BECO DIAGONAL
BECO DIAGONAL
Tom não conseguiu dormir aquela noite, ficou remexendo-se na cama perdido em pensamentos. No dia seguinte iria ao tal Beco Diagonal, compraria seus materiais e, em pouco tempo, se veria livre do orfanato. Livre das pessoas que o tinha como louco, livre para buscar seu futuro grandioso.
Havia apenas um problema para o pequeno Tom, ele embarcaria em um mundo novo, de onde nada conhecia. Tudo o que aprendera em seus 11 anos de vida não teria mais importância. Ele teria que reaprender tudo novamente. Mas o faria, ele sabia ser capaz, aprendeu uma vez, poderia reaprender.
O dia seguinte amanheceu ensolarado, Tom tomou seu café rapidamente. Tinha pressa para sair do orfanato pois queria dedicar todo seu dia ao Beco Diagonal. Após o café se despediu da Senhora Cole, que já havia sido comunicada por Dumbledore da necessidade de Tom ir à Londres, então caminhou sozinho até a pequena rodoviária da cidadezinha.
Tom tinha com ele a pequena quantia do fundo de Hogwarts para alunos que precisam de ajuda deixada por Dumbledore, as suas economias, que não eram grande coisa, e um dinheirinho dado pela Senhora Cole, que pagava apenas a passagem de ida e volta para Londres e com sorte o metrô. Sabia que não poderia comprar do bom e do melhor, e nem mesmo o mediano. Já estava acostumado com isso, assim fora toda a sua vida. Mas isso não duraria para sempre, em breve ele teria tudo o que quisesse. Disso, Tom tinha certeza.
Seguiu as ordens de Dumbledore para chegar ao tal lugar, e em pouco mais de uma hora se viu em frente a um bar com uma placa feia e torta, onde se lia: O CALDEIRÃO FURADO.
As pessoas, como havia alertado Dumbledore, passavam pelo bar como se ele não existisse. E mesmo se o vissem, certamente, não dariam muita atenção. Era feio e sujo. Claramente não era um lugar onde a maioria das pessoas normais gostaria de passar o happy hour.
Tom entrou no bar, que era tão feio dentro quanto fora, e para seu espanto estava bastante cheio. Por cima do balcão viu um homem careca e com cara de poucos amigos. Dirigiu-se a ele e perguntou:
-Bom dia. O Senhor seria o dono do bar?
-Sim... – respondeu o Barman, mais simpático do que Tom esperava – Sou o dono daqui. Meu nome é Tom, muito prazer. Quem é você?
- Meu nome é Tom também... Tom Riddle.– respondeu o garoto fazendo careta – O senhor poderia me ajudar? Preciso ir para o Beco Diagonal. Dumbledore disse que você me ajudaria...
- Ahh sim, claro. Primeiro ano em Hogwarts? Vem de família trouxa é? – perguntou o Barman animado.
- Sim, será meu primeiro ano... Não tenho família, mas o que é trouxa? – Perguntou Tom irritado por não saber o que significava a palavra.
- Ah sim, meus pêsames... Trouxas são aqueles que não tem sangue mágico nas veias. De qualquer forma... é muito fácil ir para o Beco Diagonal, venha comigo.
O careca dirigiu-se para uma porta que dava para um beco sem saída com um grande muro de tijolos, Riddle o acompanhou.
-Veja bem garoto, você ainda não tem uma varinha, mas basta batê-la nesses tijolos, quando tiver comprado uma. – Falou o barman enquanto dava algumas leves batidas nos tijolos.
Após as batidas do barman, a parede começou a abrir-se, formando um arco que servia de entrada para uma longa rua, apinhada de lojas e com apenas um prédio.
Fascinado, Tom agradeceu ao dono do bar e dirigiu-se à rua.
Lojas incríveis, que Riddle nunca sonhara poder visitar. Aparentemente, lá havia de tudo para vender: vestes, comidas, livros, sangue de dragão (100 galeões o litro!!!), vassouras de corrida, animais mágicos e caldeirões. Era incrível como um lugar desses existia e os trouxas não sabiam de nada.
Realmente esses Trouxas são muito idiotas – pensou Riddle.
Havia descoberto ser um bruxo há pouco tempo. Há menos tempo ainda descobrira o significado da palavra ‘’trouxa’’ mas já a via como uma palavra imunda, de sonoridade repulsiva. Certamente era palavra que ele mais odiava.
Enquanto andava olhando as lojas, encontrou uma que mais chamou sua atenção. Não era muito grande, nem mesmo bela, mas tinha o artigo de que Tom mais precisava, mais desejava: varinhas mágicas!
OLIVARAS ARTESÃO DE VARINHAS DE QUALIDADE DESDE 382 a.C.
Ao entrar na loja um sininho tocou e um velho senhor surgiu dos fundos.
- Ahh mais um novato para Hogwarts, certo? Tenho a varinha ideal para você! Temos apenas que descobri-la... Ou seria que ela quem tem que descobrir você?
Afinal, como sempre digo, é a varinha quem escolhe o bruxo. Qual é seu nome meu filho? – Perguntou um senhor de olhos incrivelmente azuis e voz suave.
-Tom, Tom Riddle.
- Humm Riddle, lembro-me de cada varinha que vendi, mas não me lembro de nenhum Riddle. Estou certo em imaginar que você vem de família trouxa?
- Certo – respondeu Tom com nojo na voz.
- O que foi que eu falei que não te agradou, pequeno Tom? – perguntou o senhor com curiosidade.
- Não gosto da palavra trouxa, e também não gosto do meu nome. – Disse Riddle ainda com repulsa.
- Isso é uma pena. Eu adoro meu nome, Olivaras. Foi o nome do meu pai, e do pai dele e assim por muitas gerações. Quem sabe um dia você não muda o seu, não é? – Comentou Olivaras brincando com o garoto.
- É, quem sabe... – Pela primeira vez, Tom viu essa possibilidade, poderia trocar de nome, inventar um novo, que se adequasse a ele, que fosse tão poderoso e tão forte que todas as pessoas teriam medo de pronunciá-lo.
- Mas vamos ao que interessa criança. Deixe-me medi-lo. Você é destro?
Uma fita métrica começou a tirar as medidas do garoto. Primeiro da cabeça aos pés, depois o comprimento do braço, a largura da cabeça, o tamanho do nariz, enquanto o senhor Olivaras vasculhava pequenas caixas a procura de varinhas para o garoto.
- JÁ CHEGA! – gritou Olivaras para a fita métrica.
Tom não pôde deixar de achar que não havia utilidade alguma nas medidas.
- Experimente essa: corda de coração de dragão, carvalho, 28 cm, rígida. Ótima para feitiços!
Tom, que olhava ao redor, viu algo que chamou sua atenção. Em cima da mesa de Olivaras havia uma varinha. Era negra, maior do que a mostrada pelo velho senhor, e muito mais bonita. Certamente aquela seria a dele – pensou Riddle
- Não, essa não, quero aquela em cima da mesa. – pediu o garoto com desejo na voz.
- Hummm acabei de fazê-la, pouco antes de você chegar – comentou Olivaras indo pegá-la. – Uma das melhores que já fiz, o que cai entre nos, não é pouca coisa. Trinta e quatro centímetros, pena de Fênix, Azevinho, muito poderosa. Ideal para quase tudo, creio eu. Um pouco comprida, mas ainda assim, beira à perfeição. Tome, experimente.
Tom a pegou e, nesse momento, algo incrível aconteceu. Foi como se uma descarga elétrica o envolvesse. Ele sentiu uma onde de poder e felicidade, fagulhas verdes explodiram da varinha e uma aura, da mesmas cor, o envolveu. Na mesma velocidade que começou terminou.
-BRAVO!!! REALMENTE INCRÍVEL! Primeira vez que vejo um bruxo escolher a varinha e a varinha o escolher também! Não tenho dúvidas que poderemos esperar grandes coisas de você, menino.
Olivaras estava certo. De fato, essa varinha e esse bruxo realizariam grandes feitiços. Terríveis! Sim, porém grandes.
Tom pagou para o senhor e se retirou. Ainda tinha muito o que comprar e muito mais a ver. Estava feliz com a sua nova aquisição, e gostara do que ouvira de Olivaras, ele seria grande, e agora não era apenas ele quem achava isso.
Depois de comprar sua varinha, Tom comprou ingredientes de poções, penas e pergaminhos, um caldeirão usado, pois não teria dinheiro suficiente para um novo, um telescópio vagabundo com alguns amassados, todos os seus livros, já usados, e por fim suas vestes, também de segunda mão. Mesmo tendo comprado tudo de qualidade inferior, Tom estava feliz. Tinha tudo o que precisava para começar a sua jornada, e ainda sobrara uma pequena quantia, talvez o suficiente para mais um livro, dos usados.
Enquanto caminhava pelas lojas à procura de onde comprar seu livro, Tom se deparou com uma pequena travessa escura. Era estranho mas, aparentemente, a maioria dos bruxos evitava aquele lugar. Intrigado, Tom resolveu caminhar por ela, chamava-se: Travessa do Tranco
Parecia outro país. As lojas perderam a cara alegre, os bruxos não mais conversavam à frente das lojas, ficavam escondidos nas sombras, sempre com cara de poucos amigos. As vitrines eram muito mais bizarras, e, aparentemente, Tom era a única criança por ali.
Resolveu entrar na loja que mais lhe chamou a atenção. Era a maior de lá, chamava-se: Borgin e Burkes. No momento em que entrou percebeu o porquê daquele local não ser freqüentado por crianças. Havia ossos espalhados por uma mesa, uma coleção de cabeças empalhadas e em um canto uma enorme prateleira cheia de livros dos mais diferentes tamanhos possíveis. Tom caminhou até ela e puxou um aleatoriamente, chamava-se: Magias negras, seu poder e suas diversas formas.
Magia negra! Riddle já ouvira falar disso em filmes trouxas e em historias infantis, mas não sabia o que vinha a ser isso no mundo mágico. Resolveu dar uma lida, mas no momento em que abriu o livro alguém surgiu atrás do balcão.
- Olá, menino. O que faz aqui? – Perguntou um senhor com uma cabeleira que encobria quase que totalmente o rosto.
- Ah, olá. Estou apenas olhando... – respondeu Tom desanimado.
- Você não se acha muito jovem para estar aqui?
- Minha idade não importa. Não vi nenhuma placa proibindo a entrada de menores. – respondeu ríspido.
Por algum motivo, o velho senhor abriu um sorriso ao ouvir essa resposta tão mal educada.
- Vejo que é um garoto determinado. Conhece magia das Trevas? – Perguntou o senhor ao ver o livro nas mãos de Tom.
- Não, não sou de famílias bruxa. Não conheço nada desse mundo. – respondeu Tom a contra gosto.
- Não faz mal, menino. Posso te explicar algumas coisas a respeito se você quiser.... Meu nome é Caratago Burke, e o seu?
- Tom Riddle. Humm quero, explique-me! – Respondeu Tom, como se desse uma ordem.
- Primeiro,tenho que te pedir para não comentar nada com outras pessoas. A maioria dos bruxos não consegue ver a beleza da magia negra.
- Por que não? A magia negra é ruim? – Perguntou Tom curioso.
- Menino, aprenda isso desde cedo. Não existe bom ou mau, apenas o poder. E aqueles que são fracos de mais para tê-lo.
O poder! Era isso que Tom vinha buscando. E, se para isso fosse necessário recorrer a essa tal magia das trevas, por que não fazê-lo?
A partir daquele momento, essa tornou-se a idéia de Tom: Não existe bom ou mau, apenas o poder. E aqueles que são fracos de mais para tê-lo.
- A magia das trevas, ou magia negra, nada mais é do que a forma mais absoluta do poder. É a forma mais poderosa de magia. Com ela é capaz de fazer o que quiser, realizar qualquer sonho. Entretanto, a comunidade bruxa teme o que desconhece. Isso porque são todos fracos! – Falou o senhor, como se cada palavra que falasse acariciasse a arte negra. - Você ainda é muito novo, não conhece magia suficiente para adentrar ao mundo negro, mas não crie preconceitos. Não a julgue sem conhecê-la. Darei a você, de presente, alguns livros. Você gosta de ler, espero.
Tom ouvia cada palavra como se as devorasse. Faria o que o velho senhor o dissera, leria a respeito, não se deixaria incentivar pelo que os fracos dissessem. Afinal, magia negra não podia ser algo tão perigoso assim. Aceitou os livros que o senhor lhe deu, se despediu e foi embora. Ainda tinha aquele dinheirinho e resolveu gastá-lo com outro livro que lhe chamou a atenção quando passara na FLOREIOS E BORROES, chamava-se: HOGWARTS UMA HISTÓRIA. Já que iria para lá queria conhecer tudo o que fosse possível.
Já estava escurecendo e Tom estava com fome. Não havia almoçado e a viagem de volta levaria mais uma hora. Resolveu ir embora. Fora muito proveitoso aquele dia, aprendera muito, adquirira várias coisas interessantes. Tudo o que queria agora era jantar e se recolher ao seu quarto, onde poderia começar a ler sobre tudo o que o esperava nesse novo mundo.
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N.A E ai pessoal, gostaram? espero que sim...
eh isso ai, agora esta chegando perto da hr em que tom comeca hogwarts, e la comecara as aventurar mesmo... veremos ele descobrindo a camara secreta, iniciando-se na magia negra, aprendendo a controlar e intensificar seus poderes...
Muito obrigado a quem esta comentando e votando, e muito obrigado tb a quem esta apenas lendo (mas comecem a comentar!!! euhueiheh)
beijoes a tds e ate mais!!!!
gabriel gebara
[email protected]
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