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Olá. Quero agradecer pelos comentários... Fico feliz que estejam gostando!
Também gostaria de me desculpar pela demora (isto está virando um vicio, né?).
De todo modo, estou postando aqui um capítulo maior, que antes seria dividido em dois. Mas para compensar a demora, estou postando tudo aqui. Espero que realmente que curtam. E, obrigada novamente, pelos comentários.
Obs.: mais uma vez neste capítulo, há insinuações de sexo...
***%***%***%***%***
-Atualmente-
Harry Potter estava, agora, dançando com uma bela mulher. Digamos que, depois de anos, ele até ficara bom nessa arte.
Como era uma música dançante, não havia uma grande proximidade. Ainda assim, as mãos dele e dela estavam em contato.
-Quem é ela? – Gina indagou.
Depois de ter passado um interminável minuto fitando aquele par, Hermione voltou-se para a amiga. – Como eu posso saber? – indagou franzindo a testa. – De certo, apenas mais uma das tietes do famoso senhor Potter – completou com um sorrisinho irônico, antes de se dirigir a um garçom.
A ruiva a seguiu. – Harry parece bastante à vontade para que seja uma de suas numerosas fãs.
–Lugar agradável, não? - Hermione fingiu não tê-la ouvido enquanto observava o ambiente.
Sua amiga, entretanto, não desistiria tão facilmente. - Hermione! Estou falando com você!
A morena lhe lançou um olhar de enfado. – Como já disse, Gina. Não faço idéia de quem é a moça que está ao lado dele. Deve ser uma paquera, eu não sei! Será que poderia fazer o favor de deixá-lo em paz? – pediu impaciente. - Harry precisa de um pouco de sossego. Não que vá encontrar nela – retrucou com um sorriso insinuante.
-Você não se importa mesmo, não é? – Gina indagou meio irritada.
Hermione lhe pareceu surpresa. – Por que eu me importaria?
A ruiva abriu a boca, franzindo a testa – como se não acreditasse no que a amiga dizia. – e ponderou por um momento se deveria falar, se a mulher a sua frente não estava gozando com sua cara. Por fim, resolveu falar:
-Ora Porquê! Pelo simples fato do seu caso com ele.
Hermione virou os olhos, “lá vamos nós, e novamente”. – Que relacionamento, Gina? – a morena perguntou erguendo a sobrancelha. – Nós somos apenas amigos. Bons amigos. Será que isso não entra na sua cabeça?
-Absolutamente! – retrucou seca. – Não depois de tudo.
Hermione expirou. – Entenda bem – disse lentamente. – Harry e eu não escondemos um caso. Somos amigos - “que belo exemplo de amizade” a ruiva contrapôs cheia de remoque. Hermione preferiu ignorá-la. – E estou realmente feliz que ele tenha encontrado uma companhia para essa noite. Que se divirta!
Gina a olhou incrédula. Sua amiga agia como se não houvesse nada entre Harry e ela. E, por incrível que pareça, era boa nisso. Mesmo com todas as evidências contra - por assim dizer. - eles, ela não descia do salto, nem deslizava em nenhum argumento. Eram em momentos como esse que odiava Hermione Jane Granger. E era também em momentos como esse que a admirava entusiasmadamente.
-Você me assusta! – murmurou desviando o olhar.
A morena riu. – Eu faço o que posso – disse dando de ombros.
-Será que algum dia, pelo menos uma hora, irei conseguir entendê-los?
-Você pode tentar – retrucou numa piscadela.
-Só quero que seja feliz.
-E eu o sou, minha amiga. Eu sou – Gina preferiu respondê-la com seu silêncio. Desistira de argumentar.
Hermione despercebeu a decepção da ruiva. Sua atenção já voltada para outra pessoa: Harry Potter.
Ela riu ao vê-lo dançando com aquela jovem mulher. Não era o tipo de Harry. Ela era esguia demais, quase da altura dele.
Pele branca, algumas sardas pelo que, àquela distância, podia ver. Com brilhantes cabelos loiros... De lábios finos, olhos verdes, não, não, eram azuis. Tinha, também, um sorriso mecânico que deixava transparecer seu nervosismo por estar dançando com o mito que era o Sr. Potter. “Ele não gosta disso” Pensou balançando negativa e levemente a cabeça. “Harry prefere alguém que o trate como o ser humano que é, com sentimentos e que, muitas vezes por sinal, erra”.
Era quase sem atrativos para dizer a verdade, mas com um belo rosto. Talvez ainda tivesse uma chance.
O sorriso de Hermione se tornou estranho enquanto ela continuava a observar o casal dançar, sem realmente enxergá-lo.
A mulher, por certo, nunca esqueceria quando tudo aquilo começara. Tudo aquilo que Gina entendia como “relacionamento”. Tudo aquilo que era apenas solidão compartilhada... Mas a ruiva jamais entenderia se Hermione dissesse isto. Era, então, melhor guarda com ambos. Apenas entre eles. Harry e ela. Não era necessário mais ninguém...
[Flash-Back]
“Eram os melhores amigos. Tinham a impressão que era a única coisa que estava no lugar depois de tudo. Mas parecia que o universo conspirava para mudar isso...”.
Ele falava, e falava e falava... Era tudo tão repetitivo.
Quanto mais ele o faria? Até ter certeza que a morena conseguira decorar cada palavra e tom que utilizava? Bom, se esta era sua intenção, ele estava indo bem.
Harry Potter, nas últimas duas horas – “Duas horas, Merlin!” – esteve a ponderar – em alto e bom som de indignação e aparente tristeza. – a mesma coisa.
Isto é, no momento em que Hermione entrara pela porta de seu apartamento (do dele) – e ela nunca iria se arrepender tanto de um ato como esse. – Fora bombardeada por toda uma “fatídica” – e sim, Hermione estava sendo irônica. – história. “O fim do mundo para Harry Potter” ponderou com chasco “Um belo tema de livro”.
Voltou sua atenção para o amigo e respirou fundo quando percebeu que o moreno repetia pela enésima vez como Gina havia terminado com ele. Sinceramente, se Harry continuasse assim, até mesmo ela “terminaria” com ele. “Será que assim calaria a boca?” Um caso a se considerar seriamente...
O problema é que exercícios de respiração já não estavam dando certo... Hermione estreitou os olhos, cansada das mesmas lamúrias. Irritada, ela o pegou pelo colarinho – surpreendendo-o. -, o empurrou contra a parede e, sem deixar qualquer tempo para reflexão ou reação, o beijou com raiva.
-Dá pra parar de se lamentar?! – indagou ofegando.
O homem estava pasmado demais para formar palavra, quiçá frases... Não tinha muita certeza do que ocorrera e muito menos se queria o saber. Ele encarava Hermione como se não a conhecesse e a proximidade deles o estava deixando ainda mais passado.
-Droga, Harry! Desde que cheguei aqui você apenas fala do quando é um infeliz. De como está triste, que não merecia isso – falou olhando-o seriamente. – Está pedindo que tenha pena de você? – indagou afastando-se, já que ele não reagia. - Se toca. Já aconteceu e se lamentar não vai trazê-la de volta. Então, dá para crescer?
O homem continuava a olhando, ela não tinha certeza que este ouvira alguma coisa do que dissera, mas, ao menos, ele estava calado.
“Em um segundo sequer Harry perguntara, em todo tempo que estive aqui, como havia passado o dia...!” Ela suspirou. – Não quero ficar mais aqui se apenas tem isso pra dizer – a morena pegou sua bolsa do sofá e – Até mais, Harry – antes que pudesse aparatar, o moreno segurou seu braço, ela o encara confusa.
Harry pareceu reagir sob estas frases. - Mione, espera... – pediu segurando seu braço. - Me desculpe. Às vezes, não consigo perceber o quão egoísta sou – murmurou sem lhe soltar, não queria correr o risco de deixá-la ir chateada. – Comecemos novamente? – ele a olhou incerto. A morena assentiu, perdoando-o rápido demais... Sorrindo marotamente, Harry começou. – Boa tarde, Mione. Como tem passado?
***%***
-Eu não acredito que fez isso! Não acredito Harry! O que tinha na cabeça? – ela esbravejou.
-Nada. É isso, não tinha nada que pudesse me segurar. Me desculpe, ok? Se envergonhei você – disse com sarcasmo.
-A questão não é ter me envergonhado – a morena retrucou secamente. – Sinceramente, eu não te entendo, Harry! O que deu em você? – ele desviou o olhar. - O que, em nome de Merlin, deu em você?!
-Eu lhe disse que ele não era alguém pra você – ela deu um muxoxo, irritada. - Sabia que iria te magoar. Só quis te proteger daquele ogro!
-Você não é meu irmão mais velho! – ela gritou alterada.
Harry parou de súbito, respirou fundo e a observou como se não a conhecesse, ela conhecia muito bem aquele olhar. – Eu sei – disse rouco.
Hermione tinha tanta tristeza e cansaço. – Saiba, Harry James Potter, que me cuidei sozinha até agora e posso continuar sem seu auxílio.
-Mione, escute...
-Escute você! Não preciso de guarda-costa, muito menos de guardião. Estou bem como pôde perceber, dispenso seus cuidados.
-É claro que não sou e nem quero ser. Sabe o porquê? Porque sou muito mais, sou seu melhor amigo, sou quase você, porque te entendo como se fosse a mim mesmo. Você querendo ou não, Hermione Jane Granger, sempre estarei aqui para você. Querendo ou não, eu daria a minha vida pra não lhe ferir.
-Está me machucando agora! Não quero nada seu.
-Nem a minha amizade?
Hermione ofegou. – Entenda como quiser – falou com dificuldade.
-Está falando da boca pra fora – ele se aproximou. – Já que me deu o direito de escolha - murmurou. – Escolho que nossa amizade está acima de tudo, qualquer coisa e pessoa. Na minha vida, você sempre será a primeira. E nossa amizade preencherá todo meu coração. Pois é o sentimento mais perfeito que já tive prazer de sentir. Isso me fortalece e acalenta.
Hermione paralisou. – Não precisa expressar o que sente.
Harry sorriu. – Eu sei. Sei que entende, mas quero que tenha certeza. Nenhuma palavra que usei aqui é falsa... Você pode ver, não é? – indagou aproximando-se.
A morena afirmou lentamente num aceno de cabeça. Sentindo-se repentinamente intimidada com os olhos e proximidade do amigo. – Ainda assim – ela retrucou afastando-se. – Não quero que tente me proteger. Creio que seja bem “grandinha” para resolver meus próprios problemas – disse com ironia. – Não sei se você percebeu quando expulsou ele daqui, mas ele já estava indo. Porque eu o havia mandado ir. Não precisei, em nenhum momento – disse com sobranceria, ainda afastando-se, já que Harry continuava indo ao seu encontro. -, da sua ajuda, Potter – retrucou desconsertada ao perceber que não tinha mais espaço para se espaçar dele. – E eu, eu não...
-E se eu beijar você? – Harry a interrompeu.
Hermione abriu a boca, piscou e contestou muito baixo. – Você quer?
-E se eu beijasse você agora? - murmurou. Seu corpo no dela, seu rosto perigosamente próximo ao dela.
A morena expirou, mordendo o lábio inferior. - Tudo bem - sussurrou fitando-o.
Harry sorriu afastando delicadamente um cacho da vista de Hermione e, por fim, cerrou a distância entre eles.
Enlaçando o pescoço do homem com uma das mãos e a outra deslizando – cravando suas unhas, melhor dizendo... - pelas costas dele, Hermione sentiu os lábios de Harry lentamente se afastarem de seus lábios para perpassarem por seu colo. Minutos depois voltando para seus lábios.
-Estamos, agora, quites – Harry disse quando eles se afastaram em busca de ar.
Hermione riu. – Então você apenas me beijou para estarmos quites?
-Oh absolutamente! É que não resisti a esses seus apetitosos lábios – retrucou jocosamente tocando os lábios da morena.
A mulher ergueu a sobrancelha. – Melhor, então, que se afaste. Não quero responsabilizar meus lábios por fazer você não mais “nos deixar quites” – comentou maliciosamente.
-Não me importo, se você não se importar.
Hermione riu gostosamente com o olhar insinuante que o amigo lhe lançou, enquanto segurava despretensiosamente o colarinho dele. – Por que não tenta descobrir se me importo? – indagou antes de mordiscar os lábios de Harry.
***%***
-Er... Desculpem. Eu não sabia que... Er... Desculpem!
Harry e Hermione entreolharam-se rindo-se. – Ora Rony! – a morena virou os olhos quando percebeu que o homem estava prestes a ir embora.
-Eu não queria mesmo atrapalhar – ele disse baixando a vista, corando e corando furiosamente. Estava quase da cor dos cabelos. Hermione resolveu que era melhor sair do colo de Harry... Aquela cor não podia ser normal.
-Estávamos mesmo esperando por você – Harry disse. – Senta aqui – falou levantando-se. – Quer alguma coisa?
-Não, muito obrigado – falou franzindo a testa.
-O que foi, Rony? Você não me parece muito bem...
O ruivo se voltou para Harry. – Quê?
-Tem certeza que está bem? – indagou erguendo a sobrancelha.
-Estou. Estou sim. Apenas um pouco chocado, acho.
-Hm, chocado. Certo – Harry comentou ironicamente.
O ruivo rolou os olhos. – OK. Mas o que queriam? Vocês estavam ai animamentamente, sem se importar com o mundo a volta e querem que eu reaja como se fosse normal encontrar meus dois melhores amigos, e eu nem sabia que estavam juntos, se pegando no meio da sala de estar de Harry Potter?! – indagou encolhendo os ombros.
-Rony! – Hermione exclamou, agora era ela quem estava corando.
-Eu sei. Mas não encontrei uma palavra mais adequada que “pegan...” – ia retrucando divertido.
-Nós compreendemos seu choque, Rony. Não precisa ser novamente tão específico.
-Eu nunca vou deixá-los em paz! – disse como se encontrasse em Harry e Hermione o mais delicioso dos doces. – Estão cientes disso, não é?
Hermione o ignorou. - E só para você saber, não estamos juntos, como um casal, quero dizer.
Rony abriu a boca descrente. – Ainda têm coragem pra negar?! Hermione, fui eu quem lhes flagrou num-
-Não complete!
-Eu só queira lembrá-los que não sou um cego, está bem?!
-Mas é isso mesmo que a Mione disse, Rony. A gente não ta namorando, ou coisa parecida.
-Então o que foi isso que presenciei aqui? – indagou ainda sem acreditar.
Os morenos se entreolharam. – Ainda estamos ponderando sobre o assunto.
-Vou fingir que não ouvi isso, ta legal?! – disse balançando negativamente a cabeça. – Vocês, e certamente, não batem muito bem. Eu não quero nem imaginar quando a Luna descobrir e a Gina e a mamãe então! Eu não quero nem estar perto de vocês quando elas souberem que estão escondendo isso delas.
-Rony, nós não temos nada para falar para elas, não estamos escondendo nada.
-E que tal esse “assunto que ainda não ponderaram”?
-Se você não contar, não tem como elas descobrirem.
-Ei! É claro que eu não vou contar. Mas se vocês não pararem com esse – ele ergueu a sobrancelha. – fogo, em pouquíssimo tempo irão descobrir.
-Ah cala boca!
[Fim do Flash-Back]
-O que achou dela? – Harry havia se aproximado tirando-lhe das divagações.
-É linda.
Harry sorriu de modo irônico. - Eu pude perceber isso, Mione. Sei que ela é bonita, mas qual foi sua impressão? Eu só saio com ela se minha melhor amiga aprová-la.
-Desde quando precisa de minha aprovação para sair com mulheres? – indagou erguendo a sobrancelha.
-Desde meu primeiro desastre amoroso. Não quero correr o risco de ter uma moça paranóica, com ciúmes da sua própria sombra ou da minha morena – retrucou beijando-lhe a face.
Hermione pareceu admitir a argumentação do homem ao seu lado, porque, no segundo seguinte, passou a fitar a outra mulher. – Ela é Ok – disse minutos depois. – Ar distraído, mas é óbvio que ficou interessada em você – Harry abriu um sorriso. – E que está nervosa, talvez por achar que você a achou desinteressante , note como está um pouco trêmula... Boa sorte Sr. Capitão.
O moreno lhe sorriu - um sorriso plenamente masculino. -, enquanto passava, distraído, a mão no cabelo. - Obrigado - murmurou ao pé de seu ouvido, deslizando de modo desatento sua mão pelas costas nuas da amiga. – Espero que esta noite também se divirta, esse seu vestido é uma loucura.
A morena riu. – Ande logo, Potter. Com você aqui, ao meu lado, é capaz de eu passar a noite chupando dedo - o moreno ergueu a sobrancelha, fingindo ponderar seriamente sobre o assunto. – Harry James! – rindo-se, o homem finalmente se afastou para o que prometia ser uma boa noite... Sem sono.
***%***%***%***
Duas semanas haviam se passado desde aquela festa.
Hoje, no entanto, num sábado à noite, ela não tinha vontade de sair. Não tinha vontade de retornar a terceira coruja do homem que encontrara naquele lugar. Não queria.
E aquela biblioteca nunca lhe parecera tão desinteressante... Seus olhos perpassavam por cada livro do local e não se prendiam a nenhum, de todos aqueles que lera, nenhum a ela apetecia agora. Resignando-se, saiu do local e subiu as escadas, dirigindo-se ao seu quarto. A noite estava linda, na varanda do lugar, pudera se dar conta.
“E pensar que estou enfurnada nesse lugar, sem companhia” ponderou impacientando-se. Olhando o céu, abraçou a si, sentindo repentinamente frio. “Sem companhia” ponderou com um pouco de mal-humor, imaginando que, naquele mesmo instante, seu melhor amigo deveria estar se divertindo deveras com a mulher que, ainda naquela festa, encontrara.
“Por que ele não pode ser mais desprendido?” Suspirou balançando a cabeça.
Alguém a abraçou por trás e se não fosse pelo perfume que usava, quem quer que estivesse as suas costas estaria pelo menos com uma perna quebrada e imobilizado.
-Oi estranho – murmurou beijando-lhe o rosto.
-Olá doçura. O que houve?
-Apenas pensando – retrucou afastando-se dele e adentrando o quarto, sentando-se em sua cama. – A propósito, não ouvi você chegar.
-Do modo que estava, duvido muito que percebesse se Voldemort voltasse do inferno, se autoproclamasse dono da Inglaterra e declarasse lei marcial – ele retrucou com ironia.
-Você é tão sádico – contrapôs virando os olhos e batendo levemente no local ao seu lado, chamando-o. O moreno ria enquanto sentava-se ao seu lado. – Está tão galante... – ela disse observando-o de cima a baixo.
-Obrigado – disse apenas. “Certamente deve sair com a tal Stela” a morena ponderou num suspiro cansado. Harry acariciou a face da amiga. – O que foi, hm? Parece-me tão... perdida.
Ela o encarou demoradamente. – Fica aqui comigo...? – o moreno lhe ofereceu um olhar interrogativo. – Dorme comigo esta noite? Apenas não quero estar sozinha.
-Por certo, Mione - retrucou com um sorriso, tocando seu nariz. – Mas é só isso mesmo? Não há nenhum problema?
-Não precisa se preocupar, Harry – disse encolhendo os ombros. - Estou apenas excessivamente carente e possessiva hoje – murmurou, arrancando um sorriso doce do amigo. – Você pode ficar? – perguntou tirando da cabeça a pouco provável culpa de tê-lo forçado a ficar.
Harry assentiu. - Preciso apenas mandar uma coruja – Hermione o olhou com curiosidade. “Como se realmente não soubesse, Granger” A morena pensou em tom reprovador. – Stela – disse com simplicidade, saindo do quarto – Vou pegar sua coruja emprestada – disse já descendo as escadas, ela pôde reparar.
A morena abriu um pequeno sorriso enquanto deixava-se cair sobre a cama. Mais disposta.
Poderia até dormir com tranqüilidade agora, sobre o corpo de Harry. Suspirou fechando os olhos, um sorriso ainda brincando em seus lábios.
A idéia de Harry perder um encontro por sua causa, estranhamente, já não lhe causava desconforto. Isso, em verdade, era irrelevante, pois ela não achava tão – lê-se: nada. - divertido não poder tocar o moreno quando bem entendesse...
“Eu sei que ele pode, e com certeza tem, algo melhor para fazer, mas francamente... Estou mal acostumada” ela suspirou. “Harry não deveria vir toda vez que lhe chamo. Ele não deveria ser tão atencioso, não deveria me ‘mimar’. Não deveria me consolar quando termino um relacionamento ou quando estou deprimida por não ter atingido a nota máxima em algum teste. Mas ele o faz... E eu gosto disso”.
Harry e Hermione não detinham o que se podia chamar de uma “amizade convencional”... Eles eram mais. Eram um. Ainda que, quando separados, continuassem inteiros.
Faz alguns anos que mantêm um “não-relacionamento-amoroso-ocasional”, o que isto significa? Nem os mesmos entendem bem. Mas a verdade é apenas uma: um mal disfarçado modo de ficar perto sem se machucar, sem – em hipótese alguma – quebrar a amizade que construíram. Um medo transfigurado em passatempo... Onde se arrisca tudo sem nunca ter o “tudo” em jogo. Há sedução, há desejo, há carinho, há cumplicidade... Perdidos em meio ao doce – e perigoso – jogo de estar ao limite da linha de uma amizade.
Antes de tudo, porém, tinham um trato: Se um deles estabelecesse uma relação (digamos um namoro), com alguém, obviamente que não Harry nem Hermione, significava o fim (quase sempre certo) temporário daquela amizade multicolor.
Afinal, a intenção do “não-relacionamento-amoroso-ocasional” era apenas uma: passar o tempo. E, com certeza, o “casal” – por assim dizer. – não pensava em mudar isso. Era tão cômodo, tão prático e divertido... Além do que, não tinham exatamente um compromisso – o que, francamente, deixava tudo mais simples e, pensavam eles, infinitas vezes menos traumático que um “amor real”. Onde terminar aquele “joguete” não feriria ninguém e ambos seguiriam a vida como os melhores amigos de sempre, ou perto disto.
-Não arrumei nenhum problema para você, espero – ela disse assim que Harry voltou a sentar-se na cama.
-De modo algum – retrucou lhe observando. – Você está bem?
A morena virou os olhos, mas sorria. – Eu já falei pra você, amor... Não é nada. Apenas carência afetiva - Harry ergueu a sobrancelha, mas Hermione continuou o fitando.
Por fim, ele desistiu, deitando-se ao seu lado, olhando para o teto, seus braços sob sua cabeça. - Como será que a Stela está?
Hermione levantou a cabeça imediatamente para observá-lo com maior atenção. – Vocês estão namorando? – indagou parecendo distraída.
-Não. Ainda não – ele disse sorrindo para a amiga.
Ela se apoiou nele. Estando agora entre suas pernas, com seu queixo no peito do moreno. – Deixe-me recompensá-lo está bem? Por estar aqui, com uma amiga estúpida, enquanto poderia estar desfrutando uma noite maravilhosa com sua garota.
Fora a vez de Harry virar os olhos. – Primeiro: você não é estúpida – disse com ar reprovador. – Segundo: não tenho uma garota. E terceiro: não estou me queixando de estar aqui, estou? Adoro sua companhia, sua boba – disse por fim, abraçando-lhe a cintura.
A morena suspirou fechando os olhos enquanto punha a cabeça de lado. – Ainda assim, desculpe-me. Eu tirei o melhor da Stela.
-Ela sobrevive – Harry respondeu. – Não esqueça, você ainda é a minha morena – continuou, beijando o topo de sua cabeça.
-Oh sim. Sua morena-estraga-prazeres que vem a tiracolo ao se adquirir o senhor Potter – disse com deboche. - Desculpe-me – pediu observando o olhar dele. – Mas é que... Oh está bem! – disse amuada, calando-se.
O homem a fitou com divertimento. – Isso, querida, faça silêncio – falou acariciando o topo de sua cabeça.
Hermione fingiu ignorá-lo enquanto seu rosto ia ao encontro do pescoço dele. Uma de suas mãos acariciando distraidamente o peito de Harry, enquanto a outra se postava abaixo de seu pescoço, como se o prendesse. Os lábios dela percorrendo com provocativa demora seu colo.
-Não me mande calar – sussurrou ao pé do ouvido, pressionando-se mais contra Harry.
-Não o fiz.
A morena ergueu a sobrancelha - Não? – indagou mordiscando o lóbulo da orelha.
Harry suspirou pesadamente. – Não me provoque, Hermione – disse roucamente.
Ela sorriu jocosa e saiu de cima do amigo, para, no segundo seguinte, sentar-se em seu colo. – O que é, Potter? – indagou com um sorriso petulante.
-Morena... – a olhou em tom de aviso.
Com um sorriso divertido, ela o trouxe para si. – O que foi? Hmm? – indagou beijando seu queixo e jugular.
Ele a afastou olhando-a reprovador. - Odeio quando faz isso – murmurou antes de beijá-la nos lábios.
-Estranho modo de demonstrar, doçura – retrucou observando-o deslizar suas mãos sob sua blusa.
Ele a encarou divertido. – Eu odeio, porque não posso resistir a você - explicou com um sorriso sedutor que fez o coração de Hermione falhar uma batida. Como ela adorava aquelas brincadeiras... Ela poderia ficar nesse joguete por horas, sem ao menos se cansar.
As mãos dele perpassavam sua cintura, subindo devagar. A morena fechou os olhos, estrangulando um gemido enquanto acercava-se mais ao amigo. Uma de suas mãos foi ao encontro de nuca dele e, possessiva e quase agressivamente, puxou seu cabelo, de modo que o fez parar de beijar-lhe o colo. Ela sorriu pícara antes de trazer os lábios de Harry aos seus. Beijando-o com ardor.
Ela o empurrou levemente, fazendo-o deitar-se novamente sobre a cama. Ela “desabotoou” a camisa dele num puxão. – Herms! – se queixou quando viu os botões de sua blusa nova saltarem para lados diversos.
-Eu sei que você adora isso – disse levantando por um momento sua vista aos olhos verdes dele. - Além do mais, eu posso executar aquele feitiço, ficará como nova. Como todas as outras... – disse quase indiferente enquanto observava fixamente o tórax do homem.
O moreno resignou-se. Ela estava certa. “Como sempre” pensou.
Harry gostava quando a amiga estava assim... Ávida, ousada – por mais que a morena, em seu normal, já o fosse. -, indócil, sedenta...
Dava-lhe ganas de perdesse em toda extensão de Hermione, de tê-la instantaneamente. Mas sabia que, naquele momento, ela quem tinha o controle. E isso, mas que qualquer outra coisa, lhe despertava a sensação de que Hermione tinha poderes excepcionais sobre si. Nenhuma outra mulher conseguia tê-lo assim, tão ao seu dispor e tão facilmente. Às vezes, amuado consigo, pensava que era capaz de buscar a lua para dar a Hermione, se assim ela quisesse ou pedisse... “Se assim ela pensasse” ponderou piscando várias vezes.
Oh Sim. Hermione era conhecedora de alguma magia fortíssima que fazia a Harry débil a cada pedido seu... Em realidade, não era apenas uma: Seu olhar. Seus gestos. Seus toques. Seu gosto... Era ela. E sua incrível capacidade de entendê-lo e fazer-se entender com um olhar. Com um sorriso. Com uma feição, gesto ou toque.
“Vai me enlouquecer um dia desses” O moreno disse mentalmente enquanto observava o olhar concentrado da amiga.
Hermione umedeceu os lábios, sentindo-os secos, antes de deslizar a boca pelo torso dele. Harry arfava e ela se volvia quente e cheia de satisfação com a sensação de estar enlouquecendo a ele. Ela se movia lentamente sobre ele enquanto voltava para sua boca e as mãos de Harry acariciavam-na. Capciosa e Incessantemente.
Ela riu quando Harry mudou de posição.
Ele cravou seu olhar no dela, demonstrando que agora era o dono da situação. Hermione mordeu o lábio inferior, observando-o quase como se estivesse hipnotizada. Ela adorava aquele olhar...
E sim... Oh! Ela fazia qualquer coisa quando o via assim. Possessivo, esfomeado, vidrado nela...
Era sua.
Certamente, era muita petulância para somente um casal que apenas não sabia o significado de amar. E, enquanto isso, o tal amor ria com o estranho modo de proteção que aqueles meigos tolos haviam inventado...
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(Continua)
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Não me matem^^.
Beijoks!
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