Mudanças...
N/A: Ei gente! Quanto tempo nao eh mesmo? Peco desculpas por fazer voces esperarem tanto tempo por este novo cap (nao que muita gente leie esta fic), mas eh que muitas coisas estao mudando para mim sab? To ralando no colegio... Nao estou tendo tempo nem de dormir direito... Fiz o possivel para deixar este capitulo o melhor de todos! Espero que gostem, e peco que comentem! Nao recebo coments a MUITO tempo! Coments me aninam sab? (((= O proximo cap ja esta em construcao... Beijos! ateh mais!
Capitulo 22 – Mudanças...
- Sirius... Sirius... – Chamava um garoto de cabelos claros. – Acorda. Temos aula hoje.
Sirius Black apenas resmungou alguma coisa inatendível e virou a cara, colocando o travesseiro em cima de seus ouvidos.
- Tiago! Não é para dormir de novo não! – Xingou o mesmo menino que tentara acordar Sirius. Tiago se sentou na cama, com os olhos inchados e os cabelos mais despenteados do que nunca. Suas faces tinham uma expressão de raiva. – Que foi? – indagou Remo.
- Por que você acorda o Sirius bonitinho e me acorda desse jeito? Não precisava de me balançar! – Disse o moreno.
- Acontece que eu tentei tem acordar bonitinho , mas você apenas me deu um tapa, e continuou a dormir.
- Eu te bati?
- Sim.
- Poderia fazer mais agora.
- Tiago! – Exclamou Remo enquanto caminhava novamente para perto da cama de Sirius. – Alem do mais Pontas, Sirius acabou de sair da enfermaria. Não poderia tratá-lo como trato você.
- Não precisa me tratar como doente Aluado. – Disse o moreno tirando o travesseiro das orelhas, e se sentando na cama, com feições melhores que as de Tiago.
- Só estou seguindo o que Slugron me ordenou. – Respondeu o amigo voltando para sua cama, e se sentando nela, de frente a Sirius. – Preocupo-me com você Sirius. Você sabe disso.
- E comigo? Você não preocupa não? – Perguntou Tiago, se levantando escolhendo a roupa que iria usar naquele dia. Ele sorriu ao notar o olhar repreendedor de Remo. “Eu sei ser chato quando quero.” Pensou.
- Bom dia. – Disse Pedro saindo do banheiro.
- Bom dia Pedro. – Disseram todos em um coral.
- Você esta melhor Sirius? – perguntou o maroto, jogando a toalha molhada em cima da cama, de qualquer jeito.
Sirius de repente se sentiu estranho. Sim, ele estava se sentindo melhor. Os cortes haviam se fechado. As dores no corpo haviam terminado. Ate mesmo o sentimento de culpa havia se extinguido. Estava se sentindo novinho em folha. Já conseguira ate mesmo sair com algumas meninas naqueles três dias que ficara fora da enfermaria. Deu um enorme sorriso quando uma consciência súbita lhe veio à cabeça. Aquela poção que o Slugron havia preparado não era mesmo mágica?
- Sim, estou. – respondeu ele com um sorriso iluminador. Os três amigos perceberam tal sorriso e sorriram tambem. De principio eles sorriram de alivio, que Sirius estava melhor, mas depois, o sorriso foi ficando cada vez maior, e maior. Era a pura e singela felicidade.
Os quatros acabaram de se arrumar e desceram as escadas do dormitório masculino para a sala comunal da grifinoria. Era segunda feira, e o tempo a cada dia que passava, nevava mais.
- Que dia que entramos de férias? – Perguntou Tiago a Remo, no caminho ao salão principal.
- No final desta semana eu acho. – Quem lhe respondeu foi Sirius. Tiago notou o quão agitado o amigo estava, mas decidiu não perguntar nada a ele. Não queria estragar o único dia, em muitos que Sirius se sentia bem.
- Gente, não vai dar para tomarmos café. – Disse Tiago, olhando para o pulso.
- Por que não? – Perguntou em quase um grito Pedro.
- Por que estamos atrasamos dez minutos.
- DEZ MINUTOS? – gritou Remo. – MEU MERLIN! MINERVA VAI RALHAR COMIGO.
- Vamos correr. – Sugeriu Sirius.
Nicole suspirou ao chegar ao castelo naquela hora. Se sentiu aliviada em notar que todos estavam em horário de aula e que seria raro esbarrar com alguem conhecido nos corredores. Não queria dar explicações de sua saída temporária da escola para ninguem. Mas no fundo, sabia que teria que falar com alguem a respeito daquilo.
Caminhando a enfermaria, após ter mandado um elfo domestico levasse suas malas ate seu dormitório, ela comecou a observar o tempo, no qual, seus pensamentos tristes e sonhadores voavam, voavam e voavam no céu cinza e branco que naquela manha fazia.
Fechou os olhos quando sentiu uma leve brisa passando por seu rosto. Era uma brisa fria, muito fria. Mas não era tão fria, quanto o que sentia naquele momento.
Entrou na enfermaria com cuidado, para que ninguem a ouvisse, mas foi pega desprevenida.
- Senhorita Cruz! – Exclamou Madame Promfrey. Nicole sorriu quando a enfermeira lhe deu um abraço. – Fiquei tão preocupada com você! – Exclamou ela, ainda envolvendo Nicole num apertado abraço. – Estava com remorsos querida! Não pude te ajudar na hora em que você mais precisava!
- Não se culpe. – Nicole a tranqüilizou, quando a enfermeira lhe soltou. – Afinal, me falaram que você estava sob efeito de uma enorme dose de poção do sono não era? Não foi culpa sua...
- Sim. Acho que foi brincadeira de alguem. Mas fico feliz em te ver bem. – Disse ela, mas de repente, suas feições felizes e aliviadas tornaram em serias e assustadas. – O que lhe traz aqui? Não me diga que esta passando mal.
- Não é nada disso Madame Promfrey. – Disse a morena. – É que eu quero pegar algumas coisas que me pertencem daqui. Posso?
- Claro! – respondeu a mulher. – Irei te deixar a vontade. – Falou ela, sorrindo a Nicole, sumindo por uma porta ao lado do lugar onde estavam paradas, deixando Nicole sozinha.
A menina atravessou a enfermaria e parou a frente do quadro da avo, que parecia estar dormindo. Nicole retirou o quadro de onde estava e colocou em cima de uma maca.
- Nicole? – indagou a velha, parecendo acordar. – Que diabos você esta fazendo?
- Te mudando. – Disse sorridente. A velha fechou a cara, e logo continuou a dormir.
Ela entrou dentro da passagem secreta onde ficava quando estava muito mal. Tudo estava no respectivo lugar, dês de quando, no mesmo lugar, ela perdera a consciência.
A cama estava desarrumada, com os vários lençóis amarrotados. O quadro de sua mãe que agora, como o de sua avo, dormia tranqüilamente, estava completamente torto na parede e alguns pertences como livros, varinhas e pergaminhos se encontravam na mesa de cabeceira.
Ela retirou o quadro de sua mãe da parede sem acordá-la, colocando-o em cima da cama, empilhando seus pertencem em cima. Suspirou e ficou fitando alguns instantes o quarto. Tentava sentir o que sentira no momento em que perdera a consciência. Mas o que a intrigava, era exatamente isso: não conseguia sentir.
Agitou-se rapidamente e pegou sua varinha. Murmurou um feitiço e rapidamente, a cama se arrumou e alguns pertences sumidos pelo quarto uniram-se à pilha. Olhou para o quadro de sua mãe pensando nas palavras que a mesma havia lhe falado. “Será mesmo que o ódio, a raiva e o rancor firmavam o amor?” pensava. Esses sentimentos eram o que ela sentia. Mas sentia amor por o que? Ou melhor, sentia amor por quem?
- Que saco esta minha vida! Parece novela! – Resmungou Nicole pegando a pilha de objetos e pertences e saindo da passagem secreta sem ao menos olhar para trás.
Sirius estava conversando animadamente com Tiago sobre a especialidade deles: quadribol e garotas. Uma menina da lufa-lufa mirava Sirius com uma certa esperança de algum dia ser notada por ele, e ser pelo menos três minutos do assunto dele como um verdadeiro maroto, mas o mesmo, nem reparara que ela estava ali.
- Nossa Sirius, teve a manha de pegar a Alessandra. – Disse Tiago, notando que uma certa garota estava olhando há vários minutos para os dois. “Que menina estranha.” Pensou Tiago com seus botões.
De repente o sinal bateu.
- Não esqueçam seus trabalhos! – Disse o professor, antes da sala em menos de cinco segundos ser esvaziada.
Sobrara apenas Sirius guardando seu material na sala. Ele guardava tudo lentamente e calmamente, sem preocupações. Parecia que ele estava em um sonho tão, mas tão bom, que não acordava. Mas de repente alguma coisa o fez acordar.
Ele acabara de ver em um lugar escondido de sua mochila, o livro de capa de couro sem nenhum escrito nela, que a menina da sala precisa havia lhe dado.
- Almofadinhas? Não vem não? – perguntou Remo, entrando novamente na sala, onde o professor já havia saído.
- Não Remo. – Disse Sirius, agora serio. O amigo estranhou o jeito do moreno.
- Sirius, esta tudo bem? – perguntou Remo, se aproximando de Sirius, mas o mesmo se levantou em um pulo afastando o amigo de si com um gesto.
- Estou bem Aluado.
- Tiago me pediu pra lembrar-lhe do treino de hoje.
- Ah obrigado. Ops! Acho que eu esqueci minhas anotações na sala da McGonagol, por isso a preocupação... Irei lá buscar. – Disse Sirius em um sorriso amarelado. – Não preocupa não. – Finalizou dando dois tapinhas nas costas de Remo o deixando sozinho na sala.
Remo ficou fitando o nada, mais confuso que nunca.
- Ei Sirius espera! – Gritou ele, mas já era tarde de mais. O maroto devia estar uns três corredores de distancias. – Meu Merlin, o Sirius esta muito estranho... – comecou ele a falar para si mesmo – dês de quando ele tem anotações? Ai tem coisa. – E logo após isso, saiu da sala, encontrando Tiago e Pedro impacientes.
“Será que o Remo caiu na minha desculpa?” pensou Sirius quando já estava meio caminho a sala precisa.
“Caiu. Do jeito que ele estava com sono e confuso hoje ele caiu sim. Mas o maximo que ele pode fazer é te achar meio doido, no qual, ele te da um desconto pois você acabou de sair da ala hospitalar.” acalmou a consciência de Sirius.
“Que bom. A ultima coisa que eu queria é ter meus amigos no meu pé.”
“Sirius, Sirius. Nunca fale ou pense isso. Sou sua consciência mas posso te afirmar que seus amigos nunca estarão no seu pé. Só quando você pisar na bola mesmo, mas nas outras horas eles irão te apoiar.”
“Será?”
“Você ainda me pergunta? Eu sou sua consciência. Eu sou o que você pensa. Então não me pergunte nada, pois você acredita nisso.”
“Você me deixa confuso.”
“Não tanto quanto aquela garotinha da sala precisa com rosto de fada te deixa.”
“Você sabe quem ela é não é consciência?”
“Sim, eu sei. Assim como você sabe.”
“Lógico que eu sei. Você é fruto de meus pensamentos.”
“Então por que pergunta?”
“Com o mesmo propósito de que você esta pensando agora.”
“Sim. Certamente. Com o propósito de ter certeza... Ui! Que menina gata aquela ali Sirius.”
“É a Lílian idiota! A garota que seu melhor amigo ta querendo ficar a mais de um ano...”
“Não tem problema...”
“Cala a boca consciência!” Pensou Sirius e remexeu a cabeça com o objetivo de espantar seus pensamentos que só o atrapalhavam agora. Ele estava parado, no meio do corredor, olhando ofegante a porta que estava em sua frente. Vocês devem estar se perguntando o por que dele estar ofegante. Uma pergunta muito simples de responder esta é: a sala lhe trazia de volta a consciência de imagens, vozes, falas, sons... Tudo! Era como se ele vivesse novamente toda sua vida, mas em apenas um piscar de olhos.
Ele suspirou com o objetivo de recuperar o ar, e com o peito erguido, entrou na sala, com uma determinação que ate agora, era desconhecida por ele.
- Quem é você? – Disse firmemente para a menina que estava sentada na mesa grande, olhando tristemente para a paisagem alem da janela após ter tido uma entrada quase que triunfal. Ele escancarou a porta e a bateu. Logo após jogou sua mochila de qualquer jeito no chão, e foi se aproximando da mesa grande, tirando primeiro o cachecol, depois a capa e por ultimo a gravata. Aquela sala com vista para o deserto, era sem duvida, muito quente.
A menina virou seu rosto de fada para Sirius e sorriu. Sirius pode perceber que era um sorriso bonito, mas, ao mesmo tempo, assustador. Ele se aproximou dela.
- Quem é você? – repetiu, mantendo a firmeza de sua voz, o que fez a menina sorrir mais ainda.
Ele parou na frente dela. Ela se levantou da cadeira. Seu tamanho, era quase metade do de Sirius. Ele se agachou e repetiu sua pergunta:
- Quem é você?
A menina afastou o capuz de seu vestido azul marinho para traz, revelando seu bonito rosto de fada. Sirius se assustou. O rosto da menina tinha uma certa familiaridade. Ele já a conhecia, não sabia de onde. Os olhos dela eram de um azul intenso, e posso revelar a vocês, que era do mesmo azul do que os olhos de Sirius eram.
- Você leu o diário? – perguntou ela. Sua voz era fina e suave, mas própria para uma garota daquele tamanho. Ela se sentou no chão e Sirius fez o mesmo.
- Não tente fugir do assunto. Quem é você? – perguntou novamente Sirius.
- Tenha calma. A pergunta que eu estou te fazendo é importante. Você leu o diário? – “Por que ela fala feito adulto ein? Isso me irrita!” pensou Sirius, quando a menina, mexia na grande trança feita em seus cabelos.
- Li. E parece que você leu os meus pensamentos para escrevê-lo. – Respondeu Sirius com uma sinceridade bruta.
- Siruis, olhe para o céu. – Disse ela. – Você vê aquela estrela ali?
Ele olhou para o céu e estranhou que mesmo de dia pudesse enxergar a lua, os planetas, as estrelas, mas logo, ignorou este tal fato, pois afinal, ele vivia ou não vivia em um mundo de repleta magia? Ele sinalizou um sim com a cabeça a ela.
- Ela será importante na compreensão de minha existência.
Sirius ficou fitando a estrela, pensando no que a menina era. Será que ela era uma assombração? Um extra terrestre? Uma magia negra? Talvez...
Não soube quanto tempo ficara ali, junto a menina observando o céu. Sempre quando entrava naquela sala, tudo era a mesma coisa: o tempo passava, e ele não sentia. Mas quando achou que já era tarde e que precisava voltar, se levantou, e, sem disser nada a garota, comecou a catar suas coisas e foi embora, em um silencio sentencioso.
Quando Sirius saia da sala precisa, em seus olhos um rápido brilho pícaro pode ser observado. Uma bela morena estava ajoelhada perto da porta da sala, juntando varias coisas no chão espalhadas. Sirius se sentia um pouco enjoado naquele momento. Sua visão estava embaçada e estava um pouco tonto. Parecia que tinha aspirado alguma coisa dentro da sala precisa. Foi ao encontro da menina cambaleando e quase caiu em cima dela quando parou. Mas ela pareceu não perceber que Sirius estava ali.
Não soube quanto tempo ficara observando a garota. Aqueles cabelos sedosos e brilhantes ele conhecia... Aquele jeito de ternura... Aquela pele branca e macia... Ele a conhecia, mas não conseguia distingui-la. Ela rapidamente empilhou todas as coisas que estavam espalhadas no chão. Sirius identificou cada uma vagamente: dois quadros, uma varinha, alguns objetos estranhos...
Ele comecou a ser acordado de sua lerdeza, quando ouviu uma voz de uma velha, disser-lhe o nome e xingar-lhe. Suas faces começaram a corar, não de vergonha, mas de raiva. Lentamente sua consciência comecou a agir rápido e mais rápido. O que estava em sua mente, girava e girava e ele sentia uma enorme tontura.
Continuou a olhar a menina, que agora estava se levantando. Cada centímetro que ela subia, Sirius ia caindo mais em si. Ate que ela se levantou totalmente e encarou Sirius nos olhos. Sua mente parou de girar e seu estomago revirou. Era Nicole o tempo todo.
Os dois ficaram se encarando. Sirius com seus olhos azuis que eram tão claros, que de vez em quando, quando olhavam neles, não sabiam se era o céu ou apenas seus olhos. E Nicole, com seus olhos negros, tão negros mais tão negros, que se confundiam com o mistério e a escuridão da noite.
Não falavam nada, pois não havia nada o que falar. Não sorriam um para o outro, pois não havia motivo para sorrir. O mais certo a fazer, era cada um virar de costas para o outro, e sair dali o mais rápido possível. Mas não faziam isso. Sirius hipnotizava Nicole e vice e versa. Mas posso afirmar a vocês, que era alguma coisa alem da hipnotizacão ...
Sirius abriu a boca para falar alguma coisa mas se calou. Assim, tambem fez Nicole. De repente, um barulho se fez presente: era Pirraça fazendo zorra pelos corredores do colégio.
Sirius tapou o rosto com os braços para se proteger dos balões de tinta que Pirraça estava jogando e se abaixou um pouco. Ficou com os braços em suas faces e abaixado ate ouvir Pirraça se distanciar. Após Pirraça sumir, deu um suspiro aliviado (pois não havia sido atingido com um balão de tinta). Mas quando olhou para o lado para ver como Nicole estava, notou que ela havia sumido.
Nicole estava se sentindo bastante enjoada e tonta naquela noite, mas, decidiu não falar nada a ninguem, já que desejava não voltar tão cedo para o hospital onde havia ido.
Após uma longa comemoração (com direito a vários doces, varias tortas e bastante suco de abóbora) por sua volta com Ana e Lílian, Nicole foi dormir, com a desculpa de que o medico lhe dissera que era para dormir e acordar cedo todos os dias, pois assim, viveria mais. Mas a verdade era que estava passando muito mal.
Ao deitar-se em sua cama sentiu um alivio profundo. Fechou os olhos lentamente e puxou as cobertas ate as bochechas. O tempo estava a cada dia mais frio. Uma tempestade estava vindo. E não demoraria muito para cair.
Sentiu raiva quando o rosto de Sirius se fez presente em sua mente, mas, derrotada pelo próprio cansaço deixou que seus pensamentos vagassem no moreno.
Sua mãe se fez presente em seu sonho tambem, e, de repente, ela tambem estava lá. Sua mãe estava sentada em uma cadeira de balanço olhando seriamente para Nicole. Já a mesma, estava sentada no chão, à frente da cadeira de balanço, olhando através de uma pequena janela. Lá fora, Sirius treinava quadribol.
- Você sente ódio querida? – perguntou a mãe.
- Como? – indagou assustada Nicole.
- E sente rancor?
- Por que esta me perguntando isto mamãe?
- E a raiva? Ela esta presente em você?
Nicole não respondeu, apenas ficou olhando assustada para sua mãe.
- Querida, é verdade que você tem esses sentimentos?
- Você esta perguntando isso por causa do mal que a vovó nos fez?
- Não minha filha.
- Por causa do papai? Ele fez alguma coisa a senhora mãe?
- Não minha filha.
- Por que então?
- Por que estes sentimentos firmam o amor.
- E daí?
- E daí que você os sente neste momento.
- E daí?
- E daí que eu senti medo minha filha. Medo de que você tivesse estes sentimentos. Mas vejo que eles irão ser bons para você.
- Mamãe...
- Minha filha, só quero lhe avisar, que mesmo esses sentimentos sendo bons para você, tenha cuidado ao tê-los. Eles são perigosos.
- Mamãe...
- Eles são perigosos mas são importantes.
- Mamãe...
- Mas nos levam a caminhos bons e maus. – A mãe de Nicole começara a dar voltas no que falava e a cada instante, sua voz estava ficando cada vez menos nítida: mais distante.
- Mamãe, não vá embora. Não me deixe sozinha.
- Minha filha, dês de quando eu soube que eu iria te ter, eu nunca a deixei. E nunca deixarei.
- Obrigada. – Disse Nicole enquanto a cada minuto sua mãe ficava transparente, ate desaparecer.
De repente Nicole se levantou em um pulo de sua cama. Estava suada e um pouco inconsciente. “Calma Cole.” Disse a si mesma “Fora só um sonho.” Completou olhando para a negra paisagem que se fazia. As estrelas brilhavam com uma estranha paixão e a lua estava minguante e tímida no céu.
Estava com os pensamentos nas palavras que varias vezes sua mãe havia lhe dito. Sem pensar duas vezes, Nicole colocou um casaco e um chinelo, e saiu do dormitório feminino.
- Nicole? – perguntou uma certa ruiva que possuía os cabelos desarrumados, se sentando em sua cama, esfregando os olhos. Sua visão estava embaçada e não conseguia enxergar a onde a amiga havia se metido.
- Lily? – Chamou Ana, pois acordara com a ruiva chamando Nicole. – Que é que esta acontecendo? – perguntou, acomodando seu travesseiro numa posição confortável. Ela estava deitada, de lado, observando a amiga acordar aos poucos.
- É a Cole, Ana. – Respondeu, coma voz sonolenta.
- O que houve? – Ana comecou a se preocupar.
- Ela sumiu. – Disse apontando para a cama vazia entre a sua e a de Ana. Como se tivesse recebido uma bofetada, Ana acordou por inteiro.
- Você não sabe aonde ela foi? – perguntou se levantando e vestindo seu roupão.
- Não. Se soubesse não estaria perguntando. – ponderou Lílian se levantando de sua cama tambem.
- Vamos nos arrumar e procurar ela pelo colégio.
- Isso mesmo... E alias, bom dia.
- Bom dia Lily. – Respondeu Ana sorrindo. – Arruma seu cabelo, ta muito estranho.
- Fica tranqüila. Irei arrumar.
- Cole? – Chamou Lílian. Ela e Ana estavam descendo as escadas do dormitório feminino para a sala comunal.
- Eu não acredito Lily! – Exclamou Ana.
- Não acredita em que?
- Que são seis horas da manha e já estamos fora da cama!
- Pare de reclamar Ana! Estamos fora da cama por que nossa amiga sumiu!
- Foi mal Lily... Não esta mais aqui quem falou...
- Ta bom. Agora para de reclamar e vamos procurar nossa amiga!
- Lílian...
- O que foi Ana?
- Acho que podemos parar de procurá-la.
- Por que Ana?
- Por que ela acabou de aparecer. – Lílian se virou. Estava entrando na sala comunal, Nicole de roupão rosa felpudo e de chinelos de dedos. Sorriu ao ver as amigas e quando foi abraçada por uma Lílian brava e por uma sorridente Ana.
- Nicole! Onde você se meteu? – Perguntou Lily.
- Eu estava pensando na vida e fiquei com fome, então, eu passei pela cozinha e olha o que eu trouxe... – Disse mostrando um saco cheio de guloseimas para as amigas.
- Você quer é nos engordar isso sim! – Exclamou Ana.
- Pois é... Quero sim. – Respondeu Nicole sorrindo.
De repente a porta do dormitório masculino se abriu e uma figura masculina se fez presente na sala comunal.
- Meninas? – Chamou Lupin espantado em ver as amigas acordadas tão cedo – O que é que vocês estão fazendo fora da cama neste horário? – Ele olhou para Lílian, Ana e Nicole. Ele estava com os olhos inchados e vermelhos de sono. De repente, um brilho súbito passou por seu olhar. Ele percebera finalmente a presença de Nicole.
- Você voltou! Que bom! – Disse ele abraçando-a.
- ‘Brigada Remo. – Falou Nicole, dando o saco de guloseimas a Ana, que o recebeu satisfeita.
Quando o menino soltou a morena, Lílian perguntou:
- Por que você esta acordado tão cedo?
- Professora Minera pediu para que eu de uma volta pelo colégio. Ela queria um monitor para fazer isto e então ela me escolheu como cobaia.
- Deixe de bobagem Remo! – Exclamou Ana – Aposto que se Minerva escolhesse Lílian, ela estaria toda orgulhosa.
Nicole soltou uma risada aguda e isto tambem fez Ana.
- Vamos gente. Vamos para o dormitório. Vamos deixar o Remo fazer seu trabalho de monitor, e, alem do mais, eu preciso trocar de roupa. – Disse Nicole, no qual, as outras duas amigas e Lupin concordaram e cada um então seguiu seu caminho.
O dia havia passado rapidamente. Quando Nicole perguntou a Ana que horas eram, se espantou em perceber que só faltava um horário de aula para o jantar.
- Aula de hoje: iremos aprender a fazer poções curativas. – Disse o professor de poções apontando com a varinha para o quadro negro. Em cada movimento dele, apareciam letras escritas com giz. Nicole, Lílian e Ana anotavam tudo cuidadosamente.
A sala estava vazia. Os times de quadribol insistiram que precisavam treinar quadribol antes das férias. O campo estava alugado em todos os horários que eles tinham livres, então, só mesmo treinando nos horários de aula para compensar o tempo que iriam perder gracas as férias de fim de ano.
Minerva não quis deixar de jeito nenhum estes times treinarem, mas, as reivindicações foram tão grandes que o caso chegou ao diretor. Dumbledore decidiu então, em deixar os times treinarem nos horários de aula mas com uma condição: teriam depois que fazer trabalhos e participar de horários extras para recuperar a matéria perdida nas aulas. Os times concordaram e marcaram os horários para treinar. É lógico que Sirius e Tiago estavam no meio dessas reivindicações e fizeram de tudo para pelo menos perderem um horário de aula a cada dia.
- Ana, corta os tentáculos do polvo direito! – Resmungou Lílian a amiga que estava cortando o polvo em pedaços irregulares.
- Calma Lily! To tentando! Se você ta achando ruim, por que é que não corta?
- Por que eu estou fazendo o trabalho mais pesado Ana.
- E qual é?
- É pensar!
- Gente... Calma... – Se intrometeu Nicole.- Me da aqui Ana. Deixa que eu corto. Rala isto aqui.
- Trabalho em equipe excelente! 10 pontos para a grifinoria! – Exclamou Slugron ao observar o trabalho das três amigas. Alguns sonserinos olharam feio para o trio mas elas ignoraram os olhares.
Fazer a poção estava realmente muito difícil. Nicole estava no meio de Ana e Lílian, colocando os materiais que Ana cortava, ralava e pegava do armário no caldeirão. Já Lílian, estava ao lado esquerdo de Nicole, passando a ponta do nariz no livro, tentando entender alguma coisa do que era para fazer na poção.
- Ah! Entendi! – Exclamava de vez em quando Lílian, resmungando depois algumas ordens a Ana e Nicole e depois continuava a tentar decodificar mais e mais “mistérios” da poção.
- Afinal, que poção que vamos fazer mesmo? – perguntou Ana.
- Uma que cura Ana. – Respondeu-lhe Nicole colocando a asa de morcego na poção. – Ops. – Resmungou ela baxinho.
- O que aconteceu Cole? – perguntou Lílian.
- Uma asa de morcego caiu. Espere um minuto. Irei ao armário pegar mais uma. – Disse a morena se levantando rapidamente e indo ate o armário para pegar mais uma asa. Quando estava voltando para a mesa, uma coisa comecou a sair de dentro do caldeirão de Pedro.
- Eca. – Sussurrou e voltou rápido à mesa e jogou a asa de morcego dentro do caldeirão. Mas o que não viu, foi que a “coisa” que saiu do caldeirão de Pedro comecou a voar pela sala.
NHAC!
A “coisa” mordeu-a na mão esquerda.
- AHHHHHHHHHHHHH! – Nciole berrou. Com um gesto rápido, ela pegou a varinha com a mão direita e murmurou um feitiço na qual, fez a “coisa” explodir.
- Excelente! Excelente! – Exclamou o professor vendo a rapidez com que Nicole explodira o bicho. – Mais cinco pontos para a grifinoria pela sabedoria e rapidez nos gestos dela! – Disse, nem percebendo que a mão de Nicole estava sangrando ferozmente. Logo após, um aluno chamou-o e Slugron foi ao encontro dele.
- Desculpe-me - disse Pedro. - Talvez se jogasse um pouco da minha poção curativa isto melhore...
- Pedro eu agradeço mas não precisa...
Ele não ouviu o que Nicole dissera. Jogou a poção na mão dela. A poção comecou a fermentar, e, fez o corte se abrir mais e sangrar mais. Nicole fechou e abriu os olhos respirando fundo com o objetivo de manter a calma.
- Desculpe-me. – disse novamente Pedro. – Lá no dormitório Siruis tem uma pomada que vai acabar com o sangramento e com o corte. Se você quizer...
- Não obrigada. – Disse Nicole com frieza guardando seu material. Ouvir o nome de Sirius não lhe agradara nem um pouco.
- Cadê a Ana Lily? – perguntou Nicole ao ver que Ana não estava junto a elas.
- Ah... Ela foi à biblioteca. Ira nos encontrar na hora do jantar.
- Tudo bem.
“Busque a verdade.” Uma voz se fez presente na cabeça de Nicole. Ela ignorou a voz, e colocou o tinteiro e a pena cuidadosamente na mochila, enquanto pingava algumas gotas de sangue no chão da sala. Não se importou nem um pouco.
“Busque a verdade” repetiu a voz.
“Que verdade” pensou Nicole.
“A que você esta em duvida”. Respondeu a voz.
“O que eu estou em duvida?” Nicole se perguntou.
- Vem Cole! – Chamou Lílian. Ela já estava do lado de fora da sala.
- Já estou indo! – Respondeu Nicole acabando de guardar as coisas na mochila e seguindo Lílian logo em seguida.
No caminho ate a sala comunal Nicole observava o sangue escorrendo em sua mão. Como era estranho pensar que naquele liquido quente que parecia tinta vermelha estava o motivo para tanta dor na sua vida! Mas não sentia dor apenas pelo veneno que estava lá, naquele liquido. Sentia dor por outra coisa tambem...
Então era isso! Aquele era o motivo para tanta dor! Não parava de pensar nele um só segundo! Não conseguia esquecê-lo... Mas se buscasse a verdade, talvez a dor sumiria... Talvez ele sumisse de sua cabeça um dia... Talvez a paixão iria embora tambem. Era só olhar nos olhos de Sirius Black e perguntar a ele se um dia ele gostou dela ou não. Iria fazer aquilo. Sabia que era hora exata de fazê-lo.
De repente Nicole parou. Lílian um pouco desconcertada parou para fitar a amiga e se assustou com a estranha expressão que ela tinha no rosto. Quem observasse Nicole notaria que o ódio e a duvida a dominavam naquele exato momento. Nicole sentia ódio daquele maldito veneno que corria em suas veias. Sentia ódio do mundo e das pessoas que não a compreendiam. E por fim, sentia ódio de si mesma. Jogou sua mochila no chão em um estrondo, puxou a varinha de suas vestes e soltou o cabelo.
- Sabe Lily, cheguei no meu limite. – Falou seriamente para a amiga.- Eu tenho pena de mim mesmo, isto é ridículo. – Disse e após isso olhou feio a um garoto secundista da corvinal que parara para ouvir a conversa, no qual o mesmo saiu rapidamente ao notar que não era vem vindo.
- Nicole, você não esta bem... – Disse Lílian ao ver que a mão da garota sangrava.- Aquela poção que caiu em você não lhe fez bem. Vamos para a enfermaria. – Completou a amiga, olhando ranceosa para Nicole.
- Não. – Murmurou a garota arregalando os olhos e contorcendo seu rosto, de uma forma, no qual, Lílian estava começando a ficar com medo.- Sabe, sempre tive vontade de ter cabelo curto, sempre quis fazer uma tatuagem, e muitos outros sempres que eu não posso fazer agora, por que adivinha: EU ESTOU MORRENDO. – As ultimas palavras ela berrou tanto que a ruiva se encolheu um pouco.
- Cole... Vamos para a enfermaria... vai ser melhor... – Insistiu.
- Quer saber de uma coisa Lily? Nunca fiz uma tatuagem na minha vida por que meu pai me proibia, mas agora, que tudo se vá para o inferno! – Ao acabar de disser isso Nicole, apontou a varinha para seus cabelos, no qual encolheram e ficaram da altura de seus ombros. Logo em seguida apontou sua varinha para sua nuca no qual, aparecera uma bonita tatuagem. Olhou com superioridade para Lílian e abriu um enorme sorriso. - Obrigada, você foi uma grande amiga. – E ao acabar de disser isso, girou os calcanhares e comecou a andar rapidamente.
Lílian imediatamente entendeu para onde a amiga estava se direcionando. O cabelo e a tatuagem que acabara de fazer mesmo sendo falsos simbolizava coisas que nunca fizera por covardia, mas agora, tinha coragem e fazer.
- Ei Nicole! – Gritou a ruiva.- Ele esta treinando quadribol! – Nicole ao ouvir aquilo se virou e parou.
- Esta? – berrou de volta para a amiga.
- Ahan! – Respondeu a mesma.
- Como você sabe? – perguntou.
- Eu tenho as minhas fontes! – Gritou de volta Lílian um pouco corada. Nicole sorriu marotamente e seguiu seu caminho. Passou pelo salão principal onde se encontravam poucas pessoas jantando. O sol estava se pondo, sinalizando que não era mais tarde e sim noite. Nicole sorriu ao passar pelos jardins e se direcionar ao campo de quadribol pisando forte. Este era apenas o inicio da noite.
Ela sorriu ao sentir uma brisa gélida em suas faces. Olhou para o céu, que antes estava todo branco, por causa da aglomeração de nuvens no céu, agora estava um pouco alaranjado, por causa do por do sol.
“Exibidos” pensou ao entrar no campo de quadribol e ver Sirius e Tiago se exibirem para várias garotas que estavam cada vez mais se aglomerando para dentro do campo, onde os dois marotos treinavam quadribol.
- Ai. – Disse baixinho, quando uma ferpa entrara no corte em sua mão. Ela tirou as luvas de dentro do bolso seu casaco, e colocou. – Isto deve parar o ferimento. – Sussurrou baixinho.
Ela atravessou as arquibancadas sem que ninguem a veje. Entrou no vestiário de quadribol da grifinoria por uma passagem no teto e esperou por Sirius.
- Pode deixar Tiago, que eu guardo tudo isso... – Disse Almofadinhas a Pontas pegando da mão do menino, as vassouras e o baú onde estavam as bolas de quadribol.
- Você não quer ajuda cara? – Perguntou Pontas assustado com a gentileza do amigo.
- Não pode deixar... Vai tomar seu banho que você esta horrível.
- É por que você não se olhou! Mas eu não irei discordar de você... Ate hoje à noite Almofadas. – Disse Tiago, girando os calcanhares e saindo do vestiário. Sirius sorriu para o amigo que já estava longe.
Tiago estava entrando na sala comunal da grifinoria quando alguma coisa o derrubou no chão e caiu em cima dele.
- Mas que mer... – Comecou ele a xingar mas logo parou quando percebeu quem o derrubara.
- Desculpe-me. – Disse Lílian Evans saindo de cima do moreno rapidamente.
- Tudo bem Lily.- Respondeu enquanto ajudava a ruiva a se levantar. – Mas qual é o motivo de tanta pressa?
- Não tenho a certeza se devo contar a você. – Disse ela seriamente.
- Ah... Desculpa... Se esta saindo com alguem não é assunto meu...
- Para com isso Tiago! Você sabe que se eu saísse com alguem você seria o primeiro a saber. – Pontas deu um sorriso maroto a Lílian, e, a mesma, ficou bastante corada.
- Isto quer dizer que você esta pensando em aceitar meu convite para sair?
- Eu não disse isso...
- Mas quis disser... – Disse ele dando seu melhor sorriso a Lílian - Eu sei, caro anjo ruivo, que você não resiste aos meus encantos. – Ele passou a mão pelos cabelos ao acabar de disser isso.
- Tiago, não temos tempo para discutir isso! A Nicole foi atrás do Sirius e eu tenho medo de que ela faca alguma burrada!
- Tipo...?
- Tipo: lançar uma maldição imperdoável nele!
- Lily! Deixa disso! Você sabe que a Cole nunca faria isso...
- É por que você não viu a cara dela quando ela foi atrás dele! Eu não estou brincando Tiago! Preciso impedir que ela faca alguma besteira.
- Então eu vou com você!
- Mas Tia...
- A Nicole é minha amiga tambem! Eu vou! Não quero nem saber!
- Esta bem! Não vou discutir com você... Mas antes de ir, você precisa se limpar... – Disse ela, olhando-o de cima para baixo. Estava raro encontrar um único pedaço do corpo dele que não estava coberto de lama.
- Isto não é problema. – Disse ele puxando sua varinha e murmurando um feitiço em direção ao seu próprio corpo. De repente, a lama que estava em seu corpo se limpou. Lílian o mirou com um olhar de satisfação.
- Pegue sua capa de invisibilidade. Assim eles não vêem que estamos lá.
- Boa idéia! – Disse ele. – Accio capa de invisibilidade!
Em alguns minutos a capa veio voando em direção a eles.
- Vamos. – Disse Lílian, apressando Tiago.
- Lily, antes de ir preciso te falar um negocio. – Comecou ele, olhando para ela seriamente.
- Pode falar Tiago.
- Me desculpe por ter sido tão grosso com você alguns dias atrás. Eu não queria ter te falado aquelas coisas... Eu falei por que estava muito nervoso em relação ao Sirius... Gosto muito de você. Não queria que você ficasse chateada comigo.
Tiago se surpreendeu quando a ruiva se aproximou dele e lhe deu um beijo na bochecha.
- Fique sabendo que não estou chateada com você. – Disse ela com um sorriso tão radiante no rosto, que na opinião de Tiago, era o sorriso mais bonito do mundo inteiro. – Agora vamos? – Perguntou ela.
- Vamos. – Respondeu ele, seguindo Lílian que começara a correr a sua frente.
“Nicole?” indagou Sirius ao ver o reflexo de uma menina em uma poça de água no chão. Ele não ousou falar nada, nem ao menos se virar. Ficou paralisado olhando o reflexo da menina na poça. Estava esperando que ela fizesse ou falasse alguma coisa. Não soube quanto tempo ficara ali parado, ate que ele mesmo resolveu falar alguma coisa.
- Vejo que esta melhor. - Ele se virou para encarar a menina que o observava. Nicole estava parada, encostada na parede, com a perna direta dobrada.
- Sim estou. Mas não precisa fingir que se importa. – Disse, e de repente, esticou o braço e ferozmente deu dois passou a frente.
Sirius sorriu, o que a irritou mais e então, ela segurou com mais forca a varinha em sua mão. Sirius colocou cuidadosamente o baú com as bolas de quadribol no chão e as vassouras tambem.
- Vejo que alem de mentiroso você faz um incrível show. – Disse ela se referindo as muitas meninas que estavam observando animadamente Tiago e Sirius jogarem quadribol.
- Você não devia me atacar dessa maneira.
- Você fez pior.
- Vai ficar remoendo isso é?
- Só quero saber a verdade. Você um dia gostou mesmo de mim?
Ele não respondeu. Apenas se aproximou do lugar onde ela estava (ela estava parada ao lado de uma pia) e lavou a terra de suas faces com água fria.
- Você não me respondeu. – resmungou ela friamente.
- Nicole... Esta não é a hora nem lugar pra conversarmos...
- Ah é? – Comecou Nicole numa entonação grave. – Desculpe se você esta ocupado de mais para me responder esta pergunta, - ela deu uma olhada para a porta do vestiário onde dava para ouvir vários gritinhos de meninas – mas eu não vou sair daqui sem você me responder.
- Ótimo. Então fica ai. – Disse Sirius se dirigindo para fora. Não queria brigar com Nicole. Ficava com o coração partido só de olhar para ela e lembrar das coisas que dissera, e iria sofrer mais se brigasse de novo.
- Nem você ira sair. – Disse ela lançando um feitiço em Sirius. Várias cordas o prenderam e o derrubaram. Ele deu um grito de agonia e de dor.
- Você é doida menina! Solta-me agora! – Berrou para Nicole, na qual, soltou uma risada aguda.
- Prefiro ser doida do que ser mentirosa! – Gritou ela.
- Eu não sou mentiroso! – Falou ele se contorcendo no chão.
- Não me venha com desculpas! Você é mentiroso sim! – Nicole ao disser tirou as luvas de sua mão e Sirius pode observar que a esquerda estava sangrando. Ela logo em seguida apertou a varinha na mão direita e foi se aproximando dele lentamente. – E sabe o que acontece com os meninos maus que mentem?
- Sirius? Esta tudo bem ai? – Gritou uma menina do lado de fora. Nicole não deu atenção a ela. Estava com o olhar fixo em Sirius todo amarrado. “Meu Merlin! Ajuda-me!” pensou desesperado. Ele engoliu seco quando Nicole deu outra risada aguda ate que lembrou que sua varinha estava no bolso de seu uniforme de quadribol, alguns centímetros apenas de sua mão.
- Sabe o que acontece? – repetiu Nicole enquanto Sirius, sem que ela percebesse, ia aproximando sua mão do bolso do uniforme.
- O que? – perguntou ele quando as pontas de seus dedos já tocavam a varinha.
- Merecem sofrer. – Disse ela. – RICTUSEMPRA! – Berrou Nicole.
Mas Sirius já havia conseguido alcançar sua varinha, e então, murmurou um feitiço que o fez soltas das cordas e gritou:
- ESCUDO! – O feitiço que Nicole lançara nele foi refletido nela, arremessando-a na parede.
- Rictusempra? – indagou a menina fora do vestiário. – Sirus o que esta acontecendo ai? – Ninguem respondeu. Nicole olhava furiosamente para Sirius, e o mesmo, a olhava com desespero. Ela se levantou rapidamente e Sirius fez o mesmo. – Sirius eu vou entrar ai. – Disse a menina, e enquanto a menina estava entrando, Nicole murmurou um feitiço no qual a água de todas as privadas e de dentro das torneiras começaram a se juntar em uma bola gigante no centro do vestiário e quando a menina entrou, a bola de água foi em direção a ela, fazendo-a voar para bem longe.
- Ela não tem culpa Nicole. Desconte sua raiva em mim. – Disse Sirius. Nicole virou seu olhar da menina para ele.
- Você é quem manda. – Disse ela
- EXPELLIARMOS! – Gritou ela. Ele em um gesto rápido se desviou do feitiço.
- EXPELLIARMOS! – Gritou de novo mas ele por pouco desviara do feitiço de novo.
- ESTUPEFACA! – Berrou e o feitiço atingira Sirius na coxa. Ele gritou de dor. Ela riu agudo e gostosamente.
Sirius estava começando a ficar com raiva de Nicole. Aquela menina parada na sua frente, rindo de sua dor, de cabelos curtos e com olhos muito negros não parecia estar doente do jeito que estava. Não tinha mais receio em machucar Nicole. Queria rir dela do jeito que ela estava rindo dele agora.
- VOCÊ ME PAGA! – Berrou ele no qual o sorriso dela se apagou. – IMPEDIMENTA! – Gritou e Nicole foi jogada para trás. Isto lhe deu oportunidade de se levantar e começar a correr em direção ao castelo.
- PETRIFICUS TOTALUS! – Berrou Nicole quando Sirius estava muito à frente, bem no centro do campo de quadribol. Muitas meninas começaram a correr em direção a ele, mas Nicole foi mais ágil. – NÃO ENCOSTEM NELE! – Berrou ela.
- Quem que você pensa que é para ficar dando ordens na gente? – Disse uma menina da lufa-lufa. Nicole a mirou com um olhar gélido e quase sem mover muito os lábios falou:
- Uma bruxa poderosa. – Respondeu e logo em seguida murmurou um feitiço que fizera ventar muito.
- Isto é o maximo que você pode fazer? – Disse a menina da lufa-lufa em um tom de ironia. No segundo em que ela acabou de falar estas palavras, os ventos se juntaram em torno das seis meninas que estavam lá e comecou um mini tornado.
- FACA ISSO PARAR! – gritou uma delas.
Nicole comecou a rir. Se dependesse dela, não pararia aquilo por nada. Mas se surpreendeu quando alguma coisa fez o mini tornado parar. Ela se virou rapidamente, mas Sirius a atingira primeiro. As meninas fugiram rapidamente do local do duelo.
- Agradeço quem desfez o feitiço petrificus tolalus! – Gritou ele. Sirius vira quando estava petrificado, Tiago e Lílian chegarem correndo no campo de quadribol e colocarem a capa de invisibilidade. Logo em seguida, fora despetrificado.
O descanso de Sirius não durou muito tempo: Nicole se recuperou logo e se levantou.
- Já cansou Sirius? – perguntou Nicole zombando da cara de cansaço de Sirius.
- Ainda não. – Responde.
- Ah que bom... Assim, a diversão dura mais! ESTUPEFACA!
- ESCUDO!
O feitiço voou em Nicole como um chicote. Pegou em cheio no rosto dela, e, assim como a perna de Sirius, comecou a sangrar.
- VOCÊ VAI VER! – Gritou ela com raiva. – CRUCIO!
Sirius não foi pego pela maldição por alguns milímetros.
- ESSA AGORA EU NÃO ERRO! CRUCIO!
Sirius não podia usar o feitiço “Escudo”, pois se não o feitiço voltaria em Nicole. Mas, que feitiço usaria? Sirius estava tão desesperado que deixou sua varinha cair no chão. Seria aquele seu fim? Não. Não seria. Novamente, Lílian e Tiago o salvaram com um feitiço que absorvia feitiços.
“Lembre de seus treinamentos na Sala Precisa Sirius.” Pensou o garoto. “Lembre-se deles!”
- Nicole pare com isso! – Berrou Sirius recuperando sua varinha que estava no chão.
- Não! – Gritou ela. – Quero que você sofra!
- Mas por que? – Perguntou ele.
- Por que... Por que... Por... – Nicole de repente parou e analisou a pergunta de Sirius, mas, logo, deixou-a vagando no ar. – Isto não vem ao caso. ESTUPEFACA!
- ESCUDO!
O feitiço refletiu em Nicole, mas a mesma, foi mais rápida.
- ESCUDO! – Gritou ela, e, o feitiço, foi arremessado em Sirius, que o atingiu no braço e no rosto.
“Por que você ficou tão abalada com a pergunta desse idiota?” indagou Nicole para si mesma, enquanto Almofadinhas caia no chão, gemendo de dor. “Por que? Por que você quer fazê-lo sofrer? Por que? Já foi fácil antes esquecer alguem que não te quis Nicole, por que você não esquece ele tambem? Por que?” Inusitadamente, a reposta de sua pergunta veio em sua cabeça, como se fosse uma luz.
- Por que eu o amo. – Disse finalmente dando um suspiro.
- O que você disse? – Berrou Sirius se levantando. Ele tinha cortes em sua bochecha e em seu braço. Seu uniforme estava furado na coxa e estava sangrando muito. Estava com uma cara de cansaço e desgosto. Já Nicole possuía um machucado em cima de suas sobrancelhas, que estava sangrando e escorrendo por seus olhos e ao longo de suas faces. Seus lábios tambem estavam cortados e sua blusa do uniforme de Hogwarts estava furada e rasgada em vários lugares. Antes sua expressão era de completa raiva. Agora, tinha olhos tristes e sobrancelhas arqueadas.
- Não é da sua conta! – Respondeu fazendo esforço para se manter em pé.
- Tudo bem então. RICTUSEMPRA! – Gritou e Nicole não fez esforços nenhum para refletir o feitiço. O feitiço atingiu-a bem no peito.
Sirius se surpreendeu quando ela comecou a correr em direção ao vestiário. Ela estava mancando e fazendo um enorme esforço para ficar de pé. O feitiço tinha saído tão poderoso, que Sirius achou que tinha machucado-a gravemente. Comecou a sentir um pouco de dó de Nicole, mas, logo este sentimento de compaixão sumiu, sendo substituído por um ódio enorme. Pois, afinal, ela não tinha usado o feitiço “Crucio” nele?
Com uma determinação que desconhecia ate aquele momento, comecou a correr em direção ao vestiário.
Quando entrou viu que Nicole havia tirado os sapatos e as meias. Seguiu facilmente o rastro de sangue que ela havia deixado e a encontrou apoiada em uma pia, olhando-se no espelho.
- Cansou? – perguntou ele, apontado a varinha para ela.
Nicole não respondeu.
- Cansou? – Perguntou ele de novo, chegando mais perto dela.
Nicole não se mexeu nem se virou para ele.
- Você já gostou de mim alguma vez em sua vida? – perguntou ela. A voz dela saira cansada e tremida. Sirius engoliu seco.
- Por que você esta me perguntando isto?
- Por que eu quero saber! – Berrou se virando para ele e encarando-os nos olhos. Sirius pode observar que ela estava chorando.
- Para de ser criança Nicole! Você não consegue suportar nem um não! – Sirius ainda tinha a varinha levantada para ela. Falar alguma coisa para Nicole naquele exato momento era muito difícil para ele. Ainda mais por que ela mantinha suas perolas negras sob ele.
- Você que é a criança Sirius! – gritou ela apontando a varinha para o rosto dele.- Você que é a criança para continuar a esconder um sentimento que você não consegue mais dominar!
- Que vai adiantar falar que eu gostei ou não de você? Você usou a cruciatus em mim!
- E você usou uma bem pior em mim!
- E qual seria? – perguntou arqueando as sobrancelhas e chegando ainda mais perto dela.
- Algum feitiço ou poção com efeito igual à poção do amor. – Sirius engoliu seco. “Não adianta mais esconder que eu gosto realmente dela. Não adianta.” Pensou. – Mas, se você quiser duelar, eu duelo.
Um silencio reinou no vestiário. Quanto pela parte de Sirius e Nicole, quanto pela parte de Lílian e Tiago, que assistiam os dois discutirem, de baixo da capa de invisibilidade.
Nicole esperava Sirius dizer alguma coisa a ela. Sirius pensava no que ia dizer, pois, qualquer palavra que dissesse naquele momento estragaria mais a amizade e a convivência que ainda restava com Nicole, ou então, reafirmaria tudo que haviam perdido gracas a briga na enfermaria. E Lílian e Tiago estavam de mãos dadas, esperando que Sirius dissesse algo que acabasse com todas aquelas brigas e confusões.
Sirius estava bastante confuso. Se não parasse de brigar com ela naquele exato momento, quando iria parar? Se não se entregasse a ela naquele exato momento, quando iria se entregar? Iria esperar a morte dela ou dele mesmo chegar para fazer alguma coisa? O tempo foi grande para ele fazer isto, mas só agora ele percebia que lhe restava pouco tempo. Muito pouco tempo.
Seus braços tremiam, suas pernas estavam bambas e suava incontrolavelmente. Sabia que aquela era a hora certa de se expressar.
- Não. – Respondeu ele finalmente.- Não. – Repetiu largando a varinha no chão de qualquer jeito.- Você tem razão. Eu amo você.
- Vamos lá, duele! – Disse Nicole, apertando a varinha em sua mão esquerda que estava suada e machucada. O sangue lhe escorria pela testa, mas Sirius notou, algo que poucas pessoas poderiam notar: uma lagrima caindo dos olhos negros dela.
Ele então, em um gesto rápido, ele se aproximou dela e retirou a varinha de sua mão e arremessou-a longe deles. Logo após, aproximou-se mais dela ate ter seus corpos colados e deu-lhe um longo beijo. Ela sorriu entre os cantos dos lábios e se entregou inteiramente a ele.
- Vamos. – Sussurrou Lílian a Tiago puxando-o pelo braço para fora do vestiário. – Eles já estão bem.
Tiago concordou com Lílian e os dois saíram rapidamente do vestiário e quando já estavam longe do campo de quadribol Tiago retirou a capa de invisibilidade.
- Sabe Líly, - comecou Tiago a dizer, observando a paisagem noturna – a Cole finalmente acreditou que o Sirius gosta mesmo dela e vice versa.
- Sim. E o que que tem? – Disse Lílian andando mais rápido, mas com um toque de Tiago em seu braço, ela parou.
- O que que tem é que esta na hora de você começar a acreditar que eu amo você. – Lílian respirou fundo e arregalou os olhos. - Eu sei que eu sou um maroto e que não sou bem visto por ai. Sei que eu sou grosso e que muitas vezes não trato as garotas bem. Mas quero que você me ensine a ser uma pessoa melhor. Eu não posso ser a pessoa mais perfeita do mundo, mas, vou tentar o maximo para fazer você feliz. Sai comigo Lily. Me da uma chance. Sei que você não vai se arrepender.
Lílian o olhou nos olhos e sorriu sinceramente.
- Neste sábado vai ter a ida a Hogwartsmeage. Não vejo o por que de não aceitar seu convite.
Os olhos de Tiago brilharam intensamente ao ouvir aquelas palavras da ruiva.
- Você vai sair comigo?
- Você é surdo ou é o que?
- Você esta falando serio?
- Estou falando serio sim. Eu vou sair com você! – Tiago deu um pulo de alegria e segurou Lílian pela cintura. Quando já ia beijá-la, os dedos dela tocaram seus lábios.
- Você vai ter que esperar ate sábado. – Disse ela sorrindo a ele e comecou a andar. Pontas sorriu marotamente e seguiu Lílian.
Não se esqueçam que de vez em quando vale a pena lutar contra os males que a vida lhe dão. Pois quando os obstáculos difíceis são superados, a coisa mais singela que encontramos é a felicidade. E pensem comigo: a vida teria graça sem ela?
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