A CAMARA SECRETA



CÂMARA SECRETA



Os últimos dias de férias passaram-se tranqüilos e, para a felicidade de Tom, rápido. Hogwarts era seu lar e sentia saudades.

- Olhem aquele idiota – comentou Tom referindo-se a Fudge – É assim que ficam os que não têm coragem, os incompetentes, os que não aceitam minhas idéias.

Fudge estava sozinho no fim da mesa da Sonserina. Encontrava-se debruçado sobre o prato comida e empurrava toda a comida que podia alcançar para dentro da boca, aparentemente, sem se importar com os restos que caiam em sua roupa..

- Ainda bem que somos diferentes, somos melhores! – disse Claudius Avery.

- Vocês são melhores... – corrigiu Tom.

- O que o senhor quer dizer? O senhor não é? – espantou-se Orion.

- Quero dizer que vocês são melhores do que aquele bosta de dragão que é o Fudge, mas eu sou melhor que vocês e então MUITO melhor do que ele. – disse Tom indiferente.

- Certamente que sim. – disseram os outros meninos em coro.









- Senhor, sei que deveríamos estar buscando pistas, mas não temos mais idéias de onde buscar... – disse Avery na segunda semana de aulas referindo-se à procura da Câmara Secreta.

- Sabe Avery, por mais que eu odeie admitir eu também estou sem idéias... Tento pensar como Salazar, mas já buscamos por praticamente todo o castelo e nada... – comentou Tom desgostoso.

- O senhor esta pensando em que? Em desistir? – arriscou o menino.

- De modo algum... Eu nunca desisto. Sei que a Câmara não é uma lenda, e sei que a encontrarei.

- Como o senhor pode ter tanta certeza? – questionou Avery um pouco irritado.

- Eu sinto. – disse Tom frio. - Salazar era astuto, uma verdadeira cobra dos brejais, como era chamado, então para descobrir seus segredos terei que ser tão inteligente quanto ele. É uma questão de tempo, faltam poucos lugares a serem examinados. Mais tempo, menos tempo, atingirei meus objetivos.

- Mas está demorando demais...

- Grandes coisas exigem paciência. Não esperava que você soubesse disso. – Respondeu Riddle ríspido.




Tom estava sentado no chão, na entrada da sala de Defesa Contra Artes das Trevas. Enquanto aguardava que o professor chegasse, pensava nos NOM’s que prestaria no fim ano letivo.

Ao lado de Tom, estavam duas meninas da Lufa-Lufa que também esperavam pela aula.

- E eu que vou ter que cumprir detenção com aquele chato do zelador Gorli? Tudo por que eu apenas me esqueci de fazer o dever de feitiços... Terei que passar uma hora ajudando aquele incompetente que nem consegue fazer o próprio trabalho direito! Você acredita que aquela torneira do banheiro feminino do segundo andar até agora não foi consertada? Há cinco anos que estou aqui e aquela droga de torneira nunca foi arrumada! E estive falando com uma amiga do sétimo ano e ela me disse que mesmo na época dela de caloura aquela porcaria estava quebrada... Ai eu te pergunto: É justo um professorzinho me mandar ajudar um inútil desses? – esbravejava uma das garotas.

- Sabe, por que você não pára de reclamar e vai falar com o diretor? Ou, se preferir, vá você mesma consertar... Você não tem mesmo talentos para magia, quem sabe ache uma nova profissão e possa, futuramente, substituir o zelador Gorli. Ele, ao menos, tem sangue puro... – Disse Riddle irritado por ter que ouvir tanta besteira de uma garota fútil.

- Não é minha função informar o diretor do andamento da manutenção do castelo. E minha descendência não tem nada a ver com você. – respondeu a menina, após um breve momento de estupefação.

- Não é mesmo sua função... Aliás, nada é sua função uma vez que você não tem e nunca terá uma. Não fez o dever de Feitiços porque não tem capacidade para tanto. Não foi você que ateou fogo nas próprias vestes quando tentava um feitiço convocatório? Seu sangue não tem nada a ver comigo por enquanto, Sangue-Ruim. Por enquanto. – Disse Tom.

- Ao menos eu não sou órfão. – disparou a menina.

- Sou órfão, mas se tivesse conhecido minha mãe certamente ela teria orgulho do que sou hoje e do que me tornarei no futuro, já os seus pais não têm essa felicidade, a sorte é que eles não entendem nada do mundo bruxo, não podendo assim saber o quanto medíocre você é. – falou Tom com raiva.

A menina se levantou chorando e correu pelo corredor a fora. Tom não ligou a mínima, pelo contrario adorou, não era tudo o que ela merecia mas era um começo.

- Viu o que você fez? Ela esta chorando agora! É muita maldade sua! – disse a amiga da garota, que Tom sabia se chamar Laura e também era filha de trouxas.

- Não me importo nem um pouquinho se quer, ela mereceu. E suma da minha frente.

Nisso o professor abriu a porta da sala de aula, a menina vendo o olhar de fúria de Tom não pensou duas vezes antes de se levantar e correr para dentro da segurança da classe de aula.

A menina não sabia, nem mesmo Tom percebera de imediato, mas acabara de dar a dica que levaria o Herdeiro de Slytherin até a Câmara Secreta, a dica que selaria o destino da própria garota que era nascida trouxa e chamava-se Murta.

A aula de Defesa Contra Artes das Trevas era, na opinião de Tom, a mais inútil de todas. Ele não via como se defender de algo tão grande e poderoso. As Artes das Trevas não podiam e nunca seriam vencidas e a única maneira de sobreviver era unindo-se a elas. Podia ser importante para todos aqueles imbecis aprenderem algo que os permitisse sobreviver um pouco mais, mas de forma alguma isso era útil a ele que vivia a arte negra. Tudo o que era ensinado seria considerado atrasado e ineficaz quando ele assumisse o poder e marcasse uma nova era do poder das trevas.

Sangue-ruim idiota... espere só até eu descobrir a entrada da Câmara Secreta. – pensava Tom - Ela será uma das que pagará por sujar a escola com sua presença imunda. Reclamar tanto apenas por causa de uma torneira, grande coisa... Pode ser que ela não funcionasse desde a época dos fundadores e o que importa? Use a do lado...

Nesse momento, Tom abriu um sorriso.

“Desde a época dos fundadores...” será? E por que não, já havia procurado por todos os lugares plausíveis... Não custava olhar. Apenas para garantir.

- Professor, não estou me sentindo bem. Posso ir à ala hospitalar? – Perguntou Tom com uma cara de dor.

- Claro, rapaz. Mesmo porque, acho que tudo que estou falando, no momento, o senhor já sabe, não? – riu-se o professor indicando a porta a Tom.

- Muito obrigado. – respondeu Tom educadamente, levantando-se e indo rapidamente em direção a porta. Nem se deu ao trabalho de pegar seu material, Black ou um dos outros que se lembrasse de pegá-lo.

Tom andou até o banheiro feminino do segundo andar.Não sabia explicar o por quê, mas estava nervoso e apreensivo. Sentia que podia estar certo, podia estar a breves passos de descobrir a entrada para a Câmara feita por seu antepassado, Salazar Slytherin. A entrada para a missão que ele teria de agora em diante: Limpar a escola dos sangues ruins. Missão esta, que posteriormente, se ampliaria ao mundo.

Assim que entrou no banheiro, Tom ouviu o som de um choro de menina. Droga, não estava sozinho.

Caminhou em direção à origem do som e encontrou a menina com quem brigara antes da aula sentada em um boxe chorando com a cabeça entre as pernas. Ao ouvir alguém se aproximando, a menina levantou a cabeça.

- Você? Já não basta o mal que me fez na sala de aula? Quis vir aqui pra piorar? Aqui é um banheiro de MENINAS, saia!!!

Sem se dar ao trabalho de responder Tom tirou a varinha das vestes e, com um movimento displicente, disse: IMPERIUS.
A menina que o olhava com ódio de repente ficou com uma expressão vazia.

- Você sairá daqui imediatamente. Não dirá a ninguém que me viu nesse banheiro e nem mesmo se lembrará de ter me visto aqui. Se encontrar no caminho alguém que estiver vindo para cá dirá a ela que o banheiro está interditado por causa do Pirraça. – Disse Tom.

A menina levantou-se imediatamente e se dirigiu à saída, ainda com uma expressão vazia no rosto molhado de lágrimas.

Tom, então, caminhou até ficar de frente às torneiras. Testou uma por uma até achar a que não funcionava e ali, bem ao lado da torneira de cobre, ele viu. Uma cobrinha mínima que, certamente, passaria despercebida aos olhares menos atentos.

O coração do menino batia mais rápido do que nunca, não podia estar enganado, era certo que achara o local.

- ABRA! – Ordenou Tom sibilando.

Na mesma hora, a torneira brilhou com uma luz branca e começou a girar. No segundo seguinte, a pia começou a se deslocar. A pia, na realidade, sumiu de vista, deixando um grande cano exposto. Um cano largo o suficiente para um homem escorregar por ele.

Estava certo, era mesmo ali. Depois de tanto tempo buscando enfim encontrara.

Tom gargalhou alto quando a passagem terminou de se abrir. Não era uma risada alegre, era fria e cortante, não parecia trazer felicidade, mas sim pavor àqueles que a escutassem.

Vagarosamente, o menino entrou no cano e se posicionou adequadamente para escorregar por ele. Enfim, descobriria qual seria o segredo da Câmara de seu antepassado.


Após um longo tempo escorregando no escuro, Tom bateu de leve no chão, endireitou-se, retirou a varinha e com um Lumus providenciou um pouco de luz. Ao olhar ao redor, percebeu estar em uma sala suficientemente alta para uma pessoa ficar de pé. O lugar era muito úmido e o chão estava coberto de dejetos e esqueletos de pequenos roedores.

Tom continuou andando pelo túnel até virar a esquerda e se deparar com uma parede sólida à sua frente. Entalhadas na pedra da parede havia duas cobras entrelaçadas, os olhos engastados com duas enormes esmeraldas brilhantes.

Sabia o que fazer. Era só ordenar, novamente, que a porta abrisse e assim o fez. Como não podia deixar de ser, a porta se abriu ao ouvir o sibilar vindo do garoto.

O garoto se viu parado no fim de uma câmara muito comprida e mal iluminada. Altas colunas de pedra, entrelaçadas com cobras em relevo, sustentavam um teto que perdia na escuridão, projetando longas sombras negras na luz esverdeada que iluminava, mal, o lugar.

Tom caminhou, observando a beleza fantasmagórica do enorme salão. Ao chegar à ultima coluna, ele pode ver uma estatua tão alta quanto a própria Câmara. Era a estatua de Salazar Slytherin, seu antepassado e um dos fundadores de Hogwarts.

Não havia sinal do monstro lendário, mas Tom não tinha dúvidas do que fazer. Olhou para o gigantesco homem de pedra à sua frente e sibilou em alto e bom som:

- FALE COMIGO, SLYTHERIN, O MAIOR DOS QUATRO DE HOGWARTS.

O enorme rosto de pedra se mexeu, a boca se abriu e dela alguma coisa começou a escorregar para fora. Tom sabia, no momento em que a boca se abriu, que animal era aquele.

Para o maior dos quatro grandes, não se podia esperar menos do que o rei das serpentes. Era um basilisco, o garoto tinha certeza.

Qualquer um que se visse na presença de um ser capaz de matar apenas com o olhar, certamente estaria apavorado. Mas Tom sabia que não devia temer. Aquele monstro estava lá para ele, era seu por direito, afinal ele era o herdeiro do bruxo à sua frente.

Era uma cobra gigantesca de, no mínimo, quinze metros, tão grossa quanto um poste. Tinha presas pontiagudas e enormes olhos amarelos, apesar de Tom não os ver, já que a criatura mantinha a cabeça baixa para não causar mal aquele que a chamou.

- “Quem me despertou”? – Sibilou o basilisco.

- “Eu, o herdeiro de Salazar Slytherin, Tom Servolo Riddle, mas me chame de: LORD VOLDEMORT”. – sibilou em resposta Tom.

- “Já não era sem tempo, aguardei muito por essa hora, tenho fome. Quero sangue.”

- “E você terá.” – Disse Tom sorrindo.



Chegara à hora. Tom começaria a cumprir sua missão, começaria a limpar o mundo mágico daqueles que não mereciam ocupá-lo.

A Câmara dos Segredos fora aberta. Inimigos do herdeiro: CUIDADO.




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