O DESPERTAR DA COBRA
O DESPERTAR DA COBRA
Tom chegou cedo à loja do senhor Burke. Tão cedo que a loja nem aberta estava. Colocou, então, suas coisas em um canto perto da porta e ficou lá sentado, esperando a hora que ela abrisse.
Pouco tempo depois, Riddle viu o senhor Burke chegando. Levantou-se e o cumprimentou.
- Bom dia, senhor.
- Bom dia, garoto. Não te esperava assim tão cedo...
- Perdoe-me, mas quanto antes eu saísse daquele orfanato cheio de trouxas, melhor. – respondeu Tom indiferente.
- Certo, mas não é conveniente ficar demonstrando para os outros que não gosta de trouxas. – advertiu o senhor.
- Sei disso... Represento bem.
- Isso é ótimo. Mentir e enganar são artimanhas que a natureza nos dá. Veja, por exempl, as cobras, que tem cores que se confundem com o ambiente onde vivem. Tudo para confundir e enganar. Isso as tornam forte e, serve também para nós, humanos. – Disse o senhor Burke enquanto abria a porta da loja. – Deixe suas coisas no quarto no fundo da loja.
- Certo.
Era um quarto bem simples, até um pouco sujo. Tinha as paredes um pouco descascadas, uma cama com um colchão fino, cobertas ralas e nenhuma janela, o que o tornava meio abafado. Entretanto, apenas o fato de se situar dentro de uma loja de magia, a mais interessante que Tom conhecia, já era o suficiente para torná-lo o segundo melhor quarto da vida de Tom, perdendo, apenas, para o de Hogwarts.
- Faremos assim: todos os dias você limpará a loja e contará o estoque de poções. Quando eu estiver atendendo um cliente você fica longe, só observando. Deverá se aproximar apenas se eu chamar, porque alguns clientes não confiam muito nos outros. Afinal, tratamos aqui de alguns assuntos muito delicados. No final do dia eu posso te ensinar algumas coisas.
- Está bem, senhor. Mas que tipo de coisas? – perguntou Tom curioso.
- Hummm... um pouco disso, um pouco daquilo... Alguns feitiços, algumas poções, um pouco de história da magia, vista de uma forma menos romântica da que é estudada na escola.
- Mas senhor, eu não tenho permissão para usar magia fora da escola. – comentou Riddle chateado.
- Isso não é problema menino. Aqui poderá usar magia o quanto quiser, o ministério não saberá que é você quem a usa. Para eles poderia ser qualquer bruxo maior de idade que estivesse em minha loja, não há com que se preocupar.
- Excelente! – comemorou Tom feliz.
- Então, o que está esperando? Os clientes logo chegarão, vá arrumar as coisas.
Tom sacou a varinha e foi dar uma limpada na loja.
Os dias passavam rápido na loja do senhor Burke, e apesar de ter muito trabalho a fazer, Tom estava se divertindo muito. Conhecera muitas pessoas novas, aprendera feitiços e poções que nunca imaginara que fossem possíveis. Tinha livros à vontade e não era obrigado a conviver com trouxas sujos.
A rotina de Tom era limpar, antes dos clientes chegarem, arrumar o estoque de poções (onde Riddle percebeu que praticamente todas eram venenos poderosos), ajudar no atendimento quando necessário e, no fim da tarde, após o fechamento da loja, as aulas - a parte preferida de Tom.
Não eram aulas como as do colégio. O senhor Burke e ele ficavam conversando sobre o que Tom lia nos livros e, quando possível, o velho lhe ensinava um feitiço. Nessas ocasiões, Tom dedicava-se de corpo e alma a aprender, e sempre obtinha êxito, o que impressionava o velho. O garoto aprendera um feitiço capaz de dilacerar o corpo, aprendera como provocar queimaduras nas pessoas e, hoje, aprendia como impedir que sua mente fosse um alvo fácil para os outros.
- Mas senhor, ler a mente dos outros é muito mais interessante e útil do que aprender a fechar a minha própria.
- Nem sempre, garoto. E, para aprender a abrir a mente dos outros, você primeiramente tem que aprender a fechar a sua. Tenho certeza de que você não terá dificuldades em aprender isso. Você tem todas as características necessárias.
E estava certo. Realmente, Tom não tardou a aprender a fechar sua mente. Aliás, não tardou nem a aprender a abrir e enxergar o que se passava na dos outros. Com menos de duas semanas de aulas, Tom já se igualava ao senhor Burke nesses quesitos.
- É, Tom, realmente não tenho mais o que te ensinar sobre Oclumência e Legilimência.– disse o senhor Burke orgulhoso. – E estamos chegando ao final das férias. Acho que convém que você volte ao orfanato, para passar lá os últimos dias. Deixei uns livros separados para você em seu quarto.
- Está certo, senhor. Irei embora amanhã cedo. – Disse Tom com uma voz pastosa.
- O que foi, garoto? Não achou útil o que ensinei a você?
- Não, não é isso. É que quando vim para cá esperava descobrir algo sobre minha mãe, e nada achei. Isso está me levando a pensar que ela talvez também tenha sido uma trouxa imunda. Isto faria de mim um completo sangue-ruim! – disse Tom triste.
- Humm. Entendo sua tristeza, mas pode ser que você não esteja procurando nos livros certos. Acrescentarei aos livros que separei para você alguns outros sobre famílias. Agora vá dormir que já é tarde.
No dia seguinte, Tom foi embora logo depois do almoço. Com ele vinha seu pagamento, vários livros relacionados às artes negras e famílias bruxas.
Ao chegar ao orfanato, Riddle cumprimentou a senhora Cole e retirou-se para seu quarto. Lá passaria a última semana de férias, inteiramente excluído.
Tom estava lendo um livro de aspecto muito novo, o que o levava a crer que talvez não fosse o melhor deles. Mas foi justamente nesse livro que Tom encontrou uma pista. O livro fazia um estudo sobre as famílias bruxas importantes e suas origens. Ao ler sobre a família de Salazar Slytherin, Tom deparou-se com o nome de SERVOLO GAUNT.
Será que esse SERVOLO seria o mesmo SERVOLO, o avô materno dele? Não era possível - pensava o garoto. Contudo, explicaria muita coisa como, por exemplo, o seu dom de falar com as cobras. Tom lembrava-se de que lera em “Hogwarts, uma história” que Salazar era temido e conhecido por ter esse mesmo dom. Explicaria, também, o porquê de tanta certeza do chapéu seletor ao colocá-lo na Sonserina.
Sim, era ele, só podia ser! Tom realmente nascera para ser grande. Descendia de um dos quatro grandes de Hogwarts, o maior deles, Salazar Slytherin.
Tom mal podia esperar para voltar às aulas. Queria contar a novidade para seus amigos e por carta não seria a melhor maneira. Além do mais, não recebera nenhuma carta durante as férias todas e nem tinha uma coruja. Saíra do colégio achando que tinha sangue sujo quando, na verdade, tinha um sangue puro de milhares de gerações. Tão puro que o sangue imundo de seu pai nem fazia diferença!
Mas ser o descendente de Salazar trazia a Tom uma obrigação, como ele logo se lembrou. Sendo ele o Herdeiro de Slytherin teria como dever, reabrir a câmara secreta. E faria isso, mas antes teria que descobri-la.
N.A Muito curto, eu sei! Perdoem-me, mas era isso... estendendo-me teria que voltar a hogwarts... mas isso será apenas assunto para o próximo cap.
Não sei se ficou mto bom... mas ainda assim esta ai. Espero que gostem, deixem comentários e continuem lendo.
Ah, ontem fiz uma nova fic, uma short, de estilo bem diferente dessa... Romance, Harry Gina, aos que gostam deem uma passada lá...
http://www.floreioseborroes.net/menufic.php?id=15670
Beijões
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Gabriel Gebara
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