Reencontrando Gina



No dia seguinte, Harry acordou mais cedo, mas sem nenhum propósito especial. Era terça-feira e, por enquanto, como não tinha dever nenhum para fazer, decidiu dormir novamente. Encostou a cabeça no travesseiro e fechou os olhos, na esperança de acordar horas mais tarde. Sua mente ficou vazia, sem nenhum pensamento, bom ou ruim, para preenchê-la. Foi quando, abruptamente, a imagem da pessoa que não tinha visto até aquele momento veio em sua mente: Gina. Harry, com preguiça de levantar, ficou pensando deitado em sua cama: “Onde será que ela está? Por que será que ela até agora não me procurou? Será que foi porque eu não a procurei primeiro? Não, a Gina não é assim. É decidida, viria atrás de mim se quisesse. Então, será que ela não quer me ver?” de um só pulo, Harry levantou de sua cama e pensou em ir ao dormitório das meninas. Quando estava quase colocando seus pés na escada, lembrou-se que não podia subir até lá. O jeito era ficar esperando até que Gina descesse. Sentou-se na poltrona que sempre sentava. Ficou contemplando a lareira já apagada a espera de sua namorada. Olhou no relógio. Eram sete horas. Ficou esperando até que olhou no relógio novamente. Eram sete e vinte. Pegou um nuque que estava em seu bolso e ficou brincando de passar entre os dedos, para se distrair. Olhou em seu relógio de novo. Sete e cinqüenta. A brincadeira com o nuque já estava cansativa, quando decidiu olhar no relógio mais uma vez. Oito e meia. Harry não quis esperar mais. Foi para o dormitório dos meninos falando consigo mesmo: “Já são oito e meia e ninguém da sala comunal levantou até agora. Somente eu, justamente, EU.” Chegou ao dormitório e, sem perceber, foi trocando de roupa resmungando a mesma coisa, sem parar. Rony começou a falar sozinho:
__Calma, ela vai aparecer daqui a pouco... – e começou a roncar.
__O que Rony? – perguntou Harry curioso.
__Minha irmã... – roncou – vai aparecer daqui a pouco... – e roncou demoradamente.
__Mas bem que já podia ter aparecido. – disse Harry ao um Rony babando que não estava prestando a menor atenção.
Desceu muito exasperado, quando estava quase saindo da sala comunal, ouviu um barulho. Vinha do dormitório das meninas, alguém estava descendo de lá. Harry ficou esperando para conferir se era Gina. Quando a garota apareceu, Harry se desapontou, era Hermione seguida de Fleur.
__Oi Harry. – disse Hermione alegre, descendo as escadas depressa.
__Oi Mione. Oi Fleur.
__Olá Arry. Herrmione estava me contando, que você és magnific no quadribol. É verrdade? Eu me lembro de você no Torrneio Trribruxo na prrimeira tarrefa. Mas, bem pouquin. Só me lembrro que você voava muito biem. Conte-me más sobrre seu dom. – pediu Fleur.
Eles sairão da sala comunal conversando sobre o assunto de que Harry menos gostava: ele mesmo. Hermione morria de raiva todas as vezes que pareciam ter chegado o fim da conversa e Fleur fazia outra pergunta. Era monótono demais ficar contando a sua história e desmentido os boatos. A caminhada para o Salão Principal pareceu demorar muito tempo, sendo que eles gastavam no máximo cinco minutos para chegar lá. Quando finalmente chegaram, Hermione já não agüentava mais as perguntas de Fleur. Harry segurava para não rir delas duas. Eles se sentaram. Finalmente, quando Fleur sentou-se ela se calou. Hermione começou a conversar com Harry aos cochichos:
__Ai, ela é muito cansativa. Você concorda Harry?
__É. – disse ele balançando a cabeça.
__Eu sei que ela tem que saber tudo sobre você para depois... – Hermione, percebendo que estava prestes a dizer alguma coisa levou as mãos a boca, para tampá-la.
Mas, se ela disse ou não algo de importante, Harry nem percebeu. Pois naquele exato momento ele a tinha avistado, em meio a vários alunos ela vinha deslumbrante como ele nunca a tinha visto. Ela estava vestindo as vestes da Grinfinória, mas para Harry, ela era a garota mais bela de todas que estavam no salão. Ele se levantou e foi ao seu encontro. Ela abriu um largo sorriso e os dois se abraçaram durante vários segundos. Harry tinha muitas perguntas para fazer a ela, mas, primeiro, queria saborear o momento, depois curtir sua namorada e somente mais tarde faria as perguntas que queria fazer. Harry e Gina foram diretos para a mesa da Grinfinória. Quando chegaram lá Hermione disse:
__Você demorou Gina. Por quê?
__Você estava no dormitório até agora? – indagou Harry.
__Não. – respondeu Mione por Gina. Depois de ter dito isso Gina a advertiu com um olhar penetrante.
__Então por que você demorou? Onde estava?
__No pátio. Dando uma voltinha. – falou a garota, que já estava começando a comer seu mingau de aveia.
__Que horas você saiu? – perguntou Harry.
__Cedo.
__Cedo, que horas?
__Bem cedo, não me lembro direito.
__Olá Gininha. – disse Fleur, imitando voz de criança. Eles já tinham até esquecido que Fleur também estava ali.
__Olá, Fleur. – por um momento Harry pensou que Gina chamaria Fleur de seu ridículo apelido: Fleuma. Mas, por sorte, não fez isso.
__Você estava demorrando a aparrecer...
__Onde está o Rony? – disse Gina, cortando Fleur e se dirigindo a Harry.
__Ele está... ali. – apontou Harry a umas quatro cadeiras de seu lugar. Rony estava do lado de Krum. Ambos iam à direção à mesa da Grinfinória.
__Bom dia. – desejou Rony, de mau humor.
__Pra nós. – brincou Harry.
__Com toda a certeza. – falou Rony.
O dia foi muito monótono, tiveram aula de Trato das Criaturas Mágicas, Transfiguração e dois tempos de Feitiços. Somente revisão. As seis e meia eles já estavam de volta à sala comunal. Harry aproveitando a folga que os professores estavam dando aos alunos, ele estava com Gina na sala comunal. Sozinhos. Aproveitando o momento de silêncio, Harry, em uma fração de segundos, roubou um beijo de Gina. Ela, meio envergonhada, retribuiu o ato dele. Mas, de repente, Harry perguntou a ela:
__Meu amor, - Gina ouvindo isso, deu uma risadinha meio envergonhada, ele também ficou um pouco vermelho - onde você estava no expresso de Hogwarts? E por que você não me procurou?
__Ah amor, - disse ela, retribuindo o apelido que acabara de ganhar – vamos deixar isso para outra hora. Pra que estragar este momento?
Harry, sem objeções, obedeceu ao pedido dela. Para que estragar aquele momento? Ele podia perguntar isso a ela depois, não precisava ser, necessariamente, agora.

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