Perguntas Sem Respostas



Harry foi direto para o salão principal. Já não estava mais com fome, mas queria contar para seus amigos o que acabara de acontecer com Filch. Harry pensava como ele tinha dado conta de conjurar um feitiço de desarmamento. Este era um dos feitiços mais simples de se conjurar, mas para um aborto era realmente complicado. Será que Filch tinha aprendido esse feitiço com o Feitiço Express, uma empresa que garantia que abortos poderiam começar a se tornarem bruxos competentes e deixarem de ser motivo de piadas? Harry achou essa idéia a mais provável. O garoto tinha encontrado um envelope desses na sala de Filch, em seu segundo ano em Hogwarts. Era tempo o bastante para que o zelador conseguisse aprender o feitiço, afinal, já tinham se passado seis anos desde que Harry tinha encontrado o bilhete. Harry foi caminhando, sem perceber, até o salão principal. Chegando lá, Harry encontrou Rony, Krum, Fleur e Hermione sentados na mesa da Grinfinória. Quando Harry chegou perto, o bastante deles para que Fleur o cumprimentasse em baixíssimo som, Hermione perguntou:
__Onde você estava Harry? Estamos te esperando já faz um bom tempo, sabia?
__Madame Nora me atrasou um pouquinho.
__Quem é madame Norra? – perguntou Fleur, que não estava entendendo nada sobre o que eles estavam conversando.
__É uma gata. Uma gata bastante chata que pertence ao zelador da escola. – explicou Rony para Fleur.
__Ai, eu adorro gatinhos. Eles são ton lindos e fofos. Adorro ficarr brrincando com eles, esses animais são ton magníficos! Vocês sabiam que os gatos erram adorrados no antigo Egito?
__Claro que sabíamos, não somos tão boêmios! – respondeu Hermione de modo grosseiro.
__Ah Fleur, você não gostaria dessa gata. – falou Rony, novamente. – Ela é muito chata, ela e o seu dono. Os dois arranjam qualquer desculpa para nos ferrar.
__O zeladorr non gosta de vocês?
__Ele não gosta da escola inteira. – falou Harry.
__Deve ser porque ele e um aborto que não presta pra nada. – falou Rony, satiricamente.
__É melhor você não pensar mais assim dele Rony. Ele agora não é um aborto tão inútil assim. Hoje, quando eu estava vindo para o salão principal, encontrei madame Nora me esperando atrás do quadro da mulher gorda. Eu já estava ficando nervoso com ela. A gata do Filch tinha me perseguido o dia inteiro desde àquela hora no dormitório. Aí eu perguntei pra ela o que ela estava querendo comigo e ela começou a andar, fui atrás dela. De repente, eu vi que ela estava me levando para a sala do Filch e quando virei para vim pra cá, dei de cara com ele. O Filch começou a me fazer várias perguntas, do tipo: o que eu estava fazendo com a madame Nora; o que eu queria ali e outras coisas. Eu falei que tinha sido a gata que tinha me levado até lá e que eu só a tinha seguido. Então, ele falou que se eu achava que ele era um aborto que não prestava pra nada, estava enganado. E de repente, ele pegou uma varinha e me lançou um feitiço de desarmamento.
__E o que você fez? – perguntou Rony. – Deixou que ele te desarmasse?
__É claro que não! Eu conjurei um feitiço escudo e o feitiço dele acertou na porta de sua sala.
__Uau, realmente surreal, Harry. Mas, um pouco “perigoso” não é? Ele podia ter te dado uma detenção ou coisa pior. – disse Hermione.
__E eu acho que ele vai querer se vingar um dia. Ele saiu falando que eu iria pagar pelo o que fiz.
__É, isso é verdade. Ele poderia ter te dado uma bela de uma detenção, mas que foi legal, foi! – disse Rony entusiasmado.
__Rony, você às vezes é tão... – começou Hermione.
__Tão o que Mione? – perguntou Rony.
__Impertinente, vamos dizer.
__Ah não, não comecem a discutir. Por favor. – pediu Harry.
__Mas Harry, - falou Hermione. – o que a madame Nora queria com você?
__Infelizmente, isso eu não sei. Sabe, não adianta muito perguntar isso para ela. Ela não responde. Mas de qualquer jeito ela estava bem estranha.
__Mais do que já é? – brincou Rony.
__Não, ela estava com um ar estranho. Parecia que queria me mostrar algo realmente importante. Parecia que ela estava agindo por conta própria, e não pó ordens do Filch. E todas as vezes que eu olhava pra ela, seus olhos brilhavam e pareciam implorar por alguma coisa. Ela parecia estar muito preocupada.
__Com o que, Harry? – indagou Rony.
__Comigo.
__Bom, - disse Krum, entrando pela primeira vez na conversa. – agora não adianta fazer nada. Quem sabe um dia Harry descubra o que essa madame Nôra quer. O que temos de fazer agora, é tentar descobrir, com calma para não despertar suspeitas, o que ela queria.
__Eu concordo plenamente com o Victor. – concordou Hermione.
__Eu não. – implicou Rony. – Em minha opinião, temos que começar a seguir madame Nora, só assim descobriremos o que ela quer! E agora mesmo!
__Ronald, foi isso que o Victor disse, mas temos que a seguir com calma e não “agora mesmo”! – respondeu Hermione.
__Hahã. – fez Rony, com uma horrível careta em seu rosto.
Os quatro começaram a comer, exceto Harry, que não estava com fome, ele só comeu uma asa de frango e tomou um gole de suco de abóbora. Depois, eles subiram para a sala comunal. Chegando lá, Rony e Krum subiram para o dormitório e foram dormir. Hermione e Fleur, também. Harry ficou. Não estava com sono. Quando já tinham se passado alguns minutos ele lembrou que tinha alguns deveres para fazer. Subiu, correndo, para o dormitório e abriu sua mochila. Mas, percebeu que seus cadernos não estavam ali, ficou-os procurando. Não os encontrou em parte alguma. Decidiu olhar em sua mala, mas sem esperança de encontrá-los, ele não colocava seus cadernos e livros ali, porém, quando abriu a mala, encontrou todos os seus materiais. Eles estavam todos arrumados, Harry achou isso muito estranho, ele não se lembrava de ter colocado suas coisas ali. Quando Harry tirou seu livro de “Herbologia: As Plantas mais Fascinantes e Perigosas” de Phyllida Spore, ele viu um pesado medalhão cair ao chão. O garoto já tinha até esquecido daquele objeto que ele e o professor Dumbledore tinham encontrado no ano passado na caverna de Voldemort. O garoto se encheu de ódio quando viu aquele medalhão. Harry o abriu, dentro havia um bilhete assinado por uma pessoa que si intitulou R.A.B. Quem seria R.A.B.? Provavelmente ele também era um inimigo do Lorde das Trevas e que estava morto. Será que o próprio Voldemort o tinha matado? Que significava aquele enigma? Será que era um nome abreviado ou cada inicial representava o nome de três pessoas ou eram as três primeiras letras de um mesmo nome? Mas, fosse quem fosse essa pessoa seria reconhecida por Voldemort somente pelas iniciais. Ou será que R.A.B. não seria as inicias de nada e que a pessoa, ou a coisa, que tivesse pegado o medalhão tivesse mentido no bilhete? Harry estava muito confuso, eram várias perguntas que estavam vagando em sua mente, mas ele não sabia a resposta de nenhuma delas. A única pessoa que ele pensava saber a resposta para todas elas já não estava mais entre eles, estava morta, foi morta pela pessoa que o garoto quase odiava mais do que Voldemort, Snap. Era tanto a tristeza que Harry estava sentindo naquele momento. O garoto deitou em sua cama, com o medalhão do lado, e ficou formulando respostas para as perguntas que fazia a si mesmo, mas a cada pergunta que fazia a hipótese de quem poderia ser R.A.B. se esvaía mais e mais a cada instante. Harry se cansou de pensar e deixou que as perguntas irrespondíveis tomassem conta de seus pensamentos. Até cair em um mar profundo de interrogações confusas.
Acordou no dia seguinte às nove horas da manhã com o cúbico doendo, pois o medalhão estava ali, quase caindo de sua cama. Levantou, trocou de roupa e foi tomar café da manhã, não se deu o trabalho de chamar Rony, e muito menos Krum. Chegando ao salão principal, encontrou Gina tomando café. Parecia que a garota não tinha comido nada no dia domingo. Harry foi ao seu encontro.
__Oi amor.
__Ai Harry, eu fico meio envergonhada quando você me chama desse apelido. – disse Gina.
__Não precisa se envergonhar. Somos namorados, ninguém tem nada a ver com isso. Eu posso te chamar do jeito que eu quiser desde que você não se importa. Tudo bem?
__Está bem, meu amor. – brincou Gina.
Harry, percebendo que sua namorada estava comendo desesperadamente, perguntou:
__O que é isso amor? Por que você está comendo tão depressa?
__É que eu não comi nada ontem e estou morrendo de fome.
__Por que você não comeu nada?
__Eu não tive tempo. Estava muito ocupada.
__Com o que? Posso saber?
__Ah... – começou Gina. Ela estava muito confusa, parecia que não sabia o que dizer para Harry, parecia estar inventando alguma mentira.
__Não minta pra mim. – pediu Harry.
__Eu... estava com a Luna e com o Neville.
__Aonde?
__Não lembro... É que ficamos passeando pela escola e...
__O que você está escondendo de mim Gina?
__Nada. – falou Gina, nada convincente.
Harry, que estava sendo seguido por Gina, se levantou e procurou Neville por todo o lugar, mas não o encontrou. Então, foi para a mesa da Corvinal procurar Luna. Encontrou-a conversando com algumas amigas.
__Luna, - a garota se virou – onde você, Gina e Neville estavam ontem?
Luna, que não era muito boa em inventar mentiras em cima da hora, respondeu displicentemente:
__Não sei. Fomos a tantos lugares.
__Como, se ontem não podíamos sair da escola?
__Ficamos passeando pela escola. Sabe, depois que as aulas acabaram.
Harry não disse nada. Ele e Gina foram para a mesa da Grinfinória, chegando lá. Perguntou a ela:
__Por que vocês estão mentindo pra mim? Por quê?
__Mas, - começou Gina. – não estamos mentindo.
__Gina, não sou tão tolo a ponto de não perceber. Anda, me diga onde vocês estavam.
__Por favor, amor, acredite. Estávamos andando pela escola.
__Se fosse verdade eu acreditaria, mas não é. Sei que desde o começo do ano todos vocês vêem escondendo coisas de mim. Você acha que eu esqueci que você não apareceu, e que os outros sumiram, no expresso de Hogwarts e só depois que eu te encontrei? Não sou tão idiota!
Dizendo isso, Harry saiu do salão principal e foi para a aula de trato das criaturas mágicas. Não queria ver mais ninguém, a não ser que fosse alguém que não possuía nada para esconder dele o que estava muito difícil de encontrar, já que todos estavam guardando segredos como algo bastante precioso, como se guardassem a própria vida.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.