O testamento de Alvo Dumbledor



A semana seguinte passou normalmente, sem nenhum sonho com Voldemort, sem nenhum ataque de comensais. Apenas cartas de Gina, que Harry respondia e as guardava embaixo do travesseiro. Ele estava ansioso para completar a maioridade, e poder sair logo dali, praticar feitiços mais a vontade, para poder se tornar mais poderoso e ter alguma chance contra Voldemort.
Ele pensara muito em R.A.B., Gina falara que as iniciais eram familiares para ela, mas ele não via onde ela poderia ter visto. A outra abreviatura HS, da carta misteriosa, também estava lhe causando dor de cabeça. Quem seria? Pensou em várias pessoas, mas nenhuma tinha nome com essas iniciais. Por fim decidiu-se que precisaria de ajuda para resolver esse problema e o tirou da cabeça.
Começou a se preocupar com a ida ao Ministério, como iria? Ele só conhecia uma entrada, e ela dava ao mundo dos trouxas, se aparatasse iria causar grande susto aos trouxas que o vissem aparecer do nada.
Depois de pensar bastante, ele decidiu aparatar no Caldeirão Furado e perguntar a Tom, o dono do bar, o caminho até lá.
Acordou no sábado um pouco mais cedo do que o normal. Desceu para a cozinha, fez seu próprio café e já estava terminando quando sua tia apareceu:
-O que você está fazendo? – ela perguntou rispidamente.
-Tomando o café da manhã, tenho que ir ao Ministério da....uhm...você sabe.
-Ah – Petúnia se sentiu aliviada dele não ter mencionado aquela palavra, pois bem no momento o leiteiro entregava o leite – Certo então.
Harry levantou, e lavou o prato e xícara que havia sujado, foi para seu quarto e se trocou. Não tinha roupas trouxas descentes, então colocou roupas bruxas mesmo, mas escondeu com um suéter Weasley.
Eram nove horas quando avisou a tia que estava indo, e não sabia quando voltaria. Concentrou-se no interior do Caldeirão Furado, e um segundo depois estava lá de pé.
-Olá Sr. Potter, que prazer em vê-lo. – Tom falara.
Harry observou que o bar, antes cheio agora estava vazio, poucos bruxos nele.
-Oi Tom, movimento fraco, hein?
-Ah, Sr. Potter, desde que Você-sabe-quem voltou só tem diminuído o numero de bruxos que vem aqui, ainda mais depois da morte de Dumbledore, foi Snape mesmo?
-Sim, foi ele, mas era Draco Malfoy que tinha que fazer, mas acabou sendo Snape.
-Muito triste, e Dumbledore confiava tanto em Severo, e este o traiu.
-E como confiava. Falando em Dumbledore, você sabe onde é a entrada para o Ministério da Magia, Tom? O testamento dele vai ser lido, e dizem que ele pediu que eu comparecesse.
-Sei sim senhor, apenas siga essa rua para a direita, quatro quarteirões, e então vire a esquerda e ande mais quatro, você dará com a cabine telefônica.
-OK Tom, muito obrigado. Ah – lembrando-se do Beco Diagonal – já encontraram o Sr. Olivaras e o Florean?
-Por nada – e fez uma reverencia abrindo a porta para Harry passar – Não ainda não encontraram, e se quer saber a minha opinião, foi Você-sabe-quem que pegou o Olivaras, já o Fortescue eu acho que fugiu mesmo – fez um aceno de despedida a ele.
Harry caminhou sem problemas, seguindo as orientações de Tom, e em dez minutos achou a cabine, entrou e digitou os números 6-2-4-4-2.
A voz já conhecida de Harry, perguntou o nome e a razão de sua visita.
-Harry Potter, leitura do testamento de Dumbledore.
Imediatamente um crachá saiu pelo local onde se coloca normalmente as moedas, e Harry o prendeu no peito, começando a descer.
Saiu no saguão, indo em direção ao bruxo que olharia a varinha dele, já não era mais preciso deixa-la lá, devido aos tempos atuais. A estatua da fonte, havia sido reconstruída, e Harry viu que havia muitas moedas, como antes em seu fundo.
Agora que estava ali, ele pensou em uma coisa que ainda não lhe ocorrera, onde seria a leitura? Moody não o avisara, mas dissera que estaria ali para dar mais informações, no entanto faltavam apenas dez minutos para as dez e ele não estava ali.
Foi como se respondesse os pensamentos de Harry, Moody acabava de descer pela cabine e foi em direção a ele:
-Olá Harry, nenhum problema na viagem?
-Oi Moody, não, nenhum.
-Os outros estão vindo. Já devem estar chegando, é olhem eles aí.
Pela mesma cabine, saíram Lupin e Tonks, os dois andando de mão dadas foram até onde estavam cumprimentando-os animadamente.
-E aí Harry, beleza? Como vai Moody? – Tonks estava com os cabelos roxos.
-Harry? Moody? – Lupin parecia cansado, porém animado – Harry preciso falar com você, é sobre a Ordem da Fênix.
-Certo – disse Harry- o que tem? Eu disse que podem continuar usando a antiga casa de Sirius como base, e aproveitando, eu vou me mudar para lá quando completar a maioridade, quero dizer, vou deixar minhas coisas lá.
-Por que deixar? – Lupin perguntara.
-Não quero falar nisso agora Lupin, quando estiver na hora eu contarei, mas o que é?
-Dumbledore era o Fiel do Segredo da Ordem, mas ele morreu, e o feitiço foi desfeito, precisamos de um novo, e como a casa é sua, decidimos que você seria, se não tiver objeções.
Harry ficou pensando um pouco, não via nenhuma razão para não ser o Fiel, mas lembou-se:
-E se Voldemort me fizer dizer?
-Ah, Harry, todos corremos esse risco – disse Lupin.
-É, você está certo. Bom, então, tudo bem, eu aceito.
-OK – Lupin voltara animar-se – então quando sairmos daqui melhor irmos para a sede e fazermos o feitiço.
-Por mim tudo bem.
-Vamos então, ou nos atrasaremos – lembrou Tonks.
-Sim vamos – Moody completou.
Ele abiu caminho até o elevador, todos entraram e eles desceram até uma sala, que Harry conhecia, era a do seu julgamento.
Rufus Scrimgeour estava parado perto da cadeira mais alta, e ao avistar Harry, foi em sua direção:
-Olá Harry – disse sorrindo – como vai?
-Tudo bem Ministro, e o senhor?
-Tirando o caos no mundo bruxo, tudo OK. Lupin, Tonks, Moody, queiram se acomodar – apontou as cadeiras – quero conversar com Harry.
Lupin vez objeção de interferir, porem Harry acenou com a cabeça que podiam ir. Ficaram então sozinhos, enquanto os outros sentavam-se.
-Ministro, se o senhor veio me pedir para que eu dê uma entrevista, ou apóie o Ministério, pode ir esquecendo.
-Harry, por que não? Nós podemos vencer juntos.
-Vencer? O senhor nem sabe o que está enfrentado, sabe pela metade, desculpe senhor, mas não.
Sem saber o que falar Rufus começou a se afastar:
-Uhm, OK então Harry. Sente-se, vamos começar a leitura.
Mas foi a vez de Hagrid aparecer e abraça-lo, quase quebrou as costelas de Harry.
-Oi Hagrid!
-Olá Harry, como vão as coisas com todo mundo? Voltou com Gina?
-Tudo bem, voltei sim, e com você?
-Tudo também, eu esperava vê-lo aqui hoje, é triste, Dumbleodre – e começou a querer chorar – grande homem, o Dumbledore. Vamos, vamos.
Harry dirigiu-se a uma cadeira, ao lado de Lupin. Além deles, Minerva McGonagall estava lá, e acenou a ele que retribuiu, também comparecia um bruxo que ele não sabia quem era, tinha uma barba não tão longa quanto a de Dumbledore, mas tinha o mesmo tom prateado, a aparência do rosto, especialmente o nariz era muito parecido com o do ex-diretor.
-Será uma leitura rápida – disse Rufus – Dumbledore não tinha costume de complicar as coisas – abriu o papel.
Ao contrário dos testamento trouxas que são lidos, esse começou a falar, com uma imagem de Dumbledore colorida, não como um fantasma, que apareceu em tamanho real na sala, e a voz dele ecoou por toda a sala, dando uma agradável sensação em Harry que escutou Minerva assoar o nariz.

“A Hogwarts, deixo meus livros, que retratam o meu conhecimento, junto com o meu quadro que espero que seja útil. Ao meu irmão Aberforth deixo minha casa, que não a visito há alguns anos, mas está em boas condições. Meu ouro deixo a Hogwarts também, para que ele possa servir como ajuda àqueles que precisarem para freqüentar a escola. Fawkes é livre, não a deixo a ninguém, ela decidirá a quem se tornar fiel. Gostaria que Hagrid continuasse como professor de Trato das Criaturas Mágicas e como Guardião das Chaves e Terrenos de Hogwarts, até quando assim ele desejar. A Harry Potter, deixo minha penseira, junto com todos os meus frascos que contem meus pensamentos, e peço-lhe que só os mostre a quem acreditar ser totalmente fiel a você, junto com um pensamento que não lhe mostrei ainda, analise-o com cuidado. Obrigado a todos por terem comparecido. Adeus.”

A imagem começou a desaparecer, mas Harry teve a impressão, não, não fora impressão, tinha acontecido e lhe causou uma enorme dor no peito, a figura de Dumbledore piscara para ele, os olhos azuis cintilando por trás dos óculos de meia-lua, como se tivesse consciência de que ele estava ali. Abanou a mão, e foi sumindo, cada vez menos visível, e com uma última abaixada de cabeça a Harry, como se quisesse confirmar um pensamento dele, desapareceu, com os olhos brilhando, como em toda a época que Harry o conheceu.
Por um momento a sala inteira ecoava o silêncio. Todos estavam chocados, a visão de Dumbledore produzira um efeito igual a todos, Minerva já não escondia o choro, Hagrid uivava, mas ninguém parecia querer faze-lo parar, Lupin abraçara Tonks que também enxugava os olhos. Moody sacudia sua bengala de um lado a outro sem consciência do que fazia, os dois olhos fixos no local onde a imagem do maior bruxos de todos os tempos aparecera. O velho, que agora Harry supunha ser Aberforth abaixara a cabeça e fixava o olhar no chão. Rufus balançava a varinha a esmo, sem querer anunciar qualquer palavra. Harry não chorava, tampouco se sentia feliz, estava tremendo de raiva de Snape, de Draco, de Voldemort, queria ter todos agora na sua frente e matar um a um, mas tortura-los antes, faze-los sentirem dor, muita dor, fazer com que suplicassem a vida, e por fim matar todos.
Rufus tomou coragem:
-Bom, é isso, mandaremos a cada um o que ele deixou, e é só, podem sair.
-Vamos Harry? – Tonks o chamara, ele estava totalmente absorto em seus pensamentos – vamos para a Ordem todos nós – olhando para Hagrid.
Todos confirmaram com a cabeça.
-Vamos – Harry disse.
Sem se falarem, saíram da sala e voltaram ao saguão e aparataram, Hagrid com ajuda de McGonagall, para dentro da casa do Largo Grimmauld.
-Bom, Minerva – disse Lupin – acho melhor que você faça o feitiço Fidelus com o Harry, ele será o novo Fiel de Segredo, o que você me diz?
-Claro Lupin. Vamos para fora então.
Todos saíram, e Minerva fez um sinal a Harry para que chegasse mais perto.
-Que sorte, nenhum trouxa no caminho para atrapalhar. Certo Harry, é muito simples. Você deve pensar no endereço da sede, Londres Largo Grimmauld número doze, deve pensar somente nisso enquanto eu estiver realizando o feitiço, entendeu?
-Sim professora.
-Então vamos prosseguir. Estenda seu braço direito como em um juramento – Harry levantou o braço, totalmente esticado – agora olhe para a casa e pense no endereço, não desvie a atenção! – aquele tom severo na voz era perceptível.
Harry concentrou-se completamente na casa a sua frente, tentado não pensar automaticamente em Sirius, e sim no endereço dela. Estava pensando, e ouviu a voz distante de Minerva:
-Fidelus! – ela apontou para a casa com a varinha, um raio vermelho partiu da varinha e se juntou a casa, então apontou a varinha para Harry, o raio vermelho foi de encontro a ele, entrando por sua mão direita estendida, ele não sentia nada, o raio todo penetrou em seu corpo – Pode abaixar a mão, Harry.
Ele automaticamente olhou para a casa, para ver se havia alguma mudança, mas nada, continuava como sempre, do mesmo jeito, porém Moody exclamou, olhando para a casa:
-Bom trabalho Harry e Minerva.
Todos voltaram os olhos para a casa, e Lupin explicou ao olhar confuso de Harry.
-Nós só estamos vendo algumas ruínas, só a veremos assim que você nos dizer, ou escrever em um papel o endereço dela.
Harry se lembrou então do pergaminho de Dumbledore que mostrava o endereço da Ordem, quando dois anos atrás fez sua primeira visita a essa casa.
-Ótimo Harry! – bradou Hagrid.
-Uhm, certo – disse Harry sem saber se estava fazendo o correto – devo falar a todos aqui o endereço? Ou nem todos vão ser membros?
-Pode falar Harry – disse Tonks – todos somos membros.
Eles se juntaram em volta de Harry, e ele disse baixinho, de modo que apenas eles escutassem:
-A sede da Ordem da Fênix, encontra-se em Londres, no Largo Grimmauld número doze.
Minerva olhou para a casa, e com uma expressão de gosto no rosto disse:
-Perfeito, Potter! Agora devemos lhe avisar, não mande aos Weasleys por carta o endereço, é muito arriscado ela ser interceptada, diga ao vivo, ou de algum outro modo.
-Claro professora.
-Bom, Harry, acho melhor que você volte para a casa de seus tios – disse Moody – e avise a sua tia que a proteção será lançada na casa assim que você completar a maioridade e deixar a casa, o que não demorara muito.
-Certo. Só tenho uma pergunta, que está me intrigando, Bicuço continua com você Hagrid?
-Ah sim, claro, mas se precisar dele é só me dizer que levo ele pessoalmente a você.
-É ia ser realmente engraçado, Hagrid – Harry ria-se – você entrando pela porta dos meus tios com um animal totalmente diferente de qualquer coisa que já imaginaram.
-Com certeza – riu-se Hagrid.
-Bom, estou indo então. Tchau para todos.
-Harry, se cuide, qualquer coisa nos chame – Lupin disse com seu ar paternal.
-É Harry, vigilância constante – lembrou-lhe Moody.
-Sem dúvida – disseram Hagrid, Tonks e Minerva, rindo de Moody, que girava seu olho para todos os lados.
Com um último aceno, Harry olhou para os lados, e sem avistar nenhum trouxa, aparatou direto para seu quarto na Rua dos Alfeneiros.
Não tinha comido nada e já eram uma hora da tarde, desceu para a cozinha e para sua surpresa havia um prato de comida o esperando, Harry ficou intrigado com aquilo e perguntou:
-Tia? É meu esse prato?
-Claro que não! Valter disse que viria almoçar aqui hoje, então deixei o prato pronto para ele, se quiser almoçar, arrume o seu! – estava explicado.
Ele estava doido para sair logo daquela casa, mas ainda faltavam três semanas que prometiam ser muito longas.
Almoçou e subiu para seu quarto e ficou pensando em sua visita a Godric’s Hollow, já decidira que visitaria esse lugar, o lugar onde seus pais moravam e foram mortos, quando começasse a busca pelas horcruxes.
E pensando isso, percebeu que mais do que nunca sua vontade de matar Voldemort aumentara, talvez fosse por ter visto novamente a figura de Dumbledore, ou ter visitado a casa de Sirius, ou por ver o sofrimento que ele causara em seus amigos, mas estava mais decidido que nunca, não fracassaria em sua missão. E sobreviveria, para viver com Gina, uma vida tranqüila, se é que isso era possível para ele, como havia prometido a ela. E por falar em Gina, Harry de repente sentiu uma enorme vontade de estar com ela naquele momento, mas não era possível, não podia ir a Toca agora, tinha que cumprir com o que Dumbledore lhe falara, ficar ali, nessa prisão até a maioridade.


Demorei um pouco mais pra atualiza, epoca de provas na escola, mas tah aí.
Obrigado a todos pelo incentivo, e esperto que gostem, flw!!

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