CLUBE DO SLUG



CLUBE DO SLUG


O primeiro dia de Tom em Hogwarts amanheceu alegre. Apesar de querer muito que as aulas começassem, Tom desejou ter podido ficar mais algumas horas na cama, uma vez que nunca tivera uma tão quente e confortável. Esfregando os olhos e bocejando, levantou-se para comeár a se preparar para as aulas.

Ao chegar ao salão principal, para tomar café, recebeu do monitor da Sonserina seu horário e a primeira aula seria a de Poções.

Para o novato garoto, apesar de muito interessante, poções não deviriam ser consideradas magia, porque ele acreditava que uma poção não era capaz de produzir tanto poder quanto um feitiço. Além do que, não se usava varinha durante o preparo de uma poção. Não tardou a descobrir que se enganara.




- Bom dia, classe! Eu sou o professor Slughorn, e também diretor da casa Sonserina. Mas não pensem que por isso, eu privilegiarei alguns mais do que outros, pois, para mim, todos são iguais! – Começou o professor barrigudo.

Pelo que escutara dos colegas de quarto sobre o professor, isso não era completamente verdade. Tom ouvira que ele tinha o hábito de selecionar alguns alunos, que achava que destacar-se-iam no futuro, e formava, com eles, uma espécie de grupo, conhecido como clube do Slug. O tal clube promovia encontros que geravam, futuramente, contatos muito úteis.

Tom desejava muito ingressar nesse clube, pois achava que lhe seria de muita valia. Imaginava que não teria problemas para ser convidado, uma vez que sempre fora o preferido dos professores, o aluno destaque. Certamente, não seria diferente nessa escola.





- Bom, classe, tenho certeza que alguns não consideram Poções como magia. Isso é normal entre os alunos do primeiro ano. Entretanto, vocês têm que entender que é, sim, uma arte mágica, das mais poderosas e importantes. Lidamos, aqui, com ingredientes de grandes poderes mágicos, como o caso do sangue de dragão. Ingrediente este que, recentemente, nosso professor de transfiguração, Dumbledore, descobriu 12 usos! Temos também, o pêlo de unicórnio, dentre tantos outros que vocês conhecerão futuramente. Aprenderemos poções capazes de extinguir a vida e até prolongá-la. Em minhas aulas, vocês aprenderão o suficiente para fazerem o que quiserem. Nenhum bruxo pode ser considerado um grande mago se não souber bem poções, haja visto que, praticamente, todas as carreiras bruxas pedem NOM e NIEM em Poções.
Mas para ensiná-los tudo isso precisarei que vocês me dêem muito da sua atenção e se esforcem bastante, pois nada aqui será fácil e qualquer erro pode ser catastrófico!
Hoje, vocês aprenderão uma poção para inchar. Seu preparo é um pouco complicado e não espero que vocês consigam realizá-la por completo e perfeitamente. Espero, contudo, uma tentativa válida! A receita encontra-se no quadro negro. – dizendo isso deu uma pancadinha na lousa, onde instruções surgiram do nada.


Realmente, não era muito fácil. - pensou Tom. – Era necessário cuidado, atenção, astúcia e sutileza, coisas que o pequeno Tom tinha de sobra.

A aula decorreu de modo bem tranqüilo. Tom conseguira realizar a poção para inchar ensinada pelo professor com total êxito, sendo o único a fazê-lo. E ainda respondera corretamente todas as perguntas que foram feitas. No final da aula, o professor perguntou ao garoto seu nome. Com certeza, o professor se impressionara com o menino.




Com o decorrer das aulas, Tom não tardou a descobrir que bruxaria não era apenas agitar uma varinha e dizer meia dúzia de palavras sem sentido. A magia dependia de muitas outras coisas. Do posicionamento dos planetas, da habilidade de concentração, da força de vontade do bruxo, dentre inúmeras outras necessidades. Mas como sempre fora um garoto muito esforçado, não tardou a dominar os feitiços que lhe ensinavam e destacou-se nas matérias, fazendo assim com que todos os professores, exceto o professor Dumbledore, passassem a olhar com extrema simpatia para o pequeno órfão de rosto bonito, jeito simpático e cativante, inteligente e esforçado.

Do ponto de vista acadêmico, a vida de Tom não mudou muito. Continuava sendo o melhor aluno e adorado por todos os professores. Todavia, do ponto de vista social, a vida do pequeno garoto havia dado uma incrível reviravolta. Agora não mais o olhavam como um estranho. Estava entre seus iguais, não tinham mais medo dele. Tom tinha algo quase como amigos e, pela primeira vez, estava em um lugar onde era feliz. Riddle passou a ver Hogwarts como seu verdadeiro lar e não mais aquele orfanato pobre e imundo.
Hogwarts era um lugar tão bom e tão perfeito que não devia ser contaminado por pessoas que não fossem dignas de estarem lá, como os trouxas e os filhos de deles. – pensava Riddle.

Pensamento este que Tom acabou por descobrir ao ler “Hogwarts, uma história”, era compartilhado pelo fundador da Sonserina, Salazar Slytherin. Existia uma lenda que dizia que Slyntherin havia construído uma câmara secreta, a qual, uma vez aberta por seu legítimo herdeiro, libertaria a escola desse mal.

“Onde será que fica essa câmara? Muito inteligente o Salazar. Gostaria de saber quem é seu herdeiro, para pedir a ele que comece logo o trabalho”. – pensava Tom.




Era uma sexta-feira. Acabara a aula de transfiguração, a última do dia, e Tom, junto de seus companheiros, se retirava da sala de aula quando, no corredor, cruzou com o professor de Poções.

-Olá, garotos! Que bom encontrá-los, procurava vocês.

- Olá, senhor. Procurava-nos por quê? – perguntou Tom curioso.

- Nada de errado, é claro. Você está sempre dentro da linha, não é garoto? Certamente será monitor um dia... Mas não é sobre isso que eu queria falar, É que estou organizando um pequeno jantarzinho na minha sala, onde estarão alguns dos mais promissores garotos, e isso inclui todos vocês. Afinal, conheço a família de cada um de vocês, exceto claro, a de Tom. Mas o garoto vem se mostrando um exímio preparador de poções, e pelo que ouço dizer por ai, não é só na minha matéria que vem se destacando. Aposto será muito importante no futuro, não é garoto? Hoje às 8 horas na minha sala, pode ser? – perguntou o professor, claramente excitado.

-Claro que sim. Acho que falo por todos nós ao aceitar o convite, certo pessoal? – disse Tom olhando para seu grupo de amigos.

- Sim, claro. Estaremos lá. – responderam eles em coro.

É incrível como algumas pessoas têm um poder de liderança natural. Poder esse que normalmente se manifesta sem imposição, apenas por aceitação muda dos membros de um grupo. E foi isso que aconteceu com Tom e seus amigos. Ninguém havia imposto nada, mas era claro que o pequeno Riddle dominava a todos com extrema facilidade. Fato que era aé muito estranho para quem via de fora, pois o grupo, que era formado por Vincent Lestrange, Claudius Avery, Orion Black, Cornélio Fudge e Tom Riddle era de se esperar que fosse comandado por alguém de sobrenome importante, como qualquer um dos outros, não por um garoto órfão de nome comum.

Cornélio Fudge era a suprema forma da palavra indiferença. Era um garoto baixinho e gordinho, não era inteligente, nem burro, não tinha muita astúcia, nem, aparentemente, muita fome de poder. Todavia, era um garoto que vinha de uma família de longa linhagem política. Seu pai fazia parte da suprema corte dos bruxos e, aparentemente, o pequeno Cornélio herdara do pai o dom da política. Ele se dava bem com todos e sempre que possível se esforçava para agradar, independente de que casa a pessoa pertencesse ou que sangue corresse em suas veias. O que era uma grande burrice, segundo Tom. – Certamente não deveria pertencer à Sonserina, mas era muito bom ser seu amigo, uma vez que o garoto tinha muitos contatos dentro e fora de Hogwarts.





Quando não estava em aula, Tom costumava ficar ou na biblioteca ou em sua sala comunal, sempre lendo. Mesmo depois de sua vinda para Hogwarts, o pequeno garoto não parara de ler sobre a tal magia negra que tanto lhe chamava a atenção. E, e agora, mais do que nunca, via que ela realmente possibilitava uma ascensão de poder muito mais eficiente do que a da magia normal. Nada do que lia no colégio, e do que lhe era ensinado, sequer se aproximava do que via nos livros dados pelo senhor Burke. Mas, seguindo as recomendações dele, nunca os mostrara a ninguém.

Era isso que Tom estava fazendo agora, estava lendo deitado em sua cama, na espera da hora para encontrar-se com o professor de poções.

- Tom, não acha melhor já irmos? Já são 7:40... – falou Avery entrando no quarto.

- Opa... não havia reparado, estava lendo e perdi o horário, vamos indo sim... – comentou Tom enquanto guardava rapidamente seu livro.

- O que é isso que você sempre lê, Tom? E por que não o faz em frente à lareira como todo mundo? Fica sempre escondido no quarto, e nunca nos deixa ver qual é o livro. – indagou Avery curioso.

-Claudius, se fosse para você saber eu não esconderia, não é? Vamos, chame os outros, estamos ficando atrasados. – disse Tom com um pouco de irritação.




-Ah, que bom que chegaram. Estava achando que não viriam mais. Entrem. – comentou o professor animado.

- Obrigado, professor. Desculpe-nos pelo atraso. Estive estudando e perdi a noção do tempo. – desculpou-se Tom.

- Não há o porquê se desculpar. Estudar sempre é bom, mesmo que com isso tenha que se atrasar. Mas não se esqueça do seu social, menino. Uma boa cabeça não será nada se não tivermos quem queira ouví-la! – comentou o professor rindo.

- Certamente que não senhor.

- Como sei que muitos de vocês não se conhecem, mesmo por que fazem parte de casas diferentes achei que podiam se apresentar. – comentou o professor batendo palmas. – Que tal começar com você Minerva?

- Ah, sim... Sou da Grifinória. Estou no sétimo ano e sou monitora-chefe... – Comentou a garota de porte elegante claramente desinteressada em estar lá. Provavelmente só tinha comparecido por educação.

- Não seja tão modesta, menina. Sei que você é particularmente boa em transfiguração! Aliás, tenho contatos extremamente úteis dentro do ministério que ficaria feliz em te apresentar. Tenho certeza de que meus contatos arranjariam um ótimo lugar para você lá. Hoje em dia está cada vez mais difícil achar um bruxo competente em transfiguração. Acredita você, que o atual ministro não consegue sequer transfigurar uma colher de chá? Verdade! – Falou Horácio Slughorn alegremente.

- Não sei, professor. Muito obrigada, mas acho que meu ramo será algo mais acadêmico... – comentou a menina.

- Então, que assim o seja! Um dia Dumbledore terá mesmo que se aposentar, daí então você pode assumir o cargo, que tal!?

- É, quem sabe... adoraria dar aulas em Hogwarts, mas preferiria que Dumbledore continuasse aqui. Quem sabe como Diretor.. Seria uma honra tê-lo como colega de trabalho, assim como o senhor. – Tom notou claramente um brilho diferente nos olhos da menina quando comentou sobre o professor Dumbledore, será que ela gosta dele? – pensou Tom. – Formariam um casal bem diferente.

O jantar seguiu nesse ritmo, com o professor interrogando cada um dos presentes e sugerindo a eles ramos profissionais e gabando-se de seus conhecidos. Nem todos os presentes, Tom veio a perceber, tinham algum dom especial. Aliás, a maioria não o tinha, porém eram quase todos de ricas e influentes famílias bruxas. Quase a totalidade dos presentes, exceto ele próprio, eram bruxos de sangue-puro, apesar de Tom perceber que isso não importava tanto para o professor.

- Agora é a sua vez, menino! – começou o professor se virando para Tom. - Há muito tempo não tenho um aluno com tantos talentos como você. Fiquei maravilhado com o seu conhecimento sobre poções Transferidoras. Isso é nível de quarto ano! E seus outros professores concordam comigo em dizer que você é notável. O próprio professor Binns, pela primeira vez, até onde me lembro, comentou sobre um aluno. Normalmente acho que ele não percebe estar em uma sala de aula... Mas conte-nos um pouco sobre você.

- Bem, como o senhor já sabe, eu sou órfão. Logo, não sei nada sobre minha família, exceto que Servolo era o nome do meu avô, Tom o nome do meu Pai e Riddle o da família dele. Mas acredito que algum deles, principalmente meu pai, era bruxo – comentou o garoto envergonhado de não saber nada sobre sua família.

- Não se importe tanto com isso garoto. Ser de família pura ou não, não é o mais importante. – comentou Minerva com um ar severo.

- Bem colocado, garota. Bem colocado!!! Mas, certamente, que ajuda, não é? Com tantos preconceituosos por ai... muitos dos quais até no próprio ministério. Não ficou sabendo da última lei a respeito dos meio-humanos, que foi sancionada esses dias? Se quer saber minha opinião, foi extremamente rude e inadequada. Falei com amigos meus do departamento de criações de leis mágicas, mas nada pude fazer... – começou o professor em um discurso que se alongou por um bom tempo.

- Se quer saber mais sobre sua família, Tom, por que não pesquisa sobre o nome de seu pai e seu avô? Caso eles tenham sido bruxos, provavelmente você encontrará informações sobre eles em algum lugar, não é mesmo? Talvez algum livro sobre famílias... – sugeriu o professor.




Tom saiu meio quieto do jantar, estava pensativo. Era uma boa idéia essa a do professor, e não seria tão difícil. Seu pai devia ter sido muito importante outrora, assim como ele seria futuramente.

Aquela noite, como sempre, Tom estava deitado, preparando-se para dormir, lendo um livro. Diferentemente dos outros dias não era um livro sobre magia negra, nem mesmo sobre feitiços ou algo do gênero, era um livro que ele havia pegado na biblioteca ainda aquela noite e que não havia sido emprestado há mais de 20 anos. Intitulava-se: As famílias bruxas mais importantes dos últimos séculos.







NA Espero que tenham gostado, foi o q mais me deu trabalho ate agora, mas foi divertido de se escrever...
esta chegando em um momento mais interessante da fic, quando Tom comeca a se descobrir... (meio estranho isso heim iuehieh)

continuem lendo e eh isso ai...
abracos, valeu a todos e comentem! ieuhiueh


Gabriel Gebara


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