interior sozinho, sem ajuda.

- Vou conjurar cordas Harry. Puxarei-as com Rony – disse a amiga erguendo a varinha.

Neste instante um barulho muito forte foi ouvido. Um outro buraco se abrira. Desta vez no teto do pequeno lugar. Uma enorme quantidade de terra saia deste buraco e caia diretamente onde se encontrava um menino magricela. A quantidade é tamanha que já o encobria até a cintura.

- HARRY! O que vamos fazer? – perguntava Hermione desesperada ainda com as cordas na mão.

- Temos que parar esta terra. Fechar o buraco para que não caia mais – respondeu ele com os braços já imobilizados.

- Boa idéia! Mas como? – perguntou Rony.

- Saia da frente. Coloportus! – disse a garota empurrando o amigo.

O azulejo que havia se dividido para a terra passar fechou-se e a queda incessante de terra parou.

- Isso! Consegui! – vibrou a menina.

- Muito bem Hermione. Agora preciso sair daqui e meus braços estão presos, não existe a mínima possibilidade de me safar sozinho.

- Isso não será problema – respondeu ela e em seguida murmurou um feitiço desconhecido.

Aos poucos a terra que ali continha foi sumindo, restando apenas Harry com a taça de Hufflepuff em mãos.

- Que feitiço é esse? – perguntou Rony.

- Livro padrão de feitiços capítulo seis.

- Agora segure firme e não deixe a taça cair – alertou Rony.

- Tudo bem.

- quando eu contar até três Rony... – disse Hermione – Um...dois...TRÊS! AGORA! – berrou a garota puxando a corda com toda a força possível. Não era tão difícil assim...ele ainda era um garoto magricela.

- Obrigado! Não sairia vivo daqui se não fossem vocês – disse abraçando os amigos – mas uma vez Voldemort subestimou o poder da amizade.

- Não foi nada cara...você me salvou centenas de vezes, apenas estou retribuindo uma delas.

- Esquece isso. O importante é que estamos bem – disse Harry limpando o resto de terra que restara em sua capa.

- Vamos guardar esta taça agora e procurar um lugar para passarmos a noite – disse Hermione decidida.

Harry guardou a taça num saco verde de pano e o colocou dentro da pequena mala que trouxera. Edwiges também fora levada e estava assustada dentro de sua gaiola com grades de prata.

- Vamos então – chamou Harry deixando o pequeno lugar onde agora servia de morada para os corpos de seus pais.

Já estavam na porta do cemitério quando avistaram mais uma placa de madeira que indicava um pub a leste dali.
Andaram por um certo número de ruas até chegar ao pequeno pub. Era estilo Caldeirão Furado, com quartos no andar superior.

Chegaram ao balcão de Brockovitch’s Pub e pediram dois quartos. Um para Hermione e outro com duas camas para Harry e Rony. Tinham um bom aspecto, limpo e organizado. Um lustre enorme iluminava cada um dos quartos, as camas eram de madeira e ao seu lado tinham dois criados mudos com um pequeno abajur.

Ao lado da porta, um enorme armário para aqueles de maiores estadias.

- Temos o resto do dia para recapitularmos tudo que houve. O que vamos fazer agora e é claro...destruir esta horcrux- disse sacudindo o saco de pano verde.

- Vamos escrever uma carta a mãe de Rony e dizer que chegamos ao nosso destino com tranqüilidade. Não devemos dar razão para preocupá-la – disse Hermione pegando uma pena e um tinteiro.

Sra Weasley,

Estamos bem e tudo ocorreu direito. Já conseguimos um lugar para passar a noite.
Acredito que em breve nos veremos.
Por enquanto estamos muito ocupados. Não precisa se preocupar.
Abraços de Hermione, Rony e Harry.

- Faz este favor para nós, Edwiges? – perguntou Rony amarrando a carta a coruja.

Edwiges piscou seus olhos cor de âmbar em sinal de concordância, saiu pela janela e ganhou o céu azul estrelado, já anunciando o fim do dia.

- Ficará mas tranqüila, não há porque preocupá-la – disse Harry.

- Irei lá em baixo com Harry para ver se arranjamos algo para comer. Já voltamos – disse a garota saindo acompanhada do quarto.

Rony Weasley ficara só no andar superior.

- Temos sopa de ervilha ou de abóbora com beterraba, torradas, peixe, porco assado...é só escolher – recitava os pratos uma jovem bruxa de avental branco. Era loira e um tanto magra.

- Ótimo! Três sopas de ervilha e um pouco de torradas, bolo de laranja e três xícaras de café. Quarto doze, por favor... – disse Hermione colocando alguns galeões no balcão.

- Levaremos em quinze minutos tudo bem?

- Sem problemas...vamos esperar lá em cima – disse a garota despedindo-se com um breve aceno.

Chegando no corredor do andar superior depararam-se com Rony.

- Onde estava? – perguntou Harry.

- Eu? – começando a corar – Banheiro. É! Foi isso...eu estava no banheiro. E vocês?

- Sabe muito bem que estávamos pedindo o jantar. Ta doido? – perguntou Hermione desconfiada.

- É mesmo – respondeu ele disfarçando.

- Vamos entrando, daqui a pouco nosso jantar chega e estamos falando besteiras aqui no corredor – disse Harry chamando através de gestos os amigos para que voltassem pro quarto.

Os três comiam sentados na cama. Havia farelos de torrada por todos os lados.

- Então...quediahein? – disse Rony

- Quê Dá pra falar de boca vazia? – perguntou Hermione lançando-lhe um olhar severo estilo Minerva McGonagall.

- Eu disse...que hoje foi um dia corrido – repetiu ele.

- Ah sim...muito estressante também. Pensei que não fossemos conseguir escapar...

- Não pensem nisso – respondeu Harry servindo-se de torradas com geléia de amora.

- Fica faltando Nagini, algo de Gryffindor ou Ravenclaw e aparte que habita o corpo do Voldemort. Depois de destruirmos essa é claro – apontou ela pra o saco sobre a cama.

- É verdade. Devemos fazer isso amanhã. Estou cansado demais e isso requer energia, coisa que não possuo agora – disse Harry sarcasticamente.

Hermione rira e Rony ficou indiferente.

- Que aconteceu com você hoje? – perguntou a garota dirigindo-se a Rony.

- Nada! Absolutamente nada – respondeu brevemente.

Ela o olhou com total descrença.

- Bom...já está ficando tarde. Hoje foi um dia bastante exaustivo para todos nós. Precisamos dormir um pouco. Noite! – disse ela levando os pratos para fora do quarto.

Hermione colou os pratos e talhares sobre um carinho em frente ao seu quarto. Número treze.
Tomou um banho rápido, trocou de roupa e deitou-se com a a cabeça fervendo em pensamentos que envolvia alguém que ela gostava a bastante tempo.

Ele estava estranho hoje! Por quê? Não quis me contar, não entendi, somos amigos dele. Até quando não terei coragem de contar que o amo? Quando? Adoro aquele jeito bobo, desligado que ele tem...teria chance? Me daria importância? Não, acho que não...

A garota virou-se de lado passando a mão suavemente por debaixo do travesseiro macio. Tinha um pedaço de papel.

- Mas que diabos...- reclamou ela começando a duvidar da limpeza dos quartos.

Ligando a luz do abajur ao seu lado abriu o pergaminho e o leu. O entranho era que o mesmo estava em seu nome.

Hermione,
Não sei bem como explicar isso, mas eu gosto de você. Daquela forma entende? Mais do que amizade. Isso já tem tempo mas só agora tive coragem para contar. Quando senti ciúmes seus com Vitor Krum no quarto ano percebi que mais cedo ou mais tarde isso aconteceria.
Sei que não vai querer nada comigo, contudo foi melhor você saber de tudo que sinto.

Será que nunca percebeu?
O esforço pra ficar ao seu lado? Pra andar com você? Para ter um pouco de carinho? Ou a foram boba e incessante com que a olhava?
Tem uma frase que diz assim: “ A exigência de ser amado é a maior das pretensões”

E de fato é isso...ter meu amor retribuído é minha maior pretensão, meu maior desejo.

Desculpe qualquer coisa, ou algo pelo meu modo de ser. Entenderei se não quiser nada comigo, só lhe peço que não mude comigo. A foram de me tratar...eu não agüentaria.
Sempre estarei contigo,
Rony

Com os olhos cheios de lágrimas Hermione pensava como era possível tudo aquilo acontecer. Algo que sempre temeu revelar, agora era revelado pela pessoa que tanto amava. Ela não tivera coragem para revelar. O jeito era distrair-se com outros até que ele a notasse. Mas como não percebeu o ciúme em relação a Lilá Brown no anterior? Rony...tão desligado – pensava a garota.

Seu pensamento estava confuso e acelerado, não conseguia raciocinar.
O que fazer? Responder com uma carta ou conversar pessoalmente?
Tinha certeza que no dia seguinte ia ter de encará-lo e que o clima não seria o mesmo.
Tornou a ler a carta.

“ Entenderei se não quiser nada...” Nada? Como assim?
Mas é claro que quero – pensava ela ainda mais feliz.

E Harry? Como vai reagir? Mas terá que entender. Sempre demos apoio a ele com Gina. Acho que vai entender.

- Calma Hermione! As coisas não são assim...rápidas. Tudo tem de ser conversado – murmurava ela pra si mesma . Estava decidida, falaria com ele no dia seguinte.

No quarto ao lado Harry Potter sonhava mais uma vez com um local cheio de escombros.

O dia amanheceu claro, com poucas nuvens e pássaros cantando. Harry fora acordado por pequenos ruídos vindos da janela. Pegou o óculos na mesinha de cama e os colocou, era Edwiges com uma carta enrolada na pata. Caminhou até a janela e desenrolou a carta atada a coruja.

Harry,
Fico feliz por passarem bem.
Por favor, não se metam em encrenca, espero receber sempre noticias de vocês.
Qualquer coisa é só pedir.
Carinhosamente.
Molly Weasley.

Sorriu ao ler a carta por saber que ela se preocupava com ele mesmo não sendo seu filho.

Rony começara a se mexer na cama ao lado. Conseguiu descansar, o dia anterior fora muito conturbado e agora era hora de continuar sua jornada,
Mal sabia que aquele dia seria cheio de revelações entre amigos. Revelações essas que já eram esperadas a tempo.

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