Foi Rúbeo



Capítulo 18 - FOI RÚBEO




Caos era a única palavra que descrevia a atual situação da escola. Ataque após ataque, não havia uma semana sequer que passava impune, o número de alunos na ala hospitalar crescia assombrosamente e não havia mais lugares para os enfermos que não tivessem sido atacados. Para piorar a situação, alguém matara todas as mandrágoras que estavam sendo cultivadas para produzir o antídoto das petrificações.

Infelizmente, pensava Tom, nenhum aluno morrera até o momento. Todos eles tinham sorte, se é que se podia chamar de sorte ser atacado por um basilisco, e por algum motivo acabavam apenas petrificados, mas o garoto sabia, e os alunos pareciam sentir, que era questão de tempo até a primeira morte acontecer.

Mesmo com as rondas cada vez mais intensificadas, os ataques não diminuíam e para piorar parecia que não havia mais horário seguro, as pessoas podiam tanto ser atacadas à noite quanto de manhã. Foi que ocorreu com os dois irmãos gêmeos da Corvinal, Hermes e Adam Fisher.

A história da Câmara Secreta veio rapidamente à tona, sendo comentada principalmente pelos que leram Hogwarts: uma história, e já parecia ser conhecida de todos os outros alunos. A grande maioria não duvidava que a Câmara Secreta fora enfim aberta e que o herdeiro de Slytherin estava caçando os alunos de origem trouxa que freqüentavam a escola.

Tom estava orgulhoso dele mesmo, tivera que parar com as aulas que dava aos amigos, mas nenhum dos que sabiam os motivos reclamou uma vez que estavam também muito orgulhosos. Afinal, não eram mais meninos que reclamavam da presença dos mestiços, agora estavam definitivamente pondo a mão na massa, agindo para limpar o colégio. Já os que não sabiam ficaram muito tristes com o fim das aulas particulares. Eles queriam aprender mais sobre a magia negra e Tom queria ensiná-los, mas infelizmente, não tinha tempo para isso e até mesmo o diário de Grindewald ficara um pouco de lado.

O menino que sempre devorava os livros, acabando de lê-los em poucos dias, ainda não conseguira finalizar a leitura do diário, ele era uma fonte de informações de extrema importância, e era muito perigoso se caísse nas mãos erradas. Tom voltaria a lê-lo quando tivesse tempo e fosse seguro, não era o momento.

Não era só a escola que andava um caos. Na Alemanha, Grindewald ganhava força e ocorrera alguns ataques dele em outras partes da Europa.

Mesmo não sendo tão poderoso assim, na opinião de Tom, o bruxo vinha dando trabalho para a sociedade bruxa mundial. O próprio professor Dumbledore se ausentava por longos períodos do colégio para tentar achar meios de pará-lo. Mas com a crise pela qual Hogwarts passava, o velho professor ficava de mãos atadas, não podia tentar proteger o mundo de Grindewald, pois com isso diminuía as defesas da escola.

Querendo ou não, Tom estava ajudando Grindewald uma vez que evitava que o professor Dumbledor, tido por muitos como o único com poder suficiente para vencer o temido bruxo, fosse ao encalço dele.
Riddle encarava isso como uma troca de favores, afinal o bruxo das trevas dera a ele informações preciosas e Tom sabia recompensar aqueles que lhe eram úteis.



Tom estava de cabeça baixa encarando um pergaminho sem na realidade ler qualquer coisa que estivesse lá escrito, apenas pensava nos ataques que vinha cometendo e no que faria a seguir, precisava escolher a nova vitima.

- Tom, está tudo bem? – perguntou o professor de Transfiguração, Dumbledore.

- Ah, desculpe-me professor, distrai-me. O senhor me perguntou algo? – respondeu o garoto confuso.

- Vejo que você anda muito avoado ultimamente. Isso não é próprio de você. Há algum problema que queira me contar? – questionou Dumbledore, encarando o menino profundamente nos olhos.

- Não, senhor. Só ando dormindo mal. Sabe como é, não?! Muito estudo. Temos os NOM’s agora no fim do ano, e com todo esses ataques... – Disfarçou o garoto.

- Sim, entendo... Não achava que você estaria se preocupando com os ataques.

- Mas é claro que estou, senhor. Esqueceu-se que sou filho de trouxa?

- É verdade. Você é, não é? - disse Dumbledore, com um leve tom de ironia, não percebido pela maioria dos garotos, mas não escapando a mente atenta de Tom. – Bem, mas de qualquer forma eu te perguntei se saberia me informar o movimento correto para conjurar algo que se tenha feito sumir por completo nas circunstâncias estudadas ontem.

- Mas é claro, senhor. – respondeu o garoto fazendo um pequeno movimento que se assemelhava a uma sacudida horizontal com a varinha.

- Anda distraído por quê? Pensando na sua mãe? Ah é, você não a conheceu não é mesmo? – cutucou Murta, que sentava-se logo atrás do menino.

- Não, eu pensava em uma maneira de matar você causando muita dor... Mas, às vezes, acho melhor deixar você viva. Não ter amigos e ser um fracasso em tudo o que faz deve ser um castigo pior que a morte. – respondeu Tom para a garota cujos olhos imediatamente encheram-se de água.




- “Sabe, acho que chegou a hora de me vingar de alguém...” - disse Tom para o basilisco na Câmara Secreta no mesmo dia.

- “E quem será a vitima, herdeiro?” – perguntou a cobra.

- “Lembra-se de quando te contei sobre como descobri a Câmara?”.

- “Sim, senhor.”

- “Pois bem, será aquela garota trouxa de quem lhe falei, a que me destratou e voltou a fazê-lo novamente. Já sofreu o suficiente, está na hora de morrer, não agüento mais ver a cara dela”. – disse Tom indiferente, como se discutisse uma bobeira qualquer como o tempo.

- “Farei o possível senhor.” – respondeu o basilisco obediente.

- “Confio em você, mas gostaria que dedicasse atenção total a ela. Está na hora de acontecer a primeira morte e, espero com particular desejo, que seja a dela”.

- “Considere feito”. – Sibilou a cobra antes de se dirigir rastejando à saída da Câmara.




Tom aguardava a noticia com entusiasmo no salão principal durante o jantar. Sabia que dessa vez daria certo. Aquela sangue-ruim imunda merecia isso. Seria o golpe final para a existência da escória do mundo em Hogwarts, depois da primeira morte eles certamente implorariam para sair de lá.

E, como sempre, Riddle estava certo. No meio do janta,r o diretor anunciou com a voz magicamente ampliada:

- TODOS DE VOLTA PARA OS DORMITÓRIOS. UMA GAROTA ACABA DE SER ASSASSINADA. MONITORES, MONITORES CHEFES, ALUNOS, TODOS! VOLTEM PARA OS SALÕES COMUNAIS IMEDIATAMENTE.

A sorte é que o barulho após a noticia foi gigantesco, como se todos começassem a berrar ao mesmo tempo, então ninguém pôde reparar que, ao contrário de todos os estudantes que estavam preocupados, Tom gargalhava. Ninguém, exceto uma pessoa. Dumbledore olhava para o menino da mesa dos professores. Desde o começo, tinha certeza de que o menino estava ligado a isso, mas não tinha como provar.



As férias seriam na semana seguinte, não era costume de Hogwarts aceitar que alunos permanecessem na escola durante esse período, aceitavam durante as férias de inverno, mas não durante as de verão.

Tom não pretendia atacar durante as férias, mas era preferível ficar em Hogwarts a voltar ao orfanato. Tinha a casa de seus amigos, que certamente poderia freqüentar, mas preferia ficar no colégio se tivesse a chance. Por isso escrevera uma carta ao direto perguntando se era possível ajeitar isso.

- Tom, o professor Dippet quer vê-lo no escritório dele, mas não se preocupe – acrescentou o professor Slughorn ao ver a cara de surpresa de Tom – logicamente não deve ser nada de ruim, você nunca faz nada errado. – riu-se o professor.

O garoto foi o mais rápido que pôde a sala do diretor. Lá chegando, bateu na porta e aguardou.

- Pode entrar. – ouviu-se a voz fraca do professor Dippet.

- O senhor queria me ver, professor Dippet? – perguntou Tom, sem conseguir disfarçar um leve nervosismo.

- Sente-se. Acabei de ler a carta que você me mandou.

- Ah. – disse Tom aguardando a continuação ansioso.

- Meu caro rapaz – disse Dippet bondosamente. – Não posso deixá-lo permanecer na escola durante o verão. Com certeza você quer ir para casa passar as férias?

- Não – respondeu Tom na mesma hora. – Preferia continuar em Hogwarts do que voltar aquele.. aquele..

- Você mora num orfanato de trouxas nas férias, não é? – perguntou Dippet, curioso.

- Moro sim, senhor. – Respondeu o garoto corando ligeiramente.

- Você nasceu trouxa?

- Mestiço. Pai trouxa e mãe bruxa.

- E seus pais...

- Minha mãe morreu logo depois que eu nasci. Me disseram no orfanato que ela só viveu tempo suficiente para me dar um nome... Tom, em homenagem ao meu pai, Servolo, ao meu avo.

Dippet deu um muxoxo de simpatia.

- O probema é, Tom – suspirou ele. -, que talvez pudéssemos tomar providências para acomodá-lo, mas nas atuais circunstâncias...

- O senhor se refere aos ataques? – Perguntou Riddle.

- Precisamente – disse o diretor. – Meu rapaz, você deve entender que seria muito insensato de minha parte permitir que você permaneça no castelo quando terminar o ano letivo. Principalmente à luz da recente tragédia... a morte daquela pobre menininha... Você estará muito mais seguro no seu orfanato. Aliás, o Ministério da Magia está, nesse momento, falando em fechar a escola. Não estamos nem perto de identificar a... hum... fonte de todos esses contratempos.

- Diretor, se a pessoa fosse apanhada, se tudo isso acabasse...

- Quer dizer? – perguntou Dippet esganiçando a voz e aprumando-se na cadeira. – Riddle, você está me dizendo que sabe alguma coisa sobre esses ataques?

- Não, senhor. – respondeu Tom depressa.

- Pode ir, Tom... – disse Dippet desapontado.

Tom saiu da sala do diretor e pensou por um momento:

Não queria de modo algum ter que parar com os ataques, mas estavam falando em fechar a escola, não podia deixar isso acontecer, ele seria obrigado a voltar ao mundo dos trouxas, tinha que descobrir um modo de evitar isso.

Foi então que se fez a luz! Como pensara há um tempo atrás, a Acromântula e o garoto-gigante de nome Hagrid lhe seriam úteis agora.

Correu em direção ao corredor onde encontrara o menino com a aranha mas, no caminho, se deparou com quem menos gostaria de se encontrar no momento.

O professor Dumbledore estava parado em um corredor escuro e ao vê-lo se aproximar o chamou.

- Que é que esta fazendo, andando por ai tão tarde, Tom?

- Tive que ir ver o diretor.

- Então vá logo para a cama – disse Dumbledore, fixando em Riddle um olhar penetrante. – É melhor não perambular pelos corredores hoje em dia. Não desde que... – ele então soltou um pequeno suspiro. – Boa noite, Tom. – E se retirou.

Tom aguardou até que o professor sumisse de vista e voltou ao seu caminho.

Riddle se enfiou então na masmorras onde eram ministradas as aulas de Poções. Ficou lá por cerca de uma hora aguardando algo, ou alguém, enquanto observava pela fresta da porta.

Foi então que aconteceu, alguém estava andando sorrateiramente pelo corredor, Tom sabia quem era, estava aguardando por isso. Retirou-se da sala e seguiu Hagrid sem que ele percebesse.

- Vamos... preciso sair daqui.. Vamos logo... para a caixa...

- Noite, Rúbeo. – Disse Tom rispidamente. – Acabou, vou ter que entregá-lo, Rúbeo. Estão falando em fechar Hogwarts se os ataques não pararem.

- Que é que...

- Acho que você não teve a intenção de matar ninguém. Mas monstros não são bichinhos de estimação. Imagino que você o tenha soltado para fazer exercícios e...

- Ele nunca mataria ninguém! – disse o garotão, recuando contra a porta fechada da onde vinham barulhos de clicks esquisitos.

- Vamos, Rúbeo. Os pais da garota morta estarão aqui amanhã. O mínimo que Hogwarts pode fazer é garantir que a coisa que matou a filha deles seja abatida...

- Não foi ele! – Rugiu o meio-gigante. – ele nunca faria isso! Nunca!

- Afaste-se. – disse Riddle, puxando a varinha.

Com um feitiço Tom fez com que o corredor se iluminasse e a porta atrás do garotão se escancarou. Pelo vão saiu uma coisa que faria qualquer um gritar.

A criatura tinha um corpanzil baixo e peludo e um emaranhado de pernas pretas; um brilho de muitos olhos e um par de pinças afiadíssimas.

Tom tornou a erguer a varinha, mas demorou demais. A aranha o derrubou e fugiu, desembestou pelo corredor e desapareceu de vista.

Riddle se reergueu e correu procurando a aranha mas Rúbeo pulou em cima dele derrubando-o e retirando-lhe a varinha.

Não teria mais como achar a criatura, mas não tinha importância, poderia provar que fora Hagrid. Era só entrega-lo e parar com os ataques, seu plano não tinha como dar errado.

Deixou o meio-gigante caído no chão chorando e refez o caminho até a sala do diretor, disse novamente a senha ao gárgula e chegou ao escritório do professor Dippet, não esperou permissão para entrar.

- O que o traz de volta, Tom? – Estranho o velho.

- Foi Rúbeo Hagrid. – disse simplesmente.

- O que você está dizendo? – perguntou o diretor.

- Quem abriu a Câmara Secreta e libertou o monstro que está causando esses ataques foi Rúbeo Hagrid.

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NB.
Olá, pessoal! Eu (Alessandra) fico realmente feliz por ser beta desta fic. O Gabriel me deu a oportunidade de fazer algo que realmente gosto e com uma fic que dá gosto de ler e imaginar se foi assim mesmo que o grande Lorde das Trevas construiu sua personalidade. Fico mais feliz ainda por ver que vocês têm lido, votado e comentado. Desta maneira, o Gabriel se anima e continua a me dar mais capítulos para revisar. Portanto, façam uma beta feliz e continuem comentando!!!
Queria agradecer a todos os leitores (também aos quietinhos que lêem e não comentam, mas lêem!!!!) e principalmente a:
Feba, Lee Harume, Maria Lucinda, Guto Ferraz e Aline Alle, Lizandra Oliveira, Paulinha Weasley, Mohzika Black, Pandora Black Riddle, Ginny Potter, Mia Galvez, Lady P., Mel Black, Rubeo, Rafael Marvolo, Leto of thr Crows (Carina Monteiro), José Vitor, Etiene Moreira, Monique Black, Guilherme McKinnon, ?????Lucas?????, Isabel Potter, Thali Pakua, Larinha, Ruggero, Mérope Slyntherin e Asrail.
Beijos a todos!!!


N.A

DESCULPEM PELA DEMORA!!!!
Mas, bem viram que não foi culpa minha, mas da infelicidade da floreios ter saído do ar.. E ainda, depois que voltou, não queria de forma alguma deixar eu atualizar minha fic.. de qualquer forma estamos ai!! ESPERO QUE GOSTEM!!!

Beijões, abraços

Gabriel Gebara

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