Produzindo Calores
Resumo: Desculpas e Convites.
Capítulo 5 – Produzindo Calores
Hermione virou-se para olhar Severo sentado na ponta da cama dela passando as páginas do jornal Le Monde. Ela tinha sido estúpida por trazer uma evidência de sua viagem no tempo. Por que ela não tinha deixado o jornal no compartimento de bagagens do trem? Por que ela o comprara? Ela estava se martirizando mentalmente por seu erro crasso quando ele falou de novo.
“Interessante… muito interessante; e para que projeto seria isso?”
“A data foi impressa errada,” ela disse rapidamente, sem pensar na resposta.
“Eu duvido seriamente disso. Há uma referência a uma extensão ao ‘túnel do canal’, e até onde eu sei, os trouxas ainda não conseguem viajar de Londres para Paris de trem, ainda mais por baixo do mar,” ele disse, com uma sombrancelha levantada.
”É um jornal muito bem enfeitiçado de um mestre ferreiro do Beco do Tranco?” ela sugeriu, começando a se sentir um pouco desesperada.
“Tente de novo.”
“Comprei pelas palavras-cruzadas?” ela murmurou tentando brincar, em defesa. Ela sentou-se na cama próxima a ele e colocou a cabeça nas mãos. Ela o ouviu dobrar o jornal e guardá-lo sob as vestes.
”Você é uma bruxa muito inteligente, Hermione. Eu vi você fazer um perfeito feitiço não-verbal no trem. Você inventa pequenos feitiços como o que você infligiu a Davy Gudgeon e sua pesquisa em Poções em seu quarto é uma diversão. Não duvido que você conseguisse fazer uma viagem no tempo.”
“O que você vai fazer?” ela perguntou seriamente para ele, olhando para o rosto dele.
“Minha querida e doce Ofélia. Você nada deve temer de mim. Manterei seu jornal a salvo. Nós não queremos que ninguém mais descubra, não é?” Ele parecia suspeitamente satisfeito ao dizer isso. “Agora, eu acredito que temos um shampoo para testar e eu tenho um súbito desejo de visitar o banheiro dos Monitores.” Ele levantou-se da cama e andou para a porta.
“Espere, Severo, já passou da hora do toque de recolher.”
“Então temos certeza que o banheiro estará vazio,” ele disse dando de ombros.
“Mas como entraremos? Você renunciou à Monitoria na reunião no trem, não foi?”
“Sim, eu renunciei,” ele confirmou, “mas não antes de obter as senhas para certos privilégios.”
Hermione sorriu. O planejamento daquele homem era inacreditável.
“Você vem?” ele perguntou, abrindo a porta do quarto dela. Quando ela não se mexeu nem falou, ele se virou para sair, lembrando, “Não se esqueça de trazer a amostra número um de Netuno. Encontro você no quinto andar.” Quando já estava com um pé no corredor para o salão comunal ele disse, “Feche a boca, querida, você está começando a parecer uma truta.”
***************
No quinto andar, por trás da estátua de Bóris o Confuso, esperava Severo Snape. Até agora a noite havia sido produtiva. Ele havia dado uns amassos no dormitório da Monitora Chefe, um dos objetivos de qualquer estudante adolescente com hormônios fervendo nas veias; ele poderia riscar aquilo de sua lista. Ele havia adquirido um artefato trouxa muito interessante do futuro e agora iria ter o cabelo (e o corpo, ele esperava) lavados por uma bruxa muito apetitosa que precisava do silêncio dele sobre o dito artefato trouxa. Obter o que se desejava através de coerção era tão... delicioso.
Ele a viu se aproximando com uma bolsa e saiu das sombras. Ela silenciosamente seguiu-o quando eles se aproximaram da porta à esquerda no quarto andar.
“Óléo de bebê,” ele sussurrou. A porta destrancou com um clunk. Severo segurou cortesmente a porta para Hermione e a seguiu, fechando e trancando a porta seguramente; a presa dele agora estava trancada no banheiro todo em mármore branco. Virando para encará-la, ele se surpreendeu por vê-la removendo o suéter da escola antes de começar a procurar entre as muitas torneiras.
“Vamos precisar que a água não tenha cor nem aroma para que isso não corrompa a testagem do shampoo.” Ela disse, procurando uma torneira com uma jóia incolor encrustada. Ela achou uma e ligou no fluxo mais forte.
Severo estava um pouco chocado. Ele pensara que sua primeira tentativa de sedução seria uma luta difícil e aqui estava ela virtualmente tirando a própria roupa enquanto escolhia o que ela considerava mais apropriado. A não ser, é claro, que ela estivesse encarando a questão de modo acadêmico. Sim, deveria ser isso, ela estava pensando como uma cientista.
“Água absolutamente limpa. Mantém a amostra sem contaminação,” ele concordou enquanto removia o suéter, camiseta e calças. “Provavelmente é melhor que eu esteja completamente nu. Fibras da minha roupa podem causar uma reação diferente com o, err, óleo de patchouli.”
Hermione estava realmente surpresa de ver Severo se livrando das roupas. Ela havia imaginado que sua primeira tentativa de sedução seria mais difícil que isso.
“O atrito da minha saia pode influenciar a efetividade geral do, umm, lauril-sulfato de sódio,” ela concordou quando tirou as próprias roupas e jogou-as de lado.
Vestidos apenas com as roupas de baixo, eles ficaram se encarando. As cuecas velhas dele tinham uma mancha cinza. A calcinha de algodão dela, que anunciava que hoje seria Quinta, e o sutiã que não combinava, eram de tons similares.
“Pensei que você fosse o tipo de garota que preferiria calcinhas verdes de seda com estampa de cobra,” ele disse, sentindo-se excitado com esse pensamento.
O vapor da água corrente encheu o banheiro, envolvendo as pernas deles e subindo pelos corpos deles.
“Pensei que você fosse um cara que usasse boxers pretas de seda,” ela responder no mesmo intante. “Belas meias, por sinal.”
Ele removeu as meias rapidamente, hesitou, e então tirou a cueca também. Reunindo toda sua coragem, ele se ajeitou à frente dela. “Pelo menos eu não preciso de nada para me lembrar em que dia da semana estamos,” ele alfinetou, indicando a calcinha.
Hermione não conseguiu falar por um momento; ela estava seminua olhando diretamente para o atraente corpo de seu mestre de Poções. Ela abençoou o bruxo que havia inventado os Vira-Tempos, antes de se livrar desse estado de sonho e remover as próprias roupas de baixo.
”O último a chegar é um Lufa-lufa!” ela gritou enquanto corria pela sala e pulava na agora morna e funda água da banheira.
Ele a seguiu num instante, espalhando água enquanto se jogava na piscina. Ele a circulou por baixo da água, antes de pegar os tornozelos dela e submergi-la. Ele subiu à superfície primeiro e esperou que ela emergisse e ficasse de pé também.
“Quem é o Lufa-lufa?” ele desafiou, ao tentar fazer cócegas nela embaixo dos braços.
Ela se afastou e soltou alguns risinhos, “Você é!”
“Quem?”
Hermione lutou contra o riso e tentou se desviar daqueles dedos insistentes. “Você! Você é Ethelwulf, Rei dos Lufa-lufas!”
Severo suspendeu um pouco do corpo dela ao fazer cócegas nela.
“Pare!" Hermione protestou, sacudindo os braços e pernas numa fraca tentativa de fazê-lo parar. Num certo momento ela conseguiu fugir, apenas para ser presa de novo por ele.
De repente, o par parou e se encarou de frente. Hermione suspirou baixinho e Snape fechou os olhos quando um pequeno gemido escapou dos lábios dele. De algum modo, durante o processo de recaptura dela, Snape havia conseguido que ela separasse as pernas sem notar e agora a ereção dele estava posicionada junto às dobras da intimidade de Hermione.
De olhos fechados, Severo se inclinou e capturou os lábios de Hermione, demandando entrada em sua boca molhada. O cérebro dele soltara o auto-controle quando as demandas de seus hormônios começaram a ditar suas ações. Expectativamente, Hermione cedeu aos desejos dele, com seu corpo tremendo do modo mais prazeroso o possível. Os dedos de Severo diminuíram a pressão nos quadris dela e deslizaram na direção dos seios dela, com os mamilos visíveis logo acima da superfície da água.
Ele estava retomando o controle de novo. Inexperiente como era, ele sabia o básico, mas era o instinto que estava guiando-o no aprofundar da intimdade.
Severo se afastou, os olhos negros de luxúria. Com uma mão ele enfregou o pênis ereto nas dobras trêmulas dela. “Quer que eu lhe mostre quem é o Rei das Cobras?” ele perguntou assanhado, a voz muito séria para uma frase safada daquelas.
“Pelos Deuses, sim!”, ela engasgou, instintivamente movendo os quadris para garantir maior contato com o clitóris quando ele se movesse.
Severo se posiconou contra a abertura dela, com a mão livre ajudando a levantá-la para nivelá-los. Ele a empurrou para frente, num ângulo totalmente errado, mas os esforços dele não foram desperdiçados – o movimento brusco fez com que o pênis dele se esfregasse fortemente contra o clitóris de Hermione, fazendo-a jogar a cabeça para trás e soltando um gemido longo e baixo.
“Mais!”, ela implorou, os dedos apertando os ombros nus dele em frustação. Nesse momento a mente dela estava voando – ela iria perder a virgindade e exatamente com Severo Snape. Julgando pelas excitadas, porém inexperientes maneiras, ele também ia perder a virgindade. Para o garoto que há apenas uma semana atrás não havia nem sequer beijato uma garota, Severo estava ganhando terreno rapidamente.
Segurando firmemente, Severo posicionou-se mais uma vez, dessa vez pressionando para a frente mais devagar, até que ele começou a sentir-se deslizando para a intimidade dela.
Hermione ficou sem fôlego ao sentir Severo deslizando para dentro dela. Apesar de não ter experiência com homens, ela havia experimentado algumas coisas com as meninas de sua idade. No entanto, aquelas experiências não tinham nenhuma semelhança com a situação real – Severo se encaixava ao corpo inexperiente dela perfeitamente, as paredes internas dela se esticando para acomodá-lo. Ele era tão quente e deslizante. Ela sentiu o calor que começava no local onde eles estavam unidos espalhar-se por todo o seu ser. O corpo dela reagiu de modos que Hermione nunca havia imaginado antes. A respiração dela acelerou e ela não conseguiu pensar em nada que não fosse seu irresistível desejo físico. Com um pouco de força, ela pegou os pulsos dele e levou-os aos seus mamilos.
“Por favor, me toque de novo,” ela murmurou, apertando as mãos dele no peito dela.
Severo acatou sua nada sutil sugestão e começou a apertá-la. No entanto, ao dar a próxima estocada ele não conseguia mais se controlar por muito tempo.
“Coloque…suas…pernas…ao meu…redor,” ele grunhiu, tentando com dificuldade manter o controle que já estava desaparecendo.
Hermione o envolveu com as pernas, cruzando os tornozelos atrás das costas dele, o movimento juntando-os ainda mais.
De repente, as investidas de Severo se tornaram erráticas, as mãos dele deixaram os seios dela para segurar os quadris dela. O rosto dele se contorceu numa expressão que Hermione só poderia comparar com a de um gárgula medieval de pedra.
“Está doendo?” ela perguntou muito preocupada. Ele havia deixado de se mover e seu rosto estava num vermelho vivo de rubor.
”Não,” ele articulou, numa voz que não era mais que um sussuro. Severo levantou a cabeça para ela e Hermione esperou pela pergunta dele.
“Você…?” ele começou, deixando a questão pairando.
“Eu… o quê?” Hermione perguntou, absolutamente sem entender do que ele estava falando.
“Você conseguiu… você sabe… você...?”
Hermione ruborizou, embaraçada por não ter percebido o que ele tinha perguntado inicialmente. “Acho que não.”
"Oh."
”Mas eu aproveitei tudo,” ela acrescentou em resposta ao desapontamento dele.
Severo sorriu, retirou-se dela e encostou-se na borda da banheira para normalizar a respiração. “Foi o melhor banho que já tomei,” ele disse finalmente, puxando-a para si e beijando o topo da cabeça dela.
“Hum,” ela respondeu pensativamente. “Certamente não houve ‘movimentos tolos de varinha’ aqui, mas com certeza foi mágico.”
***************
Hermione e Severo aplicaram-se à pesquisa. Toda noite após o toque de recolher e duas vezes por dia no sábado eles desapareciam no banheiro dos Monitores. Os Cavaleiros de Walpurgis tinham um homem a menos, seu líder informal descobriu que havia mais na vida do que política de direita e versos de Shakespeare.
O que Severo não estava ganhando em poder, desenvolvia em exuberância. O gosto dele pelo que vinha ‘estudando’ logo teve resultados de acordo com que ele conseguiu entrar no ritmo de seu objeto de testes.
Hermione estava adorando. Ela não apenas estava transando com o homem de seus sonhos com uma regularidade alarmante, mas todos os seus shampoos haviam sido testados na mais adorável e oleosa cabeça que já entrara nos halls de Hogwarts. Netuno No.5 era o grande vencedor; o número seis irritava os olhos. O cinco era perfeito. Se alguém notara que Snape agora tinha um cabelo limpo e sedoso, ninguém ousara mencionar. Por sua parte, Severo mantinha o cabelo amarrado num rabo de cavalo, sem querer deixar transparecer que seu cabelo havia ficado repentinamente macio.
A noite de sábado achou Hermione sozinha no quarto dela. Depois de outra sessão de ‘experimentação’ no banheiro dos Monitores, ela havia decidido que era hora de ir se deitar. Recostada na cama, Hermione marcou a página do romance que estava lendo com o marcador de páginas. Ela tentou ler, mas a mente dela voou para os últimos dias que tinha passado junto de Severo. A experiência certamente estava sendo vibrante, mas sempre deixavam-na querendo mais. Ela percebeu que os dedos estavam alisando os seios de modo subconsciente, deixando-os durinhos sob a blusa fina. Ela deu um pequeno suspiro, que logo virou um tremor quando ela encostou a cabeça no travesseiro.
“O que você acha de me deixar fazer isso enquanto você se concentra na leitura?” Severo sugeriu chegando de surpresa, com um profundo murmúrio nos cabelos dela. As mãos dele exploraram todo o corpo dela, cobrindo as mãos dela com as dele. Hermione suspirou contente e retirou os dedos dela, permitindo que ele assumisse a tarefa. A mão dela tinha tido outras idéias, e não era de pegar o livro de novo. Ela tocou-o e deslizou a mão pelo corpo dele até os quadris, rapidamente achando a ereção nas calcas dele. Ela correu os dedos pela extensão desta, fazendo-o grunhir do fundo da garganta, reverberando na pele dela.
Severo deslizou o nariz pelo pescoço dela, provocando a pele sensível abaixo da orelha dela. Hermione sentiu uma onda de líquido morno saindo de seu âmago e esmagando-a. Ela mal notou quando o livro escorregou da outra mão, caindo com um barulho abafado no chão.
O desejo dela aumentou quando ele esfregou ritmicamente a ereção na mão dela, pressionando-a. Abrindo a mão, ela deleitou-se ao sentir a ereção dele através das roupas dela. Ela ficou deitada numa incoerência abençoada, perdida nos movimentos dele. Ela obedeceu quando Severo sentou-a gentilmente para remover sua blusa e sutiã. O toque leve como uma pena dele traçou uma trilha pelo pescoço dela, através dos ombros e pelas costas dela, até alcançar o zíper da saia dela. Lentamente, tantalizantemente, ele abriu o zíper. As palmas das mãos e os dedos de Severo deslizaram possessivamente por baixo do cós da saia, acariciando e apertando os quadris de Hermione. As roupas restantes dela foram abaixadas pelo corpo dela até chegarem ao chão.
Snape levantou-se, olhou-a ardentemente e então removeu o suéter amassado da Sonserina e a camisa branca de algodão dele, tirando-os num único movimento sobre a cabeça. Em pé ao lado da cama, o peito nú iluminado pela luz das velas, Severo abriu a fivela do cinto e desabotoou sua braguilha. Tirando as calças e roupa de baixo, ele colocou um joelho sobre a cama, rondando Hermione como um predador atento à sua presa.
Ele moveu-se para colocar Hermione com as costas na cama, mas ela protestou. “Por favor, eu quero ficar como da outra vez – eu realmente gostei.”
Levantando uma sombrancelha, Severo concordou, deslizando para o lado dela. A falta de roupas mudou a dinâmica da situação. O membro dele agora pressionava a abertura dela por trás a cada investida. Os dedos dele deliciavam-se na pele nua dela. Até mesmo o calor do peito dele pressionando contra as costas dela mandava arrepios por todo o corpo dela. Ele cheirava fortemente a suor masculino limpo, acentuado cada vez que ele movia os braços para acariciá-la. O aroma dele era intoxicante e deixava-a vertiginosamente deliciada.
Severo, impaciente como qualquer rapaz adolescente com uma mulher nua a sua frente, começou a pressioná-la mais forte a cada investida, até que deslizou para dentro dela; Hermione gemeu deliciada. A posição permitia que ele a tocasse em outras partes – partes que ansiavam pelo toque dele.
A respiração dele ficou estridente e ela sabia que ele não conseguiria segurar-se muito mais tempo. Os dedos dele soltaram os seios dela e Hermione suspirou sem perceber – ela sentiu falta do calor que as mãos dele geravam nas suas entranhas.
Determinada, ela agarrou as mãos dele e colocou-as de volta em seus seios, quando uma nova idéia surgiu. Colocando uma mão dele em um seio, ela colocou a outra onde eles estavam ligados, deslizando os dedos dele através de seus pêlos escuros e posicionando-os contra seu clitóris.
Severo grunhiu às costas dela, mas, felizmente, conseguiu começar a acariciá-la onde ela precisava.
Hermione perdeu-se nele; com os quadris movendo-se alternadamente para trás para enterrá-lo profundamente nela e então esfregando-se à frente nos dedos dele.
Começou nos dedos dos pés... o formigamento subiu pelas pernas dela, através de seu ventre, expandindo-se para cima pelo umbigo e pelos mamilos. Estrelas vermelhas estouravam à frente dos olhos dela e Hermione viu-se convulsionando descontroladamente. Gemidos que ela não reconhecia saíam de sua garganta. Ela sentiu os espasmos de seus músculos internos, apertando e espremendo enquanto ele movia-se dentro dela.
“Merlin!” ela gemeu.
Severo chegou lá logo depois dela, pois os súbitos espasmos e o calor molhado dela convulsionando ao redor dele foram demais para que seu relativamente inexperiente corpo suportasse sem reagir.
Deitados e estremamente suados, tentando recuperar o fôlego depois de tudo, Severo falou, já sabendo a resposta, “E então, você conseguiu...?”
“Oh, Merlin, sim,” Hermione suspirou feliz, com um sorriso de orelha a orelha.
“E então, quem é o Rei das Cobras?”, Snape disse convencidamente.
“Você. Essa certamente será uma das minhas memórias,” Hermione respondeu.
Severo levantou da cama repentinamente, suado e ruborizado. Ele procurou pela pena dela sobre a mesa.
“Eu não falei sério, Sev,” ela disse, apoiando-se nos ombros.
Pena localizada, ele foi em direção ao malão aberto aos pés da cama dela, e procurou por algo dentro dele.
“Se você está procurando por uma edição da década de 1990 do Semanário das Bruxas, você vai ficar completamente desapontado,” ela disse, olhando tanto divertida quanto aborrecida. Ele pegou um pergaminho, olhou-o e então voltou ao lado dela, na cama. Ele leu a carta que havia encontrado no malão e entregou para ela. Hermione pegou o referido pergaminho e reconheceu como a petição de noivado do Ministério. Ela sentou-se perto dele e olhou-o inquisidoramente.
Severo empurrou a pena na mão direita dela e mandou, numa voz profundamente furiosa, “Assine.”
****************
Faltavam apenas duas semanas para o Halloween; o Diretor havoa interrompido o jantar uma noite para anunciar que haveria uma festa no Salão Principal para comemorar a data. Todas as mesas das Casas inrromperam em barulho quando todos os alunos começaram a falar ao mesmo tempo. As meninas conversavam excitadamente sobre cabelo e maquiagem; os meninos reclamavam por ter que usar as vestes de gala. Hermione olhou para Severo sentado ao lado dela. Ele estava calado, olhando para a frente.
Hermione tocou o braço dele para tirá-lo dos devaneios. Ele virou-se para olhá-la, retirou sua mão do braço e olhou para ela pedindo compreensão. Ela cedeu, dando a ele a privacidade que ele necessitava naquele momento.
Mais tarde, em seu quarto, ela estava preparando outra leva de Vanity. Viver em 1977 estava repidamente tornando-se a realidade dela. Ela estava apaixonada pelo homem com quem havia fantasiado e ele parecia retribuir os sentimentos dela. A patente de Netuno No.5 havia sido requisitada; ambas as esferas de sua vida, tanto a romântica quanto a dos negócios, pareciam seguras. A culpa tomou conta dela pela lembrança dos pais, que por essa época ainda eram um casal de estudantes em Bristol aproveitando a época Punk. Harry, que necessitava da ajuda dela na luta contra ‘Você-sabe-quem’, não havia nem nascido ainda. Ron, bem, qualquer sentimentos que ele tivesse alimentado por ela deveriam ser evitados... mas ela sentia falta dos amigos.
O pensamento mais inquietante era sobre o futuro de Severo. Se ela ficasse no passado com ele, sera que ele se tornaria um Comensal da Morte? Ela seria uma tola romântica ao pensar que poderia permanecer no passado e mudar o futuro dele. Severo tinha um papel importante em ambas as escaladas pelo poder do Lorde Negro. Mesmo que ela adorasse o Snape adolescente, ela tinha que se retirar de cena e permitir que ele cumprisse seu destino. Atualmente, ele não tinha a Marca Negra, mas pelos seus cálculos ele se tornaria um Comensal da Morte lá pelo aniversário de dezoito anos, e isso seria daqui a dois meses e meio.
Ela tinha que voltar para casa, em 1996. Ela havia ficado muito tempo no passado. A festa do Halloween que estava para acontecer daria a ela a distração necessária para desaparecer e voltar ao seu tempo. Aquilo daria a ela duas semanas para colocar seus negócios em ordem.
O Vira-Tempo havia sido girado na direção oposta cento e sessenta e seis mil, cento e quatro vezes, para viajar ao futuro. Ela havia terminado isso em sete minutos, graças a sua varinha. O Vira-Tempo estava escondido em seu malão numa caixa com o nome ‘Absorventes íntimos’; Snape não ousaria olhar ali. Tudo que ela tivera que fazer fora subtrair mil quatrocentos e cinqüenta e três voltas, de acordo com o tempo que ela passara no passado. Ela fez aquilo com o coração pesado.
Ela organizou todos os pergaminhos relacionados a Vanity e Netuno No.5, patentes pendentes (em ordem alfabética), cartas do Ministério (amarradas e indexadas), planos com códigos coloridos (em papel mais grosso), tudo assinado. Ela colocou tudo numa pasta de couro e escreveu um recado para Severo na capa. Efetivamente, ela havia acabado de nomeá-lo Chefe Executivo do Escritório. Hermione era agora uma sócia ausente.
Severo não a procurou naquela noite. O que quer que estivesse incomodando-o no jantar realmente o havia deixado aborrecido. Ela o encontrou no dia seguinte passando o intervalo de almoço na Biblioteca. Ele estava com a face enfiada em seu velho livro, ‘Poções Avançadas’, escrevendo seus comentários nas margens. Hermione o havia visto escrever naquele livro antes. Aparentemente, ele não concordava muito com o texto de Libatius Borage. Ele achava que o livro precisava ser editado.
Hermione sentou na cadeira à frente de Snape, pegou seu livro Lolita de Nabokov, e começou a ler. Após alguns minutos, ele empurrou o livro na direção dela, a ponta da pena dele mostrando o que ele havia acabado de escrever.
’Apenas enfie um bezoar goela abaixo!’ ela leu sem acreditar. Ele pareceu altamente divertido com essa pequena piada e estava sorrindo para si mesmo. Hermione estava um pouco desconcertada por ele conseguir fazer brincadeira com um assunto tão importante quanto o de antídoto de poções, mas sorriu para ele. Primeiro, apreciando a tentativa dele de incluí-la em seu acesso de bom humor. Em segundo porque ele parecia estar num humor melhor do que na noite anterior. Terceiro, porque ele estava alisando de leve as costas da mão dela com a pontinha da pena, enquanto levantava uma sexy sombrancelha.
Ele levantou e indicou a porta da Biblioteca. Saindo primeiro, ele esperou por ela no corredor. Eles andaram juntos até a sala de Estudos dos Trouxas, mas quando estavam prestes a deixar o quarto andar e começar a descer os degraus, ele parou e empurrou-a através da porta de uma sala. Olhando ao redor, Hermione viu que eles estavam numa sala de aula vazia.
“Salas de aula vazias são coisas maravilhosas,” Snape disse, “sempre lá quando você precisa delas.”
Hermione encarou-o curiosamente. Era a segunda piada que Snape havia feito em menos de uma hora.
“Esse sábado é de passeio a Hogsmeade; você não estava planejando visitar Madame Rosmerta, estava?”
“Nem que minha vida dependesse disso, querido,” ela respondeu com um sorriso doce.
“Graças a Merlin por existir uma mulher sensível.” Ele deu um suspiro de alívio. Severo então baixou a voz e falou conspiratoriamente ao ouvido dela, “Você se importaria de me acompanhar numa viagem de campo extra-oficial, ao invés disso?”
“Meu jovem, eu ficaria felicíssima,” ela respondeu suavemente, “e para onde estaríamos indo?”
“Para casa. Tenho que pegar minhas vestes de gala,” ele comunicou. Abrindo a porta, ele fez um pequeno cumprimento e ela passou por ele. Eles continuaram a caminhada juntos pelo primeiro andar, onde ele se despediu dela com um breve e carinhoso aperto de mão.
Hermione estava muito surpresa pela oferta de Severo de levá-la à casa dele. Ela não tinha idéia de onde era ou de como ele pretendia chegar lá, mas a intenção não era desperdiçada nela. Ele confiava o bastante nela para levá-la ao lugar que ele protegia do modo mais privado possível. Ele poderia até conhecer os pais dele. Sábado seria um dia muito interessante.
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Betado em inglês por Gardengirl. Agradeço a Fervesco pela ajuda com os momentos eróticos. wartcap.
N/T: Finalmemente! Eu não sei vocês, mas eu gostei particularmente deste capítulo!! A demora da publicação se deveu a problemas com o meu PC, mas já está tudo ok! Um abraço, Júbis.
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