5 de Outubro de 2000





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Molly Weasley olhava carinhosamente para seu garotinho. Não ele não era mais um garotinho, lembrou-se. Ele já era um homem. Um homem alto, forte e sardento de 20 anos, e hoje era o dia do seu casamento. Não importava quantos anos Ron tivesse, ele sempre seria seu garotinho. O garotinho que ela tinha gerado.

Enquanto Molly o olhava saindo do altar, sua esposa segurando seu braço, não podia deixar de recordar, lágrimas se formando em seus olhos. Lembrou-se da primeira vez que ele disse ‘Te amo, mamãe’, do quão assustado ele ficou quando seus perversos irmãos transformaram seu ursinho de pelúcia em uma aranha. Lembrou-se também de como ela ficou orgulhosa quando ele recebeu o distintivo de monitor.

Ela também podia lembrar muito bem do medo que sentiu quando ele decidiu- contra sua vontade- alistar-se para lutar na guerra contra Você-Sabe-Quem (‘Voldemort!’, disse a si mesma) e seus Comensais da Morte. Ele lutou bravamente, todos eles lutaram. Graças à Deus, sua família não sofrera nenhuma perda. Percy andaria mancando para sempre, mas ele não reclamava, achava que esse era o preço que teria que pagar por ter ficado contra sua família no início da guerra, a qual Harry Potter pôs um fim ao derrotar Voldemort, com a ajuda de Hermione. Ron derrotou Lucius Malfoy (seu filho Draco foi dado como ‘desaparecido’) e Bellatrix Lestrange. Harry seria eternamente grato ao amigo por ter vingado a morte de Sirius.

Molly sacudiu a cabeça, afastando as lembranças. Não era hora para pensar naquilo. Era hora de comemorar o casamento de Ron e Hermione. Molly olhou para sua nora. Ela sempre gostou de Hermione, e passou a gostar mais ainda quando a garota cuidou de Ron quando ele ficou seriamente ferido após lutar com Lucius Malfoy.

“Não, não Molly! Não pense nisso agora.”

Olhou para seu marido e pôde ver uma pequena lágrima caindo de seu olho direito. Arthur segurou sua mão e saíram juntos da igreja bruxa, seguindo Ginny e Harry, agora Sr e Sra Harry Potter.

***

O jantar do casamento foi na Toca, que estava decorada com balões e arranjos de flores brancas e vermelhas. Harry e Ginny também festejaram seu casamento na Toca, porém em tempos mais sombrios. Eles queriam casar antes de Harry sair para enfrentar Voldemort. Agora Ginny estava grávida. Ela e Harry decidiram que se o bebê fosse menino, seu nome seria Sirius, em homenagem ao falecido padrinho de Harry; e se fosse menina, se chamaria Lily, como a mãe de Harry.

Ron e Hermione encontravam-se próximos à lareira. Os recém-casados estavam agradecendo às pessoas pela presença, sem largar a mão um do outro. Eles nunca mais deixariam o outro ir, jamais. Eles lutaram tanto. Ninguém podia entender ou saber o que eles passaram juntos, e com Harry. Todos eles mereciam ser felizes agora, e pretendiam ser.
Arthur Weasley conversava com os pais de Hermione, os Grangers. A Sra Granger chorava baixinho. Seu marido a abraçava pelos ombros.

“Olhe para ela, Arthur, ela está tão linda! Ela está tão linda neste vestido branco.”

Uma lágrima rolou pela sua bochecha.

“Eu lembro de quando ela costumava vestir um vestidinho branco e ‘brincar de casamento’, como ela dizia. O noivo era sempre o ursinho.”

A Sra Granger sorriu, e então franziu o cenho.

“Até... até os cinco anos, você lembra como ela lindinha aos cinco anos, querido? Quando ela completou cinco anos, o ursinho foi deixado de lado, de repente. Ela passou a imaginar que estava casando com um garoto chamado ‘Ronnie’. Ela fazia de conta que o garoto estava ao seu lado, beijando sua mão, enquanto dizia baixinho, ‘Pode beijar a noiva.’

Arthur a escutava atentamente.

“Você disse Ronnie?”

“Sim. Lembro que uma vez perguntei quem era esse Ronnie. Ela disse que era o garoto com quem se casaria um dia. Então pedi para me falar mais sobre ele. Meio relutante, me contou que o garoto tinha cabelos vermelhos e que era muito desajeitado. Também disse que ele queria trabalhar no Ministério, assim como o pai.”

“Bem,” disse o Sr Weasley, pensativo, “parece que a pequena Hermione já sabia o que queria: ela agora é a esposa de um Ronnie de cabelos vermelhos.”

Todos riram. A Sra Granger retomou a palavra.

“Então, já maiorzinha, parece que ela esqueceu esse garoto imaginário e parou de ‘brincar de casamento’...”

Suspirou com as lembranças e procurou por algo na bolsa. Pegou uma velha e amassada foto de Hermione e mostrou ao Sr Weasley.

“Ela tinha cinco anos quando tirou essa foto. Desculpe, é uma foto trouxa, não se move.”

Algo estalou na mente de Arthur e ele olhou para a fotografia com mais ateção. Era estranho como Hermione lhe pareceu familiar aos cinco anos. Ele não a conhecia naquela época, mas mesmo assim ela lhe pareceu familiar. Algumas cenas do Metrô, de um vestido azul, de seus filho aos cinco anos, vieram à sua mente, mas ele não conseguia relacioná-las.

Ouviu alguém lhe chamar. Uma voz que ele conhecia muito bem.

“Pai? Pai! Papai!”

“Papai, eu vou me casar com ela, um dia.”

Arthur assustou-se. De onde veio aquilo?

“Paaaaaai!”

“Sim?” perguntou distraído.

Ron estava parado ao seu lado, muito elegante em suas vestes.

“Pai, o senhor está bem?”

“Sim, sim, Ron,” disse o Sr Weasley, sorrindo, “É apenas a emoção, Ronnie.”

“Venha, o jantar está servido! Venha, quero que o senhor sente ao meu lado, e de Hermione!”

“Posso sentar ali, papai?”

Arthur seguiu Ron até a mesa e viu um presente em uma cadeira próxima. Ele estava embrulhado em um papel azul.

“O senhor viu aquela garota de vestido azul?”

Ron estava ficando preocupado com o estranho comportamento de seu pai. O chamou mais uma vez.

“Pai?”

“Papai,eu vou me casar com ela!” “...garota de azul...” “sentar ao lado da garota de azul...” “casar com a garota de azul...”

“Cabelos castanhos,” pensou Arthur. “Cabelos castanhos e cheios... a garota de vestido azul, no Metrô, tinha cabelos castanhos e cheios. A garota sentada ao lado de Ronald tinha cabelos castanhos e cheios.”

Arthur olhou ao redor e avistou Hermione sorrindo.

“A fotografia...”

“Ela passou a imaginar que estava casando com um garoto chamado ‘Ronnie’.” “o garoto com quem se casaria um dia.” “... o garoto tinha cabelos vermelhos...”

De repente, tudo passou a fazer sentido na mente de Arthur. Virou-se e viu a Sra Granger a um metro de distãncia. Logo estava ao seu lado.

“Sra Granger,” chamou eufórico, “Sra Granger!”

“Sim?”

“Er... Posso pegar a foto da Hermione emprestada por um minuto, por favor?”

“Claro,” respondeu, estendendo-lhe a fotografia, “Mas por que você...”

Ela não terminou a frase. O Sr Weasley já estava falando novamente com seu filho.

“Ron!” chamou. “Ron!”

“Diga, pai?”

Por um instante, Arthur viu seu filho aos cinco anos, parado à sua frente. Afastou as lembranças e entregou a foto à Ron, que a olhou curioso.

“Hey,” disse, “Eu a conheço!”

Olhou para a foto incrédulo

“É a Hermione, não é?”

Arthur não respondeu.

“Eu a conheço. Quero dizer, claro que a conheço, Hermione é minha... esposa.”

Sorriu.

“Minha esposa!” pensou, orgulhoso. Então disse, “Mas, eu já a vi... antes. Eu a vi quando ela era assim.”

Arthur confirmou, com um aceno de cabeça.

“Não quando nem onde, mas eu sei... que já a vi antes.”

A mente de Ron foi invadida com lembranças: uma garotinha de vestido azul, com cabelos castanhos e cheios. Um metrô...

“Você a conheceu,” disse Arthur.

“Quando? Onde?”

“Quando você tinha cinco anos, no Metrô Trouxa.”

Ron o olhou incrédulo, mas logo sorriu.

“É, agora eu me lembro. Eu não a havia reconhecido, até esta noite... Até ver esta foto... Como pude NÃO reconhecê-la? Eu a conheço a nove anos.”

“Ela era uma lembrança de criança. Algo que você esqueceu, mas ficou em algum lugar de sua mente. Lembra o que você me disse quando a viu, naquele dia?”

Ron pensou por um instante, então baixou a cabeça, ainda sorrindo.

“Eu disse que ia casar com ela.”

“Sim.”

Ron olhou ao redor e sorriu para hermione. A chamou.

“Ione?”

Ela se aproximou e o beijou, enquanto Arthur se afastava, procurando por sua esposa para lhe contar toda a história.

“Diga, Sr Weasley?” disse hermione.

“Por favor, me chame de Ronnie, Sra Weasley”.

Hermione o olhou surpresa. Ron lhe entregou a foto.

“Você acreditaria, Hermione, se eu lhe dissesse que um dia, quando nós tínhamos cinco anos, nos encontramos no Metrô?”

Hermione inclinou a cabeça, pensativa. Ron manteve o contato visual e, segurando as mãos da esposa, a puxou para mais perto e disse, “lembra, Hermione, de um garotinho ruivo e desajeitado que não tinha idéia do que queria fazer da vida?”

Hermione fitou o marido, concordando lentamente com a cabeça, as lágrimas rolando por suas bochechas.

“Depois de te ver pela primeira vez, aquele garoto soube o que queria fazer: casar com você. Ele até falou isso para o pai. Uns seis anos depois, quando o garoto, já não tão pequeno, te viu pela segunda vez na vida – embora nem lembrasse de já ter te visto – ele soube que não queria apenas que você fosse sua esposa, mas também queria te beijar e te fazer rir e te fazer feliz para sempre. Casando com você hoje, o garoto realizou seus sonhos”.

“Era você. É você,” Hermione gaguejou.

“Sou eu, Ione.”

“Por que você está me chamando de ‘Ione’?”

“Porque quando você me disse seu nome naquele dia, quinze anos atrás, eu só ouvi o final dele: Ione”.

“Você é o Ronnie? Você é o Ronnie!” afirmou. “Como... Por que eu não lembrei de você, por que...”

“Isso não importa agora. Tudo o que importa é que nós nos encontramos novamente.”

“Eu pensei que seu nome fosse Ronnie, porque ouvi seu pai o chamando assim.” Então adicionou. “Quando eu era pequena, fingia que estava casando com você, toda vez que me sentia só. Isso acontecia com muita freqüência. Casei demais com você.”

Ela ria e chorava ao mesmo tempo.

“Você fingia que estava casando comigo?”

“Sim”.

“Por que?”

Seu lábio tremeu, quando admitiu em um suspiro, “Porque eu me apaixonei por você.”

“Você já era bem mandona naquele tempo, sabia? Fiquei à beira das lágrimas quando caí do meu banco.”

“Mas foi muita estupidez sua, não se segurar,” sussurrou, o olhando com ternura.

“Por que você está sempre certa?” Segurou seu queixo e beijando-a suavemente, disse, “Naquele dia eu também me apaixonei por você. Eu disse ao meu pai que queria casar com você.”

A beijou no rosto e limpou as lágrimas com o polegar.

“Eu te amo, Ione Weasley.”

“Eu te amo, Ronnie.”

“E eu prometo que, mesmo que a gente só se case uma vez, você nunca mais se sentirá só.”

“Eu sei.”

“Mas Hermione, me prometa uma coisa...”

“O que você quiser, Ronnie.”

“Ione... nunca mais me faça ler Hogwarts, Uma História.”, disse, rindo divertido.

Ela riu também e beijou seu marido de toda a vida com todo o amor e paixão que possuía.


Hello people!!
Sorry pela demora na atualização... final de semestre é podre... e é o último semestre da facul, o que piora tudo; além das provas e trabalhos, ainda tem tcc, coisas da formatura pra resolver, e procura pós, concurso... aff, tô pra pirar o cabeçote!! rsrs

Espero que tenham gostado dessa 2ª parte.

Beijos e até a próxima!!

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