Um problema “Black”



Há horas que andavam, Martha deixou-se cair de joelhos no chão já sem fôlego, porém, Draco ajudou-a a levantar-se.
- Rapazes! Vamos parar para descansar. – disse ele.
- Por mim tudo bem. – disse Derrick encolhendo os ombros e sentando-se ao lado de Martha.
Flint encostou-se a uma árvore afastada da deles e Harry noutra.
- Mas estamos a perder tempo. – opinou Harry.
- Potter, não te mandei parar. – disse Draco, tirando a sua capa para cobrir Martha que tremia de frio encostada a Derrick que estava no outro lado. – Estás à vontade para continuar sozinho.
Harry não abriu mais a boca e ficou quieto no seu canto.
Martha acabou por adormecer, Derrick tomou-a em seus braços e continuaram o caminho por entre a floresta, já estava a escurecer.
- Lumus. – murmurou Flint, apertando a varinha na sua mão.
- Vês alguma coisa, Flint? – perguntou Derrick.
- Nem por isso. – disse ele, franzindo a testa. – Só meia dúzia de árvores à minha frente...
- Deixa-te de piadas. – disse Draco. – Agora a sério o que vês?
- Árvores. – respondeu Flint, secamente. – Espera, está alguma coisa a mexer-se ali..
- A sério? – perguntou Derrick esticando o pescoço para ver.
- Sim...Parece um...
- Um...? – perguntou Draco, nervoso.
- Lobisomem? – palpitou Harry.
- Cala-te Potter.
- Deixa-me ver isso! – disse Derrick. – Lumus máxima!
- Esqueçam é só um coelho. – Disse Flint.
- Idiota. – resmungou Martha que já estava acordada.
- Deixa-me descer, Derrick.
Este pousou a jovem no chão.
- Estou rodeada de incompetentes.- resmungou, endireitando o uniforme e erguendo a varinha. – Lumus.
Num local longínquo, estava uma jovem no ar presa por umas cordas que prendiam a um velho túmulo, seu rosto estava repleto de fridas, permanecia sem forças de cabeça baixa com os seus cabelos avermelhados caindo-lhe sobre o rosto.
- Agora que meus servos se foram para a luta, atrás daquela tão falada profecia. – disse um homem de negro e calvo em voz alta. – Eu próprio tratarei de ti. – declarou, apontando um dedo á moça que continuava sem conseguir se mexer.
- É isso mesmo! – exclamou soltando uma gargalhada malévola.
- Se está a pensar matar-me... – disse a jovem, com voz sumida. – Faça-o já.
- Matar-te? – perguntou, soltando uma gargalhada ruidosa. – Não ainda. Por enquanto és-me útil.
- Deixe-me voltar para o castelo. – pediu.
- Miúda, não gozes comigo. – disse o homem, ainda rindo. – Eu sou Lord Voldemort e ninguém escapa aos meus aposentos. Ninguém mandou te armares em heroína e fugires para a floresta proibida por causa dos meus sonhozinhos!
Wormtail riu-se e disse algo muito baixinho.
- Neste momento, miúda, o Black acaba de morrer. – contou Voldemort, com um brilho de vitória no olhar. – Realmente é uma pena não teres conhecido o teu querido tio antes de ele ir. Enfim... – declarou num tom de falso dó.
- O quê?... – gaguejou.
- Tanya Black Lestrange, sobrinha de Sirius, o último dos Black. – disse Voldemort em voz alta. – o teu tiozinho tentou proteger-te, pensou que ias estar na luta com o teu amigo Potter, mas deu-se mal. - completou com uma gargalhada.
- Que luta? – perguntou “Thanye”.
- Minha cara Tanya... – começou ele. – Estás mal informada não estás?
- Diga logo. De que luta você está a falar?
- Aquela que está a ser travada agora contra a Ordem da Fénix no departamento dos mistérios. – respondeu, sentando-se com ar de triunfo.
Tanya ergueu o olhar para encarar Voldemort, mas a raiva que estava a sentir era tanta que voltou a baixar a cara e a fitar o chão com lágrimas a escolherem-lhe pelo rosto. Como era possível tudo aquilo? Como os Crouch puderam lhe mentir todos estes anos? Porque o tal Sirius nunca a tinha procurado antes e contado toda a verdade? Era tudo confuso demais para uma jovem de 15 anos compreender.
- Quem... – balbuciou Tanya. – Quem o matou?
- Digamos que a minha mais fiel serva fez esse serviço por mim, Bellatrix Lestrange. – disse com um sorriso maldoso. - Tua mãe.
- Minha..? – murmurou, sem conseguir terminar a frase.
Voldemort levantou-se, parecendo impaciente, dirigindo-se á jovem. Esta manteve-se quieta.
- Muito bem... – disse ele. – Vamos despachar isto.
De seguida, puxou o braço esquerdo de Tanya, e tirou a varinha do bolso, apontando-a para o braço da jovem.
Ao longe, cinco figuras apareceram do nada, dois deles discutiam.
- Idiota, porque não te lembraste disto há mais tempo? – bradou Draco.
- Pensei que a miúda não podia vir! – desculpou-se Flint.
- Para alguém que diz ser do sétimo ano... – disse Martha, revirando os olhos.
- Mas repetiu por alguma razão! – opinou Derrick.
- Está calado que tu também repetiste! – disse o outro.
- Não reclamem! Eu é que tive de trazer o Potter. – refilou Draco.
- Olhem... – disse Harry, apontando para onde estavam Voldemort e Tanya.
Os quatro olharam, Tanya gritava e Voldemort lhe cravara algo na pele com a varinha e ria-se maldosamente com o sofrimento da jovem.
- Chegámos tarde demais. – Disse Martha, deixando-se cair no chão, com as mãos a taparem-lhe a cara.
Voldemort virou-se para os jovens.
- Vocês... – disse, esticando o dedo para eles e puxando-os a todos para perto dele.
- Obrigada por terem-na trazido. Só faltava essa peça para completar a minha linda colecção. – disse com um brilho no olhar, referindo-se a Martha.
- Nós não...- começou Derrick, engolindo em seco.
- Vocês...? – perguntou Voldemort num tom falso.
- Não a trouxemos para si. – concluiu, mantendo a postura perante Voldemort.
Este fez um sorriso irónico.
- Claro. Eu sei disso, Hunter. És, e sempre serás um traidor. – disse com desdém, mas Derrick não pareceu importar-se muito, continuou firme.
Porém Voldemort apontou a varinha para Martha, Derrick colocou-se á sua frente.
- Calculei que fosses fazer isso, é muita coragem da tua parte, Hunter. – zombou Voldemort.
- Derrick sai, por favor. – implorou Martha.
- Martha...
- Diz... – pediu, com os olhos vidrados.
- AVADA... – pronunciou Voldemort.
- Amo-te. – disse Derrick.
- KEDAVRA!
Dito isto, o corpo do rapaz caiu no chão, morto.
Martha aterrorizada ajoelhou-se ao pé dele.
- Derrick! Não...!
- Já chega de lamechices! – berrou Voldemort. – A minha paciência esgotou-se.
Prendeu Martha ao lado de Tanya e logo de seguida virou-se para Harry.
- Tu! – disse com uma gargalhada. – Já sei o que fazer contigo, Potter!
- Deixe o Harry em paz! – berrou Tanya, mas este ignorou-a.
- Cruccio! – berrou.
Harry ficou a contorcer-se no chão, doía-lhe imenso, sentia que ia morrer, mas não queria fraquejar, não neste momento, não em frente ao Voldemort, ele tinha de ser forte, forte como os pais tinham sido ao tentar enfrentá-lo.
Martha gritou quando chegou a sua vez de receber a marca negra, Harry já permanecia desmaiado no chão.
- Flint! Draco! – chamou Tanya ao ver a aflição da amiga, ela já sentira aquilo antes.

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