Reencontro



Snape voltou à casa dos Gaunt mais feliz do que saíra, o que fez Draco perceber que a primeira parte do plano correra bem.
-Ocorreu tudo certo? – indagou Draco apenas para confirmar.
-Tudo, agora precisamos ir avisar o Lord das Trevas da data e hora. Vai ser dia primeiro de agosto, às sete horas da noite.
-Certo, vamos agora?
-Sim, é melhor. Antes que ele comece a se irritar com nossa demora. Vamos então?
Draco levantou-se e dirigiu-se com Snape para fora da casa e aparataram, na porta da casa dos Riddle.
Bateram à porta e Rabicho abiu-a.
-Ah, olá Severo, Draco!
-Rabicho, queremos falar com o Lord das Trevas, diga que temos boas notícias – nem olhou para Rabicho, como se o desprezasse profundamente.
Rabicho afastou-se deixando-os entrar e pediu que o seguisse até um outro aposento no segundo andar.
-Esperem aqui – Rabicho entrou na sala.
Alguns segundos depois ele voltou abrindo a porta e mandando-os entrar.
Voldemort estava parado, olhando para o cemitério novamente, como se vasculhasse alguma coisa lá. Virou-se e viu Draco e Snape parados, que fizeram um reverencia a ele.
-Milorde! Temos boas notícias! – exclamou Snape.
-Ora, ora – Voldemort usava seu tom sarcástico, e fez com que Snape cerrasse as mãos para segurar a fúria – e quais seriam?
-Descobrimos uma fraqueza sentimental dele, e mais – interpôs Draco percebendo as mãos de Severo se fechando – descobrimos também um acontecimento no qual o senhor poderá por em prática o seu plano.
- Muito bem! – dessa vez Voldemort parecia realmente contente – e o que é? E quando seria esse evento?
- Potter tem uma relação com Gina Weasley, milorde – Snape se recuperara e falava agora – uma traidora do sangue....
-Eu sei o que os Weasleys são Severo – Voldemort interpôs – não precisa me lembrar disso, continue mais objetivo.
-Claro Milorde, me perdoe – Snape parecia prestes a amaldiçoar Voldemort, mas se esforçou ao máximo para se controlar – o irmão da sardentinha irá casar, dia primeiro de agosto às sete horas da noite, e Potter irá.
- Vocês tem certeza disso? – Voldemort mirava seus olhos vermelhos e penetrantes em cada um, tentando usar a Legilimência.
-Sim milorde – Draco falava agora – lançamos um Imperius no tio de Potter, e arrancamos essas informações dele.
-Ah, muito bom! Devo dizer parabéns, agora a partir daqui eu cuido. Mas antes que vão, como recompensa darei a você Draco o direito de ir junto com Severo, Bellatriz, Narcisa, sua mãe imprestável, e outros comensais a Azkaban para libertar seu pai e outros.
Draco teve que usar toda sua determinação para não pular em Voldemort, queria estrangula-lo ali por falar de sua mãe assim, mas ele sabia que ele o estava testando, por isso com um esforço sobrenatural, apenas disse:
-Obrigado, milorde.
-Mas quando faremos isso, senhor? – perguntou Snape.
-Ah, agora mesmo. Só chamarei alguns outros, Severo?
Snape já sabia, estendeu seu braço esquerdo e levantou a manga de sua capa, a Marca Negra foi apertada pela varinha de Voldemort. Alguns minutos de silêncio, então mais oito comensais aparataram bem a frente do Lord das Trevas.
-Os demais não vieram, porque eu já os havia avisado. Agora, vocês, estarão indo para Azkaban para libertar nossos companheiros, há vários aurores do Ministério lá, já que os dementadores estão do nosso lado, então não ousem falhar! – bradou essas últimas palavras com um tom que deixou muitos comensais arrepiarem – Após os libertarem, tragam todos aqui, para que possam ser castigados por Lord Voldemort! Agora vão!
Todos saíram sem dizer nenhuma palavra. Snape puxou Draco e lhe falou:
-Você não vai conseguir aparatar em Azkaban, você não conhece lá, não é?
-É, mas posso fazer aparatação acompanhado com você, não posso?
-Claro, pode sim, justamente isso que ia lhe falar. Mas só para te situar e caso precise fugir, Azkaban fica numa ilha do Mar do Norte.
-Uhm, certo. Mas porque fugiria, você não está planejando alguma coisa, está Snape?
-Não, claro que não. Mas os aurores podem acabar nos surpreendendo, e é bom você saber caso precise fugir, se algum auror tentar mata-lo, e eu ver, terei que salva-lo, ou então dar a minha vida no seu lugar devido ao Voto, se não fizer eu morro, e isso não seria nada bom para o nosso plano.
Draco sabia que ele estava falando a verdade, mas também não pode deixar de perceber como o seu ex-professor se importava com ele.
-Agora – continuou Snape – seu pai não pode sequer sonhar que estamos do lado do bem, você sabe, não?
Draco confirmou com a cabeça.
-Portanto, nada de mencionar alguma coisa a ele. E nem de deixar de azara-lo se for preciso em algum momento.
Malfoy ficou analisando a situação, e depois acenou afirmativamente com a cabeça.
-Vamos então.
Eles se juntaram aos outros comensais, e Belatriz falava, enquanto todos colocavam as mácaras.
-....Então, vai ser isso, não errem, estuporem todos os aurores, qualquer coisa mate a todos. Vamos.
Os demais comensais se reuniram em um círculo e aparataram, Snape e Draco lado a lado.
Apareceram na encosta da ilha, pegando aurores desprevinidos, lampejos vermelhos, pratas, e verdes, começaram a voar em toda a direção, e os comensais bradavam:
-Estupefaça! Avada Kedavra!
Em defesa, os aurores aparatavam e dasaparatavam rapidamente para fugir dos feitiços e exclamavam:
-Estupefaça! Incarcerous!
A luta estaria igual, se não fosse pela desvantagem do número de aurores, que logo caíram, uns mortos, outros estuporados, e a voz fria de Belatriz soou:
-Snape, Draco! Vamos nós três para dentro da fortaleza! Narcisa, Crabbe, Goyle, comandem os demais comensais aqui, e nos cubram, cuidado com as costas, pode chegar reforços.
Snape, Draco e Bellatriz começaram a caminhar, circularam uma pedra enorme, e Draco teve sua primeira visão de Azkaban.
Era uma construção enorme, as paredes possuíam mais de quinze metros de altura, havia pouquíssimas janelas e uma só porta.
-Snape, passe correndo pela porta para atrair a atenção deles, lance um Bombarda ao fazer isso.
Severo que não gostava de receber ordens, porém, seguiu-as à risca. Correu pela frente da porta:
-Bombarda!
A porta se escancarou, vários aurores saíram correndo perseguindo a sombra de Snape e lançando feitiços, deixando às costas para Bellatriz e Draco, imobilizaram todos eles em pouco tempo.
-Vamos! – dessa vez foi Snape que ordenou.
Eles entraram. A aparência de dentro era muito pior que de fora, paredes em que se viam marcas de arranhões humanos que mostravam agonia, sujas de lodo.
Mas parecia melhor do que haviam contado a Draco, isso decorria da ausência dos dementadores.
Os três se dividiram e foram arrombando as portas. Mascarados, Lucius não reconheceu Draco quando este o soltou, e ele não poderia retirar a máscara, tinham que ser rápidos, a qualquer momento, mais aurores poderiam chegar.
As celas foram se esvaziando uma a uma. Todas pareciam abrigar comensais da morte, que saiam e iam se juntar aos que promoveram a soltura deles.
Após terem esvaziado as celas, correram para fora da fortaleza, se encontrando com os demais.
-Nenhum reforço veio? – perguntou Bellatriz.
-Não - a voz arrastada de Goyle respondera.
-Ótimo, vamos então – e olhando para os comensais recém soltos – aparatem nas terras da casa do Lord das Trevas.
Assim todos fizeram, nenhum ousou aparatar para outro local e sofrer ainda mais a ira de Voldemort. Draco estava receoso pelo castigo que seu pai levaria, e este ainda não sabia que ele havia se tornado um comensal.
Voldemort começou a chamar um por um dos comensais para dentro do aposento em que estava. Cada um saía com uma expressão de dor no rosto, mas não falavam nada, até que a voz de Voldemort soou fria e aguda:
-Lucius Malfoy!
Lucius se adiantou para o aposento, Narcisa e Draco se remexeram, sabiam que o que estava por vir não era, nem de longe bom.
Ao passar pela porta Malfoy a fechou.
-Então, Lucius? – Voldemort falava como se estivesse discutindo um jogo de Quadribol – falhou em uma missão de extrema importância, hein?
-Milorde! – Malfoy ajoelhara-se aos pés dele, beijando-os – me perdoe, meu senhor! Dumbledore chegou, e não tivemos tempo de escapar!
-Quem disse que estou falando da falha de você escapar ou não? Estou bravo por não ter trazido a profecia.
-Claro, milorde, fui muito obtuso a falar aquilo!
-E como foi – Voldemort soltara uma gargalhada fria – e não é a primeira vez, não? Primeiro aquele diário destruído, imagino que você não saiba o que ele significava, e nem saberá.
-Com certeza, só saberei se Milorde algum dia me contar – Lucius agora tremia ajoelhado.
-Agora vamos ao seu castigo. Seu filho, Draco, se tornou um comensal.
-Sério! Que bom! – na verdade Malfoy ficou perplexo, afinal ele tinha apenas dezessete anos agora.
-Sim, é verdade, mas não minta para o Lord Voldemort! Sei que não está contente com essa notícia. Mas, seu filho tem se mostrado mais eficiente que o pai e mãe juntos, sabe o que ele conseguiu, com uma pequena ajuda de Severo no fim?
-Não imagino, milorde.
-Matou Dumbledore!
Lucius ficou sem expressão, parecia não compreender, seu filho matara Dumbledore?
-Sim, sim, sim – Voldemort vira a mente de Lucius – era a tarefa dele, mas na hora, Severo que teve que mata-lo, mas até nesse ponto, foi tudo obra de seu filho. Mas agora chega – apontou a varinha para Lucius – vai ser dupla, afinal é seu segundo grande erro! Crucio!Crucio!
A dor invadiu o corpo inteiro de Malfoy, ele caiu estatelado no chão, gritando, berrando, e Voldemort não se apiedava, um minuto de dor, dois, e por fim três minutos.
Lucius ofegava no chão, sem forças para se levantar.
-Vamos Malfoy, saia agora! – bradou Voldemort.
Com extremo esforço, Lucius se arrastou até a porta e saiu. Então foi amparado por Narcisa e Draco agora sem as máscaras.
-Draco – começou Lucius – por que? – ele falava muito baixo para que ninguém pudesse ouvi-lo – na verdade, estou orgulhoso de você, mas triste, acho que deveria ter esperado um pouco mais para se tornar um de nós.
-Ele não devia ter se tornado! – exclamou Narcisa – ele é o nosso único filho, Lucius! O sofrimento que ele passou!
-Mas está servindo o Lord das Trevas agora!
Draco estava ainda mudo, segurando sua raiva de Voldemort, depois de ouvir os gritos de seu pai, por fim disse:
-Está tudo bem. Preciso ir agora.
Sem dizer mais nada, saiu a procura de Severo, este percebeu o estado em que Draco estava e saíram logo, aparatando na casa dos Gaunt.

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