A Lily infalível...falha

A Lily infalível...falha



Capítulo 11 – parte I – A Lily infalível...falha


Muito, muito tarde, dormitório feminino do sétimo ano


Lily Observadora: Décimo quinto dia


Observações Totais: 101


Uma simples conversinha não vai melhorar a situação. Eu estou falando sério. Mac não pode simplesmente aparecer, contar sua historinha triste e defensora e depois esperar que tudo fique bem novamente. Isso simplesmente não vai acontecer. As coisas não funcionam desse jeito. Nem podem e nem vão.


E, tudo bem, eu sei que eu posso parecer bem menos nervosa no momento, mas eu não estou. Menos nervosa, quero dizer. Essa perda de nervosismo é obviamente por causa do fato de que é muito tarde e eu estou extremamente cansada. Sem falar o fato de que eu tenho muitas outras coisas na minha cabeça, incluindo a situação desagradável com o meu mais novo amigo e possivelmente contaminado pelo amor, James. Eu estou simplesmente ocupada demais com os meus outros problemas para ficar com raiva. Não tem nada a ver com o que Mac disse. Nossa conversa não mudou nada. Não mesmo.


É. Definitivamente.


Mac idiota e suas conversas idiotas...




Quarta-feira, Primeiro de Outubro, Café da manhã no Salão Principal


Lily Observadora: Décimo sexto dia


Observações Totais: 103


Coisas que eu tenho que fazer hoje


Terminar a tarefa de Poções que eu não consegui terminar ontem à noite por causa do maldito Mac e sua aparição surpresa.


Achar o meu livro de Herbologia perdido. Eu sei que eu estava com ele ontem na aula, mas depois...quem sabe? Qual o problema comigo? Eu vivo perdendo os meus livros. Sério. E nem é engraçado.


Me vestir adequadamente às 6:30 para a reunião com Amos. Preciso ficar linda para o meu futuro marido.


Dar uma olhada naquelas anotações de Transfiguração que James me deu. Prática aliada com estudo deixa tudo perfeito – ou, pelo menos, o mais perto do perfeito que eu posso chegar.


Comer.


Dormir.


Respirar.


Continuar ignorando o fato de que Emma vai sair da ala hospitalar amanhã. Não é importante. Não mesmo.




Mais tarde, ainda no café da manhã no Salão Principal


Lily Observadora: Décimo sexto dia


Observações Totais: 104


O time da Grifinória de Quadribol tem um treino hoje bem cedo. Eu sei disso por causa das reclamações bem escandalosas de Grace hoje de manhã, sobre ‘McGonagall é louca’ e sobre ‘o Capitão estúpido e idiota, que-segue-as-instruções-da-Nazista-e-seguidora-de Hitler-e –olha-onde-isso-foi-parar. E, també, porque James e Marley não estão aqui. Portanto, parece que eu vou tomar o café da manhã sozinha. Não que seja necessariamente uma coisa ruim, eu acho. Assim, eu acabo tendo um bom tempo, sem nenhuma interrupção, para terminar a tarefa de Poções, afinal de contas. Mas é muito solitária ficar aqui sentada sem ninguém do meu lado. Talvez eu –


“E aí, Lily”.


E aí? Quem...


“Ah!”. Bem, olha quem é! “Oi, Thomas”.


É o meu amigo terceiranista muito bom (e muito, muito atraente, apesar de ser muito, muito novo), Sr. Thomas Dunn! Que surpresa boa!


Thomas sorriu e perguntou educadamente, “Você pode me passar aquele ketchup, por favor?”.


Ah, claro. Ele gosta daquele ketchup horrível também, não é? Tinha me esquecido disso.


“Claro”, eu disse, esticando o meu braço para pegar o frasco – que ainda está na mesa da Grifinória, apesar de James não estar aqui – e o entreguei para Thomas.


“Obrigado”, ele disse com um sorriso. E, então, percebendo que não teve nenhuma discussão por causa dessa transação toda, Thomas acenou a cabeça em direção aos lugares vazios ao meu redor e perguntou, “Cadê a Marlene e o Ketchup Maníaco?”.


Ketchup Maníaco? Esse garoto me surpreende!


Eu ri e expliquei que tanto Marley quanto o ‘Ketchup Maníaco’ estavam no treino de Quadribol.


“Quadribol?”, Thomas disse, suas sobrancelhas franzidas. “Então, você vai tomar café da manhã sozinha?”.


Eu dei de ombros. “Acho que sim”.


Imediatamente, Thomas sacudiu sua cabeça. “Que absurdo!”, ele disse, se sentando do meu lado. “Você não pode ficar aqui sozinha. Eu vou tomar café com você”.


“Ah, Thomas, você não precisa – “.


“Mas eu quero. Só um segundo, eu já volto...”.


E, então, ele correu para a mesa da Lufa-Lufa, onde ele está recolhendo o seu prato e parece que alguns amigos também!


Bem, eu acho que, no final das contas, eu não vou tomar o meu café sozinha!




Ainda mais tarde, Poções


Lily Observadora: Décimo Sexto Dia


Observações Totais: 105


Você quer saber de uma coisa? Eu acho que desde aquela pequena aventura, minhas habilidades em Poções e/ou minha confiança alcançou um nível impressionante. Sério. Eu não sei como eu adquiri essa habilidade assim tão de repente, mas está aqui. Como essa Poção Virnaline que eu acabei de preparar? Está em um tom de azul perfeito – bem clarinho, mas uniforme, com um resquício de roxo, igualzinho como no livro! Além disso, ainda faltam vinte cinco minutos pra aula acabar! Ninguém acabou ainda, só eu – ah, espera. Snape também terminou. Mas, sem problema. O minha está bem melhor que a dele, de qualquer forma. Eu acho.


E sabe o que ainda mais maluco nessa história toda? Eu consegui preparar uma poção perfeita, apesar de eu ter um monte de coisas ao meu redor para me distrair. Quero dizer, tem o Amos, o meu potencial marido e o futuro pai dos meu filhos, sentado ali do outro lado da sala (com uma aparência ótima, por sinal). E, depois, tem o James, o meu novo amigo que pode estar sentado atrás de mim, fantasiando sobre o nosso futuro casamento. Sem falar que Mac também está sentado, a cadeira vazia do seu lado constantemente me lembrando da minha vida social fracassada. Definitivamente, qualquer um iria pensar que com todas essas tolices cercando desse jeito, uma garota não conseguiria se concentrar mas, aparentemente, eu sou tão talentosa que eu consigo. Me concentrar, quero dizer, É até seguro dizer que eu sou exageradamente genial...fabulosamente genial...incrivelmente genial.


“Não é permitido nenhuma anotação em minha sala, quando tem uma poção a ser preparada, Senhorita Evans”.


Hunf. Professora Abbott é tão boba. Será que ela não viu a poção magnífica que está dentro do meu caldeirão?


“Eu já terminei, Professora”, eu disse.


Abbott não parece acreditar em mim. Ela realmente deveria –


Ai, merda. Ela está lendo isso aqui agora.




Mais tarde, ainda em Poções


Lily Observadora: Décimo sexto dia


Observações Totais: 106


Definitivamente eu deveria me sentir ofendida com o choque que a Professora Abbot levou por ter visto a minha poção perfeita, mas eu não estou. Quero dizer, até eu estou um pouquinho surpresa com a minha perfeição cega, então, eu não poderia culpá-la, poderia?


Quando eu a vi andando em minha direção, eu não vou mentir e falar que eu não estava nervosa, apesar de eu saber que minha poção estava perfeita. Eu acho que o jeito em que ela se comporta é que me intimida tanto – aquela sua coluna ereta, aqueles olhos estreitados, aquele olhar zombeteiro. Mesmo que ela não tenha me dado zero quando a insultei daquele jeito e mesmo que ela goste da minha determinação, isso não a faz nem um pouquinho menos assustadora. E também não ajudou nada o fato da turma toda estar prestando atenção na gente – que, tenho certeza, estava esperando mais um dos momentos constrangedores de sua monitora-chefe.


Então, naturalmente, eu estava me sentindo um pouquinho ansiosa quando Abbot finalmente alcançou a minha mesa e ficou olhando para mim como se uma outra cabeça estivesse crescendo no meu pescoço, ao invés de me olhar como se tivesse acabado de terminar a minha poção.


“Hummm...”, ela mexeu a minha poção cuidadosamente, um olhar cético ainda em seu rosto. Ela parou de misturar. Eu acho que eu parei de respirar. Lentamente, como se ela estivesse prolongando a coisa toda só para me fazer murchar em minha cadeira, ela enfiou a mão em seu bolso e retirou de lá um pequeno frasco com um líquido rosa que eu não consegui identificar. Ela retirou a tampa do frasco. “Vamos testá-la, ok?”.


Eu realmente não tinha certeza se eu queria testá-la.


No entanto, sem cerimônia nenhuma, ela começou a despejar o líquido que estava no frasco no meu caldeirão.


Minha poção começou a burbulhar.


Ai, droga. Era pra isso estar mesmo acontecendo?


“Interessante”, Abbot disse sem rodeios, sem revelar se o ‘interessante’ dela significava ‘certo’. Ela colocou a colher de novo no meu caldeirão e começou a misturar de novo. Enquanto ela mexia, a poção parou de borbulhar, mas começou de novo quando ela parou de mexer. Pegando um outro frasco de seu bolso – esse com um líquido laranja – Abbot tirou a tampa e também despejou o líquido na minha poção. Ela parou de borbulhar.


“Ora,ora,ora”, Abbott disse, sorrindo para mim de maneira mecânica. Eu não sabia dizer se o sorriso dela era um bom sinal ou um mal sinal, e eu não tinha certeza se eu queria saber. Pra que ela tinha feito tudo aquilo? Por que minha poção tinha borbulhado? Era mesmo pra borbulhar? Abbott permaneceu calada, aproveitando cada segundo do meu nervosismo, tenho certeza. Alguns segundos depois, sem agüentar mais, eu falei.


“Professora?”.


Por algum tempo depois de eu ter falado, parecia quase que Abbott não tinha me escutado, Ela permaneceu calada, seus lábios finamente estreitados. Eu não sabia se eu devia questioná-la de novo, ou se eu esperava ela falar alguma coisa. No entanto, eu não tive que esperar muito tempo para tomar essa decisão, porque alguns segundos depois, a Professora Abbot acenou sua cabeça e disse, “Peque um frasco vazio e guarde sua poção, Evans”. Ela abriu um sorriso. “Uma Poção Virnaline perfeita, Senhorita Evans. Parabéns”.


Eu fiquei sentada boquiaberta, como um peixe fora d’água. Uma poção perfeita? Uma poção perfeita? Quero dizer, eu sabia que estava perfeita, mas...


Abbott se virou e caminhou até sua mesa. No meio do caminho ela se virou e disse, “Na minha sala, tratamos só de poções, Evans. Sua tarefa está no quadro. Termine-a até o final da aula”.


Ainda sem saber o que dizer, eu concordei com a cabeça e disse, “Sim, Professora”.


E então, Abbott voltou para sua mesa.


Então, percebeu? Percebeu como eu sou genial? Até Abbott ficou impressionada! Quero dizer, ela claramente percebeu que eu não estava fazendo a tarefa que ela tinha pedido, mas ao invés de gritar comigo por estar escrevendo aqui como ela geralmente faria, ela simplesmente fingiu não perceber. Pra você ver como ela ficou impressionada mesmo. Não é genial?


Lily Evans. Mestre em Poções.


Isso soa bem, não é mesmo?




Ainda mais tarde, almoço


Lily Observadora: Décimo sexto dia


Observações Totais: 106


“Ótimo trabalho em poções, Evans”.


Eu olhei por cima do meu ombro, ao mesmo tempo em que o sinal para o fim da aula de Poções tocava (para alívio geral) e eu recolhia os meus livros. Encostado casualmente na parede da sala, (o resto da sala já indo embora para o almoço) James sorria enquanto esperava que eu terminasse de recolher todas as minhas coisas.


Ah, er, obrigada”, eu murmurei desconfortavelmente, quando eu me juntei a ele, colocando a alça da minha mochila em meu ombro. Eu tentei não notar que foi ele quem ficou me esperando. Um pouco mais longe, eu pude ver Grace e o resto dos marotos já caminhando pelo corredor, conversando, muito alto, sobre qual poção tinha ficado pior (para seu prazer, a poção laranja, viscosa de Peter é que estava ganhando). A explicação era fácil, claro. Eles estavam envolvidos demais com sua conversa para esperarem por mim. Não significava nada que James tinha escolhido me esperar. Não é como se ele tivesse feito isso de propósito ou algo assim. Provavelmente, ele estava simplesmente se preparando para sair e aí, me viu guardando os meus livros e pensou, ‘Bem, como eu sou seu novo amigo, eu tenho a obrigação de esperar por ela’. Ele não tinha segundas intenções. Ele não estava pensando, ‘Ah, que bom! Que demais! Agora eu posso andar sozinho com a minha bela dama!’.


Ele Simplesmente não estava pensando isso. Porque ele não pensa em mim mais dessa forma.


Nós começamos a andar pelo corredor, nos juntando ao resto de nossos colegas que estavam a caminho do Salão Principal.


“Mas a poção era bem fácil”, eu continuei, rindo não muito à vontade, sem saber se era por causa do elogio ou por eu ainda estar desconfortável pelo fato dele ter me esperado. “Então, eu acho que é por isso que – “.


Fácil?”, James disse, me interrompendo. “Eu demorei séculos para deixar aquela coisa na maldita cor certa e você me diz que é fácil? Você ficou maluca? Você não viu a cor verde que estava nos outros caldeirões? Ou outras cores não identificadas? Você é praticamente a única que acertou, Lily! Você viu o quanto a sua borbulhava? Estava perfeita!”.


Eu tentei não corar, mas eu sabia que eu não tinha conseguido essa façanha. Em algum lugar no fundo da minha mente, eu silenciosamente fiquei imaginando se James ainda pensava que eu ficava bonita quando eu corava, mesmo quando eu ficava vermelha como um tomate. “teve muita gente que também conseguiu acertar”, eu argumentei fracamente, tentando ignorar a vozinha na minha cabeça que gritava, ‘Ele esperou por você! Ele está te elogiando! Você ainda precisa de mais evidências?”. Eu engoli seco, tentando me livrar daquelas vozes. “E, além disso, a do Snape borbulhou muito mais que a minha”.


James desdenhou em desprezo. “Esqueça o Ranhoso”, ele zombou, ignorando os meus argumentos. “Ele tem um pacto com o diabo. Você não pode se comparar com aquela coisa”.


Eu revirei os olhos. “Isso não é nada legal, James”.


“A verdade geralmente não é legal”.


Eu olhei pra ele. “Ele não tem um pacto com o diabo, seu idiota. Qual o problema com vocês, garotos, de qualquer forma? Por que vocês não podem se dar bem?”.


James ergueu uma sobrancelha. “O quê? Como se você e Lizzie Saunders se dessem bem!”.


Ugh, de novo com Lizzie? Eu tentei não me encolher. “Isso é diferente”, eu disse. “Nós somos garotas. Nós devemos nos comportar assim”.


“Porque vocês são todas loucas”.


Verdade verdadeira. E também muito, muito triste.


“Bem, quem disse que isso é assim tão ruim?”.


James bufou. “Qualquer um que tenha que conviver com você”.


Eu bati em seu braço. “Não seja idiota”.


James sorriu e respondeu de forma zombeteira e em um tom exageradamente parecido com o meu, “Nós somos garotos. Nós devemos nos comportar assim”.


Há. Engraçado. Espertinho. Não, não é.


“E você diz que eu sou a louca”, eu murmurei, revirando os meus olhos”.


“Pelo contrário”, James explicou. “Você diz que é louca. É sua desculpa para tudo, sabe. ‘Horrível em Transfiguração? Ah, é porque eu sou louca’, ‘Ah, claro! Aquela tarefa de Defesa Contra as Artes das Trevas! Eu sou louca demais para me lembrar de alguma coisa’, ‘O apocalipse chegou? Merlin, por que eu sou tão louca?’. Eu simplesmente escolhi não te contrariar”.


“Eu não ponho a culpa de tudo na minha loucura”, eu respondi, apesar de que eu provavelmente faço isso mesmo. É tudo culpa dela e de minha idiotice. Porque, sério, se eu não fosse tão louca e/ou idiota, eu provavelmente não me meteria em metade das situações em que eu me meto.


“Culpa sim”, James disse de novo. “É porque você tem um complexo”.


Um o quê?


Do que, diabos, ele está falando?


“O que você quer dizer com complexo? Eu não tenho nenhum tipo de complexo, James Potter!”.


James simplesmente riu do meu sofrimento. “Ah, mas você tem sim”, ele insistiu, balançando sua cabeça de forma pensativa. Eu o olhei furiosamente até ele finalmente começar a explicar. “Você tem esse complexo de inferioridade que é um pouquinho profundo, Evans. Só Merlin sabe o porquê, mas você, por alguma razão, parece pensar que todo mundo é melhor que você. Você tem uma séria ausência de autoconfiança, Lily. Uma séria, séria ausência. Mesmo”.


Eu fiquei boquiaberta.


Complexo de inferioridade? Uma séria ausência de autoconfiança?


O quê?


“Eu não percebi até esse ano”, James continuou, ignorando completamente a minha surpresa. “Talvez tenha surgido recentemente, talvez não – Merlin sabe que você nunca pareceu ter ausência de autoconfiança antes – mas agora...Eu consigo ver você por dentro também, Lily Evans. Você precisa aprender a ter um pouco de autoconfiança, Lily. É tudo sobre autoconfiança”.


“Vo-você está errado”, eu respondi automaticamente, minha voz saiu tremida por algum motivo. “Eu...não. Eu tenho confiança. Eu irradio confiança. Eu...eu simplesmente tenho, ok?”.


“Ah, é?”, James me desafiou, erguendo uma sobrancelha. “E o que aconteceu agora mesmo? Eu disse que você tinha feito uma poção perfeita e o que você fez?”.


“Bem, eu – “.


“Você começou a falar do quanto a poção do Snape era melhor!”, James sacudiu a cabeça e me olhou. “Quando você não consegue aceitar um simples elogio, você sabe que tem um problema”.


Por um momento, eu não consegui responder. Eu simplesmente fiquei parada e boquiaberta. O choque e o constrangimento correndo pelas minhas veias.


Eu não tenho problemas de autoconfiança. Eu simplesmente sou realista. Tem algum problema em ser realista?


“Eu não tenho falta de confiança”, eu insisti de novo, com o meu rosto quente, “E eu consigo aceitar um elogio, também!”.


James bufou. “Você fica vermelha como um tomate no segundo que alguém diz alguma coisa legal sobre você, e depois ainda tenta mudar de assunto. Como isso pode ser chamado de aceitação de elogio?”.


Erm...é...bem, é...


Ai, droga.


“Bem, isso é – modéstia!”, eu bradei, inspiração aparecendo rápido, mas eu tinha um pressentimento que ela tinha vindo tarde demais. “Não tem problema nenhum em ser modesto!”.


“Você está longe de ser modesta”, James disse, sem perder nada. Eu tentei pensar em resposta inteligente, tentei recuperar aquela elegância que eu sabia que estava escondida em algum lugar dentro de mim, mas por mais que eu tentasse, nada veio. Não tinha nada que eu podia pensar ou dizer que conseguisse me tirar do buraco que eu tinha caído.


Mas o negócio é o seguinte: eu não tenho um complexo. Quero dizer, sim, eu tenho meus momentos de insegurança, mas que garota normal de dezessete anos não tem? E tudo isso é verdade! Toda a minha insegurança, quero dizer. Ela tem 100 de fundamento. E, sim, eu realmente fico vermelha quando as pessoas dizem coisas sobre mim, mas isso é tudo por causa dos meus genes. Nada disso tem a ver com complexo. Eu sou apenas uma garota ruiva e normal.


Eu acho.


“Levante essa sua confiança, Evans”, James disse, quando nós entramos no Salão Principal. “Talvez, então, as coisas comecem a fazer sentido de novo”.




Ainda mais tarde, Feitiços


Lily Observadora: Décimo sexto dia


Observações Totais: 107


Por que ele disse que, ‘talvez, então, as coisas comecem a fazer sentido de novo’? O que diabos isso significa?


Eu queria que as pessoas parassem de falar em códigos. Sério. Eu já perco muito tempo tentando entender a língua inglesa de forma apropriada. Eu não preciso de nenhuma dessas outras besteiras que as pessoas falam: ‘pense no que eu estou te falando’. Você tem que me explicar tudo nos mínimos detalhes. Eu não sou assim tão inteligente, pessoas.


E quando eu digo que eu não sou inteligente, é porque é verdade, e não porque o meu complexo está me forçando a dizer isso. Porque eu não tenho um complexo.


Ai, droga. Eu não tenho tempo para ficar decifrando códigos e defendendo a minha confiança. Será que ninguém consegue perceber que em apenas algumas horas, eu vou me encontrar com o amor da minha vida para uma sessão de estudos de Runas Antigas?


Como a gente esquece dessas coisas facilmente, quando nós estamos ocupados nos defendendo!

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