Ansiedade
Cap. 2 – Ansiedade
O dormitório feminino era a imagem perfeita do caos, com direito a livros espalhados por toda a parte, malas reviradas e uma garota que chorava copiosamente.
Nada parecia fazer sentido para Hermione. Ela tentou, em vão, se lembrar do que acontecera depois que atirara o seu diário para dentro da mochila. Ela tinha certeza de que não o havia retirado da bolsa depois disso.
No entanto, quando ela tinha entrado no quarto, a mochila estava aberta e o diário não estava lá, assim como não estava em lugar algum dentro de seu campo de visão. Seu único consolo era saber que tinha escrito no diário com uma tinta especial que só poderia ser revelada com uma poção especial.
Mas... E se o diário caísse nas mãos de alguém com inteligência o suficiente para produzir essa poção? Ela sabia que, na escola, só existia uma pessoa com essa inteligência...
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Draco Malfoy observou o caderno em suas mãos com espanto, como se aquele fosse um objeto de outro planeta. Por que Hermione se daria ao trabalho de carregar um caderno tão pesado se o dito cujo estava completamente em branco? O sonserino não gostava de Hermione, era verdade, mas tinha que admitir que de burra ela não tinha nada. O que levaria uma pessoa inteligente como ela a suportar tanto peso para nada?
Ele tinha conseguido se esquivar de Crabbe e Goyle refugiando-se na biblioteca, onde ele tinha certeza que os dois garotos não iriam pensar (eles pensam?) em procurá-lo. Era divertido andar com eles, atazanando ¾ da população de Hogwarts – os ¾ que não eram sonserinos - ,mas Draco, de vez em quando, sentia um pouco de falta de uma conversa um pouco menos monossilábica por assim dizer.
Agora, ele folheava o caderno numa velocidade tão grande que as folhas eram quase arrancadas. Era impossível que não houvesse absolutamente NADA escrito já que, ele se lembrava bem, Hermione estava escrevendo nele quando eles tiveram aquela “reuniãozinha simpática” perto do lago.
Mas ele não estava disposto a passar o dia inteiro(um dos poucos dias de folga que era reservado aos alunos, especialmente do 6º ano) folheando uma caderno idiota que devia estar infestado de “germes de sangue-ruim”. Tudo o que movia Draco era uma curiosidade, e até isso tinha um limite.
Ele continuou encarando o caderno à sua frente, decidindo o que fazer com ele. Ele pensou em guardar o objeto e pensar sobre ele depois, afinal, ele tinha uma tarde de perseguição aos lufos, grifinórios e corvinais pela frente.
Mas ele mal teve tempo de concluir uma idéia, pois vozes mais ou menos conhecidas chegaram aos seus ouvidos, vindo detrás de uma estante próxima.
“... era só o que faltava. Todo esse desespero por causa de um diário?”, era a voz do Weasley que soava um tanto quanto irritada.
“E ela expulsou todo mundo da Sala Comunal!” desta vez era a voz do Potter. “Qual é o problema das garotas com os diários?”
“Você é quem deveria ter cuidado disso, Roniquinho. Afinal, ela é a sua garota...” era um dos gêmeos Weasley, mas Malfoy não sabia dizer qual deles.
“A Mione NÃO é a minha garota” apesar de não poder enxergar o Weasley, Malfoy teve certeza de que ele tinha corado ao dizer aquelas palavras.
Eles continuaram conversando, agora sobre Quadribol, mas Malfoy não prestava atenção. Ele voltou a olhar para o caderno, agora com o interesse dobrado. Então aquilo era um diário! Ele ia se divertir muito, é claro, se conseguisse descobrir um jeito de ler o que a Sangue-Ruim tinha escrito nele.
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No dia seguinte...
O dia transcorria normalmente para a maioria dos alunos. Porém, Hermione Granger não fazia parte dessa maioria.
Por mais que soubesse que as aulas eram importantes e que os exames do 6º ano de Hogwarts não seriam fáceis, ela simplesmente não conseguia se concentrar nas aulas. Não que ela deixasse isso transparecer, claro. Quem a observasse de fora pensaria que ela estava prestando atenção em cada palavra dos professores, visto que ela não desgrudava o olhar deles e ocasionalmente se voltava para o próprio pergaminho e fazia anotações. Mas, se alguém lesse as anotações da garota veria que elas não passavam de alguns rabiscos no qual palavras como “droga” e frases como “eu me odeio” eram distinguidas,
Como se isso já não fosse o bastante, sua pálpebra tremia incomodamente às vezes, o que só acontecia quando a garota estava muito nervosa, o que era o caso.
Só para piorar um pouquinho mais, a aula que ela estava tendo agora era de poções, aula que exigia o dobro da sua atenção.
O pensamento de Hermione não parava de ir até um caderno de capa dura que ela chamava de diário.
“Onde mais falta procurar? Será que eu já olhei na mala do Rony?” ela pensava desesperada “Não. Eu revirei todas as malas ontem. Também não está embaixo de nenhuma cama. Eu já olhei tudo! Será que...?”
Hermione se lembrou de algo. No dia anterior, quando estivera escrevendo no diário perto do lago e Malfoy tinha aparecido, ela se lembrava de ter colocado o diário na mochila de qualquer jeito, mas – ela sentiu o coração apertar quando pensou nisso – ela não se lembrava de ter fechado a mochila.
Se aconteceu o que ela pensou que tinha acontecido, o diário poderia ter caído quando ela rumava para o castelo acompanhada de Rony e Harry. E o pior – Hermione sentiu o coração apertar ainda mais do que antes – o diário poderia ter caído bem debaixo do nariz de Draco Malfoy.
“Isso...Isso seria azar demais até pra mim.” Hermione rejeitou a hipótese que ela mesma havia apresentado em pensamento “Ou será que não?”
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A aula de Poções era perfeita para poder pensar. Pelo menos para Draco, que sempre era favorecido pelo professor da matéria.
Draco tinha pesquisado em vários livros para tentar descobrir como revelar o que estava escrito no diário. O garoto passar a manhã inteira na biblioteca, mas não teve sucesso. Por que aquela sangue-ruim tinha que ser tão inteligente?
“Cada aluno vai receber um frasco contendo uma poção diferente” ele ouviu o professor Snape explicar “Na próxima aula eu espero que todos os alunos saibam que poção receberam. Também quero uma redação de um metro explicando como descobriram. Estão dispensados. Peguem a poção na saída”
O garoto de olhos claros foi primeiro a se adiantar para pegar sua poção e escolheu a que tinha o aspecto menos estranho. Provavelmente seria mais fácil de identificar. Ele colocou o frasco na mochila e rumou para o Salão Comunal da Sonserina, decidindo-se por não jantar e ter mais tempo de desvendar o segredo daquele diário e, consequentemente, os segredos da Granger.
Ele ria internamente só de pensar na diversão que teria ao ler o conteúdo do diário. Aquilo o divertiria por umas duas semanas...
Malfoy estava quase chegando ao Salão Comunal, ele sentiu que alguma coisa estava molhada dentro da mochila. Ele olhou para os dois lados do corredor e, vendo que estava vazio, colocou a mochila no chão e a abriu.
Ao fazer isso ele encontrou alguns pedaços de vidro quebrado e alguns dos seus livros manchados com o liquido verde da poção. Na certa ele tinha colocado de mal jeito na mochila o frasco que recebera e o mesmo tinha se partido.
Ele suspirou, aborrecido. Os livros e a mochila poderiam ser comprados novamente. Era só ele enviar uma coruja a seus pais e tudo estaria resolvido.
O único problema era o diário, que agora estaria manchado de verde em todas as páginas, tornando-se impossível de ler, mesmo se ele conseguisse revelar o que estava escrito.
Draco finalmente chegou ao Salão Comunal, carregando os livros e o diário na mão e com uma expressão de que seria capaz de matar a própria mãe. Como ele pudera ser tão descuidado?
Mas ele parou de se culpar logo no instante em que se sentou em uma das cadeiras perto da lareira e abriu o diário. Isso porque, nos lugares onde a poção tinha manchado começavam a aparecer palavras e nomes.
E um desses nomes era “Draco Malfoy”...
Continua...
Aff, finalmente eu consegui terminar esse capitulo. Cheguei a pensar que nunca ia conseguir. Mas aí está. Esse cap. Foi um pouco mais longo do que o anterior, mas eu ainda acho que ele está meio sem-graça. Só que tudo isso era extremamente necessário para a história.
Só uma pequena observação: eu fiz essa fic meio que ignorando os acontecimentos do 6º livro, porque no “Enigma do Príncipe” o Draco já é Comensal e isso não iria dar certo mesmo para a fic. Espero que não se importem com esse detalhe.
No próximo capítulo, Draco lendo o diário e Hermione cada vez mais desesperada.
Eu vou ficando por aqui. Até o próximo capítulo!
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