Segundo Dia
28 de Dezembro de 1976 (2º Dia)
- Bom dia, Remus! – Lily me cumprimentou alegremente descendo para o salão comunal.
- Bom dia, Lis. – Me aproximei dela. – Você pode fazer um favor pra mim?
- Claro.
- Bom dia, meu lírio! – James havia acabado de descer.
Era uma cena engraçada. A Lis que tanto brigava com James por causa do apelido de ‘Lírio’... agora os olhos verdes dela brilhavam quando ouvia ele chamá-la assim.
- Bom dia, James.
Eu esperei pacientemente a troca de beijos deles e as frases básicas: ‘você dormiu bem?’, ‘estava com saudades’...
Quando achava que já estava passando dos limites, limpei a garganta, chamando a atenção dos dois pombinhos. James me encarou furioso e eu não quero nem pensar o que passou na cabeça dele naquele momento, já Lily sorriu um pouco sem graça.
- Você queria me pedir alguma coisa, não é Remus?
- Sim. Eu preciso que você peça pra Lucy me encontrar no dormitório masculino. Avisa que eu preciso falar urgente com ela, e que eu vou estar sozinho.
Tanto James quanto Lily arregalaram os olhos.
- Que indecência! – Lily falou balançando a cabeça um pouco risonha.
- Aluado, o que você pretende com a Lucy?
- Não é nada do que vocês estão pensando. – Me apressei em explicar. – É que eu tenho um assunto particular e urgente pra resolver com ela.
Lily trocou um olhar de dúvida com James antes de me responder.
- Tudo bem. Eu vou chamá-la.
Acenei com a cabeça e subi para o dormitório. Enquanto esperava, estendi o lençol da minha cama e tirei algumas roupas jogadas pelo caminho pra evitar o discurso dela sobre um furacão intensidade cinco ter passado por ali.
Não demorou muito pra ela chegar.
- Bom dia, lobinho. – Ela me cumprimentou risonha.
- Bom dia. Te acordei?
- Sim, mas já estava na hora de eu levantar mesmo. James e Lily estão preocupados com o que nós vamos fazer aqui sozinhos! – Ela falou sentando na minha cama e nós dois rimos. – Hum, parece que alguém resolveu dar uma arrumada nisso aqui.
- Na verdade eu dei uma mascarada na bagunça.
- Já é um avanço. E então, o que você queria conversar comigo? Está precisando de alguma conselheira amorosa? Porque você sabe que eu tenho experiência no ramo.
Eu ri mais uma vez e me sentei na cama de frente pra ela.
- Você chegou perto. Eu quero falar com você sobre o Sirius.
- Ah não, Remus. – Ela fez uma careta – Você também com esse assunto chato? Se o Sirius pediu pra você vir me falar bem dele...
- Eu não vou falar bem dele. – Cortei ela fazendo-a suavizar a expressão.
Ouvimos o barulho de alguma coisa batendo. Ela olhou para os lados procurando a origem do barulho e, não encontrando nada, apenas sorriu.
- O que é, então?
- É sobre você. Lembra da conversa que tivemos aquele noite que você dormiu no salão comunal?
- Sim.
- Eu te falei que o Sirius gostava de verdade de você, não falei?
- Sim, mas...
- Você não acreditou. Eu queria saber se você está começando a acreditar.
- Não sei... eu queria acreditar, mas eu não posso.
- Eu soube que ele começou a investir, hum... mais... diretamente em você.
- É lógico que você soube! Achei até que tinha dedo seu nessa história.
Eu abri um mínimo sorriso. Será que ela me mataria se descobrisse que não havia dedo meu na história e sim o dedo, a mão, o braço... e muitos galeões?
- Eu não quero que o Sirius te traga problemas. – Respondi simplesmente.
- Mas eu sei que se eu ficar com ele... isso é inevitável. Provavelmente ele passaria um dia, dois ou até mesmo uma semana comigo e depois... depois ia fazer como ele sempre faz. – Ela falou triste.
- E se ele estiver mesmo gostando de você?
- A história muda. Mas ele tem que provar que gosta de mim.
Olhei pra ela pensativo.
- Você gosta muito dele, não gosta?
- Você sabe que sim. – Ela me respondeu rindo.
Ouvimos mais um barulho perto do armário.
- Vocês estão mantendo algum bicho-papão em cativeiro? – Ela perguntou sorrindo.
- Tudo pelo bem da ciência! – Falei animado, não queria contrariá-la.
O que foi um erro. Ela levantou alegre e se posicionou em frente ao armário com um enorme sorriso e a varinha empunhada.
- Adoro bicho-papão! – Essa garota é louca! – Posso treinar o que aprendemos em DCAT esse ano?
- Não. Depois a gente vê isso. – Caminhei até ela e a segurei pelos ombros levando-a de volta para a minha cama. – Então você gosta do Sirius mesmo?
- Você está ficando repetitivo. Mas, sim Remus, eu gosto do Sirius. Só que eu sei que ele ta levando essa história na brincadeira, eu percebo.
- É, você tem um ótimo faro para assuntos amorosos... – falei arrancando mais uma risada dela.
- Um ótimo faro. – Ela falou triste novamente. - Com certeza. Que tal tomarmos nosso café da manhã, agora?
- Eu já tomei. Acordei muito cedo. – falei em tom de desculpas – Vai indo na frente, eu vou trocar de roupa e desço pra te fazer companhia.
- Tudo bem. Me encontra no Salão Principal então. – Ela me deu um beijo no rosto.
Esperei ela sair.
- Percebeu agora, Almofadinhas?
Sirius saiu debaixo da capa de invisibilidade massageando a testa e andou até minha cama.
- Estive sendo um idiota.
- Esteve sendo mais idiota, você quer dizer. Você tem que me falar agora o que quer, dependendo eu abro mão da aposta e tento conquistar a Jane no tempo certo.
- Aluado...
- Eu não vou deixar você brincar com a Lucy. Se James ficar sabendo, ele também não vai deixar. Então é melhor você decidir logo: quer ou não quer um compromisso sério?
Ele desviou os olhos para o outro canto do dormitório e mordeu o lábio. Provavelmente pesando os prós e os contras.
Não posso negar o choque que a declaração da Lucy me causou. Eu sei que todas as garotas dessa escola me amam e me idolatram. Algumas, como a Lucy por exemplo, tentam esconder, mas isso é inútil, mais cedo ou mais tarde essa inteligente admiração vem à tona.
Mas não esperava que viesse à tona da maneira que veio. Ela estava triste por gostar de mim... Logo a Lucy, a pessoa mais risonha que eu já conheci, a garota mais alegre de Hogwarts. O Aluado tinha razão, com ela eu não podia brincar. Seria muito cruel da minha parte.
Naquele momento eu percebi o tanto que eu gostava dela. Foi como se um filme passasse na minha frente. Se eu levasse minhas pretensões adiante, ficasse com ela apenas no baile, ela nunca mais me dirigiria a palavra.
Isso é o que ‘normalmente’ acontece e eu ‘normalmente’ não me importo. Mas agora importava, importava porque era a Lucy. E com ela não existia situação ‘normal’. Como eu não percebi antes? Eu estava apaixonado... e de verdade agora!
Não conseguia imaginar como seriam os meus dias sem nossas briguinhas durante o café da manhã, nossas brincadeiras no salão comunal, nossas conversas malucas... Isso, definitivamente não podia acontecer.
- Eu quero, Aluado. – Falei com a voz rouca. – Vai ser sério.
Ele abriu um sorriso vitorioso.
- Eu sabia que você iria perceber. Agora, se me dá licença, vou tomar café da manhã com a Lucy.
- Espera. – Falei me levantando num pulo. – Deixa que eu faço companhia à ela.
Sai apressado do dormitório. Chegando no Salão Principal avistei Lucy tomando café da manhã sozinha, ela brincava de fazer uma torrada deslizar pela mesa até o pote de geléia e com um aceno da varinha ela despejava a geléia na torrada.
- Sabe, Lucy. – Falei me sentando em frente à ela – Estive pensando.
- Um exercício admirável, meu caro, continue praticando.
Ignorei o comentário dela e prossegui.
- O que eu preciso fazer pra provar que estou apaixonado de verdade por você?
Ela piscou os olhos surpresa e, como de costume, fez uma pergunta completamente fora do assunto.
- Onde você estava?
- O que isso tem a ver com a minha pergunta?
- Quero saber onde você esteve há uns quinze minutos atrás, enquanto eu conversava com o Remus.
Só então eu percebi minha mancada. Ela tinha dito pro Remus ‘Mas ele tem que provar que gosta de mim’. Com certeza eu perguntar ‘como faço pra te provar’, a deixaria desconfiada.
- Estava passeando pelo campo de quadribol, pensando no que fazer pra você acreditar em mim. Então me ocorreu a idéia de te perguntar. Acho que é o jeito mais fácil.
Ela me olhou desconfiada, depois abriu um mínimo sorriso e voltou a comer.
- E então?
- Então o quê?
- O que eu preciso fazer?
- Sirius, se você não sabe como conquistar de verdade uma garota, não serei eu quem vai te ensinar, não é?
- Eu esperava que sim.
- Com essa resposta você já perdeu três pontos comigo, Sirius. Se insistir no assunto, vai perder outros vinte. Se vira.
- Eu não sei por onde começar. Você é completamente ao contrário de qualquer outra garota que eu já conheci.
- Então ache um jeito diferente de tentar me conquistar. Ah, Sirius por favor, não é? Imagina que bárbaro se eu falasse: ‘me mande rosas vermelhas durante o almoço, eu adoro rosas’ e chegasse meio-dia um imenso buquê de flores caísse no meu colo. Eu te falaria: ‘nossa, que surpresa linda, eu nem esperava por isso, sim eu aceito namorar com você!’.
- Você complica as coisas.
- E você detesta isso?
Pensei um pouco. Na verdade essa mania dela me irritava um pouco, mas eu logo percebia que isso a tornava diferente de todas as outras garotas que faziam de tudo pra me agradar.
- Não, na verdade é uma das suas inúmeras qualidades.
- Bobo. Galanteios baratos não somam nenhum ponto comigo. Pronto, você acaba de ganhar a sua dica de conquista.
- Que história é essa de pontos, agora?
- Simples. Eu faço uma avaliação, cada atitude sua que me agrada eu somo pontos, e cada vez que eu me irrito, subtraio.
- Você tem uma tabela pra que eu possa consultar?
- É lógico que não! – Ela gargalhou - Eu dou os pontos conforme meu humor.
Uma pergunta idiota me ocorreu e eu não pude segurar.
- Quantos pontos eu somei com você em Hogsmead?
Ela engasgou com o suco de abóbora.
- O que você disse?
- Perguntei quantos pontos eu somei em Hogsmead. Naquela visita noturna que fizemos pra preparar o terreno pro nosso plano de juntar James e Lily. – perguntei sorrindo e ela estreitou os olhos me encarando séria.
- Se, olhe bem, eu disse se, você tivesse somado algum ponto comigo aquele dia, acaba de perder eles em dobro pela sua falta de tato.
- Vai dizer que não gostou?
- Detestei. E eu te proibi de tocar nesse assunto.
Ela levantou da mesa como um furacão e eu fiquei ali parado sem entender o porque de tanta irritação. Nunca conheci pessoa mais difícil de lidar do que Lucy, acho que eu deveria conversar com a Lily, as garotas se entendem melhor, não é? Digo, apesar de todos os meus esforços e meus planos perfeitos pra juntar a Lily e o James, foi a idéia simples da Lucy a que deu certo. Então, acredito que as garotas sempre sabem como lidar com outra garota, o jeito delas pensar deve ser sempre parecido.
Alguma coisa estava me incomodando, desviei os olhos da porta que Lucy tinha saído e olhei ao meu redor. Todas as mesas estavam vazias, com exceção da mesa da Sonserina, de onde Seboso Snape me observava aparentemente muito interessado.
Quando percebeu que eu o tinha visto, deu um sorriso sarcástico e saiu do Salão Principal. Não imagino o que ele estava pensando, mas pelo riso de satisfação, não seria nada bom ao meu respeito.
Voltei a pensar em mim. Lucy tinha me dado uma idéia, antes de falar com a Lily resolvi preparar uma surpresa.
Eu havia conseguido meu intento em tempo Record. Não imaginava que seria tão fácil fazer a Lucy declarar que gostava do Sirius e também não imaginava que aquele cachorro percebesse tão rápido que também gostava dela.
Isso foi muito bom. Agora eu podia seguir em frente despreocupado, Sirius daria um jeito de abrir os olhos da loirinha.
Agora a única coisa que me preocupava, era minha aproximação com Jane. Não sabia como abordá-la, não tinha elaborado nenhum plano. Lembrei divertido que isso era ótimo, já que ultimamente ‘planos’ têm se tornado mais desastrosos que os improvisos.
Olhei o Mapa do Maroto e Jane estava aos arredores do lago. Mas ela estava com outras três pessoas da Corvinal. Mesmo assim resolvi ir até lá.
Vesti um casaco mais grosso e desci para os terrenos da escola. Não foi difícil localizá-la. Parei embaixo de uma árvore e fiquei observando os movimentos dela. Os três outros Corvinais não pareciam estar com ela, eles falavam entre si e ela brincava com algumas plantinhas congeladas.
- Você devia se aproximar.
Dei um pulo assustado. Olhei a minha volta e suspirei aliviado.
- Você me assustou.
- Era a intenção. – Lucy respondeu rindo. – Você não devia ter contado nossa conversa para o Sirius.
Olhei pra ela um pouco surpreso. Pensei em pedir desculpas, mas logo lembrei que tinha mandado o Sirius dizer que estava passeando pela escola durante nossa conversa. Na hora percebi que ela estava ‘jogando um verde’.
- Você está enganada, querida. Eu nem conversei com o Sirius hoje.
- Detesto que me chamem de ‘querida’!
- Eu sei.
Ficamos em silêncio e eu me virei automaticamente para olhar Jane.
- Você tem bom gosto. A Jane é linda e um amor de pessoa.
- Você a conhece?
- É minha dupla em ‘Trato das Criaturas Mágicas’. Você não devia ter desistido dessa matéria.
- Sempre imaginei que não devia desistir de TCM, agora eu sei o motivo.
Nós dois rimos.
- Então, é por causa dela que você me dispensou? Ok, foi uma troca justa.
- Eu não te dispensei. Só sei o que é melhor pra você.
- O Sirius não é o melhor pra mim, lobinho. Mas é dele que eu gosto, fazer o quê?
Decidi não continuar no assunto.
- Aquele pessoal ali perto, são amigos dela?
- Não. Ela está sozinha, todas as amigas dela foram pra casa, e a família ia viajar por um mês. É a sua chance.
- É. – Era uma ótima chance, mas não sei porque, aquilo me fez suar frio. Literalmente já que a temperatura devia estar em torno de -5º.
- Vamos fazer o seguinte, daqui a pouco você se aproxima de mim e me avisa que a Lily precisa falar comigo urgente na biblioteca.
- Como? – Perguntei confuso.
- Na biblioteca não. Fala que ela ta na enfermaria, é melhor. – Ela abriu um sorriso e saiu em direção à Jane.
Acho que entendi o que ela planejava. Esperei um pouco e me aproximei.
- Bom dia.
- Bom dia, Remus. – Lucy me cumprimentou alegremente. – Já conhece a Jane?
- Nós já cruzamos por aí algumas vezes, não é? – Foi Jane quem respondeu.
- Sim. – Fiquei sem palavras até que lembrei da instrução da Lucy – Lucy, a Lily precisa falar com você urgente, ela ta na enfermaria.
- Na enfermaria? – Lucy perguntou alarmada. – O que aconteceu, ela está bem? Foi alguma coisa com o James?
- Não sei bem, foi um aluno do primeiro ano que me parou e perguntou se eu conhecia a Lucy amiga da monitora Lily, então eu vim direto. – Até hoje não acredito que consegui inventar isso tão rápido!
Lucy pareceu satisfeita, mas numa fração de segundos voltou à expressão de preocupada.
- Preciso ir logo. Remus, você se importa de fazer companhia à Jane? Não queria deixá-la sozinha. Eu volto logo, Jane.
- Por mim tudo bem. – Respondi.
- Não se preocupe, Lucy. – Jane respondeu sorrindo. Ela tinha um sorriso lindo.
- Ok. – Lucy respondeu com um sorriso nervoso e saiu se perguntando o que Lily tinha aprontado.
Eu tinha uma amiga atriz e nem desconfiava!
- Você conseguiu ler o livro? – Jane falou puxando assunto.
- Ah, sim, sim, consegui.
- Então é bom devolvê-lo logo, Madame Pince ficou uma fera que você saiu da biblioteca com o livro sem assinar a ficha.
- Nossa, eu nem tinha percebido.
- É, eu imagino que não. – Ela flou sorrindo – Eu assinei por você. Não sei se deveria fazer isso, afinal nós nem nos conhecemos direito, mas...
- Não seja por isso. – Era a minha oportunidade, não? – Quer dar uma volta?
Ela me encarou surpresa e abriu mais uma vez um sorriso.
- Adoraria.
Tinha chegado a hora do almoço, Lily, James e Lucy já tinham chegado no Salão Principal, observei pelo Mapa. A qualquer momento eu poderia descer.
Esperei pacientemente um pontinho com o nome “Duende Romeu da Julieta” se aproximar da Lucy e depois se afastar. Já era a minha hora de almoçar.
Desci calmamente e quando cheguei no Salão Principal, os três riam animados.
- Quanta alegria. – Falei me sentando ao lado da Lucy.
- Quanta falta de originalidade, Sirius. – Lucy me respondeu tentando parecer séria.
- Não gostou? – Perguntei cínico.
- Pra falar a verdade, eu sou alérgica à rosas. O que eu falei de manhã era só um exemplo, Sirius.
- Como eu ia adivinhar? Tinha que tentar não é mesmo?
- Lá se vão seus pontinhos... – Lucy parecia se divertir muito com a situação.
- Posso ao menos saber meu saldo?
- Não. – Ela respondeu simplesmente e me entregou o buquê. – Mande pra outra pessoa, Sirius. Não quero ter um ataque alérgico aqui.
- Mas ninguém merece tanto essas rosas quanto você. – Eu tinha que apelar?
- O que eu te falei sobre cantada barata, Sirius? Desiste, você não nasceu pra isso!
- Como não nasceu, Lucy? – Lily perguntou sorrindo. – Ele já ficou com metade de Hogwarts.
- Então que fique logo com a outra metade, pois o nosso último ano letivo já está acabando.
- Posso começar com você? Aí quem sabe eu não desista de partir pra próxima?
-Menos dez pontos, Sirius! – Ela falou séria e levantou da mesa.
Não sei o que fazer com essa bendita contagem de pontos! Se eu mando flores, perco ponto, se eu passo uma cantada barata, perco pontos, se eu declaro que tenho a intenção de ficar só com ela: perco pontos! O que ela quer?
- Você ta mal, hein Almofadinhas?
- Não me enche, Pontas. – Falei mal humorado me servindo de arroz.
- Com a Lucy as coisas são diferentes, Sirius. – Lily falou amavelmente.
- E eu não sei? O Pontas é que tem sorte de namorar alguém tão simples como você, Lis. Eu sei o que eu sofro pra conseguir conquistar essa maluca da Lucy.
- Você acha a Lily simples de conquistar? – James perguntou estupefato – Eu só passei quatro anos tentando isso, Sirius. Você partiu pro ataque com a Lucy há um mês, quer o quê?
Não respondi. Devia ser mais fácil e ponto final. Enrolei ao máximo meu almoço e mais uma vez eu estava sozinho no Salão Principal. Queria saber onde estava Remus. Ele e Jane não apareceram para o almoço, espero que ele tenha mais sorte do que eu.
Levantei nervoso com esses pensamentos, como é possível que eu, Sirius Black, não tivesse êxito em uma conquista? Mas quase caí por causa do meu cadarço desamarrado. Me abaixei pra amarrar ao método trouxa mesmo.
Foi aí que vi um papelzinho caído no chão.
Querida Lucy,
Eu sei que devia perguntar pessoalmente, mas você está sempre acompanhada por alguém, fica difícil a abordagem...
Então resolvi te mandar esse bilhete pra te perguntar se você aceita ir ao Baile de Ano Novo comigo. Por favor não me responda agora.
Pense com carinho. Hoje às 22hs estarei na Torre de Astronomia, esperando uma resposta sua. Pode ser?
Afetuosamente,
Amus Diggory.
- Droga! – Falei alto amassando o papel na mão.
Ela com certeza já tinha lido. E como o próprio Aluado disse, Hogwarts estava sem opção de pares para o baile... ou ela ia comigo, ou com Amus!
E no pé que as coisas andavam, tenho certeza que ela se manteria o máximo possível longe de mim. Estava ainda mais urgente minha necessidade de conquistá-la. Afinal, esse ‘afetuosamente, Amus Diggory’ mostrava explicitamente as intenções nada inocentes do Lufa-lufa para com a minha amiga!
E ela só podia ter duas opções: ou ir comigo, ou ir comigo!
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