O plano de Draco
Draco e Snape não foram chamados por Voldemort durante aquela semana para saber do andamento da missão, mas eles sabiam que não poderiam demorar, porque o casamento poderia passar deixando o Lord das Trevas furioso.
É claro que não era fácil criar um plano que desse certo sem ninguém descobrir. Eles jogavam para os dois lados, e nem Harry e nem Voldemort podiam saber disso, Dumbledore fizera questão de tornar essa circunstância bem clara.
Naquela manhã de quinta-feira, após uma semana e meia de discussão de planos, um mais possível de dar errado do que o outro, ambos levantaram desanimados. Na verdade Snape nem dormira, o que o deixou mais parecido com um morcego. Draco entrara na sala , um sorriso no rosto.
-Snape – Draco o chamara.
-Sim Draco.
-Estive pensando em um modo de descobrir quando vai ser o casamento do irmão da sardentinha e como avisar Potter.
-Sério? Como? – Snape parecia impressionado, ele tinha tido algumas idéias durante a noite, mas não eram muito boas.
-Precisamos simplesmente de enfeitiçar um dos tios dele, com um Imperius, e faze-lo perguntar a Harry, discretamente, depois fazemos com que saia da casa e nos conte e então libertamos quem for, da maldição.
-Mas com avisamos Potter? – Snape estava analisando o plano.
-Aí foi mais difícil de pensar, mas sem nos denunciar,só vi uma chance. Tinha pensando em enviar uma carta anônima, mas ele não vai acreditar, é burro mas acho que nem tanto, seria muito arriscado. Então me lembrei do meu antigo elfo doméstico, o Dobby, que Potter fez com que nós o libertássemos. Ele tentou avisar e ajudar o Potter quando ainda era meu elfo, não vai ser agora que recusará.
-Uhm, certo – Snape parecia realmente estar gostando do plano – Mas como que vamos avisar Dobby?
-Eu tinha pensado em uma carta anônima, mas não sei se é muito seguro, ele pode não acreditar. Então pensei em uma carta sim, mas não anônima, uma carta em que eu confidenciasse o plano. Mandava um presente junto para ele, o aniversário dele foi na ultima quinta se não me engano, é claro que nunca mando presentes, mas mandaria esse, dizendo assim: Dobby, vou te dar o melhor presente de aniversário, vou matar Harry Potter e seus amigos... . E aí coloco o dia do casamento.
-Mas Dobby pode avisar antes, e ainda dizer que foi você que enviou a carta. Potter poderá dar com a língua nos dentes e falar para algum comensal em uma oportunidade e acabar com o nosso plano principal.
-É verdade, não tinha pensado nisso. Mas posso mandar a carta anônima então, mesmo isso sendo arriscado a Dobby não acreditar, mas quanto a hora...
-Já sei – Snape exclamou, mas sem alterar a voz, não era seu costume mostrar felicidade – é arriscado, mas é o único jeito, no que me parece, de dar certo. Além de descobrirmos o dia, vemos também a hora do casamento, e na hora que a cerimônia for começar, mandamos a carta a Dobby, levará o tempo certo para esse a ler e aparatar onde Potter estiver e dar o aviso, até que os comensais sejam mandados para lá. O que acha?
-É – respondeu Draco, que não parecia acreditar que daria certo – é a nossa única chance sem sermos desmascarados. Vamos tentar, mas se por um acaso Dobby não avisar?
-Potter não sofrerá nada, tenho certeza, ele irá escapar vivo, não sei quanto aos outros, se ocorrer alguma coisa muito além dos limites nós aparecemos lá e mandamos os comensais embora, dizendo que o Lord das Trevas quer que eles se retirem, só que então seremos descobertos, e passaremos para o lado do bem sem sermos espiões.
-Tem que ter um jeito de fazer Dobby acreditar completamente.
-Ele sabe que seu pai está em Azkaban, Draco?
Quando Draco olhou para Snape a fim de responder, tinha no olhar uma expressão de fúria reprimida.
-Acho que sabe, mas....
-Exatamente. Com o Lord das Trevas solto assim, ele pode ter simplesmente libertado seu pai...
-E Dobby não terá tempo de confirmar se meu pai foi ou não solto. Ele não se arriscaria a perder tempo, ainda mais sabendo que ele é um comensal, ele irá ao Potter sem pensar duas vezes, com receio de acontecer o pior...
-E quando Potter souber que foi Lucius que mandou a carta, ele irá desconfiar na hora, mas vai preferir não arriscar a vida dos outros, sendo um heróizinho como sempre se achou.
-Mas e quando ele descobrir que meu pai ainda está em Azkaban?
-Bom isso não importa, Dobby mostrará a carta a ele, e verá o nome de seu pai assinado, ele saberá que alguém o ajudou, mas não se importara, verdadeiramente, com quem seja.
-Então? – disse Draco esperançoso – será esse o plano?
-Vamos analisa-lo mais um pouco para não tomarmos nenhuma decisão precipitada, mas não vejo o porque não. Parabéns Draco!
Draco corou e disse:
-E, se concordarmos em dar seqüência ao plano, quando iremos executar a primeira parte?
-Acredito que o fim de semana é uma boa data.
-Por mim tudo bem. Agora, mudando de assunto, Snape, alguém da Ordem, sabe que estamos do lado deles?
Snape olhou Draco, aquele olhar penetrante.
-Sinceramente eu não sei. Dumbledore deve ter cuidado disso pessoalmente, mas acredito que pelo menos alguém desconfie, mesmo havendo tantas evidências contra nós.
-E se em algum momento, estivermos em ação e os membros da Ordem também, e eles não sabendo de nada nos, bem... matassem? – a voz de Draco tinha um pouco de medo.
-Eu duvido que nos mataria, não, talvez apenas o Potter, porque ele não pensa, eles iam querer extrair tudo que sabemos do Lord das Trevas. Mas mesmo assim, se tivermos que morrer, morreremos.
Draco apenas concordou com a cabeça.
*****
Harry se sentia grato por passar uma semana sem ver nem ouvir muito os Dursleys. Agora faltavam duas semanas para a sua maioridade, e para o casamento e consequentemente para rever Gina, as cartas já não estavam o saciando.
Naquele domingo, seus tios estavam como de costume, assistindo programas da televisão, e Duda, é claro, comia em frente a ela. Harry desceu as escadas e pensando em passar o tempo tentou se aproximar da TV e também assistir, mesmo que achasse tudo aquilo uma completa besteira. Quando Valter o viu, rosnou de sua poltrona:
-O que você está fazendo aqui, moleque?
-Pensei em passar um pouco o tempo assistindo, essas, essas coisas, tio.
-O que? Nesse seu mundinho não tem isso é? Depois ainda se julgam melhores!
Harry sabia que ele estava o provocando, o melhor passatempo dele era, aos domingos provoca-lo e dar um bom sermão nele. Duda que adorava assistir a tudo isso, desgrudou os olhos da TV, olhando para os dois na esperança de ver seu pai gritar com Harry.
-Tio, não sei se o senhor sabe, ou percebeu, mas eu posso, mesmo ainda sendo menor, usar isso – e tirou a varinha do bolso, guardando-a rapidamente.
A expressão de Valter passou de prazerosa para amedrontada, Duda voltou seu olhar para a televisão, colocando a mão discretamente no traseiro, mas Petúnia disse:
-Você não ia usar isso contra nós!
-Não acho que não, a menos que me dêem motivos suficientes, como caçoar de meus pais, como sempre faziam, e não é isso que ia fazer, tio?
Harry sabia que não era, mas estava gostando muito de ver o medo percorrer cada centímetro do rosto do tio.
-Claro que não! – bradou ele em um tom que esperava ser convincente, e a campainha tocara.
Harry já ia se dirigir a ela para atender, quando Valter interrompeu:
-Eu vou.
“Nada mal”, pensou Harry. Valter voltou nem havia passado um minuto, resmungando em tom mal-humorado.
-Essas pessoas que não tem nada para fazer! Ficam tocando a campainha e saem correndo! – então voltou-se para Harry que estava para se sentar ao chão – Sente-se aqui – ele apontou para uma poltrona vazia.
Harry não acreditara no que ouvira. Será que causara tanto medo assim em tio Valter? Petúnia fez cara de enterro e Duda foi o mais longe possível de Harry, resmungando:
-O que deu em papai? Na última vez que isso....
Mas ele se sentou, ainda observando seu tio, que milagrosamente desligou a TV, e os protestos de Duda começaram.
-Pai! Eu quero ver! Agora!
-Fica quieto, Duda, eu quero conversar com o seu primo.
Duda boquiabriu-se, Petúnia deixou seu braço escorregar involuntariamente pelo sofá. Harry olhava incrédulo.
-Estive pensando, Harry – seu tom de voz era educado, muito diferente do que usava para falar com ele sempre – quando você completar a maioridade, disse que vai sair daqui, mas você tem para onde ir?
Harry estava abobado com a pergunta, ele nunca sonhara que falaria assim com seu tio e que ele iria preocupar-se assim com com o seu estado.
-Tenho sim tio – tentando deixar a voz o mais educada possível, escondendo a adimiração – mas, aí tem uma coisa que queria falar com o senhor.
-Pois então diga, Harry.
Ele juraria que estava sonhando se não fosse os beliscos que ele estava se dando sem que ninguém percebesse. Petúnia e Duda pareciam que tinham engolido um sapo vivo.
-É que eu completo a maioridade dia 31 de julho, e como tenho um compromisso dia primeiro de agosto, pensei se não podia ficar mais esse dia, só para evitar mais viagens.
Agora ele pensava se tudo isso era medo que usasse a varinha.
-Por mim tudo bem, o que você acha, Petúnia?
Ela não conseguiu falar, portanto:
-Então, está decidido, você pode ficar – bradou Valter como se fosse uma ótima notícia para todos – mas, eu posso saber que compromisso é esse, que o vai prender mais um dia aqui?
-Ah, claro – Harry não ousava acreditar no que estava acontecendo – é o casamento de um amigo, filho do Sr.Weasley, que vai ser realizado nesse dia, às sete da noite.
-Daquele simpático senhor que o veio buscar uma vez aqui para a Copa Mundial de... de seu esporte?
Não, já era demais, isso estava estrapolando tudo, Harry ficou balançando a cabeça afirmativamente sem se dar conta disso.
-Bom, vou tomar um ar fresco – e com isso Valter se levantou e foi em direção a porta.
Saiu para um crepúsculo bonito que manchava as casas idênticas da Rua dos Alfeneiros de uma cor vermelha escuro, escondendo um homem de capa preta que apontou a varinha para Valter e depois desapareceu.
Como se acordasse de um sono profundo, Valter entrou de volta em casa, indo para a sala, onde todos ainda se encontravam.
-Essas pessoas que não tem nada para fazer! Ficam tocando a campainha e saem correndo!
Todos olharam espantados para Valter, a campainha tocara já havia um certo tempo. E agora ele tinha ido tomar ar fresco. Como ele estava de bom humor com Harry, ele arriscou perguntar:
-Tio, mas a campainha....
Ele se voltou para Harry, o vendo sentado confortavelmente na poltrona.
-O que você está fazendo aí moleque? Quem disse que pode ficar assim? E quem desligou a TV?
Petúnia e Duda pareceram se alegrar e até se esqueceram do súbito esquecimento de Valter, Harry pulou da cadeira, acreditando que tudo aquilo fora uma piada de mau-gosto.
Ele subiu as escadas rapidamente, pensado o que levara o seu tio a fazer isso. Já no seu quarto, atirou-se na cama e pensou que pelo menos poderia ficar um dia a mais ali, para evitar duas viagens, mesmo que não fosse muito necessário, já que podia aparatar, mas pelo menos garantia a segurança de seus tios.
As duas semanas seguintes se passaram tranqüilas, e agora era dia trinta de julho, véspera do aniversário de Harry, ele já havia recebido vários presentes, mas o que mais queria era compartilhar esse momento com Gina, queria ela ali, até agora não tinha mandado nenhum cartão de feliz aniversário para ele, que já começava a se zangar.
Até agora a herança de Dumbledore não chegara, estava curioso para ver aquela lembrança que ainda não conhecia.
Decidira que ficaria acordado até a meia-noite para ver-se atingir a maioridade. Olhava o relógio agora.
-Faltam dez segundos, nove, oito, sete....
Não sabia porque, mas tinha uma estranha impressão de que esse aniversário ia ser diferente de todos os outros que já havia tido.
-Seis, cinco, quatro, três, dois, um.... Feliz aniversário!
Mas então um estampido muito alto, devido ao silêncio da noite, ecoou pelo seu quarto, que agora estava sem proteção nenhuma, como ele. E nas sombras projetadas pela luz da Lua, alguém havia acabado de aparatar ali, e ele não consegui ver quem era, e ainda escondido pela sombra, a voz soou:
-Feliz aniversário, Harry Potter!
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Esse eu demorei mais para atualizar, mas já tenho mais dois capitulos prontos, mas vo esperar para coloca-los, espero que gostem! E obrigado pelos comentários.
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