Cap. Dois. “Da sua forma...”.
Cap. Dois.
“Da sua forma...”.
Ela colocou a garrafa vazia em cima da mesa reparando curiosa o estranho semblante de Malfoy.
“Eu não acredito que está me pedindo isso...” Falou ele incrédulo.
“Oh não!” Falou ela de forma sarcástica. “Você não entendeu bem as coisas... Eu não estou pedindo nada a você! Eu estou lhe impondo...”.
“Você quer que eu seja o seu acompanhante nesse maldito casamento?”.
“Exato!” Sorriu irônica. “Sua vida pública pelas minhas aparências... É uma oferta razoável não acha?”.
“Seu silêncio pela minha tortura...” Murmurou ainda desolado.
“Da maneira que você achar mais conveniente titular, doninha!” Completou enquanto sentava-se em uma cadeira e mantinha uma postura indiferente.
Draco Malfoy a olhou e então sorriu.
“Vejo que anda perturbada com o casamento da sangue ruim com o testa rachada... É realmente muito difícil ser rejeitada não é mesmo?” E então deu um olhar significativo para a garrafa de Whisky vazia em cima da mesa.
“O que você sabe sobre isso?” Perguntou ela mudando totalmente de humor e estreitando os olhos em tom perigoso.
“Na verdade nada! Eu nunca fui rejeitado!” E então deu um meio sorriso irônico e satisfeito.
“Não foi o que parecia lá fora!” Alfinetou venenosamente.
“Annabel não é algo que posso chamar de rejeição... Ela somente antecipou o que eu iria fazer...” Ele estava calmo e ela podia perceber que não havia resquícios de mentira em sua palavra.
“Não me interessa! O fato é que a minha paciência é curta e eu realmente não tenho a noite inteira!” Retrucou afetada.
Silêncio.
“O acordo está feito Weasley!” Ela levantou os olhos para encara-lo se dizia mesmo à verdade. “Sou seu noivo por cinco dias! Aproveite... Será uma oportunidade única!”.
Ela bufou irritada pelo tom insuportável dele.
Malfoy saiu do quarto. Virgínia o seguiu.
“Viajaremos depois de amanhã as quatro da tarde!” E então sem se despedir fechou a porta do quarto deixando um Draco espantado, mas totalmente satisfeito do lado de fora.
Pois afinal, ele realmente precisa de diversões.
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Ela se encostou ao batente da porta dando um suspiro cansada.
Um trato com o seu inimigo. Uma alternativa para as aparências, uma forma de parecer inabalável diante das pessoas que mais lhe proporcionaram dor e desafeto.
Virgínia simplesmente não suportaria enfrentar sozinha tudo o que foi a sua ruína no passado. E Draco Malfoy pareceria a melhor alternativa de se mostrar forte.
Sentou-se em sua mesa pegando uma pena e pergaminho.
Não perderia este casamento por nada! Esperem por mim e meu noivo.
Um grande abraço.
Virgínia Weasley.
Releu mais uma vez o minúsculo bilhete sentindo seu coração afundar a cada palavra.
Mas não havia tempo para sentimentalismo.
Tudo o que fez foi entregar a carta para a sua coruja e dando um agrado completa.
“Entregue isso para Harry ou Hermione ok?”.
E então apagando as luzes, se preparou para dormir.
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“Esta atrasada!” Falou Malfoy assim que a viu entrar esbaforida em sua cabine no trem.
“Eu estava pegando isso!” Falou ela enquanto jogava um pesado buquê de flores em cima dele.
“Eu acho que está um pouco cedo pra você demonstrar seu amor por mim, Weasley!”.
Ela revirou os olhos soltando um muxoxo e sentando-se no estofado em frente a ele.
“É óbvio que não se trata disso Malfoy!” Falou da forma como se trata uma criança que não entende algo muito simples.
Ele levantou uma sobrancelha. Ela não pode deixar de perceber o quanto àquele simples gesto tornava-se insuportavelmente tentador.
“Este é o buquê, que você vai dar a minha mãe quando chegarmos!” - Falou e então tirou uma garrafa de vinho da mala - “E este é o vinho que você vai entregar para o meu pai...”.
“Aparências Weasley...”
“Com certeza!” Retrucou evitando olha-lo nos olhos.
Draco reparou no desconforto da garota e não pode deixar de sorrir com isso.
“Eu estava pensando no que dizer quando perguntarem como nos conhecemos!” Falou depois de instantes de hesitação.
“Poderíamos falar a verdade! Que você está usando de chantagem barata para não falar o meu segredo e me usar como Michê particular...”.
“Você tem um senso de humor impressionante!” Falou azeda.
“É uma das minhas inumeráveis qualidades!” Rebateu maroto.
Ela riu.
“Podemos falar que nos esbarramos em um desses restaurantes cinco estrelas e então você se apaixonou perdidamente por mim!” Comentou galantemente.
Ela aumentou ainda mais a risada.
“Você é tão pretencioso Malfoy!” Disse ainda sorrindo.
“Realista Weasley...”.
Ela havia novamente desviado o olhar dos dele quando foi assaltada por alguma coisa.
“Não podemos continuar nos tratando pelo sobrenome!” Falou de repente.
“E o que sugere? Amorzinho?” Ele estava sendo insuportável daquela mesma maneira que ela odiava.
“Docinho de abóbora seria menos apelativo quando se refere a nós dois!”.
Foi a vez dele esboçar um sorriso.
“Você pode me chamar de Virgínia, ou Gina como é que todos me chamam!” Falou.
Ele se deixou apenas a aprecia-la de uma maneira que ele nunca tinha feito até então. Ela tinha olhos chocolate tão expressivos e sedutores, uma pele branca salpicada de sardas em um conjunto tão harmonioso, um corpo perfeito e muito bem ajustado pela saia preta de corte reto e a blusa branca extremamente profissional que começava a faze-lo desejar vê-la por baixo daquelas roupas...
E aqueles cabelos? Malditos cabelos vermelhos simplesmente ondulados e caindo como cascatas por suas costas. Será que ela não percebia que aquilo podia ser um fetiche para ele?
Meneou a cabeça tirando aqueles pensamentos e dando um leve sorriso malicioso.
Realmente aquela farsa valeria a pena.
”Ruiva!” –Comentou subitamente, ela o olhou - “Vou te chamar de minha ruiva...”.
Ela pareceu ponderar por uns momentos mais então assentiu em concordância.
“Eu gostei... Não é nenhum apelido apelativo e é uma forma muito elegante de se chamar...” Respondeu.
“Como tudo em mim...”.
Ela o ignorou.
“Claro doninha... o que te fizer dormir melhor a noite!”.
Ele estava prestes a retrucar alguma coisa quando sentiu o trem diminuindo a velocidade e começando a parar na estação.
Viu Gina morder o lábio inferior em sinal de nervosismo. Maldita Weasley...
“Há quanto tempo você não os vê?” Indagou curioso.
“Dois anos!” Respondeu ela se preparando para sair da cabine segurando suas malas.
Ele a deteu a puxando pelo braço. A ruiva sentiu um nítido arrepio lhe percorrer a espinha.
“O que foi?”.
Draco Malfoy tirou uma pequena caixinha de veludo do bolso. Virgínia sentiu seu coração disparar.
“O que é isso?” Indagou maravilhada ao abri-la e se deparar com um belo anel de rubi.
“Para dar veracidade a história!” Falou simplesmente.
“Rubi?” Ela estava maravilhada.
Ele sorriu de viés.
“Eu realmente achava que iria combinar com o seu cabelo!” Argumentou. E então sem falar mais nada saiu da cabine carregando as suas coisas.
A ruiva não pode deixar de um mínimo sorriso. Não é simplesmente irônico como tudo isso acontecia?
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Ela suspirou pesadamente ao parar em frente à porta da Toca.
“Lembre-se ruiva! Sorria...”.
Ela o olhou embasbacada pelo conselho do loiro.
“Você é mesmo ótimo nisso!” Murmurou e sem esperar resposta toca a campainha.
Não demorou muito para que gritos fossem ouvidos do lado de dentro da casa e então pelo barulho da porta sendo destrancada e um amontoado de cabeças vermelhas aparecerem empoleiradas umas em cima das outras.
“Gina minha filha!” A senhora Weasley foi a primeira do clã a se movimentar entre os demais e então capturando a ruiva para um abraço apertado.
“Mamãe! Estava com saudades!” Falou ela quase sufocada por estar sendo esmagada.
A mulher se separou dela dando mais um beijo em sua testa.
“Fred! Jorge... Ajudem sua irmã com as malas!” Gritou para dentro da cozinha fazendo com que os gêmeos aparecessem na janela.
Draco revirou os olhos. E então as atenções caíram todas sobre a figura loira e extremamente imponente.
“Oh mamãe! Quero que conheça meu noivo!”.
“Noivo?” Fleur Delacour estava incrédula e completamente invejada.
“Espero que ainda se lembre de Draco!... Draco Malfoy!” Continuou com um sorrisinho intimo e vitorioso.
E então o silêncio.
E então o falatório. Todos os Weasleys e agregados falavam ao mesmo tempo sem dar espaço para entender uma única palavra.
“Isso realmente vai ser divertido!” Falou o loiro ao ouvido dela fazendo a garota sentir novamente toda aquela sensação de arrepio.
“Isso é apenas o começo!” Retrucou ela da mesma forma.
E ambos sorriram involuntariamente.
“SILÊNCIO!” Dona Molly Weasley havia gritado chamando a atenção de todos. “Arthur querido... Porque não dá as boas vindas para Draco?” Perguntou no que mais se parecia uma ordem.
“Eu tenho mesmo?” Indagou em voz baixa cutucando a senhora com o braço na melhor forma “discreta”.
Ele recebeu um olhar duro como resposta.
“Ok! Seja bem vindo Malfoy!” Falou em contra gosto enquanto cumprimentava o sonserino com um aperto de mãos.
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