Capítulo 11, parte 2
Capítulo 11 – parte II
Ainda muito mais tarde, dormitório feminino do sétimo ano
Lily Observadora: Décimo sexto
Observações Totais: 107
Preparação para a Sessão de Estudos com Sr. Perfeito:
Bastidores do Processo de escolha de roupa que Lily Evans tem que passar a fim de parecer decente
Primeiro Passo) Calças apropriadas
Normalmente eu não gosto de me gabar, mas eu tenho que dizer que eu tenho uma calça jeans que faz o meu bumbum parecer fabuloso. Sério. Fica perfeita em mim. Mesmo por debaixo das minhas vestes, dá pra perceber como a calça faz o meu bumbum parecer perfeito. Sim, elas são assim tão boas. No entanto, é só essa calça que faz o meu bumbum parecer perfeito, então, esse jeans só é usado em ocasiões muito, muito importantes. Como essa sessão de estudos, por exemplo. Um ótimo exemplo, por sinal.
Procura pela Calça Perfeita: Completa!
Segundo Passo) Blusa perfeita
Para a blusa ser perfeita, ela precisa cumprir dois objetivos. Objetivo número um, claro, é fazer você parecer bem mais magra do que você realmente é. Esse objetivo é bem difícil de cumprir quando você leva em consideração que você tem uma pequena protuberância na sua barriga por causa de todo aquele arroz que você come, mas A Blusa Perfeita consegue dar conta do recado.
O objetivo número dois tem a ver com a região um pouquinho ao norte da sua pequena protuberância na barriga, e, na verdade, tem a ver com mais um par de protuberância localizada na área do peito. Eu estou, claro, me referindo ao que é comumente conhecido como os seios femininos. Agora, meus seios são, na verdade, (por sorte) existentes. Quero dizer, eles não são gigantes nem nada, mas eu tenho certeza que você conseguiria percebê-los até mesmo em um dia enevoado. No entanto, na BP, meios seios – qualquer seio, na verdade – ficam bastante parecidos com o meu bumbum nas Calças Apropriadas – ou seja, perfeitos. E garotos gostam disso. Seios perfeitos, quero dizer. Então, BP é, muitas vezes, usada na companhia de um garoto muito legal como, vamos dizer, Amos Diggory.
Então. Eu tenho três Blusas Perfeitas. Isso mesmo, três.
Blusa #1) uma verde, feita de lã e que emagrece e aumenta nos lugares adequados.
Blusa #2) uma azul, feita de seda, muito sexy e muito útil
Blusa #3) uma bem simples, branca e com um pequeno laço em cima. Muito casual, mas muito bonita.
Agora, o único problema é escolher uma das Blusas Perfeitas.
Hum...bem, vamos analisar, certo?
Blusa # é, apesar de perfeita, é feita de lã, e seria mais apropriada para uma visita em Hogsmeade em um tempo mais frio, ao invés de em uma sessão de estudos à noite na biblioteca. Quero dizer, eu já suo o suficiente quando Amos está por perto, eu não preciso de uma blusa que me esquente ainda mais. E a Blusa #2, que também é perfeita, está um pouquinho – como eu vou explicar isso – er...do lado piranha. É mais uma blusa para o sétimo encontro do que uma para uma segunda sessão de estudos. Minha mãe diz que uma verdadeira mulher sempre é um pouquinho misteriosa, e a Blusa #2...bem, vamos dizer que ela não dá muito espaço para a imaginação. E eu, certamente, não quero que Amos pense que eu sou assim tão liberal, então, isso acaba eliminando a Blusa #2 também.
Isso leva à Blusa #3 – simples, mas maravilhosa. Ela apóia e emagrece nos lugares certos. E, o que é ainda mais genial, ela fica perfeita com as Calças Perfeitas.
Busca pela BP: Completa.
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Passo Número Três) Altura ou Conforto? A procura pelo Sapato Perfeito
Existem dois tipos de sapatos no mundo. No primeiro grupo estão os sapatos que são feitos para te deixarem extremamente confortável. Nessa categoria, nós temos o tênis, as sandálias rasteiras, os chinelos e as suas baixas e confortáveis pantufas. No segundo grupo estão aqueles sapatos que são criados simplesmente para melhorar a sua aparência, sem considerar qualquer dano que eles possam causar ao seu pé. Nessa categoria, nós temos os sapatos e sandálias com salto muito alto, e qualquer outro tipo de sapato que depois de apenas meia-hora de uso, já cria bolhas enormes que queimam, sangram e apodrecem por dias depois que você os usou. No entanto, geralmente essas bolhas valem mais a pena do que a dor, porque essa categoria de sapatos te deixa mais alta, mais chique e sofisticada. O que você não consegue com um par de tênis.
No entanto, eu nunca fui muito fã dos sapatos na segunda categoria. Grace é, e ela tem milhares e milhares de sapatos de diferentes cores, mas eu sou um bebê quando se trata de dor, então, bolhas não são pra mim.
Além disso, quem é que usa salto alto para ir à biblioteca? Eu quero parecer bonita, não louca.
Então, eu acho que eu vou com o tênis que eu uso todo dia. Eu vou guardar o salto alto (e a dor) para um verdadeiro encontro.
Escolha do Sapato: Completa.
Passo Número Quatro) Vestes: Usá-las ou não usá-las?
As vestes são comumente usadas tanto dentro das salas de aula, como fora delas neste ótimo estabelecimento que nós chamamos de Hogwarts. Elas são muito comuns entre os bruxos. Se eu não usá-las eu vou parecer bem estranha e fora do lugar, mas se eu usá-las, elas podem cobrir um pouquinho da minha maravilhosa aparência. No entanto, acho que isso não seria assim tão ruim. Quero dizer, eu não quero parecer que eu me esforcei demais, ou quero? Eu quero irradiar beleza casual e boa confiança, não desespero e muito esforço. Eu não quero parecer ridícula. Portanto, vestes são execelente!As minhas vão dar direitinho com a minha aparência, eu acho.
Decisão das Vestes : Completa.
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Passo Número Cinco: Colacar tudo junto e se analisar
Calça Perfeita: Checado.
BP: Checado.
Vestes Casuais: Checado
Aparência Total: Excelente.
Mais tarde, dormitório feminino do sétimo ano
Lily Observadora: Décimo sexto dia
Observações Totais: 108
Observação #108) Quando alguém tão maravilhosamente bonita como eu estou agora, é fácil falar que essa pessoa não tem nenhum tipo de complexo de inferioridade.
Agora, saindo para ver meu amor!
Um pouquinho antes da Sessão de Estudos com Amos, Biblioteca
Lily Observadora: Décimo sexto dia
Observações Totais: 109
Sabe, eu não estou tão nervosa com essa coisa toda como eu estava na semana passada. Sério, eu não estou. Quero dizer, tudo bem, minhas mãos ainda estão suando um pouquinho, mas apesar disso, eu estou muito bem. Isso poder ser porque:
Amos insistiu que ele “mal podia esperar”
Da última vez, tudo correu bem. Mesmo quando eu disse algo totalmente idiota e típico de mim, tudo correu bem. Amos é tão perfeito que isso nem importa.
Eu estou maravilhosa.
Apesar dele me elogiar, e me paquerar e, possivelmente, pensa em mim antes dele cair no sono, por agora, está tudo bem na Jamesnópolis. E quando eu digo que ‘tudo está bem’, eu quero dizer que ele não está com raiva de mim. Nós sempre parecemos ter raiva um do outro por algum motivo. No entanto, no momento, nós não estamos. O que é bom. Mesmo que, como eu disse, ele possa estar, neste momento, sofrendo pela minha forte ligação com o Sr. Diggory. Não que eu esteja dizendo que ele está, porque provavelmente ele não está – é muito provável que não – mas ele podia estar. Se ele ainda gosta de mim e tudo mais. Mas eu acho que ele não gosta mais.
Então, tudo está ótimo. De fato, as coisas estão indo tão bem que eu sei que alguma coisa realmente horrível vau acontecer a qualquer momento. Meu carma horrível não deixaria toda essa boa sorte ir assim tão longe. Minha sorte já alcançou o seu limite. Depois disso, tudo vai por água a baixo. E agora eu vou me encontrar com o Amos.
Eu vou cair de cara no chão quando eu estiver indo me sentar.
Eu vou ficar enjoada e vomitar em cima dele.
Eu vou esquecer tudo, dizer tudo errado para o Amos e, conseqüentemente, nós vamos reprovar.
Alguma coisa vai dar errada. Eu posso sentir. As coisas estão indo bem demais agora.
Mas, quer saber de uma coisa? Tudo vai ficar bem, porque agora eu estou preparada para o inevitável surgimento de alguma coisa ruim. Totalmente e completamente preparada.
Carma ruim, manda ver.
Antes da aula particular, Biblioteca
Lily Observadora: Décimo sexto dia
Observações Totais: 111
Quando eu cheguei aos onze anos, eu desisti de ter esperança de que algum dia eu seria uma garota normal. E, sério, quem poderia me culpar? Eu tinha parado de acreditar que era só ‘uma coincidência’ quando as coisas, repentinamente, se quebravam quando eu ficava com raiva (o que, surpresa, surpresa, era bastante freqüente) e quando o cabelo do meu vizinho, Billy Rodness, mudava de cor sempre que ele me escolhia para jogar no seu time de futebol. Quero dizer, ninguém podia realmente me culpar pelos incidentes, mas quando Billy sempre escolhia a linda (mas inútil) Sadie Foster ao invés de mim para jogar em seu time, e eu comecei a chamá-lo de maldita uva podre em minha mente, não parecia ser um acidente quando seu cabelo ficava roxo. Depois, tinha todas aquelas vezes em que um professor totalmente injusto me fazia, de propósito, as perguntas mais difíceis e, alguns momentos depois, um pouquinho antes de eu responder, seu giz explodia abruptamente na sua cara.
E quando chegou julho do meu décimo primeiro ano de vida, eu estava me preparando para outro ano letivo irritante na minha escola local, onde parecia que era, particularmente, mais difícil para eu conseguir esconder a minha anormalidade. E foi em uma manhã de verão, enquanto eu estava sentada com a minha família na mesa da cozinha tomando o café da manhã que eu ouvi pela primeira vez.
“O quê é aquilo?”.
Isso veio da minha mãe (que tinha, repentinamente, parado de tomar o seu mingau, a colher parada no meio do caminho em direção a sua boca), quando ela virou curiosamente a sua cabeça em direção a janela aberta da cozinha. Todo mundo a seguiu, e mudamos os nossos olhares para aquela direção também.
Assobio. Assobio.
Automaticamente, nós todos nos inclinamos na janela. Petúnia ficou sentada, rígida, e colocou sua torrada em seu prato, seus olhos piscando curiosamente.
“O quê? Isso parecia uma...uma coruja!”.
É. Uma coruja. Era exatamente o que parecia. Mas não podia ser uma coruja. O que diabos uma coruja estaria fazendo voando ao redor da casa dos Evans? Nós tínhamos que estar escutando coisas. Definitivamente, não era uma coruja.
Isso foi a que a gente tinha decidido, até alguns segundos depois....
“Ai...meu...”.
Lentamente, minha mãe apontou o seu dedo para a janela. Um por um, nós nos viramos para ver para quem ela estava apontando. Petúnia gritou. Papai ficou em silêncio. Meus olhos se arregalaram, atingindo o tamanho de um pires.
Uma coruja enorme e marrom estava empoleirada no parapeito de nossa cozinha.
Eu acho que é seguro dizer que ninguém estava respirando de forma apropriada naquele momento.
“Olha lá!”, Petúnia arfou, gesticulando freneticamente na direção de um dos pés da coruja, depois que o choque inicial tinha passado. “Tem...tem uma carta, mãe!Uma carta!”.
Todos os olhos passaram a encarar a pequena carta que, de fato, estava amarrada a garra esquerda da ave. Eu fiquei boquiaberta. Meu pai largou seu papel. Ninguém se levantou da mesa.
“Nós deveriamos...pegar a carta, Jon?”.
Minha mãe parecia muito confusa quando ela olhou, incerta, para o meu pai, obviamente esperando que ele soubesse explicar a situação. Meu pai é assim – muito inteligente e tudo mais. Se alguém poderia achar algum motivo para que uma coruja não-identificada estava com uma carta amarrada em seu pé e sentada no parapeito da janela, era Jon Evans. Mas até mesmo o meu pai muito inteligente e genial parecia perdido e confuso como o resto de nós.
“Eu não sei, Caroline”. Papai tateou os seus óculos que estavam em seu nariz, um hábito que ele tinha quando estava pensando ou nervoso. “Talvez nós devêssemos ligar para a polícia? Uma coruja perdida voando pelo Surrey não pode ser sinal de algo muito bom...”.
Enquanto meus pais continuavam a discutir se ligavam ou não para as autoridades, e minha irmã continuava a observar a grande coruja com um medo e desconforto óbvios, eu percebi que eu estava, estranhamente, atraída pela ave – as suaves e fortes penas, os olhos educados, mas calculistas, a carta misteriosa com uma tinta esmeralda muito peculiar...
Antes mesmo de eu saber o que eu estava fazendo, eu me levantei e andei, cuidadosamente, em direção onde a coruja estava empoleirada. Como todos estavam absorvidos pelos seus próprios pensamentos e pela discussão, minha família não percebeu que eu tinha me levantado até eu ter alcançado suficientemente a coruja, para que minha irmã pudesse me ver.
“Lily? Lily, o que você está fazendo?”.
Eu parei, mas só por um momento. Meus pais também se levantaram, suas vozes demonstrando pânico, mas eu continuei andando. Eu não podia parar. Aquela carta...
“Lily Christine Evans, fique longe dessa ave!”.
“Não se mexa, Lily! Apenas pare e, lentamente, volte para cá! Lentamente!”.
“Ah, por favor, não morra, Lily? Eu odiaria que você morresse!”.
Eu me aproximei do parapeito da janela, meu coração batendo forte dentro do meu peito, ignorando os gritos e avisos da minha família. Quando eu estava a um metro da coruja, eu repentinamente dei um pulo para trás, assustada, já que a ave tinha, surpreendentemente, estendido a perna que continha a carta em minha direção. Eu senti um frio na barriga, quando eu, mais uma vez, me aproximei da coruja para desamarrar a carta de seu pé. Lentamente, mas com cuidado, e com os murmúrios de preocupação da minha família atrás de mim, eu desamarrei a carta do pé da ave.
“O que diz, Lily? Pra quem é?”.
Eu encarei a letra esmeralda na frente do envelope, completamente impressionada. Demorou alguns segundos para eu assimilar a pergunta da Petúnia.
“Eu...é...é pra mim”.
Assim que o choque passou, eu corri para onde minha família estava sentada, mal conseguindo controlar o tremor e excitação da minha voz, enquanto eu mostrava a carta para os meus pais. “Olha!”, eu exclamei, entregando o envelope pro meu pai. “Olha só pra isso, pai! ‘Senhorita Lily Evans, primeiro quarto da direita, 422 Glytthingham Place’. Não é o endereço mais peculiar que vocês já viram? Primeiro quarto da direita?”.
Meu pai mexeu em seus óculos novamente, parecendo muito incomadado com o endereço da carta. “Mas quem enviou isso?”.
Como eu também estava curiosa sobre isso, eu virei o envelope, onde um brasão estava sendo usado para selar a carta.
Escola de Bruxaria e Feitiçaria de Hogwarts.
“Escola de quê?”.
Eu passei meu dedo pelo brasão, e abri a carta. Com mãos trêmulas eu, lentamente tirei as várias partes de pergaminho que estavam dentro do envelope.
Cara Senhorita Evans, o primeiro pergaminho dizia,
Nós temos o prazer de informá-la que você foi aceita na Escola deBruxaria e Feitiçaria de Hogwarts...
E o resto, como dizem, é história.
Foi o melhor momento de toda a minha vida.
Até agora.
ELE ME CHAMOU PARA SAIR!!!!!
AMOS DIGGORY ME CHAMOU PARA SAIR!!!!!!
Agora eu vou ter UM ENCONTRO EM HOGSMEADE COM O MEU FUTURO MARIDO!! NÃO É SENSACIONAL?
Ai, Merlin, eu acho que não estou respirando direito. Sério. Daqui a dois segundos, toda essa comemoração vai ser em vão porque eu vou desmaiar e morrer de overdose de felicidade. Ou, de ataque cardíaco. Ou, uma grande falta de oxigênio nos meus pulmões. O que acontecer primeiro.
Meu coração está batendo tão forte que parece que vai sair de dentro do meu peito. E minhas mãos...bem, vamos colocar dessa forma: agora eu tenho suor suficiente para construir o meu próprio canal. Mas, quer saber de uma coisa? Cada gotinha de suor valeu a pena. Cada uma delas, porque agora eu sou A GAROTA MAIS FELIZ DE TODA A INGLATERRA – não! – DE TODO O MUNDO!!!
Hoje, sem dúvida nenhuma, é a melhor e mais fantástica noite de TODA A MINHA VIDA!
E olha que engraçado, quando a noite começou, eu estava absolutamente certa de que o garoto não queria nada comigo! Sério, eu pensei! Quero dizer, eu sei que ele tinha dito que ele mal podia esperar e tudo mais, mas quando ele entrou, eu pensei, por um segundo, que talvez eu tivesse entendido tudo errado. Eu pensei, ‘talvez ele disse isso de forma sarcástica? Será que foi isso?’. Quero dizer, o que eu deveria pensar quando Amos entrou, ignorando completamente o imenso esforço que eu tinha gastado para parecer bonita, sentou e disse casualmente:
“Olha, você acha que a gente pode ir mais rápido hoje à noite? A única hora que eu consegui reservar o campo foi as 7:25 de hoje, e o time realmente precisa de treino. Você não se importa, certo?”.
É. Foi isso mesmo.
Nada de “Oi”, nada de “como vai você”, nada de “que bom que você está aqui, você está muito bonita”. Quero dizer, eu não estava esperando um pedido de casamento nem nada, mas é tanto assim esperar por um cumprimento? Qualquer tipo de cumprimento? Mesmo que seja só um rápido ‘oi’? Eu realmente acho que não é assim tanta coisa. Mas, ao invés disso, tudo que eu consegui foi justificativas. Desculpas relacionadas ao Quadribol.
E eu tentei não ficar ressentida com isso, sério. Quero dizer, eu sorri e concordei com a cabeça e disse, “é, claro, sem problema”, de maneira muito calma, mas é difícil ignorar o fato de que seu futuro marido acabou de escolher Quadribol, ao invés de passar um tempo com você. E o que acontece? Garotos e quadribol, quero dizer? Eles não pensam? Será que eles sabem que, não, você não pode levar o Quadribol para um armário de vassouras bem distantes e se agarrar com ele por uma meia hora? Você pode passar um bom tempo agarrando o gramado quando você cai de sua vassoura durante o jogo, mas isso é tudo o que você pode conseguir. Agora, comigo, por outro lado...
Os garotos são assim tão cegos?
Jogar quadribol...ou agarrar a Lily...jogar quadribol...agarrar a Lily...
A decisão não deveria ser difícil.
Então, de qualquer forma, você pode, provavelmente, entender a minha imensa preocupação e depressa naquele momento. A noite mal tinha começado e tudo já parecia terrível! Eu não conseguia entender como isso era possível.
Mas você sabe o que dizem...
Então, eu coloquei um sorriso no rosto e comecei a trabalhar.
Eu fiquei aliviada quando eu percebi que eu e Amos conseguimos voltar àquele ambiente confortável e tranqüilo que nós tínhamos semana passada. Nós trabalhamos, nós rimos, eu me fiz de idiota algumas vezes e nós rimos de novo...sério, foi adorável. Já que nós estávamos nos dando tão bem, era fácil fingir que Amos não estava possivelmente contando os minutos para que chegasse logo 7:25 e ele pudesse ir embora. Na minha mente, eu o imaginei olhando no relógio, vendo as horas e depois casualmente dizendo e dando de ombros, “quem precisa de quadribol, mesmo?”, mas eu sabia que isso não ia acontecer. Mas mesmo assim, meu sorriso permaneceu e nós trabalhamos duro para terminar o projeto a tempo.
E quer saber de uma coisa? Sério, Amos é tão sortudo por me ter. Sério, é sim. Ele é terrivelmente horrível em Runas Antigas. Graças a Merlin que eu não insisti em fazer uma tradução mais difícil, porque Amos não teria dado conta. Ele tenta, sério, mas eu acho que ele não tem os genes ou alguma coisa assim. Não que isso me faça amá-lo menos – eu o amo mesmo com seus defeitos, como todas as esposas verdadeiras fazem. Defeito é o que nos faz humanos, afinal de contas. Eu ficaria muito preocupada se Amos não tivesse pelo menos alguns. Merlin sabe que eu tenho mais do que eu consigo contar.
Os minutos continuaram a passar rápido demais pro meu gosto, e eu me encontrei fazendo as traduções erradas com esperanças de que o Amos escolheria ficar se nós não terminássemos, mas por azar, meus erros não serviram de nada. Ao invés disso, nós acabamos terminando cinco minutos antes do tempo. Eu tentei esconder meu grande desapontamento.
“Então, é isso? Nós terminamos?”.
Amos sorriu, enquanto ele terminava a última tradução. Eu sorri de volta, miseravelmente. “Parece que sim”, eu disse, segurando o suspiro que estava ameaçando escapar. Meu estômago se revirou quando eu comecei a perceber que talvez eu tivesse entendido tudo errado. Amos nunca esteve esperando por esse momento. Não do jeito que eu estivera esperando. Ele estava, no entanto, aguardando ansiosamente para ir jogar Quadribol, e estava ajeitando seus papeis para pode ir embora.
“Nos formamos uma bela equipe”, Amos comentou, me olhando depois de finalmente ter arrumado as suas anotações. Eu concordei com a cabeça e forcei um outro sorriso, desapontada e triste demais para responder. `E claro que nos formamos um belo time, Amos. Nos formamos um time maravilhoso, o par perfeito – namorado e namorada, marido e mulher, mae e pai...
“Lily?”.
Minha cabeça se ergueu, meus olhos pararam de encarar a mesa (porque eles estavam olhando pra ela o tempo todo em que eu estava arrumando os meus livros, desesperada para olhar pra qualquer lugar, menos pro garoto que tinha acabado com os meus sonhos e esperança). “Hum?”, eu respondi suavemente, não confiando em mim para dizer mais que aquilo. Amos limpou a garganta de uma maneira muito esquisita e, por um segundo, eu fiquei com medo de talvez não ter escondido a minha decepção assim tão bem quanto eu pensava.
“Posso te fazer uma pergunta?”, Amos finalmente perguntou.
“Sobre o trabalho?”.
Amos riu de forma desconfortável e negou com a cabeça. Imediatamente, eu comecei a entrar em pânico ao pensar nele me perguntando sobre o meu comportamento esquisito e minha decepção bem estranha. A regra número de encarar a rejeição é disfarçar bem! Você tem que fazer. De qualquer maneira. No entanto, do jeito que Amos estava lá em pé, se mexendo de maneira nervosa, eu sabia que eu tinha quebrado aquela regra. De alguma forma, eu sabia que eu tinha que corrigir o meu erro. Então, com toda a força de vontade que eu possuía, eu deixei de lado toda a decepção e medo que estava correndo pelas minhas veias e forcei o meu melhor sorriso.
“Sobre o quê, então?”, eu perguntei, meu rosto quase se deformando de tanta força que eu estava fazendo para manter o meu sorriso.
“O que você vai fazer no dia 18, Lily?”.
“Dia 18?”.
“É, dia 18”.
“Er, eu não sei”, eu respondi lentamente, tentando esconder a minha confusão por causa daquela pergunta tão estranha. “Que dia que é? É sexta ou algo assim?”.
Amos abriu um pequeno sorriso. “É sábado”, ele disse suavemente. Ele olhou pra mim de forma intensa e acrescentou, “É Hogsmeade”.
Hogsmeade.
A palavra me fez ficar toda arrepiada. Só em pensar no dia, me dava vontade de chorar. O que ele queria? Ele, francamente, esperava que eu não fosse a Hogsmeade a fim de ajudá-lo com alguma coisa? Será que ele pensava, ‘ah, Lily Evans, ela tem um cérebro e não teria absolutamente nada para fazer no fim de semana de Hogsmeade. Vamos ver se eu consigo que ela faça isso e aquilo para mim’?.
Bem, Amos meu querido, eu posso não ter uma vida e você pode parecer não me amar como você deveria me amar, mas eu não tenho que aceitar esse tipo de abuso!
“Bem, eu acho que eu vou para Hosgmeade, então, certo?”, eu respondi de maneira petulante, minha cabeça erguida e desafiadora, desafiando-o a contradizer-me.
Mas ele não fez isso. Me contradisse, quero dizer. Ele simplesmente me olhou de forma muito estranha e disse, “Então, você já tem planos? De ir com alguém?”.
Eu fiquei pensando porque ele ainda estava insistindo no assunto. Ele não me escutou? Realmente importava se eu estava indo com alguém ou não? Quero dizer, pra falar a verdade, eu não estou falando com a Emma (apesar de que, mesmo que eu estivesse, ela provavelmente iria se agarrar com o Mac em algum lugar) e sabe-se lá se a Grace planejou algum encontro para aquele sábado, então, eu posso acabar indo sozinha, ou ainda pior, nem mesmo ir. Mas isso não significava que eu estava disponível para fazer qualquer trabalho que Amos estivesse pedindo – eu o amo e tudo mais, mas não vou desperdiçar o meu tempo em Hogsmeade.
Eu estava tentada a mentir para o Amos, e lhe falar sobre o cara inteligente e atraente que tinha implorado de joelhos para que eu fosse à Hogsmeade com ele, mas eu parei quando a história já estava na ponta da minha língua. Eu sabia que a mentira ia acabar voltando para mim de alguma forma, e eu não podia arriscar.
Então, ao invés disso, eu usei uma reposta fria e evasiva. Não exatamente uma mentira, mas não exatamente verdade também.
“Bem, eu não tenho nada confirmado ainda mas, sim, eu acho que eu tenho alguns planos. Por quê?”.
No segundo que a pergunta saiu da minha boca, eu me arrependi de tê-la feito. Eu não deveria ter perguntado o porquê. Eu sabia que se ele me olhasse com aqueles grandes olhos azuis e mencionasse, decepcionado, que o namorado da filha da tia da sua prima precisava de ajuda em Feitiços e que ele tinha percebido que eu era perfeita para a tarefa, eu, com certeza, me derreteria e aceitaria. Todos os meus pensamentos da minha atitude desafiadora iriam por água abaixo só com um olhar. Como é que uma garota consegue dizer não ao homem que ela ama? Como ela pensaria em pensar em ir à Hogsmeade quando seu amor poderia estar sofrendo?
Eu não conseguiria. Eu não pensaria. Eu odiava tudo isso, mas é assim que a vida é.
Mas, no final das contas, eu não precisei fazer nada, porque não era o namorado da filha da tia da prima dele que queria a minha companhia no dia 18.
Era o próprio Amos.
“Bem, então eu não posso te convidar para ir comigo, se você já tem planos, certo?”.
...te convidar para ir comigo...
Foi aí que meu coração parou de bater. E não foi porque, como você poderia pensar, Amos tinha, tecnicamente, me chamado para ir à Hogsmeade com ele, ou porque eu tinha acabado de perceber que todos os meus sonhos e fantasias estavam para serem realizados, mas porque assim que as palavras saíram da boca de Amos, apenas uma coisa passou pela minha cabeça.
Ai meu Deus, eu estou delirando.
Era isso. No segundo em que eu ouvi a proposta, eu tive que segurar um gemido, enquanto eu começava a perceber – eu estava, oficialmente, maluca. Eu não posso nem mesmo dizer como meu rosto deve ter ficado naquele momento mas, internamente, eu estava entrando em pânico completamente. Eu estava totalmente convencida de que eu tinha finalmente cruzado a frágil linha entre ser só um pouquinho maluca, e ir, literalmente, parar num manicômio, com uma camisa-de-força, e pessoas perguntando, ‘vamos tomar nosso remédio agora?’. Eu estava vendo coisas. Eu tinha conseguido chegar no limite da insanidade. Eu estava criando imagens reais na minha cabeça. Eu estava delirando. Eu não conseguia acreditar que eu estava realmente delirando. O que eu iria fazer agora que –
“Lily?”.
Eu parei todo o fluxo dos meus pensamentos, quando eu ouvi a voz de Amos. Ele estava olhando para mim com expectativa, como se estivesse esperando uma resposta. E foi aí que eu percebi que, enquanto a Lily estava dando uma de louca, e tendo alucinações, Amos deve ter falado alguma coisa.
Ai, mil vezes droga.
“Desculpa”, eu disse imediatamente, sacudindo minha cabeça e, com esperanças de que eu sacudisse a minha insanidade também. “Eu não o ouvi. O que você disse?”.
“Bem, eu na verdade perguntei mais do que falei”, Amos corrigiu, sorrindo. Meu coração bateu forte quando eu o ouvi mencionando a palavra ‘perguntei’.
“Perguntou o quê?”, eu resmunguei, me beliscando por debaixo da mesa, só pra ter certeza de que isso não era mais uma invenção da minha imaginação.
“Sobre Hogsmeade”, Amos repetiu. “Se os seus planos não puderem ser adiados, eu queria que você fosse comigo”.
Eu queria que você fosse comigo.
Não tinha sido uma alucinação. Eu não estava louca (ou assim tão louca). Amos Diggory realmente tinha me convidado para ir à Hogsmeade com ele.
AMOS DIGGORY TINHA ACABADO DE ME CONVIDAR PARA IR À HOGSMEADE COM ELE!!!!
ELE ME AMAVA! ELE REALMENE ME AMAVA!!!!
...ou, ele estava quase lá, de qualquer forma. Garotos são horrivelmente estúpidos para essas coisas. Muito cegos em relação ao que se passa em seus corações, sabe. Mas ele vai perceber que ama, algum dia desses. Ele me ama mais até que a própria vida. Ele só não sabe disso ainda.
“Você quer ir à Hogsmeade comigo?”, foi a primeira coisa que eu consegui dizer, e fiquei surpresa com a calma da minha voz, mesmo que, por dentro, tudo estava confuso.
“Eu sei que já está um pouco em cima”, Amos respondeu com um aceno, “mas eu pensei que seus planos talvez pudessem ser –“.
“Eles podem”, eu interrompi rapidamente, um largo sorriso no meu rosto, sem me importar que a minha resposta tinha parecido rápida e desesperada demais. “Eles podem ser adiados sim, na verdade. Eles são bem flexíveis. Muito, muito flexíveis”.
“Flexíveis?”, Amos repetiu lentamente. “Então, isso é um sim?”.
Isso era um sim? ISSO ERA UM SIM? Ele tava falando sério? Ele realmente pensou que eu poderia dizer não? Ele pensou que eu podia? É CLARO QUE ERA UM SIM!!!
“Sim”, eu respondi alto, a palavra saindo da minha boca, juntamente com o melhor sorriso que eu consegui mostrar sem realmente acabar caindo na gargalhada, me jogando em seus braços e o beijando bem ali no chão da biblioteca. “Eu adoraria ir à Hogsmeade com você, Amos”.
E para o meu completo e total prazer, Amos também sorriu e eu pensei que, talvez, por um segundo, que ele já me amava. Apesar de ser cego como os outros homens, Amos é, afinal de contas, bastante perfeito. “Ótimo”, ele disse, seus olhos azuis brilhando, enquanto ele se levantava. “Fico feliz”.
Mas, provavelmente, não tão feliz quanto eu estou, meu adorável e cego amor. Não tão feliz quanto eu estou.
Eu poderia ter ficado ali, me alegrando com o olhar de Amos, que estava ali, bem na minha frente, sorrindo e brilhando como se eu tivesse acabado de dar algum ótimo presente para ele. No entanto, apesar do que eu queria fazer, eu sabia que seria apenas uma questão de tempo antes que minha alegria e empolgação reprimidas aflorassem e eu começasse a pular de alegria e felicidade. Então, com a intenção de evitar todo esse constrangimento, eu casualmente olhei para o relógio da parede e sorri ao ver que já eram 7:30.
“Você não tem treino?”.
Amos virou sua cabeça para o relógio ao ouvir a minha pergunta. Ao ver as horas, ele deixou escapar um pequeno gemido e disse um palavrão. “Estou atrasado”, ele suspirou e pegou os seus livros que estavam na mesa.
“Me desculpe por tê-lo atrasado”, eu disse, me encolhendo, apesar de eu estar tudo, menos arrependida. Quero dizer, francamente, se Amos e eu vamos compartilhar as nossas vidas como marido e mulher, o garoto vai ter que aprender a me colocar na frente do Quadribol. Esse relacionamento não vai funcionar de outro jeito.
“Tudo bem”, Amos deu de ombros, ignorando a minha pseudo-desculpa. “Valeu a pena”.
Viu? Você viu isso? Perfeito! Ele é perfeito!
Eu não sabia o que dizer, mas eu podia sentir as minhas bochechas queimando, e eu percebi que isso era uma boa resposta. Amos riu, enquanto se levantava.
“Então, dia 18?”, ele confirmou, com as sobrancelhas erguidas.
Eu acenei com a cabeça lentamente, ainda vermelha. “Dia 18”, eu repeti.
Amos também acenou, mudou os livros de braço e olhou para o relógio mais uma vez. “Droga”, ele xingou de novo, franzindo a testa. “Eu tenho que ir”. Ele se virou para mim de novo com mais um suspiro. “Mas eu vou falar com você na aula sobre Hosgmeade, tudo bem?”.
“Tudo bem, claro”.
“Bom. Ótimo”. Ele sorriu mais uma vez, e com um pequeno aceno, eu o observei saindo da biblioteca, um pequeno suspiro saindo da minha boca, enquanto ele desaparecia pela porta.
Alguns segundos depois dele ter ido embora, eu abandonei os meus livros e pertences na mesa, e fui, o mais rápido possível, para o lugar mais longe e remoto no final da velha e poeirenta biblioteca.
E ali, eu, silenciosamente, comecei a minha dança da vitória.
Essa comemoração incluía pulos, saltos, sacudidelas, aplausos silenciosos e muitos, muitos gritos e risos silenciosos. Com essa comemoração, eu finalmente fui capaz de libertar aqueles sentimentos reprimidos de alegria.
Amos Diggory me chamou para sair.
ELE ME CHAMOU PARA SAIR!!
FINALMENTE TINHA ENTRADO EM SUA MINÚSCULA CABEÇA QUE EU SOU A GAROTA PERFEITA PARA ELE!! FINALMENTE!!
Eu acho que não tem nada nesse mundo que possa me chatear agora. Eu estou oficialmente louca de alegria e felicidade. Eu estou...eu estou...
ELE ME CHAMOU PARA SAIR!!
EBA!!!!!!!!!
Ai, mal posso esperar para contar pra todo mundo! Grace e Emm...er, ah, que se dane! Pessoas felizes perdoam os outros – Emma, também! Elas vão ficar chocadas, tenho certeza. Elas, Sirius e Peter, que pensam que eu sou uma santinha, e James que –
Ai, meu deus. Ai, meu deus.
Mil vezes droga.
James.
Eu tinha me esquecido completamente de James! Meu novo amigo que, possivelmente, escondia um amor enorme e não-correspondido por mim. Eu tinha me esquecido completamente dele.
Claro que isso é só uma possibilidade. Esconder sentimentos românticos, quero dizer. É só uma possibilidade. Ele provavelmente não está. Ele provavelmente nem se importa. Ele provavelmente vai falar, “Ah, tudo bem, Lil. Fico feliz que você esteja contente”, porque é esse tipo de coisa que os amigos fazem. E eu James somos amigos. Apenas amigos. E isso é tudo o que ele quer ser. Não tem jeito, ele não quer ser mais nada, apesar do jeito que ele se sentia antes. Era tudo besteira, era falso. Ele nem me conhecia direito na época, e agora que ele conhece, ele não ia querer ter nada romântico comigo. Eu sou louca como uma lunática e, aparentemente, eu tenho algum tipo de complexo de inferioridade. Eu tenho sorte que o garoto ainda quer ser meu amigo! Ele nunca ia querer algo mais. Ele simplesmente não iria.
Ah, mas e se ele quiser?
James tem sido tão gentil comigo até agora (bem, tirando aquela coisa toda da gosma verde. E aquela coisa de ficar-com-raiva-e-depois-fazer-uma-ceninha-no-corredor-de-Aritmancia. E ele grita comigo bastante, apesar de eu merecer na maioria das vezes. Mas tirando isso...). Ele me dá aulas particulares e me ajuda, ele vem falar comigo quando as minhas amigas estão agindo como idiotas, ele me deixa chorar em sua blusa confortável quando os meus hormônios estão descontrolados – e como que eu o recompenso com toda essa amizade e gentileza?
Saindo com o seu rival.
Ai, Merlin, coitado. Se ele realmente estiver escondendo alguma coisa, ele ficará arrasado quando ele ouvir as novidades. Se ele não estiver, ele provavelmente nem vai se importar, mas se ele estiver...
O que eu devo fazer?
Talvez, eu não devesse contar pra ele. Talvez, eu devesse esconder toda a minha empolgação o melhor que eu puder, e não contar pra ele.
Não, isso não vai funcionar. Ele descobriria. Não é como se essas coisas ficassem secretas por aqui. Eu tenho certeza que metade de Hogwarts já sabe sobre o encontro iminente de algum jeito ou outro. Alguém vai falar pra ele, mesmo que eu não diga, e eu acho que ia ser pior se ele descobrisse com outra pessoa. Então, eu tenho que falar pra ele. Eu não tenho escolha.
Mas eu realmente não quero contar pra ele.
E o pior disso tudo, é que provavelmente eu vou ser capaz de saber o que está passando pela sua cabeça ao ver sua reação. James é bem transparente. Eu vou saber assim que ele ouvir as novidades como ele se sente em relação a mim e então –
Ei, espera aí...
Saber como ele se sente...
É isso!
É isso! Eu finalmente vou saber, de uma vez por todas, como James realmente se sente! O maior mistério de todos finalmente vai ser revelado! Se ele tiver....sentimentos por mim, conhecendo o James, ele provavelmente não vai gostar nada da idéia. Ele vai ficar falando e falando sobre como Amos é um idiota e como eu foi besta de considerar sair com ele. Ele provavelmente vai ficar bastante magoado, mas eu duvido que ele demonstre isso. James é muito orgulhoso. É o conflito entre o machismo e as emoções. Se você mostrar qualquer sinal de sentimentos mais do que a raiva masculina normal, você se torna um gay no mundo dos garotos. É um conceito bastante confuso, mas homens são assim, eu acho.
Por outro lado, se seus sentimentos são – como eu acho – estritamente platônicos, então ele provavelmente vai só sorrir e dizer alguma coisa burra e fofa, como por exemplo, que eu não deveria me agarrar com ninguém no primeiro encontro.
E não é como seu eu tivesse fazendo isso de forma maliciosa ou algo assim. Não é como seu eu estivesse, propositalmente, tentando deixá-lo triste e com raiva, apesar de que essa experiência pode acabar dando nisso. Eu tenho que contar pra ele. É inevitável. E ele vai reagir de alguma forma, mesmo eu estando lá ou não, então, não é como se tudo isso fosse premeditado. Eu não sou uma pessoa ruim ou algo assim...apesar de eu estar sentindo um negócio estranho no estômago por causa disso. É inevitável...é sim...ele não gosta de mim, de qualquer forma, então, não é como se ele fosse ficar chateado.
Isso vai ser, simplesmente, um teste. Uma versão um pouco mais complicada de “mal-me-quer, bem-me-quer”. È inofensivo. Completamente e totalmente inofensivo.
Mas, mesmo assim, esse é um teste que eu sinceramente espero que James Potter tire um zero.
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