Capítulo 12 - parte 3
CAPÍTULO 12 – PARTE 3
Ainda mais tarde, dormitório feminino do sétimo ano
Lily Observadora: Décimo oitavo dia
Observações totais: 124
Apesar do que Grace presumia, Flitwick não deve ter anotado apenas que eu e Emma não estávamos na aula, mas deve ter deixado escapar acidentalmente (porque eu não consigo imaginar aquele homem pequenino nos delatando – me delatando – de propósito. Eu sou sua melhor aluna! Nós, nerds de Feitiços, devemos permanecer unidos!) para McGnagall que nós não estávamos na aula. Isso ficou evidente quando nós fomos convocadas a ir até seu escritório depois da aula de Defesa Contra as Artes das Trevas. Como punição por termos matado aula, nós ouvimos uma palestra sobre a queda dos estudantes inteligentes e ambiciosos quando eles começam a se comportar mal. Aparentemente, uma vez que você mata aula, você automaticamente passa a ser visto como um modelo de uma juventude perdida.
É. Juventude Perdida. Eu.
Juventude perdida,o caramba. Nós estávamos nos escondendo em uma banheira, pelo amor de Merlin. Não exatamente uma orgia de drogas, sexo e bebida: o que aparentemente era o que McGonagall achava que nós estávamos fazendo. Ela obviamente não sabia da minha – indesejável e atualmente tentando ser remediada – santidade. Santinhas simplesmente não usam drogas. Ou fazem sexo. Ou bebem. Ou qualquer coisa que tenha relação com uma juventude perdida. Coisas desse tipo ofendem nossos sentimentos inocentes e puros. Nem é mesmo uma opção. Tais coisas deveriam ser consideradas antes de palestras sobre ‘juventude perdida’ serem feitas, não acha?
Hunf.
E como se aquela imensa e indescritível tortura de ouvir aquela palestra não fosse o suficiente, McGonagall também nos deu uma detenção para ser cumprida no sábado à tarde.
Minha primeira detenção.
Sério.
“Bem, você não está histérica”, Emma disse com alívio depois que nós saímos da sala de McGonagall. “Isso é um bom sinal. A não ser que você esteja em choque – ai, Merlin, você está em choque, Lily? Sério. Não fique assim. Tudo vai ficar bem, eu prometo – “.
“Eu não estou em choque, sua boba”, eu respondi, sorrindo para uma Emma com olhar impaciente. “Eu estou perfeitamente bem”.
Emma não acreditou quando eu disse isso a ela. Se eu fosse ela, provavelmente também não teria acreditado. Eu provavelmente deveria estar mais chateada com isso do que eu estou. Quero dizer, antes disso, minha ficha era completamente limpa. Eu realmente era infalível nesse quesito. Além disso, eu sou monitora-chefe. O que os meus colegas estudantes vão pensar, eu pegando detenção? Haverá uma rebelião dos monitores! Eu vou ser deposta! Eles vão me expulsar e então cortar minha cabeça, assim como os franceses fizeram com Maria Antonieta!
Bem, talvez nada assim tão drástico, considerando que eu não estou deixando ninguém passar fome, eu simplesmente peguei uma dentenção, mas essa não é a questão. A questão é que minha reputação agora está afetada. Todos aqueles anos de perfeição severa estão indo pro esgoto. Se foram. Pra sempre.
Eu deveria estar arrasada. Em pânico. Hiperventilando. Considerando suícido das formas mais rápidas. Ou, pelo menos, afogando minhas mágosas em uma tijela grande e cheia de arroz. Mas eu não estou fazendo nada disso. Pelo menos, ainda não. Eu pareço estar achando bastante difícil reunir toda a quantidade apropriada de tristeza exigida, quando eu estou tão feliz por ter minha melhor amiga de volta.
Apesar de que eu acho que quando minha euforia repentina diminuir, eu vou entrar em um estado de hiperventilação e histeria profundo. Provavelmente tudo o que eu mencionei antes e ainda mais. Na verdade, eu tenho quase certeza.
Mas até lá, eu ainda posso ficar contente.
Observação #124) Eu estou feliz por ter Emmeline de volta.
Ainda mais tarde, Biblioteca
Lily Observadora: Décimo oitavo dia
Observações Totais: 125
Se ontem alguém tivesse dito pra mim que eu andaria de cabeça baixa e me esconderia atrás das estátuas a fim de evitar ser vista por Amos Diggory, eu provavelmente teria rido na cara da pessoa. Sério, teria rido mesmo. Muito e sem vergonha nenhuma, sem nem me importar se os sentimentos dessa pessoa seriam feridos porque, sério, onde alguém iria escutar uma coisa dessas?
Eu não estou rindo agora.
Não é que eu não o ame mais do que a minha própria vida – porque eu amo, amo mesmo. É só que...bem, eu tenho certeza que o garoto me odeia agora. Quero dizer, que tipo de garota ele deve estar achando que eu sou? Eu aceitei sair com ele e, logo depois, decidi namorar hipoteticamente com outro! Eu traí sua confiança, seu amor! Tudo o que eu fiz foi jogar fora seus sentimentos como se fosse um lixo! Que tipo de garota faz isso com o homem que ela ama? Que tipo de futura esposa eu vou me tornar?
Com certeza, não uma muito boa.
Emma insiste que Amos não vai me odiar por dizer que meu namorado é outra pessoa. Ela disse que, se ele realmente se importa, ele vai entender o meu lapso de insanidade momentâneo (ou, sabe, não muito momentâneo. Eu nunca estou completamente sã).
Grace disse que eu deveria começar a bolar planos alternativos para Hogsmeade.
Apesar de eu odiar ter que admitir isso, eu estou mais propensa a acreditar em Grace.
No entanto, eu me orgulho de ser uma garota um tanto inteligente e, usando a minha lógica impressionante, eu descobri que, se Amos quiser me dar um pé na bunda, ele vai ter que me achar primeiro. Se ele não me encontrar, ele não vai me dar um pé na bunda. Eu não tenho aula de Runas Antigas até segunda, então eu não serei forçada a encontrá-lo até lá. Eu acho que, até lá, essa coisa toda com o James será esclarecida e isso não será motivo para ele me dar um pé na bunda. Mas, até que eu possa descobrir um jeito de salvar a minha dignidade e ao mesmo tempo informar o povão de que James Potter e eu não estamos realmente namorando, eu vou ter que controlar o meu impulso e me manter o mais longe possível de Amos Diggory. Será difícil, eu tenho certeza, mas eu acho que posso fazer isso. Afinal de contas, eu –
Ai merda.
Puta merda.
O que ele está fazendo aqui? Como ele consegue sempre me achar? Ele tem algum tipo de Radar-da-Lily ou algo assim? Eu não vou conseguir! Não posso evitá-lo por tanto tempo! Eu sou apenas uma garota!
E POR QUE ELE TEM QUE FICAR TÃO MARAVILHOSO NAQUELE UNIFORME?
É tão mais fácil evitar alguém quando não estão procurando por você.
Rápido! Corra! FUJA DESSE HOMEM!
Ainda mais tarde, lá fora
Lily Observadora: Décimo oitavo dia
Observações totais: 125
Eu não estou completamente certa se Amos me viu enquanto eu me mandava da biblioteca com a minha pressa de fugir dele, mas eu acho que ele viu sim. Quero dizer, mesmo ignorando o fato que meu cabelo se destaca em qualquer situação e a trilha de papel e poeria que eu deixei na pressa de ir embora, eu acho que a gritaria nervosa da Madame Pince e o inocente menino do segundo ano que eu, sem querer, empurrei para o chão enquanto eu saía, me fizeram ter certeza que Amos não estava assim tão distraído para não me ver. Mas ele não me seguiu depois disso, e é isso o que importa.
Na verdade, era um bom dia para ser forçada a se esconder lá fora. Estava um pouquinho frio, eu acho, mas estava ensolarado, então eu estava confortável o suficiente. Eu me escondi debaixo da árvore perto do lago, esperando que ninguém aparecesse por lá e me visse e, então, conseqüentemente me delatasse para um certo monitor do sétimo ano que está, atualmente, tentando me dar um pé na bunda antes mesmo que nós comecemos nosso relacionamento. Só havia terceiranistas e sextanistas andando lá perto, então eu acho que eu não tinha que me preocupar tanto com isso. Os terceiranistas estavam entretidos demais com suas travessuras engraçadas e aterrorizantes para prestarem atenção em mim, e os sextanistas estavam ocupados demais conversando.
Parecia que eu estava seguramente escondida por um tempo.
“Foi uma retirada extraordinária, Infalível. Se eu não te conhecesse bem, diria que você estava com um pouquinho de pressa”.
Minha cabeça se ergueu ao ouvir a voz bem-humorada atrás de mim. Eu me virei e olhei furiosamente. Eu sei que eu provavelmente deveria estar surpresa por tê-lo encontrado ali, mas eu não estava. Eu acho que eu finalmente consegui aceitar o fato de que, quando se trata de James Potter, ninguém nunca está bem escondido.
“Ah, cala a boca”, eu murmurei, olhando furiosamente para James, enquanto ele se sentava ao meu lado. “E não me chame desse jeito”, eu acrescentei, bufando de raiva. James sorriu. Ele estava com seu material escolar junto com ele, e ele os colocou perto da minha pilha de livros e pergaminhos que estava ali perto. Ele me observou com um óbvio ar de hilaridade. Eu queria bater na cara dele para ver se conseguia tirar aquele sorriso idiota de seu rosto, mas achei melhor conter as minhas tendências violentas por um tempo. “Eu só estava...só…”, eu suspirei longamente, nem mesmo me importando em contar uma mentira. “Fugindo do Amos”, eu terminei verdadeiramente. Patético.
“Fugindo?”, as sobrancelhas de James se erguerem por causa de minha confissão. Eu não o culpava por estar surpreso, claro. Quero dizer, Lily Evans fugindo de Amos Diggory? O que estava acontecendo com o mundo? Miseravelmente, eu concordei com a cabeça. Ao invés de ficar ainda mais confuso, James parecia satisfeito. “Então você finalmente desistiu daquele idiota? Bom, ainda bem!”.
Dessa vez, eu realmente o bati. Ou, pelo menos dei um cutucão bem forte em seu braço. Pessoas extremamente violentas como eu só conseguem aturar um tempo antes de explodir. Depois, nós batemos na primeira coisa que estiver mais perto. James já deveria ter percebido tudo isso.
“Amos não é um idiota, James Potter”, eu respondi com raiva, “e eu certamente não desisti dele! Eu...bem, eu só estou dando um pouquinho de espaço a ele, só isso”.
James teve a audácia de parecer confuso.”Um pouquinho de espaço?”, ele perguntou. “Pra quê?”.
Hunf. Bem, essa é uma pergunta muito idiota.
“Pra que ele não cancele o nosso encontro”.
“Cancele – ah, que merda, você está nisso de novo?”.
Eu tive que controlar para não bater nele. Ou me bater. Eu não estou inteiramente certa qual de nós dois seria o alvo mais apropriado. “Caso você tenha esquecido”, eu comecei sem rodeios, “nós estamos namorando tecnicamente. Parece um bom motivo para o cancelamento”.
Se eu estava esperando algum tipo de entendimento naquele momento, eu fiquei dolorosamente desapontada. James simplesmente sorriu e disse, “Namorando, é?”.
“Tecnicamente”.
“Isso significa que eu posso te agarrar, então?”, James ergueu suas sobrancelhas de forma sugestiva. “Ou isso não está nas regras dos namoros técnicos? E se não estão, como eu posso incluir nas regras do namoro técnico?”.
“Eu lhe olhei de forma que mostrava claramente que não estava achando suas piadas nem um pouquinho engraçadas. “Você pode levar isso a sério, por favor? Minha vida e meu futuro dependem do resultado do meu plano de consertar essa idiossincrasia e eu ia adorar se você tivesse um pouco de compaixão por mim nesse momento”.
Ao invés de ficar sério imediatamente após o meu discurso, James, sendo James, simplesmente riu do meu desesperado pedido. “Por favor, Lily”, ele riu, sacudindo sua cabeça. “Você contou uma mentirinha, sua louca, só isso! Eu te disse ontem à noite – você gosta do idiota, essa é sua prerrogativa, mas se o garoto for te deixar por causa de uma coisa idiota como essa, você deveria reconsiderar o seu afeto por ele, você não acha?”. Ele olhou para mim profundamente, balançando sua cabeça levemente e tentando fazer com que eu concordasse com ele. Quando tudo o que eu fiz foi continuar frazindo as minhas sobrancelhas miseravelmente, ele sacudiu sua cabeça de novo e colocou sua mão em meu ombro. Quando ele falou de novo, sua voz estava mais suave, mas ainda envolvida por uma risada. “Eu te asseguro, Lily, que o mundo não está chegando ao fim. O seu problema tem que ser um pouquinho mais grave que alguns rumores para que nós possamos fugir e declarar que o apocalipse está chegando, você não acha?”
“Eu...ah, eu acho que você está certo”, eu murmurei sem poder argumentar depois que ele colocou as coisas desse jeito. Agora, por que eu não penso assim logicamente? “Mas eu acho que ainda vou lhe dar um pouco de espaço. Só por precaução”, eu acrescentei rapidamente.
James revirou os olhos. “Ele não vai cancelar nada, Lily. Ele provavelmente vai questionar a sua sanidade um pouquinho, mas todo mundo acaba fazendo isso uma hora ou outra mesmo”.
Já existiu uma declaração assim tão mais verdadeira?
Eu acho que não.
“Não é minha culpa que eu seja uma mentirosa patológica”, eu insisti de mau-humor. “Sério. Eu acho que não seria assim tão louca se minha boca não tivesse uma mente própria”.
James riu ao ouvir minha confissão, (Será que ele pensou que eu estava brincando? Eu não estava) e se deitou na grama. “Todos nós erramos”, ele riu. “E, por falar em erros...o que é isso que eu escutei de que a monitora-chefe vai cumprir uma dentenção? Eu pensei que eu que tinha o papel de causar confusão nessa nossa dupla?”.
Detenção? Droga, onde ele ouviu isso?
“Como você sabe disso?”.
James sorriu. “Você se esqueceu com quem está falando”, ele respondeu presunçosamente. “Eu sei de tudo”.
“Idiota”.
“Boba”, ele respondeu. “Eu posso pegar detenção também se você quiser”, ele disse tão casualmente, como se ele tivesse acabado de me oferecer ajuda para fazer alguma tarefa. “Assim, você não vai ficar sozinha quando estiver limpando alguns troféus ou algo assim, quero dizer. Eu estou um pouco atrasado em me meter em confusão”, ele sorriu. “Você está tendo um efeito horrível em mim”.
“Você pegaria uma detenção por livre e espontânea vontade?”, eu perguntei sem acreditar. James simplesmente deu de ombros em resposta. “Como você pode não se importar com uma coisa dessas? Detenções não devem ser divertidas, sabe. Você deve ser punido com elas”.
“É, é, eu sei”, ele respondeu preguiçosamente, obviamente nem se importanto em ouvir minha faladeira. Mas, claro, o que eu esperava? O menino é um maroto. Ele faz essas coisas para sobreviver. “Então, você quer?”, ele me perguntou de novo. “Eu acho que eu tenho fogos filibusteiro lá no meu malão”, ele riu baixinho pra si mesmo. “Lança-los nas masmorras iria deixar o Filch subindo pelas paredes”, ele continuou, rindo de novo. Eu o acotovelei forte.
“Você é monitor-chefe”, eu o lembrei, “Você não deveria se divertir por fazer o pobre coitado do zelador subir pelas paredes”.
James sorriu de forma prepotente. “Você também se divirtiria se você visse a cara dele. Realmente não tem preço”. Ele comeceu a rir sozinho de novo. Eu revirei meus olhos e o ignorei.
“E então? O que você me diz?”.
“Eu digo para você não se meter em confusão”, eu respondi enfaticamente. “Pelo menos um de nós tem que fazer isso. Nada defogos nas masmorras. Além disso, eu tenho a Emma para me acompanhar”.
“Ah, é, é verdade”, James disse. “Esqueci da sua parceira de crime. Então, eu suponho que a Terceira Guerra Mundial finalmente acabou, em? Tudo na boa?”
“Er, sim”, eu respondi lentamente, me debatendo, já que eu não sabia se eu contava mais detalhes do que tinha acontecido e, ainda mais, se eu contava do atual problema Mac-Emma, aquele que eu estava pensando em me envolver. James é uma pessoa lógica. Talvez ele me diga se seria apropriado me meter onde não sou chamada. “Mas o negócio é que...”.
“Hum?”.
“É que assim…Emma e Mac não estão mais se falando”.
“Bem, isso é bom”.
“Bom?”, a palavra me pegou de surpresa. Minha cabeça se virou, meus olhos se focarram em James. Ele ainda estava deitado na grama, seus braços cruzados atrás de sua cabeça, seus olhos fechados. “Pera aí, por que isso é bom?”.
Jamess abriu um olho. “O que você quer dizer com ‘por que isso é bom’? Eu pensei que você odiasse o garoto. Eu pensei que ele fosse um idiota?”.
Er, é, pensei mesmo.
Eu suspirei e respondi sem rodeios, “Eu estou começando a achar que eu virei uma pessoa péssima em julgar o caráter dos outros”.
Essa, aparentemente, não era o tipo de resposta que James estava procurando.
“Espera um minuto”, o outro olho também se abriu. Não era um olho muito amigável. Na verdade, era bem o oposto disso. Para ser honesta, era um olho bem não amigável. “Então, você gosta dele agora?”.
“Hum...”.
James gemeu e se levantou da grama. “Por favor, me diga que você está brincando”.
“Bem, não é como se eu fosse convidá-lo para tomar uma xícara de chá e comer uns biscoitos ou algo assim”, eu respondi rapidamente. “É só que ele – “.
“Fez com que você ficasse brigada com sua amiga por três semanas?”, James interrompeu, me olhando de cara feia. “Fez com que você chorasse no alto da Torre Norte por uma hora e meia?”.
Eu me encolhi.
Nossa. Tudo isso era demais para o sensato James.
“A briga não foi realmente culpa do Mac”, eu o corrigi calmamente, tentando tranqüilizar o olhar intenso que James estava focando em mim. “Foi só eu e Emma bancando duas idiotas. E a choradeira também não foi culpa dele. Ultimamente eu ando muito emotiva. Eu provavelmente estou grávida”.
James nem mesmo sorriu ao ouvir a minha tentativa patética de fazer uma piada. Eu provavelmente deveria ter ficado um pouquinho ofendida já que ele, nem por um segundo, levou o meu último comentário a sério, mas eu não fiquei. Quero dizer, francamente, você tem que agarrar alguém para ficar grávida. Santinhas como eu não seguem esse caminho. É como se fosse ilegal, sabe.
“Você não está grávida”, foi tudo o que ele se importou em murmurar.
“Eu não estaria tão certo se fosse você”, eu respondi com uma seriedade fingida, tentando desesperadamente arrancar algum tipo de resposta positiva dele. “ou você não ouviu? Eu tenho um harém cheinho de caras só para mim”.
Apesar de eu ver que ele estava tentando esconder, eu vi um pequeno sorriso aparecer em seu rosto. Ah, vitória. “Você também ouviu essa, em?”, ele perguntou rigorosamente.
Eu assenti com a cabeça. “Mas não diga ao meu namorado”, eu impliquei com um sorriso bobo. “Ele é do tipo que é muito ciumento”.
Dessa vez eu consegui arrancar uma risada verdadeira dele. Como se ele pudesse resistir ao meu humor incrível por tanto tempo. “O bebê é dele?”, ele perguntou, sorrindo.
Eu suspirei dramaticamente. “Eu realmente espero que sim”.
James riu de novo, sacudindo sua cabeça e talvez, se sacudindo um pouquinho também. “Você é louca, Evans”, ele disse. “Totalmente e completamente louca”.
Eu sei disso, James, meu querido. Com ou sem o seu bebê hipotético.
“Mas eu estou falando sério sobre Mac”, eu continuei hesitantemente, esperando que James não fosse trocar aquele sorriso por uma cara feia, ao ouvir aquele assunto de novo. Quando nenhum som saiu de sua direção, eu considerei aquilo como um bom sinal e continuei. “Quero dizer, eu provavelmente nem estaria falando com Emma agora se Mac não tivesse vindo falar comigo sobre isso – “.
“Quando ele fez isso?”.
“Alguns dias atrás. Na verdade”, eu disse, parando um pouco ao lembrar do que Mac tinha dito, “ele disse que estava indo falar comigo por causa de uma coisa que você tinha dito”. Meus olhos se estreitaram levemente. “O que você disse pra ele?”.
“Eu não disse nada”, James insistiu inocentemente, apesar de ser bem óbvio de que ele estava mentindo. Ele pode ser elegante e são, mas um bom mentiroso ele não é. Ou, talvez ele seja, mas ele não estava sendo naquele momento. Nem sabia por que ele estava se incomodando em tentar, já que Mac confirmou o incidente de qualquer jeito.
“Pare de mentir”, eu disse. “Você não gritou com ele, gritou?”.
“Eu não me lembro de ter conversado com ele”.
Tradução: Claro que eu gritei.
“Você não precisava ter gritado com ele”, eu disse sem rodeios.
“Alguém tinha que fazer isso”.
Antes da nossa conversa, eu provavelmente teria concordado com isso. Mas aí, Mac veio e me fez sentir mal por ele e tudo mais. Eu tenho compaixão demais.
“Não é culpa do Mac que eu tenha arrasado com seu coração quando ele tinha quinze anos”, eu argumentei de modo lógico. James bufou. “Sério, James. Quero dizer, alguns de nós têm a tendência de guardar rancor mais do que outros. Nós não podemos culpá-lo por sua genética, sabe. Não é como se ele pudesse mudar isso. E como alguém que tem a tendência de fazer a mesma coisa na ocasião – “.
“Na ocasião? Você ta brincando comigo?”.
“Eu dou meiu apoio a ele. Ei, eu pensei que nós tivéssemos passado da fase de Arrasar-com-a-Lily?”.
James sorriu alegremente. “Ding-ding. Segundo round”.
Ai, cara. Que babaca.
“Nós podemos por um momento esquecer o fato de que você tem uma certa satisfação sádica em apontar cada hábito e defeito meu e concetrarmos na questão em jogo aqui? Isso é sério, James. Duas pessoas que se gostam demais estão prestes a nunca mais se falarem de novo e tudo isso por causa de mim. Eu tenho que fazer alguma coisa!”.
O desespero patético em minha voz deve ter finalmente (porque ele aparentemente não entendeu nas milhares de vezes anteriores) colocado a cabecinha de James pra funcionar e fez com que ele percebesse que eu estava realmente triste com a situação, porque ele parou de sorrir e implicar comigo. Ele até mesmo deu uma folga para aquela sua rotinha de detonar-a-Lily e olhou para mim seriamente e sacudiu sua cabeça.
“Essa história não é sua batalha, Lily. Fique fora disso”.
Não é minha batalha? Do que ele está falando? Ele não estava me ouvindo? Aloooo?? Eu até estou com o escudo e uma espada aqui! É claro que é minha batalha.
“Se Emma e Mac quiserem resolver tudo”, James continuou pacientemente, “eles vão resolver. Não se intrometa nisso, Lily. Só vai de colocar em ainda mais confusão”.
Me intrometer? Me INTROMETER? Lily Evans não se intromete! Eu estou simplesmente tentando ajudar a minha recém-velha amiga a voltar com o namorado que ela acha que ama. Como isso pode ser me intrometer? Não é. É totalmente diferente. É pelo bem da humanidade!
Eu acho.
“Eu não estou me intrometendo”, eu respondi rigorosamente. “Eu estou tentando ajudar minha melhor amiga. Quero dizer, o que você faria se Emma fosse Sirius, Peter ou Remus, hum? Você simplesmente ia ficar quieto, sem fazer nada, e observá-los andando por aí tristes, quando você poderia fazer algo?”.
“Sim”, James respondeu enfaticamente, me lançando um olhar irritado. “Não que algum deles seria idiota o suficiente para se envolver em um relacionamento tão obviamente ferrado quanto o de Emma e Mac, mas se fosse esse o caso, então, sim, eu ficaria de fora porque não é da minha conta!”.
“Merlin, você é tão menino!”.
Completamente insensível. Totalmente e completamente desligado de tudo.
Hunf!
Garotos!
“Se isso significa que eu tenho pelo menos um pouco de respeito pela privacidade dos meus amigos”, James começou”, então sim, eu sou um menino e obrigado por ter notado”.
“Por favor, James”.
“Eu não vou te apoiar nessa, Lili”, ele disse. “Eu sei que você não gosta de estar errada, mas dessa vez vamos encarar os fatos. Deixe. Eles. Em. Paz. Se Emma estão triste quanto você disse, ela vai fazer alguma coisa a respeito. Não é sua responsabilidade, ok?”.
Não, não está nada ok. Ele está errado. Ele está errado.
...não está?
“Eu...ah, eu não sei!”, eu exclamei, movimentando minhas mãos em derrota. “Mas e se ela estiver mesmo triste? E se eu for a única que pode ajudá-los, James? E aí?”.
“Deixe-os resolver isso sozinhos”, ele disse de novo. Eu ia começar a argumentar de novo, mas pelo olhar no rosto de James, eu sabia que era uma briga perdida. Eu não ia ter ele do meu lado dessa vez. Eu suspirei longamente.
“Tudo bem”, eu disse, cruzando os meus braços. “Você venceu, seu idiota”.
“Ótimo”.
“Eu te odeio”.
“Eu sei”.
Ele sempre tinha que ter a última palavra em tudo? Isso é tão porque eu adoro ter a última palavra em tudo. Totalmente inconviniente essa situação.
Nós ficamos em silêncio por um tempo, James, mais uma vez, se deitando na grama, eu me remoendo com a história de Emma e Mac. Eu sabia que eu tinha acabado de contar para James que eu iria ficar fora disso, mas eu ainda não estava completamente certa se eu iria conseguir fazer isso. Quero dizer, eles precisavam de mim. Eu sabia que sim. Eu simplesmente não posso ficar for a disso. Talvez eu devesse, mas não consigo. Nós estamos falando da felicidade de duas pessoas aqui, sendo que uma delas é minha melhor amiga. Será que eu conseguiria ficar sentada sem fazer nada e deixar que o destino resolvesse as coisas? Emma acha que ama o garoto, pelo amor de Merlin! Não é o tipo de coisa que você pode simplesmente deixar pra lá, ou é?
Eu tenho que fazer alguma coisa.
Eu tenho.
“Nós temos que marcar outra reunião de monitores em breve”, eu disse algum tempo depois, mudando de assunto. Mais uma vez, James abriu um dos olhos.
“Droga”, ele disse. “Eu tinha me esquecido. Quanto tempo nós temos até que as datas já marcadas para as rondas acabem?”.
“Alguns dias”.
“Então, que tal domingo?”.
“Domingo? Como em nesse domingo?”, eu o olhei. “Vai sonhando, James. É cedo demais. Os monitores não vão gostar nada se nós não dermos algum tipo de aviso antecipadamente”.
“Nós vamos avisá-lo”, James argumentou. “Com dois dias de atencedência”.
“Você não pode simplesmente – “.
Mas antes que eu pudesse terminar a minha frase, James já estava se levantando de sua posição e gritando com alguns sextanistas que estavam ali perto.
“Ei! Lynch!”, ele gritou, colocando suas mãos ao redor de sua boca para amplificar o som de sua voz. Chriys Lynch – assim como todo mundo que estava a uns 16 quilômetros da árvore, considerando que James gritou assim bem alto – virou-se ao ouvir a voz de James. “Reunião dos monitores domingo à noite?”, ele disse, fazendo um sinal afirmativo com o seu dedão e depois o virando para baixo para mostrar que Chris deveria escolher uma opção. Eu bati minha mão na testa, enquanto Chris sorria e também gritava ao responder.
Homens. Ainda bem que as mulheres existem. Eu acho que eles não teria sobrevivido sozinhos.
“Que horas?”, Chris gritou, também colocando suas mãos ao redor da boca. “Tenho um encontro com uma gatinha as oito!”.
“Sete, então!”, James gritou mais uma vez.
Chris fez que sim com o dedão.
James se virou para mim com um sorriso. “Domingo, às sete”, ele disse de forma convencida. Eu revirei os olhos. “Você só tem que saber como lidar com eles, Infalível. É tudo questão jeito”.
“Jeito, uma ova”, eu bufei, olhando para James. “E, por sinal”, eu acrescentei com um sorriso demoníaco. “Você que vai avisar June Mackey”.
O gemido de James foi alto e doloroso.
Eu não o culpava.
“Vamos lá”, eu disse, colocando uma mão consoladora em seu ombro. “Não é assim tão ruim. Vamos fazer você esquecer dessa história e fazer algumas tarefas, sim? Eu comecei a de Transfiguração e eu posso dizer com total confiança que cada palavra que eu escrevi foi uma total e completa besteira”.
James revirou os olhos, mas concordou. Pegou suas coisas e nós entramos no adorável mundo da Transfiguração.
Ou, pelo menos, ele entrou. Eu, pelo contrário, estou escrevendo aqui.
Mas isso não é algo que precisamos contar a ele.
No entanto, agora eu vou ter que tentar arrancar as respostas dele.
Ai, a vida que eu levo.
Mais, mais tarde, Ala Hospitalar
Lily Observadora: Décimo Oitavo Dia
Observações Totais: 126
James e eu até que consiguimos fazer alguns exercícios na hora que ficamos lá, sentados debaixo da árvore, o que foi bastante surpreendente, considerando que James parecia estar mais com humor para falar do que para fazer. Eu juro a Merlin, aquele garoto tem uma história pra tudo. Sério. Ele consegue achar uma história em qualquer coisa. Quero dizer, ele tem que ser uma pessoa especial para conseguir começar em um assunto de Feitiços e, de alguma forma, terminar contando uma história sobre a Páscoa que ele passou na França há sete anos, quando ele se perdeu na Paris dos trouxas e duas horas depois acabou no topo da Torre Eifel conversando com uma mulher trouxa com um cachorro sobre as vantagens do metrô francês (um assunto que, por sinal, o James bruxo e de onze anos não sabia nada a respeito). Seus pais finalmente o encontraram mais ou menos uma hora depois e, aparentemente, bem na hora, já que a Mulher com cachorro (ele, na verdade, nunca ficou sabendo o nome dela) estava prestes a levar James pra casa com ela, onde ele tinha certeza que ela o trancaria em um armário e nunca mais o deixaria sair.
É, uma pessoa muito especial, de fato.
“Agora, toda vez que eu vou a Paris, eu sempre procuro pela mulher com cachorro”, James confessou para mim depois de terminar aquela história particular, sua tarefa incompleta deitada em seu colo, abandonada. “Ela era legal. Um pouquinho maluca, mas legal”.
“Você vai sempre lá?”, eu perguntei, lembrando que ele tinha mencionada que também tinha ido à França nas férias de verão.
“Paris?”, ele perguntou. “Toda hora, infelizmente. Minha mãe é francesa – bem, ela nasceu na Inglaterra, mas ela cresceu na França. Só se mudou para cá de novo quando ela completou onze anos, a tempo de vir para Hogwarts. Só que ela ainda tem amigos lá, portanto ela vai visitá-los. E eu sou arrastado junto, claro”.
Eu bufei. Arrastado junto? Ele estava brincando? A mãe dele podia me arrastar para Paris quando ela quisesse! Meus pais cresceram em Surrey. O máximo que saio para visitar seus amigos é em uma viagem de quinze minutos para ver os Kimalines. Paris, Surrey...ah, claro, eles se parecem muito.
“Eu adoraria ser arrastada até Paris”, eu disse com um suspiro desejoso.
“Você nunca foi lá?”.
Eu neguei com a cabeça. “Eu sou uma eremita”, eu disse a ele secamente. “Eu venho de uma família de eremitas. O máximo que a gente vai é até a praia, por uma semana ou duas. Depois, nós voltamos pra casa e continuamos a ser eremitas. É um ciclo cruel e vicioso, sério”.
James riu. A parte triste é que ele provavelmente pensou que eu estava brincando. Eu não estava. Com o medo terrível da minha mãe em relação a tudo que é aernodinâmico e a tendência de Petúnia de colocar pra fora sempre que nós estamos no carro por mais tempo do que ela acha necessário, nós, a família Evans, não somos de sair muito. Eu gosto de colocar a culpa de todas as minhas instabilidades sociais neste fato. Talvez, se eu fosse uma pessoa mundana, eu não seria tão boba.
“Você ia gostar de Paris”, James me disse pensativamente.
Hum, óbvio. É Paris. O que tem lá pra não se gostar?
“Você fala francês, então?”, eu perguntei. “Quero dizer, já que você está lá o tempo todo!”.
James deu um sorriso torto e depois começou a falar rapidamente no que eu presumi que era um francês bem fluente. Eu não tinha idéia do que ele estava falando, mas parecia bem bonito de qualquer maneira.
“O que você disse?”, eu perguntei depois que ele terminou.
“Não sei”, ele insistiu. “Foi excepcionalmente malicioso e extremanente inapropriado e nem um pouquinho adequado para os seus ouvidos inocentes”.
“A sua mãe te ensinou essas palavras maliciosas e inapropriadas?”, eu respondi de forma atrevida.
James deixou escapar uma longa gargalhada. “Claro que não”, ele respondeu. Depois, ele sorriu maliciosamente. “Meu pai”.
Eu lancei um olhar pra ele, enquanto ele continuou rindo sozinho. Mas ele provavelmente estava falando a verdade. Garotos e seus pais...pervetidos, todos eles. Eu nunca vou entendê-los. Então você consegue entender a Madame Pince quando ela resmunga em Francês?”.
James se iluminou ainda mais e assentiu. “Aprendi os melhores palavrões com ela”, ele disse, abafando o riso. “Aquela mulher tem uma boca de marinheiro”.
Eu não acho que ele estava mentindo sobre isso também.
“Já chega disso”, eu disse, interrompendo James antes que ele pudesse começar com mais alguma história sem fim, o que, naquele momento, parecia que ele estava prestes a fazer. “Termine essa sua redação, ok? Eu poderia ter escrito umas dez no tempo que você está gastando para escrever apenas uma”.
“Então, escreve pra mim”.
“Hum. Não”.
“Covarde”.
Eu o olhei. “Por que eu não vou fazer a sua tarefa?”.
“Porque você está com medo de se meter em confusão”, ele retorquiu, erguendo uma sobrancelha. “Eu pensei que – depois de todas as suas escapadas – apostando ilegalmente, enfrentando seus professores, matando aulas, levando detenção – você já tinha pegado o jeito. Mas não, não Lily Evans”.
“Eu sou uma boa garota”, eu respondi. “Não são muitos de nós que poder dizer isso, não é mesmo?”.
James zombou. “A bondade é valorizada demais”.
“Disse o diabo em pessoa”, eu murmurei, recebendo uma risada de James. “Sim, sim, é tudo muito engraçado. Agora, você pode terminar isso logo? Está ficando muito frio aqui fora”. Eu esfreguei os meus braços para causar impacto. James revirou os olhos.
“Eu termino mais tarde”, ele insistiu, enrolando seu pergaminho e fechando seu livro. “Está ficando frio. Vamos entrar antes que fique pior. Ou comece a chover”.
“Chover?”.
James apontou pra cima. Meus olhos lentamente seguiram seu dedo. De fato, havia muitas nuvens negras adornando o céu.
“Ai, merda”, eu falei, me encolhendo ao vê-las. “Nós nunca vamos sair dessa vivos”.
James bufou. “Do que você está falando? A escola está logo ali. Ainda vai demorar um pouco até começar a chover. Nós ficaremos bem”.
Eu suspirei e sacudi a cabeça. Quão ignorante esse garoto é.
“Eu tenho uma palavra pra você, James Potter...carma”.
“Carma?”, James questionou.
“É, carma”, eu respondi. “Quer dizer, meu carma. Meu carma terrível, horrível, e realmente péssimo que ataca em momentos como esse. Então, acredite, vai chover. Vai chover e vai chover forte e, com a minha sorte, eu provavelmente vou pegar pneumonia e morrer”.
James me olhou como se ele fosse começar a rir da minha explicação aparentemente absurda, mas assim que eu terminei a minha rápida predição, mas o que aconteceu naquele exato momento? Um suave estrondo de um trovão e, logo depois, o início do que parecia ser um horrendo aguaceiro.
James ficou boquiaberto.
Estúpido garoto. Até mentirosos patológicos como eu não brincanria com um carma como o meu. Hunf.
“Como você...é só...carma?”, James bradou?
“Rápido, jogue os seus livros na minha mochila”, eu mandei, observando que, em questão de segundos, começou a chover mais rápido. “Quem sabe quanto tempo nós temos até que a nossa árvore se enxarque? Nós teremos que correr”.
James assentiu com a cabeça rapidamente, enfiando seus livros na minha mochila e depois a colocando em seu ombro. Pelo sorriso ridiculamente infantial em seu rosto, eu estava começando a achar que ele iria adorar lançar-se na chuva como um rebanho em um estouro de boiada. “Quando eu contra três, então”, ele disse. “Um...dois...três!”.
E, então, nós corremos.
Eu deixar escapar um forte berro no segundo que nós saímos de debaixo da confortável e seca árvore e entramos no que parecia ser uma enxurrada torrencial. As frias gotas da chuva caíam com uma tenacidade que só poderia cair de novo se meu carma agisse novamente. Correndo ao meu lado, James ria enquanto eu continuava choramingar em protesto.
Apesar de estar errado sobre o meu carma, James estava certo a respeito de uma coisa: a escola não estava assim tão longe. Em alguns segundos – apesar de completamente ensopados – nós chegamos muito perto das escadas da escola. Nós estávamos molhados, mas ilesos...
E foi aí que aconteceu.
É, porque como se correr pela chuva e ficar ensopada e possivelmente contrair um ótimo caso de pneumonia não fosse o suficiente, meu carma achou bastante hilário fazer uso de uma poça de lama se formando no chão.
Ah, sim.
Poças de lama.
E como o meu carma usaria poças de lamas, você deve estar se perguntando...Bem, me fazendo, de forma não cerimoniosa, cair de bunda no chão, faltando apenas alguns metros para podermos alcançar a escola.
Havia lama. Por todo lado.
E como se isso não fosse o suficiente – porque meu carma nunca acha que a tortura é suficiente, não é mesmo? – lembra-se daquele meu tornozelo bem estragado? Aquele que tinha sido quebrado quando eu pulava em minha cama, e depois machucado quando Elisabeth Saunders me atacou em sua fúria bêbada? Lembra desse tornozelo?
Pois é. O Tornozelo que Não Cura Nunca.
“Droga, droga, merda, merda, bosta!”, eu xinguei, caindo bem no meio da maior poça de lama da história, no meio da chuva, com um tornozelo que eu tinha certeza que eu tinha acabado de ouvir um “crack” e que agora estava pulsando dolorosamente. Ouvindo a sequência de profanidades, James parou de correr e se virou para mim, segurando a risada que eu podia obviamente ver estampado em seu rosto, tentando escapar.
“Você está bem?”, ele perguntou, correndo até onde eu estava estendida no chão e me oferecendo sua mão. Eu gritei quando a pressão foi toda para o meu tornozelo. James parou de rir.
“Merda, merda, merda!”, eu gemi, me apoiando em James e erguendo meu pé ferido. James olhou para mim e depois para meu tornozelo.
“O que foi?”, ele perguntou. “O que aconteceu?”.
“Meu tornozelo”, eu ofeguei, me encolhendo de dor, enquanto eu colocava meu pé de volta no chão. “Vamos”.
“Ir? Ir aonde? Você não pode andar!”.
Ele estava certo, claro. Eu não podia andar. Mas eu podia mancar. Eu tinha ficado muito boa nisso. Estava doendo muito, mas tudo em que eu podia pensar era sair da chuva.
“É claro que posso andar”, eu insisti, entre dentes, mancando dolorosamente. “Eu posso usar perfeitamen- ah! Ei! Me coloque no chão, seu idiota! Me coloque no chão!”.
Mas James não prestou atenção nos meus gritos, depois de ter me levantado facilmente ( Aviso: Comer mais. Se garotos podem te levantar com facilidade, obviamente não há gordura suficiente sem seus ossos. Um quilo ou dois de arroz deve dar). Ele continuou a andar em um passo bem veloz em direção ao castelo.
E, apesar de eu nunca ter admitido isso a ele e ter continuado a berrar e reclamar durante toda a ida até o castelo para que ele me soltasse, eu estava muito feliz por ter James me carregando, porque até aquela pequena mancadinha que eu dei, deixava o meu tornozelo doendo muito.
Obrigado, Merlin, pelo cavalheirismo. Os pais dele o ensinaram bem.
Quando nós dois finalmente entramos no castelo, enxarcados até os ossos e totalmente lamacentos (já que eu tinha transferido parte da lama para James, durante o transporte), nós encontramos um Sr. Filch muito nervoso repreendendo todos os estudantes sujos e molhados, que estavam andando no Salão Principal.
“Detenção!”, ele gritou. “Todos vocês, deixando o meu chão imundo – você! Detenção! Tire as suas mãos imundas daí! Seus patifes, arruinando meu – ei! O que eu acabei de falar pra você, garoto!”.
“Viu?”, James disse, apontando na direção do Filch, com um sorriso malandro, gentilmente me colocando no chão. No entanto, seu braço ainda estava seguramente em minha cintura, e ele estava fazendo essa coisa estranha de me levantar e puxar a fim de manter a pressão fora do meu tornozelo dolorido. Apesar de difícil, a manobra deu certo. “É totalmente hilário fazê-lo subir pelas paredes”.
Eu não estava nem um pouquinho propensa a concordar com ele, já que eu estava com dor e de mau-humor e um pouquinho hostil, eu então gentilmente disse, “Uma vez já está ótimo por hoje. Sem fogos Dr. Filibusteiro, ok?”.
James fingiu estar aborrecido. “Você acaba com toda a minha diversão, Infalível”.
“Eu estou sofrendo. Me alegre”.
A lembrança do porquê eu estava me apoiando nele pareceu ativar um pouco de preocupação em James.
“Ala Hospitalar, então?”, ele perguntou. Eu assenti, mordendo meus lábios de dor. Droga, como doía. “Você consegue ir até lá?”, James perguntou preocupado, notando o meu óbvio encolhimento. Eu assenti de novo, apesar de saber muito bem que, se James não estivesse ali, servindo de apoio, e tirando toda a pressão do meu tornozelo, eu provavelmente teria desmaiado de tanta dor. Eu tenho uma tolerância extremamente baixa pra essas coisas. “Você quer que eu te carregue de novo?”.
Eu considerei a oferta por um segundo, queria dizer sim, mas neguei com a cabeça. Já era ruim o suficiente ele ter feito isso antes bem na frente das pessoas, mas andar pelo castelo comigo em seus braços – até mesmo machucada – iria provocar as línguas fofoqueiras. Merlin sabe que eu não posso permitir isso.
“Só…vamos assim”, eu respondi rouca, ignorando as dores que eu sentia a cada passo esquisito. James sacudiu a cabeça e parou o nosso movimento.
“Você está sendo ridícula”, ele disse, e se curvou para tentar me colocar em seus braços. Eu tentei me desvencilhar dele.
“James, não –“.
“Você não pode andar, Lily!”.
“Eu posso mancar!”.
“Você também não pode mancar, sua teimosa, agora me deixe – “.
“Me coloque no chão, seu tonto – não, pare com isso! Eu não estou...ai meu deus. Ai, merda! Me pegue, droga, me pegue! Me esconda!Vai, cara, vai!”.
“Lily, o que você está – “.
“Potter, o que você está fazendo?”.
James virou-se, ainda meio que me apoiando/meio que me segurando, para encarar o intruso. Eu escondi o meu gemido de pura tristeza.
Porque, quem poderia estar bem ali, olhando, enquanto meu suposto namorado, James Potter, me segurava em seus braços? Só podia ser meu amor e futuro marido, Amos DIggory.
Mil vezes merda.
“Amos!”, eu gritei, estranhamente me desvencilhando do abraço de James e, ao mesmo tempo, tentando não colocar nenhuma pressão no meu tornozelo – uma tentativa muito difícil, por sinal, considerando que eu tinha acabado de rejeitar a minha única forma de apoio. “O que você está fazendo aqui? Você também foi pego de surpresa pela chuva?”.
Era claramente uma pergunta idiota, já que Amos estava perfeitamente seco e todo mundo que esteve lá fora na chuva estava molhando todo o Salão Principal, mas eu estava em pânico e de mau humor. Não que isso importasse, de qualquer forma. Amos não estava prestando atenção em mim. Ele estava ocupado demais olhando furiosamente para James.
Merlin, oh Merlin. Que hora maravilhosa para ele finalmente sentir ciúmes.
Quando eu estou sentindo dor!!
James também estava olhando furiosamente para Amos até que eu o acotovelei forte, quebrando a troca de olhares. Ainda assim, dava para sentir o desdém no ar. “Que bom ver você por aqui, Diggory”, James disse sarcasticamente. “Mas acho melhor você cair fora. Lily e eu estamos horríveis. Você não vai querer estragar essa sua aparência perfeita, ou vai?”.
Ai, cara. Tudo o que eu precisava agora. Competição masculina. Será que ninguém percebeu que essa coisa toda de “Meu Ego é Maior que o Seu” não era uma boa idéia, considerando que havia uma pobre e indefesa garota sofrendo grande dor bem debaixo de seus narizes?
Não.
Ninguém se importou.
“Eu vou te perguntar mais uma vez, Potter. O que você acha que está fazendo?”.
Como parecia que qualquer um dos dois iria se matar a qualquer momento, eu rapidamente interrompi, me afastando ainda mais do abraço de James, mesmo que doesse muito fazer isso. “Eu machuquei meu tornozelo de novo”, eu expliquei rapidamente, lançando a Amos o que eu esperava ser um dos meus melhores sorrisos. “James está me ajudando. Eu não estou conseguindo andar direito”.
Ou ficar de pé, mas Amos não percebeu a minha leve expressão de dor. No entanto, James percebeu, e ele me puxou bruscamente para perto de si, mais uma vez aliviando minha dor.
Foi um bom ou um mau movimento? Eu não sei exatamente dizer.
“Obrigada”, eu disse suavamente, não sendo capaz de impedir que a palavra escapasse. James gemeu um “de nada” e continuou a olhar furiosamente para Amos.
Ah, que ótimo.
“Então, o que você está fazendo aqui embaixo?”, eu perguntei Amos, pensando que se eu conseguisse o distrair com a minha conversa inteligente, ele poderia ignorar o fato de que eu estava sendo segurada bem forte por um garoto que eu, acidentalmente, tinha proclamado ser meu namorado ontem.
Aparentemente, minha conversa não era inteligente o bastante.
“Eu estava procurando por você”, Amos respondeu, um comentaria que normalmente teria feito meu coração se derreter, mas naquele momento, isso me fez querer me jogar da Torre de Astronomia. “Eu te vi na livaria mais cedo, mas eu acho que você estava com um pouquinho de pressa, já que você saiu de lá bem rápido”.
Er, é...
Sobre isso...
“Eu...uh...tinha me esquecido que eu tinha marcado de me encontrar com James aqui fora”, eu menti descaradamente, dando de ombros, a fim de indicar que isso não era nada demais e que Amos também não deveria achar que fosse. “Coisas de monitoria, sabe”.
“Coisas de monitoria?”, ele perguntou. “É isso? Coisas de monitoria?”.
“Não –“.
“Bem, claro”, eu respondi rapidamente, lançando um rápido olhar furioso para James e interrompendo qualquer coisa imbecil que ele estava prestes a dizer, a fim de ganhar mais um ponto naquele jogo idiota do Ego. Eu me virei para Amos novamente com aquele sorriso lindo em meu rosto. “O que mais nós poderíamos estar fazendo?”.
Claro que era mais uma pergunta idiota. Eu estava tentando evitar o assunto, não trazê-lo à tona. E com uma pergunta “o que mais nós poderíamos estar fazendo?”, eu estava praticamente implorando por uma confusão. Porque no seu atuado estado de espírito, eu aposto que havia um monte de coisas que Amos poderia imaginar que eu James estávamos ‘fazendo’, e eu aposto que a maioria delas era proibida para menores. Eu poderia até mesmo ter seguido em frente e agarrado James bem ali e naquele momento, que seria praticamente a mesma coisa de uma pergunta como “o que mais nós poderíamos estar fazendo?”.
Merlin, eu sou tão idiota.
“Sabe, essa é a questão”, Amos começou, como eu esperava. “Eu só – não que eu esteja te acusando de alguma coisa, porque eu não estou – mas eu vou certos...er, rumores andando por aí e eu –“.
“E você acreditou em toda essa porcaria?”, eu o interrompi, rindo um pouco para dar mais efeito, tentando acentuar como aquilo tudo era ridículo, apesar de que, como eu bem sabia, havia razões suficientes para que qualquer um acreditasse naquela particular porcaria. “Francamente, Amos, eu pensei que você já soubesse como a rede de fofocas dessa escola funciona. A maioria do que se ouve não é nem um pouquinho verdadeiro”.
“Ah, eu diria que algumas coisas são verdade sim”, James interrompeu, olhando profundamente para mim. “Eles tem que tirar essas coisas de algum lugar, afinal de contas. Você não acha, Lily?”.
Eu mordi forte a minha língua para me impedir de dizer exatamente o que eu pensava sobre isso, e simplesmente escolhi lhe olhar da pior forma possível. James pareceu ignorar isso, e se virou nova,emte para Amos, que estava com um olhar muito desconfiado. Se eu não estivesse, naquele momento, totalmente dependente de James para me apoiar, eu o teria chutado muito, muito forte, bem na sua perna
Ou em um lugar bem mais doloroso.
Se eu tivesse coragem.
“Normalmente eu ignoraria”, Amos respondeu, “mas minha prima veio e me disse que essa coisa em particuar ela tinha ouvido diretamente de você e eu...bem, ela provavelmente entendeu mal-“.
“É, foi isso”, eu respondi rapidamente, balançando a cabeça decisivamente. “Ela entendeu tudo errado”. Eu virei para James com um sorriso falso, mostrando a ele para ficar calado e seguir a maré, antes que eu fizesse que ele fosse o último da linhagem Potter. “Amos deve ter ouvido aquele humor idiota sobre eu e você”, eu disse, sorrindo docemente para ele. “Que besteira. É uma total e completa besteira. Não é mesmo, James?”.
Por um segundo, James não disse nada. Eu comecei a entrar em pânico internamente, tentando descobrir em que tipo de jogo ele estava para tentar me fazer sofrer assim, bem na frente de Amos, com todo o meu histórico de relacionamentos. Eu sabia que James e Amos não se gostavam, mas James gostava de mim, e amigos simplesmente não arruínam a chance de seus outros amigos com o homem de seus sonhos. Eles simplesmente não fazem isso. E, por um segundo, eu pensei que isso seria exatamente o que James faria, até que eu parei de olhar pra ele, pronta para confessar tudo a Amos, rezando para que ele entendesse a minha loucura, quando, de trás de mim, James falou, “É, besteira”.
Se não fosse totalmente e completamente inapropriado naquele momento, eu teria o abraçado e beijado.
Obrigada, Merlin!
“Besteira”, eu repeti, sacudindo minha cabeça, meu sorriso não mais tão falso como antes. “Viu? Besteira”.
Mas Amos não estava olhando para mim quando eu, mais uma vez, disse ‘besteira’. Ao invés disso, ele estava olhando por sob meu ombro, olhando furiosamente para James. Parecia que o segundo round de olhares furiosos tinha acabado de começar. Então, de repente, sem nenhum aviso, Amos andou até onde James e eu estávamos, murmurando, “Eu ajudo ela”, antes de rapidamente me tirar dos braços de James.
Besteira ou não, eu acho que é seguro dizer que Amos estava um pouquinho inseguro.
E enquanto que, sim, eu estava contente com o fato de que Amos estava finalmente agindo como uma alma gêmea apropriada e possessiva como eu sempre quis, naquele preciso momento, eu não posso dizer que eu estava prestando muita atenção nisso, já que a reação de Amos fez com que meu tornozelo se arrastasse dolorosmanete no chão. Mais uma vez, ocupado demais com seus olhares furiossos, Amos não percebeu que eu empaledeci de dor, mas James, mais uma vez, veio ao meu resgate.
“Digoory, ela não é uma saco de batatas, ela está machucada!”. Os olhos de James se moveram rapidamente de Amos para mim. “Você está bem?”, ele perguntou.
Eu assenti, lhe lançando um pequeno sorriso, que ele obviamente não vou já que ele estava ocupado demais olhando furiosamente para Amos de novo. “Bem”, eu murmurei, mais pra confirmar para mim mesma. “Eu ficarei bem”.
“Você tem que ser mais gentil”, James respondeu com raiva, completamente ignorando o assunto da conversa – ou seja, eu. A dor no meu tornozelo já estava me irritando. “Ela vai ter que estar inteira para sair com você, sabe”.
“Então você admite?”, Amos resmungou, convencido, mas também conseguindo ignorar o assunto da conversa – ou seja, eu – que já deveria estar na Ala Hospitalar há sete ou oito anos luz. “Que ela vai sair é comigo?”.
A gente já não conversou sobre isso?
“Por enquanto”, foi a resposta curta de James.
Ai, pelas barbas de Merlin, James Potter, seu idiota! Pare de provocá-lo!!
“Então, é assim que você ve as coisas?”, Amos continuou, sua voz altamente confiante e igualmente nem um pouquinho amigável. “Você acha que é assim que vai acontecer? Abra os olhos, Potter. Pra mim, parece que a sua situação não é nem um pouquinho diferente daquela há dois anos atrás –“.
“Seu filho da-“.
“Ai!”.
Pela primeira vez depois de um longo tempo, os olhos foram dirigidos a mim, depois de James ter esquecido a minha presença e ter ido bater em Amos, mas a única cposa qe ele conseguiu fazer foi pisar em mim, arrasando com o meu pobre, torcido, quebrado e doloroso tornozelo.
As coisas só estavam melhorando não, é mesmo?
“Ai, meu deus! Lily, desculpe!”, seu olhar alternando do meu rosto, para o meu tornozelo, e depois para meu rosto de novo, James murmudando um monte de desculpas. “Você está bem? Merlin, me desculpe. Eu não tive a intenção de –“.
“Ala Hospitalar”, eu consegui dizer entre dentes, respirando fundo e olhando furiosamente não só para James, mas para Amos também. “Eu não me importo com quem é que vai fazer isso, ou se vocês contratarem um elefante selvagem para me carregar até o primeiro andar, apenas me levem para a Ala Hospitalar agora!”.
Aparentemente, uma garota não consegue agüentar tanta dor até que ela exploda.
No final das contas, Amos foi quem me carregou até a Ala Hospitalar, com James em seus calcanhares. Eu nem mesmo podia aproveitar de forma apropriada o fato de eu estar sendo carregada pelo meu amor verdadeiro, considerando que eu estava sentindo mais dor do que era humanamente possível, além do fato de eu estar com muita raiva por causa de toda aquela cena no Salão Principal. Além disso, não demorou muito para nós chegarmos até a Ala Hospitalar e Madame Pomfrey expulsar James e Amos apenas alguns minutos depois de termos chegado ali.
Um biscoitinho duro de roer, aquela Pomfrey. Muito duro, de fato.
Então, aqui estou eu. Na Ala Hospitalar. Com um tornozelo pulsante. Ouvindo Pomfrey falar e falar sobre como ela vai arrancar o meu tornozelo se eu não parar de de deslocá-lo.
Ela não acredita quando eu digo que é um Tornozelo que Não Cura Nunca. Se quebrar e descolocar e tudo o que ele aparentemente consegue fazer.
Hunf.
Essa não pode ser a minha vida.
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